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ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSAO - TEXTO AULA 2

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29/09/2021 11:17 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/35
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A
PROFISSÃO
AULA 2
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29/09/2021 11:17 UNINTER - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E A PROFISSÃO
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/35
 
Prof.ª Dayse Mendes
CONVERSA INICIAL
Nesta aula, conversaremos sobre competências. Para tanto, vamos conhecer quais são as áreas de
atuação que competem ao engenheiro de produção e quais são os papéis exercidos por esse
profissional dentro das organizações. Assim, inicialmente, analisaremos as novas diretrizes para os cursos
de Engenharia, instituídas pelo Ministério da Educação (MEC) em 2019. Em seguida, entenderemos
algumas das áreas de atuação específicas do engenheiro de produção, tais como a engenharia de
operações e de produção; de logística; de pesquisa operacional e engenharia da qualidade que, segundo
a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), estão relacionadas ao conhecimento que o
profissional deve possuir para atuar no mercado de trabalho ou na academia, realizando pesquisa e
lecionando. Vamos lá!
TEMA 1 – DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS DO CURSO DE
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA
A educação no Brasil é regida por uma série de leis e normas que orientam as ações desde o ensino
infantil até o ensino superior. Dentre essas regras, destaca-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), cuja versão mais atual, promulgada em 1996, propõe o trabalho com competências em
todos os níveis de ensino, encerrando de vez a ideia de que as instituições de ensino, por meio de seus
professores, devem somente prover o aluno de informações.
Nesse sentido, todas as demais normas derivadas da LDB caminham no sentido de garantir que,
além de desenvolver conhecimento, o aluno deva igualmente desenvolver habilidades e competências.
Assim, foram elaboradas, entre outros documentos, as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os
cursos superiores. As DCN determinam os objetivos e as metas necessários a cada campo de atuação do
nível superior, delimitando as ações dos cursos com relação a sua organização, e servem de base para a
construção do Projeto Pedagógico do Curso (PPC) da instituição de ensino.
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As primeiras DCN para os cursos de graduação em Engenharia foram homologadas em 2002 e
como, de lá para cá, muitas mudanças aconteceram em termos sociais, econômicos e tecnológicos,
verificou-se a necessidade de revisá-las. Todas as partes interessadas da sociedade foram convidadas a
participar das discussões, das quais surgiram as novas normas para os cursos de Engenharia, instituídas
em 2019.
A intenção com a promulgação das novas diretrizes é tornar o ensino de Engenharia mais alinhado
às transformações de nossa sociedade, em especial as transformações digitais, a fim de acompanhar a
chegada da indústria 4.0.
1.1 AS DISPOSIÇÕES DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS
O documento das Diretrizes Curriculares Nacionais de 2019 é composto por seis capítulos, quais
sejam:
I. Das disposições preliminares;
II. Do perfil e competências esperadas do egresso;
III. Da organização do curso de graduação em engenharia,
IV. Da avaliação das atividades;
V. Do corpo docente;
VI. Das disposições finais e transitórias.
Como nosso objetivo, neste momento, é comentar as competências, mais adiante vamos estudá-los
com mais profundidade.
Existe uma expectativa de que o engenheiro tenha uma série de competências ao encerrar seus
estudos e iniciar sua atuação profissional. A DCN destaca as seguintes:
I - ter visão holística e humanista, ser crítico, reflexivo, criativo, cooperativo e ético e com forte
formação técnica;
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II - estar apto a pesquisar, desenvolver, adaptar e utilizar novas tecnologias, com atuação inovadora e
empreendedora;
III - ser capaz de reconhecer as necessidades dos usuários, formular, analisar e resolver, de forma
criativa, os problemas de Engenharia;
IV - adotar perspectivas multidisciplinares e transdisciplinares em sua prática;
V - considerar os aspectos globais, políticos, econômicos, sociais, ambientais, culturais e de segurança e
saúde no trabalho;
VI - atuar com isenção e comprometimento com a responsabilidade social e com o desenvolvimento
sustentável. (Brasil, 2019)
Dessa forma, entende-se que o engenheiro deve exercer sua profissão consciente de que há
múltiplas implicações em seu ofício, muito além do cuidado, elas também consideram os aspectos
técnicos dos problemas das organizações e da sociedade como um todo. Nesse sentido, de acordo com
as DCN, o curso de graduação em Engenharia deve proporcionar uma série de competências gerais ao
futuro engenheiro, tais como:
I - formular e conceber soluções desejáveis de engenharia, analisando e compreendendo os usuários
dessas soluções e seu contexto:
a) ser capaz de utilizar técnicas adequadas de observação, compreensão, registro e análise das
necessidades dos usuários e de seus contextos sociais, culturais, legais, ambientais e econômicos;
b) formular, de maneira ampla e sistêmica, questões de engenharia, considerando o usuário e seu
contexto, concebendo soluções criativas, bem como o uso de técnicas adequadas;
II - analisar e compreender os fenômenos físicos e químicos por meio de modelos simbólicos, físicos e
outros, verificados e validados por experimentação:
a) ser capaz de modelar os fenômenos, os sistemas físicos e químicos, utilizando as ferramentas
matemáticas, estatísticas, computacionais e de simulação, entre outras.
b) prever os resultados dos sistemas por meio dos modelos;
c) conceber experimentos que gerem resultados reais para o comportamento dos fenômenos e
sistemas em estudo.
d) verificar e validar os modelos por meio de técnicas adequadas;
III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos (bens e serviços), componentes ou processos: a) ser
capaz de conceber e projetar soluções criativas, desejáveis e viáveis, técnica e economicamente, nos
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contextos em que serão aplicadas;
b) projetar e determinar os parâmetros construtivos e operacionais para as soluções de Engenharia;
c) aplicar conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de
Engenharia;
IV - implantar, supervisionar e controlar as soluções de Engenharia:
a) ser capaz de aplicar os conceitos de gestão para planejar, supervisionar, elaborar e coordenar a
implantação das soluções de Engenharia.
b) estar apto a gerir, tanto a força de trabalho quanto os recursos físicos, no que diz respeito aos
materiais e à informação;
c) desenvolver sensibilidade global nas organizações;
d) projetar e desenvolver novas estruturas empreendedoras e soluções inovadoras para os problemas;
e) realizar a avaliação crítico-reflexiva dos impactos das soluções de Engenharia nos contextos social,
legal, econômico e ambiental;
V - comunicar-se eficazmente nas formas escrita, oral e gráfica:
a) ser capaz de expressar-se adequadamente, seja na língua pátria ou em idioma diferente do
Português, inclusive por meio do uso consistente das tecnologias digitais de informação e comunicação
(TDICs), mantendo-se sempre atualizado em termos de métodos e tecnologias disponíveis;
VI - trabalhar e liderar equipes multidisciplinares:
a) ser capaz de interagir com as diferentes culturas, mediante o trabalho em equipes presenciais ou a
distância, de modo que facilite a construção coletiva;
b) atuar, de forma colaborativa, ética e profissional em equipes multidisciplinares, tanto localmente
quanto em rede;
c) gerenciar projetos e liderar, de forma proativa e colaborativa, definindo as estratégiase construindo
o consenso nos grupos;
d) reconhecer e conviver com as diferenças socioculturais nos mais diversos níveis em todos os
contextos em que atua (globais/locais);
e) preparar-se para liderar empreendimentos em todos os seus aspectos de produção, de finanças, de
pessoal e de mercado;
VII - conhecer e aplicar com ética a legislação e os atos normativos no âmbito do exercício da profissão:
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a) ser capaz de compreender a legislação, a ética e a responsabilidade profissional e avaliar os impactos
das atividades de Engenharia na sociedade e no meio ambiente.
b) atuar sempre respeitando a legislação, e com ética em todas as atividades, zelando para que isto
ocorra também no contexto em que estiver atuando; e
VIII - aprender de forma autônoma e lidar com situações e contextos complexos, atualizando-se em
relação aos avanços da ciência, da tecnologia e aos desafios da inovação:
a) ser capaz de assumir atitude investigativa e autônoma, com vistas à aprendizagem contínua, à
produção de novos conhecimentos e ao desenvolvimento de novas tecnologias.
b) aprender a aprender. (Brasil, 2019)
Ressalta-se nas DCN que, além das competências exigidas para o curso de Engenharia, “devem ser
agregadas as competências específicas de acordo com a habilitação ou com a ênfase do curso” (Brasil,
2019).
O capítulo é encerrado com o art. 5º, cujo conteúdo é o seguinte:
O desenvolvimento do perfil e das competências, estabelecidas para o egresso do curso de graduação
em Engenharia, visam à atuação em campos da área e correlatos, em conformidade com o estabelecido
no Projeto Pedagógico do Curso (PPC), podendo compreender uma ou mais das seguintes áreas de
atuação:
I - atuação em todo o ciclo de vida e contexto do projeto de produtos (bens e serviços) e de seus
componentes, sistemas e processos produtivos, inclusive inovando-os;
II - atuação em todo o ciclo de vida e contexto de empreendimentos, inclusive na sua gestão e
manutenção; e
III - atuação na formação e atualização de futuros engenheiros e profissionais envolvidos em projetos
de produtos (bens e serviços) e empreendimentos.(Brasil, 2019)
Figura 1 —Engenheiro super-herói
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Crédito: Christos Georghiou/Shutterstock
Não se pretende que um único engenheiro seja totalmente competente em todas as características
apresentadas na DCN, mas que ele busque desenvolvê-las durante o seu curso de graduação e perceba
quais as mais relevantes para sua área de atuação profissional após formado.
1.2 A ABEPRO E AS COMPETÊNCIAS DO ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO
Como as DCN propõem, além das características gerais necessárias a qualquer engenheiro, também
há papéis específicos a serem desenvolvidos pelo engenheiro em sua habilitação específica. O
engenheiro de produção tem sua atuação delimitada pelo Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia (CREA) e a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO). Conforme a própria
ABEPRO (2019) a:
associação atua [desde 1987] assumindo as funções: de esclarecer o papel do Engenheiro de
Produção na sociedade e em seu mercado de atuação, ser interlocutor junto às instituições
governamentais relacionadas à organização e avaliação de cursos (MEC e INEP) e de fomento (CAPES,
CNPq , FINEP e órgãos de apoio à pesquisa estaduais), assim como em organizações privadas, junto ao
CREA, CONFEA, SBPC, ABENGE e outras organizações não governamentais que tratam a pesquisa, o
ensino e a extensão da engenharia.
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De acordo com a Associação, as áreas de atuação do engenheiro de produção são nove:
engenharia de operações e processos da produção;
logística;
pesquisa operacional;
engenharia da qualidade;
engenharia do produto;
engenharia organizacional;
engenharia econômica;
engenharia do trabalho;
engenharia da sustentabilidade.
Além dessas áreas, a ABEPRO indica a educação em Engenharia de Produção, como mais uma área
de atuação voltada a academia, como uma espécie de “Engenharia Pedagógica”. Nesta aula, tratamos
das quatro primeiras áreas.
TEMA 2 – ENGENHARIA DE OPERAÇÕES E PROCESSOS DA PRODUÇÃO
Um dos atributos do engenheiro de produção é a capacidade de aplicar conceitos de gestão nos
processos produtivos sobre os quais tem responsabilidade. Assim, as clássicas funções administrativas
de planejar, organizar, dirigir e controlar devem ser usadas pelo engenheiro, bem como as ferramentas
de gestão de projetos que proporcionam a entrega de serviços de Engenharia. Para tanto, o engenheiro
deve se preparar para ter uma visão sistêmica e estratégica, tanto do processo produtivo quanto da
organização em que atua.
No Brasil, desde a década de 1990, com a abertura de mercado, as empresas precisaram se adequar
às novas exigências mercadológicas para se manterem à frente de suas concorrentes. De acordo com
Neumann (2013), o engenheiro de produção deve observar que o processo de tomada de decisão é
cada vez mais veloz; o ciclo de vida dos produtos se reduz vertiginosamente; os recursos materiais ficam
cada vez mais escassos; os mercados são cada vez mais competitivos. Em decorrência desse cenário, o
conhecimento de sistemas de operações e processos produtivos faz diferença na atuação empresarial e
na manutenção de uma posição sustentável frente ao mercado.
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2.1 GESTÃO DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO E OPERAÇÕES
O engenheiro de produção terá sob sua responsabilidade os sistemas produtivos da organização
em que atua. Dessa forma, precisa compreender o que é um sistema e como gerenciá-lo. Chiavenato
(2014, p. 339) conceitua sistema como um “conjunto de elementos interdependentes e interagentes ou
um grupo de unidades combinadas que formam um todo organizado”.
A Figura 2 mostra que um sistema tem uma entrada (input) em que todos os insumos necessários
ao sistema, provenientes do ambiente externo, chegam. Depois, vem a etapa de processamento, que
transforma entradas em saídas, que correspondem ao próximo componente do sistema, quando se
disponibiliza o produto (bem ou serviço) ao ambiente externo ao sistema. Ainda há a necessidade de
verificar se as saídas do sistema estão corretas. Caso não estejam, se faz necessário o feedback, ou a
retroação, para ajustar ou modificar os processos. Ainda é necessário observar que qualquer sistema
estará imerso em um ambiente externo com elementos que interagem com ele.
Figura 2 — Sistema produtivo
Fonte: Garcia, 2016, p. 88.
Para entender com mais clareza os sistemas produtivos, é possível classificá-los conceitualmente.
Moreira (2012, p. 9) afirma que os sistemas produtivos podem ser categorizados em três tipos distintos,
de acordo com o fluxo do processo produtivo: “a. Sistemas de produção contínua ou de fluxo em linha;
b. Sistemas de produção por lotes ou por encomenda (fluxo intermitente); c. Sistemas de produção para
grandes projetos sem repetição”. Nesse tipo de classificação, observa-se a maneira como o produto se
desloca dentro do processo produtivo. Também é possível classificar os sistemas conforme seu modo de
saída em sistema empurrado (tradicional) ou sistema puxado (Just in Time).
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2.2 PLANEJAMENTO, PROGRAMAÇÃO E CONTROLE DA PRODUÇÃO (PPCP)
Para que as empresas possam alcançar seus objetivos de forma eficaz, utilizando adequadamente os
recursos à sua disposição, elas precisam planejar antecipadamente seus processos e controlá-los na
medida em que as ações são realizadas. A área responsável por todas essas ações é a de Planejamento,
Programação e Controle da Produção (PPCP).Conforme Bezerra (2013, p. 11), essa área “consiste na
utilização de vários procedimentos para operacionalizar o processo de produção de um bem ou serviço”.
Os procedimentos de PPCP dependem do tipo de processo produtivo que a organização apresenta,
pois há diferenças nas ações caso o sistema seja empurrado ou puxado.
No caso do sistema empurrado, em que se produz antes de qualquer venda e se estoca o produto
até ele sair do sistema, as ações de PPCP visam:
prever a demanda;
realizar o plano mestre de produção observando quantidades a serem produzidas e tempo de
produção;
distribuir ordens de produção pelo processo produtivo;
organizar o estoque de forma a que seja o mínimo necessário para atender clientes sem gerar
custos altos;
controlar se todo o sistema está funcionando conforme o planejado.
Figura 3 — Sistema de produção empurrado
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Fonte: Tubino, 1999, p. 35.
No caso do sistema puxado, ou Just in Time, como a ordem de produção só acontece a partir do
momento em que o produto foi solicitado pelo cliente, modificam-se as funções do PPCP, que passa a
atuar com modelos japoneses de gestão, em especial utilizando o sistema Kanban, que consiste em
autorizar a produção por meio de sinais visuais diretamente para quem executa o trabalho.
Figura 4 — Sistema de produção puxado (JIT)
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Fonte: Tubino, 1999, p. 37.
Independentemente do tipo de sistema produtivo, cabe também ao PPCP programar a produção.
Para tanto, é necessário escolher os sistemas de informação que auxiliarão nessa tarefa, desde um
simples MRP (Material Requirements Planning), que auxilia na programação de tempo e de quantidade a
ser produzida, passando pelo ERP (Enterprise Resource Planning), cuja função é integrar as várias áreas e
funções da empresa, até os atuais sucessores do ERP como, por exemplo, o XERP (Alternate Enterprise
Resource Planning) ou o ERP estendido, que integra não somente as funções internas, mas também
elementos externos ao sistema produtivo, como clientes ou fornecedores, e armazena as informações na
nuvem.
2.3 GESTÃO DA MANUTENÇÃO
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Os sistemas produtivos são compostos, entre outros elementos, por equipamentos e máquinas, que
devem estar disponíveis e em perfeito funcionamento quando solicitados. O engenheiro de produção
deve gerenciar essa situação, dispondo de um sistema de gestão de manutenção que seja eficaz e evite
quebras ou paradas inesperadas. Ter um planejamento de manutenção auxilia no objetivo de manter o
processo produtivo em conformidade com o planejado. Existem três tipos distintos de manutenção: a
corretiva, a preventiva e a preditiva.
A manutenção corretiva é a menos desejada de se usar, pois significa que houve um problema e a
manutenção será realizada para recolocar a máquina/o equipamento em atividade.
A manutenção preventiva, por sua vez, é planejada e realizada com uma frequência
predeterminada, quer o equipamento esteja com problemas, quer não. O objetivo é, conforme Seleme
(2015, p. 19), “reduzir a probabilidade de falha ou a degradação de funcionamento de um item”. Assim
se reduz a probabilidade de falhas.
Já a manutenção preditiva parte do pressuposto de que o ideal em termos de manutenção é
aplicar técnicas de análise para minimizar as manutenções corretivas e preventivas. Para realizar essas
análises “utiliza-se de métodos de medição modernos e de processamento de sinais para diagnosticar
com precisão as condições dos itens/equipamentos durante a operação” (Seleme, 2015, p. 19).
Para realizar as manutenções, é elaborado um plano, um documento em que se estipula todos os
procedimentos a serem efetivados, no qual se descreve quais são as máquinas/os equipamentos, que
tipo de manutenção eles devem sofrer, qual a frequência de manutenção e quais serão os recursos
utilizados.
Figura 5 — Plano de manutenção
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Crédito: Kenary820/Shutterstock
2.4 PROJETO DE FÁBRICA E DE INSTALAÇÕES INDUSTRIAIS: ORGANIZAÇÃO
INDUSTRIAL, LAYOUT/ARRANJO FÍSICO
O projeto de fábrica e de instalações industriais envolve planejamento estratégico da produção.
Essa área trata de decisões importantes para o funcionamento eficaz do processo produtivo da
organização. Entre tais decisões estão a escolha do local de instalação da empresa, a definição do tipo
de operações, a organização do tipo de layout mais adequado para as operações instaladas, o
dimensionamento dos recursos necessários a essas operações.
Escolher o local em que se instalará uma planta industrial ou qualquer outro tipo de organização é
uma decisão estratégica em termos de custos e de sobrevivência no mercado. Cabe ao engenheiro de
produção a análise de uma série de fatores para fazer a escolha mais satisfatória. Dentre esses fatores
pode-se destacar a proximidade com fornecedores e clientes, a disponibilidade de infraestrutura viária,
de infovias, e de transporte; a proximidade de portos, aeroportos e centros de distribuição; a existência
de espaços disponíveis adequados e de baixo custo; a possível isenção de impostos; a disponibilidade de
fornecedores de serviços como bancos, centros de negócios, espaços para eventos e feiras,
supermercados. Também são fatores relevantes o grau de escolarização da mão de obra disponível; a
existência de sindicatos que intervenham no relacionamento entre a empresa e seus funcionários; o valor
médio de salários na região; entre outros.
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Depois de definido o local onde a empresa se instalará, é preciso planejar os aspectos físicos dessa
instalação. Para tanto, são dimensionados os recursos a serem utilizados e são realizados estudos de
layout. Existem vários tipos diferentes de layout, os quais atendem a diferentes necessidades da empresa
e se adequam melhor a determinados tipos de sistema produtivo. Como tipos de arranjo físico, podem
ser citados o arranjo físico posicional; o arranjo físico por processo; o arranjo físico celular; o arranjo
físico por produto; e os arranjos físicos mistos (Slack; Brandon-Jones; Johnston, 2018).
Quadro 1 — Tipos de arranjo físico (layout)
Tipos de processos de fabricação Tipos de arranjos físicos básicos Tipos de processos de serviço
Processos do projeto
Arranjo físico posicional
Arranjo físico funcional Arranjo físico posicional
Arranjo físico funcional
Arranjo físico celular
Serviços profissionais
Processos de jobbing
Arranjo físico posicional
Arranjo físico funcional
Processos de lote
Arranjo físico posicional
Arranjo físico celular Arranjo físico funcional
Arranjo físico celular
Loja de serviço
Processos em massa
Arranjo físico celular
Arranjo físico por produto
Processos contínuos Arranjo físico por produto
Arranjo físico celular
Arranjo físico por produto
Serviços em massa
2.5 PROCESSOS PRODUTIVOS DISCRETOS E CONTÍNUOS: PROCEDIMENTOS,
MÉTODOS E SEQUÊNCIAS
O planejamento da produção de um bem ou serviço depende do tipo de produto que resultará
dessa operação de produção. Nesse tipo de classificação, Tubino (1999, p. 30) propõe distinguir as
operações em processo contínuo, que é aquele processo em que a produção tem como resultado um
produto que não pode ser identificado individualmente; e em processo discreto, que é aquele que tem
por resultado um produto isolado em unidades ou lotes.
Fonte: Slack et al., 2018
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Por resultarem em produtos diferentes, suas características de operação também são distintas.
Pode-seobservar essas diferenças no Quadro 2, que apresenta uma série de variáveis do processo de
produção e como elas se comportam de acordo com o tipo de processo produtivo, ressaltando que o
processo produtivo discreto pode ser dividido em três operações distintas: repetitivo em massa,
repetitivo em lotes, e por projeto. Cada um dos tipos de processo produtivo exige do engenheiro de
produção uma forma diferente de gerenciá-lo para que seus resultados sejam eficazes.
Quadro 2 — Características dos processos produtivos
  Contínuo
Discreto
Repetitivo em massa Repetitivo em lotes Projeto
Volume de produção Alto Alto Médio Baixo
Variedade de produtos Pequena Média Grande Pequena
Flexibilidade Baixa Média Alta Alta
Qualificação da mão de obra Baixa Média Alta Alta
Layout Por produto Por produto Por processo Por processo
Capacidade ociosa Baixa Baixa Média Alta
Lead time Baixo Baixo Médio Alto
Fluxo de informações Baixo Médio Alto Alto
Produtos Contínuos Em lotes Em lotes Unitário
Fonte: Tubino, 1997, p. 29
2.6 ENGENHARIA DE MÉTODOS
O início do estudo de métodos ocorre no princípio do século XX, quando alguns estudiosos da
forma de trabalhar em uma fábrica começaram a propor métodos científicos para a melhoria da
produtividade do trabalhador. O mais importante desses teóricos, sem dúvida, é Frederick Winslow
Taylor, reconhecido pelos seus estudos sobre a organização do trabalho.
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Para Taylor, é necessário planejar as tarefas do operário, a fim de aproveitar o máximo de sua
energia. Assim, ele conseguirá ter a máxima eficiência, produzindo mais no mesmo tempo, e a empresa
terá mais lucratividade. Tudo isso foi possibilitado pela Administração Científica.
A Administração Científica pode ser entendida sob dois aspectos: a busca do melhor meio para
executar uma operação, fazendo experimentos para chegar a esse melhor caminho (best way); e a
divisão do trabalho entre o operário e o engenheiro, que terão atribuições diferentes, pois cabe ao
engenheiro descobrir e planejar esses melhores meios de realizar as tarefas e aos trabalhadores cumprir
o estipulado pelos engenheiros. Conforme Mendes (2003, p. 38), a descoberta do melhor meio é “feita
levando-se em conta o material mais indicado, os melhores instrumentos de trabalho, ferramentas e
máquinas, a melhor manipulação dos instrumentos, o melhor fluxo de trabalho e a mais lógica sequência
de movimentos”. Assim, o método para realizar as atividades passa a ser fundamental para aumentar a
eficácia do chão de fábrica.
Contribuindo com os estudos de Taylor, Lilian e Frank Gilbreth decidiram estudar, na mesma época
que ele, como as tarefas deveriam ser realizadas para aumentar a produtividade dos operários nas
fábricas. Esse estudo baseou-se na ideia de Taylor de decompor as atividades em vários pequenos
elementos, que poderiam ser medidos em termos de tempo. O casal Gilbreth se propõe a estudar os
movimentos realizados por um operário ao realizar seu trabalho. Conforme Agostinho (2015, p. 93-94), o
casal determinou 17 movimentos básicos, que são:
1. Alcançar; 2. Pegar; 3. Mover; 4. Colocar em posição; 5. Juntar (posicionar); 6. Desmontar (separar);
7. Usar; 8. Soltar; 9. Procurar; 10.  Encontrar; 11. Escolher; 12. Pré-colocar em posição (preparar);
13. Pensar; 14. Examinar; 15. Atraso inevitável; 16. Atraso evitável; 17. Tempo de descanso.
Com o passar do tempo, acrescentou-se o 18º elemento: Segurar.
Para Tardin et al. (2013, p. 3), a Engenharia de Métodos tem por objetivo fazer o estudo e a análise
do trabalho nas organizações. Dessa forma, é possível “desenvolver métodos práticos e eficientes
buscando a padronização do processo”. Ainda conforme os autores, a Engenharia de Métodos usa uma
série de ferramentas, tais como Fluxogramas, Mapofluxograma, Gráfico das duas mãos, Estudo de
tempos, e estuda
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a concepção e a seleção da melhor organização da atividade, ainda avalia o melhor método de
produção, dos processos, do uso das ferramentas e equipamentos e das competências operacionais
para produzir um produto. Com o objetivo de reduzir o tempo de produção para o mercado, garantir
maior qualidade e padronização, e ainda facilidade e economia de meios na fase de industrialização e
de produção. (Tardin et al., 2013, p. 3)
TEMA 3 – LOGÍSTICA
A Logística é uma das áreas que mais demanda engenheiros de produção na atualidade e que vem
crescendo tanto no uso dentro das organizações quanto em seu desenvolvimento teórico. Inicialmente
entendida pelas empresas como duas áreas separadas, a interna à organização, relacionada a seus
estoques e movimentação de material, e a externa, relativa ao transporte de matéria-prima e produtos
acabados, a Logística tem ampliado seu escopo, juntando as funções internas e externas em uma gestão
geral da cadeia de suprimentos. Dessa forma, a área atualmente conta com:
técnicas para o tratamento das principais questões envolvendo o transporte, a movimentação, o
estoque e o armazenamento de insumos e produtos, visando a redução de custos, a garantia da
disponibilidade do produto, bem como o atendimento dos níveis de exigências dos clientes. (ABEPRO,
2019)
Figura 6 — Áreas da Logística
Crédito: Macrovector/Shutterstock
A Logística tem um relacionamento duradouro com o desenvolvimento da humanidade ao longo da
história. As primeiras ações logísticas foram realizadas quando, ainda nômade, o homem procurava por
melhores locais para sua sobrevivência, que proporcionassem melhores condições de alimentação para
se sustentar.
Depois de deixar de ser nômade, surgiram novas necessidades logísticas, pois, ao passar a produzir
o alimento, veio a necessidade de estocá-lo. Outros momentos da história também são lembrados pelas
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ações logísticas, tais como o transporte das pedras para a construção das grandes pirâmides no Egito
Antigo, a construção de estradas no Império Romano — sendo que muitas delas ainda estão em uso,
como a Via Ápia, cuja construção teve em 312 a.C. —, e situações militares como a Primeira e a Segunda
Guerra Mundiais. A Logística, como a conhecemos hoje, deriva de conceitos e usos militares e começa a
ser estudada e utilizada pelas organizações somente após a Segunda Guerra Mundial.
Atualmente, de acordo com o Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP), a maior
associação de profissionais envolvidos com supply chain management no mundo, a Logística é
aquela parte do gerenciamento da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla de
maneira eficiente e efetiva os fluxos diretos e reversos, a armazenagem de bens, os serviços e
informações relacionadas entre o ponto de origem e o ponto de consumo para atender às necessidades
dos clientes. (Council of Supply Chain Management Professionals, 2017, tradução nossa)
3.1 GESTÃO DA CADEIA DE SUPRIMENTOS
Cadeia de suprimentos, ou supply chain, diz respeito ao relacionamento entre uma empresa focal
(uma empresa com grande poder de negociação em relação às outras empresas componentes da
cadeia), seus fornecedores e seus clientes. Entende-se que esse relacionamento precisa ser gerenciado
em todos os seus níveis, desde os fornecedores e clientes mais próximos à organização, até aqueles
indiretos ou mais distantes, pois a responsabilidade pelo produto é da empresa focal, e ela só terá
vantagem competitiva em relação a seus concorrentes se controlar os fluxos logísticos, obtendo
benefícios como menores prazos de entrega, maior qualidade e menores custos. Cabe ao engenheiro de
produção mapear e analisar a cadeia de suprimentos da organização sob sua responsabilidade
Figura 7 — Mapeamento da cadeia de suprimentos
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Fonte: traduzido de Lambert, Cooper e Pagh, 1998.
3.2 GESTÃO DE ESTOQUES
Gerir os estoques tem fundamental importância tanto no que diz respeito ao ambiente físico da
organização, pois espaços da empresa serão utilizados para guardar produtos prontos, produtos em
processamento e matéria-prima, quanto ao custo gerado pelo uso desses espaços. É preciso chegar a
uma quantidade adequada de estoque, de forma a garantir a entrega do produto final para o cliente no
prazo correto, sem aumentar os custos da empresa na alocação do espaço físico necessário. Essa
quantidade ideal pode ser calculada pelo engenheiro por meio de ferramentas matemáticas como, por
exemplo, o Lote Econômico.
Além da questão da quantidade ideal, também é necessário alocar os estoques da forma mais
lógica possível, garantindo que eles estejam à disposição no momento necessário, sem gerar dificuldade
em encontrá-los por conta de desorganização do local de armazenagem. Outro cuidado diz respeito ao
fato de que há itens estocados que são mais valiosos do que outros e, por isso, precisam ser
gerenciados mais de perto. Para tanto, é possível utilizar ferramentas que auxiliem a priorização dos
cuidados com os produtos em estoque como, por exemplo, a Curva ABC, baseada no Princípio de
Pareto.
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Figura 8 — Curva ABC para classificação de estoques
Crédito: Casper1774 Studio/Shutterstock
3.3 PROJETO E ANÁLISE DE SISTEMAS LOGÍSTICOS
Para se obter um bom resultado na gestão dos fluxos de materiais dentro de uma cadeia de
suprimentos, as empresas têm adotado ferramentas informatizadas. Conforme Morais (2015, p. 202) esse
tipo de sistema de informação traz benefícios à empresa, tais como “a redução de prazos de
processamento e de custos operacionais”. O autor afirma que o sistema de informações logístico deve
ser escolhido pela sua capacidade de
fornecer informações atualizadas sobre a distribuição de produtos acabados e o recebimento de
suprimentos, bem como indicar a situação interna das operações logísticas. [Desta forma,] os sistemas
logísticos devem ser projetados de maneira a que as pessoas possam controlá-los, entendê-los e
utilizá-los sem riscos de falhas ou de informações corretas. (Morais, 2015, p. 202)
3.4 LOGÍSTICA EMPRESARIAL
Atualmente, a Logística se define em termos empresariais, ou seja, refere-se a atividades
relacionadas ao fluxo de mercadorias em empresas. Entende-se que a função exercida pela Logística
Empresarial diz respeito ao acompanhamento dos fluxos de mercadorias, desde a matéria-prima
disponível no fornecedor até o produto final junto ao consumidor.
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Conforme Ballou (2007), além do fluxo de matérias, cabe à área acompanhar o fluxo de serviços.
Assim, o autor sugere que a Logística é um processo, ou seja, “inclui todas as atividades importantes
para a disponibilização de bens e serviços aos consumidores quando e onde estes quiserem adquiri-los”
(Ballou, 2007, p. 27).
3.5 TRANSPORTE E DISTRIBUIÇÃO FÍSICA
Uma das atividades logísticas que mais se sobressai, sendo às vezes confundida com a própria
Logística, é o transporte, isto é, a movimentação física dos materiais externa à organização. Essa
movimentação pode se dar por meio de cinco modais básicos: hidroviário, ferroviário, rodoviário,
aeroviário e dutoviário. No Brasil, o modal mais utilizado é o rodoviário.
Por ser a atividade que mais agrega custos ao processo logístico da empresa, sua análise e seu
planejamento são fundamentais para as organizações. De acordo com Morais (2015, p. 146), a
distribuição física se refere aos “processos operacionais e de controle que permitem transferir os
produtos desde o ponto de fabricação até sua entrega ao consumidor final atividades relacionadas ao
fluxo de produtos da conversão ao cliente final”. É a parte da Logística Empresarial que corresponde ao
conjunto das operações associadas à transferência dos bens e ao fluxo de informações associado a essas
transferências.
3.6 LOGÍSTICA REVERSA
Uma área mais recente dentro da Logística Empresarial é a Logística Reversa, que tem como maior
atribuição auxiliar nos projetos de sustentabilidade das organizações. Para tanto, busca-se projetar o
retorno de produtos inservíveis, ou seja, dos bens de pós-venda e pós-consumo, à organização. Para
Leite (2002, p. 2), a Logística Reversa agrega valor aos produtos que retornam e à própria organização
em termos “econômico, ecológico, legal, logístico, de imagem corporativa, entre outros”.
No Brasil, a Logística Reversa é proposta na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei n.
12.305/2010, de 2 de agosto de 2010, e seu regulamento, sendo que, no Decreto n. 7.404/2010. de 23 de
dezembro de 2010, destacam-se a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos e a
própria Logística Reversa. (Brasil, 2019)
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A Política Nacional de Resíduos Sólidos define que a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de
vida dos produtos é o
conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo
dos resíduos sólidos, para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para
reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida
dos produtos, nos termos desta Lei. (Brasil, 2019)
E traz o conceito de Logística Reversa como um
instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações,
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor
empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação
final ambientalmente adequada. (Brasil, 2019)
Figura 9 — Logística Reversa
Fonte: Leite, 2002, p. 2
3.7 LOGÍSTICA DE DEFESA
A Logística de Defesa diz respeito ao provimento de recursos para sustentar as operações das
Forças Armadas em quaisquer situações em que elas tenham que ser empregadas.
A Base Logística de Defesa (BLD) inclui toda a infraestrutura e as instituições do país envolvidas com
atividades de aparelhamento de meios de defesa e mobilização de ativos e recursos, de qualquer
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natureza, disponíveis no país, para fins de defesa. A BLD é formada pela infraestrutura industrial;
científico-tecnológica; de inteligência e de financiamento da defesa; por aquela voltada para o
planejamento e execução da mobilização dos recursos nacionais utilizáveis para fins de defesa; pela
infraestrutura de apoio logístico, destinada a garantir o aprestamento dos meios de defesa durante
todo o seu ciclo de vida útil e pela infraestrutura de comercialização de produtos de defesa. A BLD
também necessita de uma infraestrutura para a gestão da inovação e aquisição de produtos de defesa
e de um arcabouço regulatório e legal específico, que a ordena e dá ao Estado a possibilidade de
empreender ações para a sua sustentação e desenvolvimento. (Brick, 2014, p. 13)
Figura 10 — Base Logística
Fonte: Silva et al. 2014, p. 8.
3.8 LOGÍSTICA HUMANITÁRIA
Outra área associada às operações logísticas é a Logística Humanitária, que tem por objetivo
oferecer uma cadeia de assistência a pessoas em situações de vulnerabilidade. Essa cadeia de assistência
é composta por elementos, como pessoas, recursos e conhecimento, que são mobilizados para ajudar
em situações de desastres ou emergências. De acordo com Nogueira et al. (2010), “na perspectiva da
logísticahumanitária, o auxílio deve chegar ao seu destino de maneira correta e em tempo oportuno
sempre com foco no alívio do sofrimento e na preservação da vida”. Nesse sentido, os autores citam
Meirim (2007 apud Nogueira, 2010), que destaca algumas das características que podem interferir na
eficácia da Logística Humanitária:
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- materiais: o que é necessário? para onde deve ser enviado? acúmulo de doações nas primeiras
semanas, gerando assim desperdícios e avarias, devido a itens inadequados;
- ausência de processos coordenados: informações, pessoas e materiais; - infraestrutura: na maior parte
dos casos destruída, dificultando assim o acesso, a chegada de recursos e a saída de pessoas;
- recursos humanos: excesso de pessoas (voluntários) sem treinamento adequado, heróis que agem
somente com a emoção, celebridades que só querem aparecer neste momento, pessoas que vão para o
local e não conhecem a magnitude do problema.
TEMA 4 – PESQUISA OPERACIONAL
Outra área de atuação do engenheiro de produção é a Pesquisa Operacional. Dedicada à tomada de
decisão por meio de modelos matemáticos, essa área exige conhecimento de modelagem matemática e
domínio de simulações computacionais. O objetivo do uso dessas modelagens é maximizar os
resultados na resolução de problemas organizacionais reais, potencializando o lucro ou a receita ou
minimizando custos ou tempo. A pesquisa operacional
aplica conceitos e métodos de outras disciplinas científicas na concepção, no planejamento ou na
operação de sistemas para atingir seus objetivos. Procura, assim, introduzir elementos de objetividade e
racionalidade nos processos de tomada de decisão, sem descuidar dos elementos subjetivos e de
enquadramento organizacional que caracterizam os problemas. (ABEPRO, 2019)
4.1 MODELAGEM, SIMULAÇÃO E OTIMIZAÇÃO
Uma tarefa clássica para a Engenharia é, antes de colocar sua solução em prática, modelar e simular
a resolução da situação-problema. A modelagem traz como benefícios uma solução que seja a melhor
possível para aquele momento, em termos de custos e de eficiência, e ainda evitar riscos desnecessários
ao testar a solução diretamente na situação real.
Assim, é feita a modelagem, ou seja, a representação simbólica de um sistema físico real, para que
essa representação possa descrever o comportamento do sistema em análise. Um modelo pode ser
desenvolvido de várias formas diferentes como, por exemplo, de forma icônica, diagramática,
matemática ou gráfica. A escolha do tipo de modelo a ser utilizado fica a cargo do engenheiro, de
acordo com as características do que se deseja modelar.
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Também é possível simular sistemas para implantá-los ou melhorá-los. Nessa situação, para fazer
experimentos, o problema é modelado computacionalmente, buscando imitar o máximo possível o
sistema real. Assim é possível observar o sistema sem precisar empregar modificações na situação real
enquanto não se obtiver a solução ótima e predizer o comportamento futuro do sistema.
Existem vários softwares de simulação ao alcance do engenheiro de produção, dentre os quais,
ferramentas de simulação de manufatura, que podem auxiliar na análise dos mais diferentes tipos de
sistemas industriais, como manufatura, movimentação de materiais, estocagem, entre outros. Cabe ao
engenheiro escolher aquele simulador que melhor se adapte às situações-problema a serem analisadas
ou resolvidas.
4.2 PROGRAMAÇÃO MATEMÁTICA
A programação matemática trata da otimização de sistemas, estudando a resolução de problemas
com a utilização de função matemáticas. Um de seus tipos mais conhecidos é a programação linear.
Conforme Hillier e Lieberman (2013), a programação linear propicia centenas de aplicações distintas em
situações nas quais os recursos são escassos, devendo-se alocá-los da melhor forma possível, com o
objetivo de otimizar o seu uso. Os autores descrevem que a programação linear usa de modelos
matemáticos para escolher a melhor solução e que, nesse modelo matemático, são usadas
necessariamente funções lineares. Um método comumente utilizado em programação linear é o Método
Simplex.
4.3 PROCESSOS DECISÓRIOS
As ações em uma organização são resultantes de decisões tomadas pelas pessoas que as compõem.
Percebe-se assim a importância de se gerir essas decisões a fim de alcançar os resultados esperados.
Nesse sentido, as decisões são estudadas como processos que seguem etapas definidas e que podem
ser racionalmente definidas. Para tanto, várias são as ferramentas quantitativas e qualitativas que podem
ser utilizadas para melhorar esse processo.
4.4 PROCESSOS ESTOCÁSTICOS
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Vários são os problemas de Engenharia que envolvem forças aleatórias que os modificam, tais como
a variação diária do estoque de produtos acabados em uma empresa. É possível analisar esse tipo de
situação, que sofre mudanças ao longo de um determinado período de tempo devido a efeitos
aleatórios, por meio de métodos probabilísticos. Esse fenômeno sujeito à imprevisibilidade é
denominado de processo estocástico. Conforme Clarke e Disney (1979, p. 192):
dentro da teoria das probabilidades, um processo estocástico é uma família de variáveis aleatórias
representando a evolução de um sistema de valores com o tempo. É a contraparte probabilística de um
processo determinístico. Ao invés de um processo que possui um único modo de evoluir, como nas
soluções de equações diferenciais ordinárias, por exemplo, em um processo estocástico há uma
indeterminação: mesmo que se conheça a condição inicial, existem várias, por vezes infinitas, direções
nas quais o processo pode evoluir.
4.5 TEORIA DOS JOGOS
A Teoria dos Jogos é uma explicação matemática de um processo de tomada de decisão no qual se
analisam situações em que vários jogadores podem interferir em uma mesma situação-problema
escolhendo diferentes ações em busca de que seu resultado seja o melhor. Seu mais conhecido
contribuidor é John Nash, ganhador do Prêmio Nobel por suas pesquisas nessa área. A Teoria dos Jogos
é muito utilizada em análises econômicas e de gestão, principalmente em decisões de nível estratégico.
4.6 ANÁLISE DE DEMANDA
A análise da demanda de mercado é realizada para estabelecer qual será a procura futura de um
determinado produto, de forma que a organização possa se planejar para atender o consumidor no
momento certo. Há várias ferramentas matemáticas para fazer essa análise, desde o estudo de série
histórica, tratada por meio de média simples, média móvel ou média ponderada, até análises mais
complexas como Método Delphi, em que especialistas são convocados para auxiliar, por meio de
análises estatísticas, nas previsões de demanda.
4.7 INTELIGÊNCIA COMPUTACIONAL
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A Inteligência Computacional (IC) é uma técnica de resolução de problemas, derivada ou oposta à
Inteligência Artificial (IA), por analisar situações complexas do mundo real em que se busca a imprecisão
que possa existir em algoritmos e sistemas. Também denominada de Computação Bioinspirada ou
Computação Natural por seu caráter de tentativa de imitação de habilidades cognitivas humanas, tal
como o aprendizado, para criar algoritmos inteligentes como, por exemplo, Redes Neurais ou Lógica
Fuzzy.
TEMA 5 – ENGENHARIA DA QUALIDADE
O uso de ferramentas da qualidade e a implantação de sistemas de gestão da qualidade também
podem ser funções atribuídas ao engenheiro de produção. Nesse sentido, para a ABEPRO (2019), o
“planejamento, projeto e controle de sistemas de gestão da qualidade que considerem o gerenciamento
por processos, a abordagem factual para a tomadade decisão e a utilização de ferramentas da
qualidade” devem ser compreendidas pelo engenheiro, de forma que ele possa aplica-las nas
organizações em que atua. Essa função nasce da necessidade de as empresas oferecerem a seus clientes
produtos que apresentem as características desejadas e que, assim, tragam vantagem competitiva para a
empresa.
Figura 11 — A gestão da qualidade também é trabalho do engenheiro de produção
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Crédito: Heavypong/Shutterstock
5.1 GESTÃO DE SISTEMAS DA QUALIDADE
Um sistema de gestão tem por objetivo estabelecer as políticas e os objetivos de uma organização,
bem como a forma para alcançar esses objetivos. Nesse sentido, ao implantar um sistema de gestão de
qualidade, as empresas estão em busca de melhorar continuamente seus produtos e processos, a fim de
satisfazer as necessidades de seus clientes e de outras partes interessadas (stakeholders), tais como
sócios, fornecedores, força de trabalho, ou até mesmo a sociedade como um todo. A gestão de sistemas
da qualidade pode ser realizada com a utilização e ferramentas da qualidade e, naturalmente, acaba
sendo associada à implantação das normas da família NBR ISO 9000 na empresa.
Compõem essa família a NBR ISO 9000, que funciona como uma espécie de dicionário para o
entendimento da terminologia utilizada nas demais normas; a NBR  ISO  9001, um guia para a
implantação que especifica os requisitos necessários ao sistema de gestão da qualidade da empresa; e a
NBR ISO 9004, que fornece diretrizes para verificação da eficácia do sistema de gestão da qualidade da
organização.
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A norma ISO 9001 não é obrigatória para a empresa que deseja melhorar sua gestão da qualidade,
todavia auxilia as organizações em seus objetivos da qualidade por transformarem desejos e
necessidades abstratos em requisitos concretos a serem alcançados, formalizando processos, normas e
métodos.
5.2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA QUALIDADE
Uma área clássica dentro da Engenharia da Qualidade é a de controle da qualidade, a qual se
formou a partir das preocupações com a conformidade de processos e produtos em fábricas e continua
sendo aplicável até os dias atuais. Ao se planejar a qualidade, é necessário definir quais são as
características desejadas no produto ou no processo e, a partir delas, elaborar formas de acompanhá-las
e mensurá-las. Esse procedimento de acompanhamento e medição é o controle da qualidade.
Dependendo do tipo de sistema produtivo, podem ser usados métodos de controle estatístico, de
forma a se ter uma avaliação mais objetiva, em especial quando as características selecionadas permitem
esse tipo de método, como é o caso da avaliação de valores como o peso, o comprimento, a largura, a
potência de um determinado produto, entre outras grandezas que possam ser medidas.
5.3 NORMALIZAÇÃO, AUDITORIA E CERTIFICAÇÃO PARA A QUALIDADE
Muitas organizações implantam um sistema de gestão da qualidade a fim de ajustar seus processos
e melhorar seus produtos, e também com o objetivo de comprovar para clientes sua preocupação com o
tema ou sua adequação a regulamentos governamentais. Nesse sentido, é possível buscar a certificação,
ou seja, o reconhecimento de que a empresa adota com correção os requisitos de um sistema de gestão
da qualidade. A certificação é realizada por meio de um organismo de certificação independente,
credenciado para esse tipo de análise.
Para que uma empresa consiga a certificação para seus sistemas de gestão, é preciso primeiro
passar por normalização e auditoria. A normalização é a adequação de seus processos aos requisitos das
normas adotadas nos sistemas de gestão da organização, tais como o sistema de gestão da qualidade, o
de gestão ambiental, o de saúde e segurança do trabalhador, entre outros.
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Após implantados, a organização pode realizar inicialmente auditorias internas, ou seja, um
procedimento de verificação interna do atendimento aos requisitos para, posteriormente, passar por um
processo de auditoria externa, realizada por um organismo independente, cujo objetivo em geral é a
busca da certificação. Para realizar uma auditoria nos sistemas de gestão de uma organização, usa-se,
como documento de orientação, a norma NBR ISO 19011.
5.4 ORGANIZAÇÃO METROLÓGICA DA QUALIDADE
A Metrologia pode ser entendida como a ciência da medição. Quando associada à qualidade, ela diz
respeito à confiabilidade dos processos de medição realizados nos equipamentos que compõem o
sistema produtivo de uma organização, de forma a “prover confiabilidade, credibilidade, universalidade e
qualidade às medidas” realizadas. (Fernandes et al., 2009).
Para Fernandes et al. (2009, p.3) a Metrologia está dividida em três dimensões distintas: a Científica,
a Industrial e a Legal.
A Metrologia Científica trata, fundamentalmente, dos padrões de medição internacionais relacionados
ao mais alto nível de qualidade metrológica. Como desdobramento, estas ações alcançam os sistemas
de medição das indústrias, responsáveis pelo controle dos processos produtivos e pela garantia da
qualidade dos produtos finais, através da chamada Metrologia Industrial. O INMETRO é o órgão que
tem a responsabilidade de manter as unidades fundamentais de medida no Brasil, garantir a
rastreabilidade aos padrões internacionais e disseminá-las, com seus múltiplos e submúltiplos, até as
indústrias. Essa disseminação se dá através da RBC, formada por uma rede de laboratórios de calibração
acreditados pelo INMETRO. A Metrologia Legal, por sua vez, é a área da metrologia referente às
exigências legais, técnicas e administrativas relativas às unidades de medidas, aos instrumentos de
medir e às medidas materializadas. Objetiva fundamentalmente as transações comerciais, em que as
medições são extremamente relevantes no tocante aos aspectos de exatidão e lealdade. O governo
promulga leis e regulamentos técnicos fixando as modalidades da atividade de metrologia legal,
notadamente no que tange às características metrológicas dos instrumentos envolvidos em tais
operações. A elaboração da regulamentação baseia-se nas recomendações da Organização
Internacional de Metrologia Legal (OIML) e conta com a colaboração dos fabricantes dos instrumentos
e de entidades dos consumidores.
5.5 CONFIABILIDADE DE PROCESSOS E PRODUTOS
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Outra atribuição da área de Engenharia da Qualidade é a avaliação dos processos e dos produtos
organizacionais, de forma a verificar se eles são confiáveis. A confiabilidade é mais uma das várias
dimensões da qualidade e diz respeito à probabilidade que um sistema apresenta de ter como resultado
aquilo que foi planejado inicialmente, durante o período estipulado no planejamento e sob as condições
estipuladas para aquela situação. Cabe ao engenheiro verificar que o produto atende as necessidades do
consumidor, reduzindo os custos de uma possível falha, de reparos ou mesmo os custos de uma possível
garantia.
FINALIZANDO
Nesta aula, você conheceu as competências desejadas ao engenheiro, por meio das diretrizes para o
curso de Engenharia, além de ter ficado a par de algumas das áreas de atuação do Engenheiro de
Produção, de acordo com a Associação Brasileira de Engenharia de Produção (ABEPRO), tais como a
Engenharia de Operações e Processos da Produção; a Logística; a Pesquisa Operacional; e a Engenharia
da Qualidade, bem como todas as subdivisões que cada uma dessas áreas apresenta. Assim, foi possível
entender que a atuação do engenheiro de produção na sociedade é ampla e abarca as mais variadas
atividades e responsabilidades nos mais diversos tiposde organização.
REFERÊNCIAS
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em: <http://portal.abepro.org.br/a-profissao/>. Acesso em: 10 nov. 2019.
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Bookman, 2007
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planilhas eletrônicas. Curitiba: InterSaberes, 2013.
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