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Farmacologia dos antiparasitários

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Farmacologia dos antiparasitários
Autor: Pedro V.F. Medrado
 Os fármacos imidazólicos são antiparasitários divididos em:
- Benzoimidazólicos mais usados para helmintos
· Mebendazol
· Albendazol
· Tiabendazol
- Nitroimidazólicos mais usados para protozoários e anerobicida
· Metronidazol
· Tinidazol
· Secnidazol
· Benzonidazol
 Para tratamento de helmintos usamos:
- Benzoimidazólicos 
- Pomoato de pirantel
- Niclosamida
- Piperazina
- Ivermectina
- Dietilcarbamazina
- Praziquantel
- Oxaminiquine
 Para tratamento dos protozoários usamos:
- Nitroimidazóis – Metronidazol, Secnidazol, Tinidazol e Ornidazol
- Dicloracetamidas (Etofamida e Teclosan)
- Emetina e Deidroementina
- Cloroquina
- Niturtimox
- Aminoquinolônicos e Antimoniais
ANTIPROTOZOÁRIOS
Nitroimidazóis (Metronidazol, Secnidazol, Tinidazol e Ornidazol)
 São fármacos imidazólicos, mais usados como anaerobicidas e antiprotozoários. São convertidos em um grupo nitro-aniônico receptor de elétrons, que facilita a inativação e impede a síntese enzimática e de proteínas, alterando a estabilidade da membrana celular (peroxidação lipídica).
 O Metronidazol é um fármaco de escolha para amebíase invasiva do intestino ou do fígado, mas é menos efetiva contra amebíase na luz do intestino.
 É ativado pelos microrganismos anaeróbicos para um composto que danifica o DNA, provocando, então, apoptose em células parasitárias.
 Administração via oral e é completamente absorvido. Também pode ser administrado via retal e IV, sendo bem distribuído pelos tecidos, atingindo concentrações elevadas nos líquidos corporais, incluindo LCR.
 Uma parte vai ser metabolizada, e a maior parte é eliminada na urina.
 Efeitos adversos são leves, sabor metálico e amargo na boca, alterações gastrointestinais menores, tonturas, cefaleia e neuropatias sensitivas.
 O tinidazol é semelhante ao metronidazol, a diferença é a sua eliminação mais lenta, com meia-vida de 12 a 14 horas.
Dicloracetamidas (Etofamida e Teclosan)
 São anti-protozoários amebicidas, com ação especifica contra E. histolytica. O Teclosan não contém metais pesados, e ambos possuem excelente tolerabilidade e agem na luz do intestino com absorção limitada.
 Altas concentrações de Etafomida são encontradas nas fezes nos três dias seguintes após a administração oral, é atóxico (devido à baixa absorção).
 Efeitos adversos: flatulência, urticária e hipersensibilidade em alguns casos. Não deve ser administrado na gravidez.
Emetina e Deidroementina
 A emetina é um alcaloide derivado da ipeca, e a deidroemetina é um análogo sintético.
 São eficazes contra trofozoítocs teciduais da E. histolytica, mas possuem toxicidade considerável, o que limita seu uso. Normalmente, em pacientes com amebíase grave e não seja possível empregar o Metronidazol.
 A Deidroemetina é a escolha, por ser um análogo sintético com perfil de toxicidade menor e melhor. 
 São administrados via subcutânea ou intramuscular em ambiente supervisionado, e são usados de 3 a 5 dias (para aliviar os sintomas graves).
 Efeitos adversos (3 a 5 dias de uso): dor, sensibilidade e abscessos estéreis no local da injeção, diarreia, náuseas, vômitos, fraqueza, desconforto muscular, alterações eletrocardiográficas menores e em casos mais graves arritmias, IC e hipotensão.
Cloroquina
 É um agente esquizonticida sanguíneo muito potente efetivo contra as formas eritrocíticas de todas as espécies de plasmódios sensíveis ao fármaco. 
 Não tem efeito sobre os esporozoítos, hipnozoítos ou gametócitos.
 Difunde-se livremente para o lisossomo parasitário, pois não possui carga elétrica em pH neutro. Em pH ácido do lisossomo, vai ser convertido na forma protonada, impermeável à membrana, sendo “aprisionda” dentro do parasita.
 Seu mecanismo de ação envolve a inibição da heme-polimerase, enzima que polimeriza a heme livre tóxico em hemozoína. Nesse caso, por inibir, envenena o parasita e evita que utilize os aminoácidos da proteólise da hemoglobina.
 A maioria dos P. falciparum no mundo são resistente a cloroquina, como resultado de mutações nos genes transportadores do plasmódio. Além disso, a resistência da P. vivax à cloroquina é um problema crescente em muitas partes do mundo.
 Administração via oral, mas em estados severos pode ser tratado por injeções IM ou subcutâneas frequentes de pequenas doses, ou pela infusão IV contínua lenta. 
 Absorção completa e extensamente distribuídas nos tecidos, concentrando-se nos eritrócitos parasitados, a liberação dos tecidos e dos eritrócitos infectados é lenta.
 Metabolização hepática, e eliminação na urina (70% inalterado e 30% metabólicos) lenta, com meia vida de 50 horas.
 Pode ser usado para tratamento da artrite reumatoide (FMD) e pode ser usado como anti-arrimitico classe I (quinidina-símile).
 Efeitos adversos: poucos efeitos adversos como quimioprofilaxia, náuseas, vômitos, tonturas, turvação da visão, cefaleia, urticária, e algumas vezes retinopatias e perda de audição. Hipotensão em injeções em bolus IV, ou mesmo disritmias fatais.
 A amodioaquina é semelhante à cloroquina, mas foi retirada do mercado devido a agranulocitose, mas pode ser uma opção em áreas endêmicas onde a cloroquina está sofrendo resistência dos plasmócitos.
Nifurtimox
 É um fármaco usado para tratamento de Chagas (T. cruzi).
 Sofre redução e forma um metabólito radical nitro-ânio (EROS) que reage com ácidos nucléicos do parasita, causando uma quebra significativa do DNA.
 Ultimamente vem-se estudando a possibilidade de usa-lo para tratamento da tripanossomíase africana, sobretudo em combinação com a eflornitina.
 É bem absorvido após administração oral, eliminado com meia-vida plasmática de cerca de três horas.
 Posologia de 8 a 10 mg/kg/dia, fracionados em três doses administradas com as refeições durante 60 a 90 dias. 
 Efeitos adversos: náuseas vômitos, dor abdominal, febre, exantemas, inquietação, insônia, neuropatias e convulsões. São geralmente efeitos reversíveis. 
Primaquina
 É uma 8-aminoquinolina ativa sobre os hipnozoítos hepáticos. Com os análogos mais ativos e lentamente metabolizados a etaquina e tafenoquina. 
 Não afeta os esporozoítos e exerce pouca ou nenhuma ação no estágio eritrocítico do parasita, possuindo ação essencialmente gameticida e é o fármaco antimalárico mais efetivo para evitar transmissão das quatro espécies de plasmódios.
 A resistência à primaquina é rara, mas há uma sensibilidade diminuída contra algumas cepas de P. vivax, e quase sempre é usado em combinação com outro fármaco, usualmente a cloroquina.
 É administrado via oral, sendo bem absorvido. O metabolismo é rápido, e muito pouco do fármaco está presente no corpo depois de 10-12 horas, com meia vida de 3-56 horas. 
 Efeitos adversos: poucos efeitos adversos, mas costuma ter sintomas gastrointestinais, metemoglubinemia com cianose e hemólise em pacientes com deficiência da G6PD.
Artemisina
 É um esquizonticida sanguíneo de rápida duração, mostrando-se efetivo no tratamento da crise aguda de malária, como a malária resistente à cloroquina e a malária cerebral.
 Mecanismo de ação envolve a inibição da ATPase dependente de Ca2+ do parasita, e é provável ‘ponte de endoperóxido’ incomum desse fármaco demande ‘ativação’ na presença de ferro intracelular antes de exercer seus efeitos.
 Esses fármacos não têm efeitos nos hipnozoítos hepáticos.
 Pode ser administrado via oral, IM ou por supositório. O arteméter é por via oral ou IM. O artesunato via IM ou IV.
 São rapidamente absorvidos e amplamente distribuídos, e são convertidos no fígado para o metabólito ativo di-hidroartemisina.
 Meia vida da artemisina é de 4 horas, do artesunato de 45 minuitos e do arteméter 4-11 horas.
ANTIHELMINTÍCOS
Benzoimidazólicos – Mebendazol, Albendazol e Tiabendazol
 São anti-helmínticos de largo espectro amplamente utilizados
 Atuam por meio da inibição da polimerização da B-tubulina helmíntica, interferindo, assim as funções dependentes dos microtúbulos, como a captura da glicose.
 10% do Mebendazol é absorvido após administração oral, mas a absorção é aumentada pelos alimentos gordurosos,como ocorre com o Albendazol. O Tiobendazol é rapidamente absorvido pelo TGI, e metabolizado rapidamente eliminado na urina na forma conjugada.
 O Mebendazol é metabolizado rapidamente, e eliminado na urina e na bile em 24-48 horas, no esquema de dose única para nematódeos filiformes e duas vezes ao dia, por três dias, no caso de infestação por ancilóstomo e por nematelminto.
 Efeitos adversos: são poucos, mas podem ocorrer alterações do TGI no uso albendazol e no mebendazol. O tiabendazol apresenta mais efeitos adversos, porém transitórios, as alterações do TGI são mais comuns, mas pode haver cefaleia, tontura, sonolência, reações de hipersensibilidade. 
 Atenção: mebendazol não deve ser administrado a mulheres grávidas ou crianças com menos de 2 anos.
Pomoato de pirantel
 É um anti-helmintico de amplo espectro bastante eficaz contra infecções por oxiúros, ascaridíase e Trichostrongylus orientalis. É moderadamente usado para ancilostomose, mas não é efetivo contra estrongiloidíase.
 Produz uma paralisia rígida do parasita, pois possui atividade excitatória na musculatura do verme com ativação contínua dos receptores de acetilcolina (ACh). Além disso, inibe a enzima acetilcolinesterase impedindo a degradação da acetilcolina existente. O parasita (helminto) se desprende do hospedeiro sem estar, necessariamente, morto.
 É mais absorvido no TGI e ativo contra organismos luminais, com níveis plasmáticos máximos em 1 a 3 horas. Mais da metade da dose administrada é recuperada inalterada nas fezes. 
 A dose padrão é 11 mg (base)/kg (máximo de 1g), administrada via oral, uma vez ao dia, com ou sem alimento.
 Efeitos adversos: são raros, leves e transitórios, e incluem náuseas, vômitos, diarreia, cólicas abdominais, tontura, sonolência, cefaleia, insônia, exantema, febre e fraqueza. E deve ser usado com cautela nos pacientes com disfunção hepática, devido elevação transitória das aminotransferases.
Niclosamida
 É um fármaco usado no tratamento de infestações por tênia, juntamente com o prazinquantel.
 O escólex e um segmento proximal são irreversivelmente danificados pelo fármaco, desse modo o verme separa-se da parede intestinal e é expelido.
 Efeitos adversos: náuseas, vômitos, prurido e cefaleia leve. Mas, são poucos, infrequentes e transitórios.
Piperazina
 É usado para tratar infestações pelos nematelmintos comuns (A. lumbricoides – dose única) e pelo nematódeo filiforme (E. vermiculares – período maior de 7 dias em dose menor).
 É um inibidor reversível da transmissão neuromuscular do verme, simulando possivelmente a ação do GABA nos canais de Cl- controlado por GABA no músculo do nematódeo. 
 Na ascaridíase causa paralisia flácida ao bloquear a acetilcolina na junção mioneural, e os vermes são expelidos vivos pela peristalse normal.
 É administrado em conjunto com o laxante sene, para facilitar a expulsão dos vermes.
 A piperazina é administrada via oral, porém nem toda é absorvida, sendo parcialmente metabolizada, e o restante eliminado de modo inalterado pelos rins.
 Efeitos adversos: alterações do TGI, urticária, broncoespasmo, tonturas, parestesias, vertigens e dificuldade de coordenação.
 Atenção: não deve ser administrado em pacientes grávidas ou com função renal ou hepática comprometidas.
Ivermectina
 É um fármaco de primeira linha usado no tratamento de diversas infecções filariais, oncocercose, e se mostra ativa contra vermes redondos: nematódeos comuns, verme-chicote e vermes chatos.
 Causa paralisia flácida aos nematódeos e artrópodes ao intensificar a transmissão de sinais nos nervos periféricos mediada pelo GABA, e ainda, por se ligar em um novo local alostérico no receptor nicotínico da acetilcolina, que leva ao aumento na transmissão e à paralisia motora.
 É aceito também que a ivermectina destrói os vermes invertebrados pela abertura dos canais iônicos de cloro controlados pelo glutamato.
 É administrado via oral, e meia vida de 11 horas.
 Efeitos adversos: erupções cutâneas e prurido, mas em geral o fármaco é bem tolerado.
Dietilcarbamazina
 É um derivado da Piperazina ativo nas infecções pelas filárias causadas por B. malayi, W. bancrofti e L. loa.
 Remove rapidamente as microfilárias da circulação sanguínea e apresenta efeito limitado nos vermes adultos dentro dos linfáticos. Assim como, deixa o parasita mais suscetível às respostas imunológicas normais do hospedeiro. Como também, pode interferir no metabolismo araquidônico helmíntico.
 Administrado via oral e distribuído pelas células do corpo, exceto no tecido adiposo. Parcialmente metabolizada, e eliminados na urina em 48 horas.
 Efeitos adversos: são comuns, transitórios e desaparecem em cerca de um dia, alterações TGI, artralgias, cefaleia, sensação geral de fraqueza e reações de hipersensibilidade.
Praziquantel
 É um anti-helmíntico de largo espectro, e um fármaco de escolha para todas as formas de esquistossomíase e também o agente geralmente adotado nos programas de larga escala para erradicação desse mal.
 É útil também na cisticercose, afetando as formas adultas, imaturas e as cercarias. Costuma ser adotado em programas de controle nacional de doenças.
 O fármaco compromete a homeostase do Ca2+ no parasita, unindo-se aos locais de ligação da proteína quinase C, em uma subunidade B dos canais de cálcio controlados por voltagem do esquistossomo.
 Causa aumento do influxo de cálcio, resultando em ação excitatória e paralisia espástica. Além disso, há alteração do tegumento do parasita, facilitando a resposta imune contra ele.
 Administrado oralmente, é bem absorvido, e é rapidamente transformado em metabólitos inativos na primeira passagem pelo fígado, e esses metabólitos são eliminados na urina.
 Efeitos adversos: costumam ser transitórios, com pouca importância clínica. Incluem: alterações do TGI, tontura, dores musculares e articulares, erupções cutâneas e febre baixa.
 É segura para mulheres grávidas e lactantes.
Oxamniquina
 É um fármaco usado como alternativa ao praziquantel para tratamento de infecções por S. mansoni.
 É ativa contra estágios maduros e imaturos do S. mansoni, mas não parece ser cercaricida.
 A contração e a paralisia dos vermes resultam em descolamento das vênulas terminais no mesentério e em trânsito até o fígado, onde muitos morrem; as fêmeas sobreviventes voltam aos vasos mesentéricos, mas param de depositar ovos.
 Administrado por via oral, com meia via de 2,5 horas. Posologia recomendada é de 12 a 15 mg/kg em dose única.
 Efeitos adversos: sintomas leves, iniciados cerca de três horas após a dose e durando várias horas. É comum sintomas do SNC (tontura, cefaleia e sonolência – exige cautela para pacientes cujos trabalho exige atenção e alerta mental), náuseas, vômitos, diarreia, cólica, prurido e urticária.

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