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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO DEPARTAMENTO DE SERVIÇO SOCIAL - DESES/CCSO DISCIPLINA: Teoria Política ALUNA: Sarah Taynah da Conceição Ferreira DATA: 25/04/2021 2ª AVALIAÇÃO: RELATÓRIO DO MÓDULO 2 1. ELIAS NORBERT: MODELOS DE JOGOS Elias Norbert propõe uma nova alternativa ao interpretar a dinâmica da sociedade de uma forma sociológica, em sua teoria, ele apresenta vários modelos de jogo como metáfora das relações sociais. O primeiro modelo de jogo que teria existido na humanidade é a competição primária por comida, se caracterizando como um modelo primário sem regras, os grupos que competem tentam fazer de tudo para conseguir sobreviver, e isso significa ter que eliminar o adversário para conseguir seu lugar. Mas ao contrário do que é pensado no senso comum, um grupo ser mais forte que o outro não significa necessariamente que um tenha poder e outro o seu poder seja nulo, os dois grupos possuem poder e dependem um do outro, as ações de um em um jogo vão moldar as próximas atitudes a serem tomadas, não é somente a força que define quem irá vencer, o modelo de jogo e suas regras também podem beneficiar ou desqualificar o adversário. Isso é referenciado em: O equilíbrio de poder não se encontra unicamente na grande arena das relações entre os estados, onde é frequentemente espetacular, atraindo grande atenção. Constitui um elemento integral de todas as relações humanas. [...] Também deveríamos ter presente que o equilíbrio de poder, tal como de um modo geral as relações humanas, é pelo menos bipolar e, usualmente, multipolar. (NORBERT, 1999, p. 80) Assim todos tem uma função na sociedade que corresponde a uma função que outro indivíduo não possua, dessa forma os seres humanos se completam, mesmo os inimigos no jogo possuem uma importância, eles têm uma função, algo que Norbert chamaria de ''interdependência funcional’’. Quando o modelo da sociedade é mudado, isso pode desencadear na desfuncionalização. Em relação ao jogo, para entendê-lo podemos imaginar duas pessoas que jogam qualquer tipo de brincadeira, as pessoas são "A" e "B", nessa competição com regras, apos as normas serem explicadas o jogo pode começar, porém, "A" é mais forte que "B", fazendo com que tenha vantagem no jogo, provocando na vitória de ‘’A’’. Nesse modelo de jogo ‘’B’’ não conseguiu 2 vencer, mas de mudar algumas características do jogo, ele pode derrotar o inimigo com os seguintes fatores: se eles conhecem as regras ou não, corrompem o jogo (que pode trazer muitos benefícios ir contra as limitações das normas mesmo sendo injusto), o tempo de duração do jogo pode cansar os dois, e por último, a quantidade de inimigos e filiados que tem. Se "B" desfuncionalizar o modelo do jogo, ele pode receber vantagens, como por exemplo: se ‘’B’’ chamar mais jogadores para tentar derrotar "A", ele conseguirá cansar o inimigo por jogar tantas vezes, mas provavelmente "A" reconheceria a nova tática e também chamaria filiados para participar, equilibrando novamente o jogo. Dessa maneira o jogo vai envolvendo mais pessoas até chegar em nós, esses jogos envolvem vários campos na sociedade, instituições sociais como escolas, igrejas, a formação de um Estado, entre outros. Quanto mais pessoas envolvidas, mais difícil se torna o jogo, e com isso vai-se perdendo o controle dele e dos participantes envolvidos, há pessoas que respeitarão as regras, enquanto outras irão burlar as regras, temos indivíduos que criaram regras para favorecer um grupo ou desqualificar um grupo social, e indivíduos que irão mudar de lado constantemente, para ficar sempre no grupo vencedor e não deixarem de existir junto com o lado perdedor. As regras não são naturais ou criadas por um poder sobrenatural, são regras criadas por humanos que também são participantes do jogo, esses reguladores são delegados, advogados, membros das elites oligárquicas. Tal posição no jogo traz uma visão privilegiada, ao contrário da perspectiva dos participantes que apenas vêem o inimigo na arena de batalha, esses membros privilegiados conseguem enxergar o jogo como todo e prever os movimentos de todos os envolvidos. O jogo acaba sendo manipulado ficando injusta a competição, mas é proposto um modelo democratico de jogar: Imaginemos um modelo de dois níveis em que a força dos jogadores de nível mais baixo vai crescendo, lentamente mas de um modo nítido, relativamente à força dos jogadores de nível mais alto. Se diminuirem as diferenças de poder entre os dois grupos, reduzindo-se as suas desigualdades, então o equilíbrio de poder tornar-se-á mais flexível e elástico. Tenderá mais a flutuar, numa ou noutra direcção. (NORBERT, 1999, p. 96) A problemática é a grande diferença de poder entre os jogadores, quanto menor a diferença, melhor será desenvolvido o jogo e dessa forma os participantes terão uma consciência maior sobre ele. As ideias que os participantes têm sobre o jogo são de extrema importância para compreender a capacidade de controle que o jogo possui, muitas vezes atribuída erroneamente a algo sobrenatural. Quando se entende como o jogo funciona, mais calculista as jogadas serão. 3 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS NORBERT, Elias. Modelos de jogo. In: NORBERT, Elias. Introdução à Sociologia. Lisboa: Edições 70, 1999.
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