Buscar

SondagemvesicalD apresentação final

Prévia do material em texto

Sondagem Vesical De Demora
Araci De Fátima Martins
Érica De Fátima Dos Santos Ferreira
Isabel Luíza Gonçalves Soares Viana
Isabela Vitória Aparecida Pires De Faria
Lorena Parreiras Santos
Mariana Aparecida De Souza Guimarães
Rosimara Bispo Andrade
Orientadora: Cássia
Fundamentos Técnicos De Enfermagem
1
O Que É ?
 O cateterismo ou sondagem vesical de demora (SVD) é compreendido como a introdução de uma sonda, que irá alcançar a bexiga, após uma introdução uretral ou pela via suprarrenal tendo duração de dias, ou meses. Este procedimento é utilizado em situações específicas, e sua prescrição tem o objetivo de esvaziar a bexiga para finalidades cirúrgicas e/ou diagnósticas, e em casos de patologias diversas. Pode ser realizada também junto a esse procedimento a administração de medicamentos, além de permitir uma avaliação exata do débito urinário do paciente.
Fonte: souenfermagem.com.br 
Como tudo começou...
http://forumenfermagem.org/feridas/wp-content/uploads/2010/07/Diapositivo5.jpg 
Frederic Eugene Basil Foley (1891-1966) foi um urologista e inventor americano.
A invenção e epônimo mais conhecida de Foley é, sem dúvida, o Cateter de Foley; um dispositivo médico que é visto e usado comumente em todo o mundo.
O cateter original de Foley era feito de látex, que era conhecido por ser citotóxico e causava uma epidemia de estenoses uretrais em pacientes. Hoje, os cateteres de látex são geralmente revestidos com um elastômero de silicone. O elastômero de silicone foi desenvolvido para cateteres na década de 1960 e apresentou melhor tolerância do paciente e quando combinado com revestimentos hidrofílicos apresentou melhores propriedades de fluxo quando comparado aos cateteres de látex. 
Primeiras Sondas 
http://forumenfermagem.org/feridas/wp-content/uploads/2010/07/Diapositivo5
Fonte: google.com
Atenção
A Resolução Cofen nº 450/2013, publicada em dezembro, estabelece as competências da equipe de Enfermagem em relação ao procedimento de Sondagem Vesical (introdução de cateter estéril, através da uretra até a bexiga, para drenar a urina).
Segundo o Parecer Normativo, aprovado pela Resolução, a inserção de cateter vesical é função privativa do Enfermeiro, em função dos seus conhecimentos científicos e do caráter invasivo do procedimento, que envolve riscos ao paciente, como infecções do trato urinário e trauma uretral ou vesical.
Desta forma, a sondagem vesical não pode ser delegada ao profissional de nível médio, é um ato privativo do Enfermeiro.
Quando É Indicado?
Só deve ser utilizada quando houver indicação absoluta do seu uso:
 
Fonte: google imagens
•	Pacientes que requerem acurado controle do débito urinário;
•	Pacientes com problemas neurológicos, como lesões medulares ou bexiga neurogênica;
•	Pacientes com manifestações crônicas de déficits cognitivos, incontinência ou deficiência física;
•	Pacientes que necessitam de cirurgia de bexiga ou com obstrução urinária.
 Procedimentos cirúrgicos do trato urinário
6
Contra indicações
As contraindicações relativas incluem:
Estenose uretral.
Infecção do trato urinário (ITU) atual.
Cirurgia de reconstrução uretral ou cirurgia vesical.
Trauma uretral.
Descentralização da próstata
Traumatismo de períneo (fraturas da pelve) dentre outros.
http://forumenfermagem.org 
7
Traumas na Uretra
 Isso decorre de passagem traumática da sonda.  Uma revisão sistemática verificou que a porcentagem de pacientes que desenvolvem estenose uretral ou erosão uretral é de 3,4% nas passagens traumáticas de sonda vesical.
 Ff
 
 
 
Fonte:neouro.com.br 
Nesses Casos São Indicados As Cistostomias
http://forumenfermagem.org/feridas/wp-content/uploads/2010/07/Diapositivo5.jpg MTeO8AHSy8s/s320/machucado.jpg 
9
Tipos De Sondas Vesicais
http://forumenfermagem.org
Google fotos
10
Tipos De Sondas Vesicais
http://forumenfermagem.org/feridas/wp-content/uploads/2010/07/Diapositivo5 
11
Materiais 
01 par de luvas estéreis;
01 par de luvas de procedimento; 
01 sonda vesical duas vias de calibre adequado; 
Xilocaína gel;
02 pacotes de gaze;
01 seringa de 20 ml e ou 01 seringa de 10 ml(deve ter ponta que encaixe no dispositivo de preenchimento do balonete da sonda); 
15-20 ml de água destilada;
01 agulha de aspiração (40x12);
01 bolsa coletora de urina (sistema fechado);
Fita adesiva microporosa; 
Solução antisséptica aquosa (PVPI degermante ou Clorexidina aquosa 0,2%);  Saco ou lixeira para descarte de material biológico
Fonte:drakeillafreitas.com.br
Como É Colocada A Sonda Vesical De Demora Por Um Enfermeiro?
Reunir todo o material necessário, explicar o procedimento que será realizado ao cliente.
Pedir para que a pessoa fique de barriga para cima, com as pernas abertas para o sexo feminino e as pernas juntas, para o sexo masculino;
Lavar as mãos;
Colocar luvas de procedimento e lavar a região íntima do cliente ( pvpi degermante ou clororexdhine, soro 0.9%, gazinhas estéreis)
Abrir o pacote de cateterismo junto ao cliente, de forma estéril;
Calçar as luvas estéreis, com a ajuda de um técnico de enfermagem, abrir o recipiente da sonda de forma que não contamine o interior do pacote.
Colocar o lubrificante sobre uma das gazes do pacote desprezando a primeira porção da lidocaína gel.
Introduzir a sonda pela uretra, de forma que não cause nenhuma tração, em movimento único e direcional.
Quando houver sinal de urina pelo circuito, é introduzir aproximadamente 3 cm.
 Insuflar o balonete da sonda pela outra via, com agua bidestilada, com aproximadamente 15 ml (caso de adultos) e crianças com no máximo 10 ml.
Conectar a bolsa coletora na sonda, fixa-la em algum membro inferior, identificar: com o nome do responsável pela sondagem, data e horário.
 Fonte:pebmed.com.br 
14
Fixação da SVD
Fonte:imagens google.com
Técnica De Retirada Do Cateterismo Vesical
Técnica para retirada
Explicar, orientar o usuário sobre o procedimento a ser realizado;
Preparar o material a ser utilizado;
Higienizar as mãos;
Calçar as luvas;
Remover a fita de fixação da sonda, cuidadosamente;
Desinsuflar totalmente, o balão com auxílio da seringa;
Remover lentamente, o cateter;
Realizar higiene íntima;
Organizar o ambiente;
Retirar as luvas e higienizar as mãos;
Registrar todo o procedimento executado, bem como tempo de permanência da sonda
e alterações existentes; 
 Desprezar o resíduo em local apropriado.
 
16
Toda solução e suas complicações ...
O uso do cateterismo vesical de demora é considerado o maior condutor das Infecções do Trato Urinário, apresentando uma taxa em torno de 80% e responsável por 35% a 45% de todas as infecções adquiridas no hospital.
A ruptura espontânea do balão da sonda vesical é algo que pode acontecer. 
Uma complicação grave é a formação de fístula vesical para outras estruturas pélvicas, podendo ocorrer fístulas com o intestino delgado, com os cólons, com o reto e com a vagina (ou seja, entero-vesical, cólon-vesical , reto-vesical e vesico-vaginal).
A presença de dor e sangramento após a inserção da sonda e consequente incapacidade para passar uma nova sonda sugerem que um falso trajeto pode ter sido criado.
17
 Tempo de permanência 
 Os trechos abaixo revelam uma relação diretamente proporcional entre tempo de permanência do cateterismo vesical de demora e o diagnóstico de infecção do trato urinário:
Estudos demonstram um risco de 2,5% para um dia de cateterismo, 10% para dois a três dias, 12,2% para quatro a cinco dias, chegando a 26,9% com duração igual ou maior do que seis dias.( fonte:  Nicolle LE. Epidemiology of urinary tract infection).
Aproximadamente 80% das ITU’s relacionadas à assistência à saúde estão associadas ao uso do cateter vesical (CV). O risco de desenvolver ITU’s associada a CV aumenta com duração do cateterismo, podendo chegar a 5% a cada dia de uso. Assim, estima-seque, após 28 dias de cateterização, esse risco eleve-se para 100%, culminando em aproximadamente 4% dos pacientes com evolução para sepse secundária à infecção e uma taxa de mortalidade estimada em até 30%. 
A duração do cateterismo é, provavelmente, o mais importante fator de risco na instalação da bacteriúria associada ao cateter de demora. Estudos epidemiológicos têm demonstrado claramente que o risco de infecção urinária, associada ao cateter de demora, está relacionado com a duração do cateterismo. Tem sido encontrada uma progressiva bacteriúria em pacientes com cateter de demora. Assim, foi verificado que, quando a contagem microbiana era inicialmente mais baixa detectável em 90%dos casos ocorreu um aumento para 105 colônias/ ml de urina, dentro de três dias. 
( fonte:  Nicolle LE. Epidemiology of urinary tract infection).
Toda solução e suas complicações ...
 
 
 Fonte: Associaçãoportuguesaurologia.com Fonte:msdmanuals.com
O Papel Da Enfermagem É Fundamental
 De acordo com um site de pesquisa desenvolvida em uma UTI no Irã, identificou que a prevenção de complicações decorrentes da inserção de CVD, de um modo geral, está nas mãos da ENFERMAGEM. 
 Inicia-se, a partir da decisão pela cateterização vesical, a escolha do cateter ideal, a habilidade na inserção, a garantia de uma fixação correta, evitando peso excessivo na bolsa de drenagem e prevenindo a retirada ou tração acidental do mesmo. 
 O uso desnecessário desse dispositivo também está relacionado a maiores chances em desenvolver infecção do trato urinário (ITU), sendo recomendado o tratamento com antibiótico. Desta forma, ocorrerá um aumento nos custos da internação, além do maior tempo de permanência no hospital para a realização do tratamento propriamente dito.
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6006/complicacoes_do_uso_de_sonda_vesical.htm
20
Infecção do trato urinário 
( ITU)
 A ITU é caracterizada pela presença de micro-organismos nas vias urinárias, sendo no trato urinário, na bexiga, próstata, sistema coletor ou rins. Seu surgimento resulta em grande repercussão econômica, devido ao tratamento que será ofertado ao paciente, gerando custos extras de internação, além de grandes potenciais de complicações que podem ocorrer ocasionando danos e/ou sequelas ao paciente. 
 O crescimento bacteriano inicia-se após a instalação do cateter, numa proporção de 5-10% ao dia, estando presente em todos os pacientes ao final de quatro semanas. Inicialmente, os agentes etiológicos responsáveis por essas ITU costumam pertencer à microbiota do paciente.
 Principais agentes etiológicos:
Escherichia coli.
Klebsiella
Proteus
Enterobacter
Citobacter
Pseudomonas
21
 Principais Fatores De Risco
 Sexo feminino;
 Idade avançada, Manipulação do trato urinário;
 Disfunções anatômicas e fisiológicas do sistema;
 Patologias associadas;
 Tempo de duração do cateterismo;
Como Prevenir As Complicações Devido Ao Cateterismo Vesical?
 
Avaliação diária das necessidades desse dispositivo; 
Manutenção adequada e feedback de dados; 
Uso do Bundle, lembretes, treinamento, além da padronização do protocolo de cuidados com esses dispositivos para todos os responsáveis do estabelecimento, são estratégias para a prevenção.
Fonte: google fotos
23
Caso clínico 
Trata-se de paciente do sexo feminino S.T.R. 34 anos,
 G4Pc2A2> Gs- Rh: A positivo> Estrepto B negativo em 31-08-21> 
VRDL e HIV: não reagente nesta data. HP: pericardite em uso de prednisona 15 mg-dia HAC em uso de Metildopa 250 mg TID.
 Alérgica a nimesulida, admitida por gestação de 37 semanas em trabalho de parto seguido de amniorrexe.
 Parto cesária devido iterativa em 04-09-21 22:24. Ato dito sem intercorrências. 
Sangramento habitual. Diurese clara e satisfatória em SVD- cerca de 800 ml no momento. 
Puerpério patológico. Retirado sonda vesical de demora, orientações a estimular a deambulação, ingestão de água. Segue em observação clínica – da equipe de enfermagem e médica.
Esse procedimento é um pouco desconfortável, mas é necessário, pois a bexiga precisa estar totalmente vazia no momento da cesárea, para diminuir os riscos de lesão nesse órgão
Caso Clínico
Trata-se de um paciente sexo masculino, J.J.T. 70 anos, veio a procura de uma unidade de pronto atendimento devido a prostração, disúria e urgência miccional.
Foram solicitados exames de urina, devido suspeita de ITU. Que foi comprovado a ITU, pelas amostras de sangue, sem estado febril, constatado que a creatinina em nível alto (2,9 mgdl).
Foi direcionado a unidade de internação do hospital Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte, iniciado tratamento com atb (ciprofloxacino),HAS, jato urinário fraco, noctúria, com sensação de esvaziamento da bexiga completa, no hospital, foi submetido a exames de imagem, observando aumento prostático de aproximadamente 90 gr. A bexiga apresentou hidronefrose leve bilateral. Realizado sondagem vesical, insuficiência pós renal.
Próstata aumentada, obstrui o canal, a obstrução causa refluxo, comprometendo o rim, ocasionando ITU, obtiveram melhora do quadro da infecção, mantendo-se sem hematúria. Melhora da função renal devido a sonda. Foi solicitado avaliação da urologia, para futuramente realizar prostatectomia, devido a insuficiência renal. Está em acompanhamento com a nefrologia. Obteve dois episódios de ITU em 6 meses. Segue ainda em acompanhamento com a urologia, pós cirúrgico.
 Conclusão
 O cateterismo vesical de demora é um dos procedimentos realizados em larga escala em unidades hospitalares.
 Entretanto,esse procedimento pode acarretar riscos e danos á saúde dos pacientes, quando não realizado de forma criteriosa e asséptica.
 O tempo de permanência do cateter no sistema urinário contribui consideravelmente para o surgimento de sinais e sintomas de infecção urinária após o cateterismo vesical de demora. E, quanto maior o tempo do cateter no organismo do paciente, maior o risco do desenvolvimento de alguma complicação. Neste contexto, a enfermagem deverá utilizar de seus conhecimentos técnico-científicos para realização de cuidados visando diminuir os riscos, dentre eles: lavagem das mãos de forma adequada, higienização corporal diária do paciente, monitorização das técnicas e a forma que a sonda está sendo manipulada. Além disso, torna-se necessário conscientizar os membros da equipe de enfermagem quanto a importância dos treinamentos em serviço para aprimorar cada vez mais a realização do procedimento e a implantação de protocolos de intervenções para serem seguidos de forma unificada.
Referências
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (BR). Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde. Brasília: Anvisa; 2017.
Anvisa.gov.br pesquisa infecção do trato urinário relacionada a sonda vesical de demora . Disponível em : https://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo5/pre_urinario2.htm > Acesso em 02 set 2021.
Ercole, F. F.; Macieira, T. G. R.; Wenceslau, L. C. C.; Martins, A. R.; Campos, C. C, & Chiana, T. C. M. (2013) Revisão Integrativa: Evidências na Prática do Cateterismo Urinário Intermitente/Demora. Revista Latino - Am Enfermagem. 21(1), 1-10
Godoy, S.; Marchi-Alves, L. M, & Larchercaliri, M. H. (2015). Aprender Para Cuidar em Enfermagem: Situações Especificas de Aprendizagem: cateterismo vesical de demora masculino e feminino. Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto- USP. 60.
Marks, F. O., Oliveira, T. M. S. de, Ferreira, G., Dallabrida, M. M., Bisewski, C. G., & Souza, P. A. de. (2020). Infecção do trato urinário: etiologia, perfil de sensibilidade e resistência aos antimicrobianos em hospital pediátrico. Research, Society and Development, 9(8), e677985807. https://doi.org/10.33448/rsdv9i8.5807
Medicina-net pesquisa complicações do uso de sonda vesical. Disponível em : https://www.medicinanet.com.br/conteudos/revisoes/6006/complicacoes_do_uso_de_sonda_vesical.htm> Acesso em 02 set 2021.
Tolentino ACMS, Schutz V, Perigrino AAF et al. Epidemiological profile of pacients in the ICU, in use of indwelling vesical catheter. Rev enferm UFPE on line [Internet]. 2014 [acesso em 20 Jul 2018]; 8(10): 3256-3265. Disponível em: https://periodicos.ufpe.br/ revistas/revistaenfermagem/article/view/10055. 
http://urologichistory.museum/content/collections/uropeople/foley/p1.cfm 09-09-2021 
ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de prevenção de infecção relacionada à assistência à saúde: medidas de prevenção de infecção do trato urinário. Série Segurança do paciente e Qualidade em Serviços de Saúde. Brasília; 2017

Continue navegando