Embriologia Veterinária - parte V

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Embriologia Veterinária
Diferenciação Embrionária: 
Organogênese: formação dos órgãos
Neurulação: parte da organogênese (desenvolvimento do tubo neural a partir do folheto)
Anexos Embrionários:
· Estruturas que surgem a partir dos folhetos embrionários, mas que fazem parte do corpo do embrião. 
· Eles desaparecem durante o desenvolvimento e não estão presentes nos adultos!
· Exemplos:
· Saco vitelínico: armazenar reservas nutritivas durante o desenvolvimento do embrião. Nos mamíferos esse anexo é reduzido, pois a placenta assume a função de nutrição do embrião. 
· Alantóide: remover e armazenar excretas produzidas pelo metabolismo do embrião (estrutura ligada a parte posterior do intestino do embrião).
· Cório: anexo mais externo, envolve e protege os demais anexos (nos mamíferos, o córion se une ao alantóide formando a placenta).
· Âmnio: evitar o ressecamento do embrião e o protege contra choques mecânicos (fina membrana que envolve o embrião delimitando uma cavidade preenchida pelo líquido amniótico). 
Surgiu pela primeira vez nos répteis e é uma importante adaptação à vida no meio terrestre. Protege o embrião da dessecação e torna a reprodução independente da presença de água.
Cordão umbilical:
· Ligação entre o feto e a placenta materna;
· Garante a nutrição e respiração do embrião;
· Composto por: alantoâmnio + alantocório + saco vitelínico + vasos (duas artérias e uma veia);
· Exclusivo dos mamíferos.
Função dos líquidos fetais:
· Proteger o feto contra traumas, desidratação e variações da temperatura; 
· Permitir movimento e crescimento fetal; 
· Manter a pressão osmótica do plasma fetal; 
· Evitar aderência da membrana amniótica ao feto; 
· Ação bactericida; 
· Armazenar excretas do feto; 
· Lubrificar o cérvix, vagina e vulva no parto. 
Presença dos anexos embrionários nas diferentes espécies:
Placentação: 
· Processo de desenvolvimento da placenta a partir da justaposição das vilosidades do cório fetal (porção fetal da placenta), com as criptas da mucosa uterina (endométrio). 
· Placenta fetal: inclui o córion, alantóide, âmnio e vestígios do saco vitelínico. 
· Placenta materna: porções do endométrio. 
Classificação da placenta segundo a forma e a área de contato materno-fetal:
	Espécie
	Padrão das vilosidades coriônicas
	Barreiras materno-fetal (fluxo sanguíneo materno-fetal)
	Porca
	Difusa 
	Epiteliocorial
	Égua
	Difusa e microcotiledonária
	Epiteliocorial
	Ovelha
Cabra
Vaca
	
Cotiledonária 
	Epiteliocorial 
	Cadela
Gata
	Zonária 
	Endoteliocorial 
	Mulher
Macaca
	Discóide
	Hemocorial 
1. Epiteliocorial: equinos, suínos e ruminantes;
2. Endoteliocorial: carnívoros; 
3. Hemocorial: primatas e roedores.
Classificação da placenta dos mamíferos: perda de tecido no momento do parto
1. Decídua (deciduada): uma porção do endométrio materno é desprendido no parto.
· Discóide: mulher e roedores
· Zonaria: carnívoros
2. Não decídua (adeciduada ou não deciduada): pouco ou nenhum tecido materno é perdido na ocasião do parto. 
· Difusa: égua e porca
· Cotiledonária: ruminantes 
Placenta: 
· Órgão vascular que liga a mãe ao feto (temporário);
· Realizando o transporte de O2 e nutrientes da circulação materna para o feto e de CO2 e resíduos metabólicos da circulação fetal para a mãe;
· Cada espécie apresenta um tipo de ligação dos anexos com o endométrio.
· Placentoma: junção cotilédone + carúncula (ruminantes).
Funções da placenta:
· Respiração: transporte de O2 e CO2;
· Nutrição: transporte de nutrientes; 
· Excreção: remoção de metabólitos; 
· Imunidade: transporte de anticorpos (apenas algumas placentas);
· Produção e secreção de hormônios: P4 e estrógenos (e de fatores de crescimento fetal).
Período de gestação:
	Espécie
	Dias
	Meses
	Bovinos
	270 – 290
	9
	Bubalinos
	298 – 317
	10
	Equinos
	330 – 345
	11
	Caprinos
	145 – 151
	5
	Ovinos
	144 – 152
	5
	Suínos
	112 – 115
	3 meses, 3 semanas e 3 dias
	Gatos
	58 – 67
	2
	Cachorros
	58 – 68
	2
Classificação da gestação: ao número de fetos
· Única: gestação com um único filhote = ruminantes e égua. 
· Ovelha e cabra é comum partos gemelares.
· Múltipla: gestação com o desenvolvimento de vários fetos = porca, cadela e gata. 
Fases do desenvolvimento embrionário e fetal:
· Período embrionário: corresponde ao estágio inicial do desenvolvimento de um organismo, da concepção até o momento que todas as principais estruturas estão começando a se desenvolver.
· Período fetal: período em que ocorre a diferenciação e o crescimento dos tecidos e órgãos, que se formaram durante o período embrionário, até o nascimento.
Gemelaridade:
· Monozigóticos: sua formação inicia como na gestação única, com apenas um oócito e um espermatozoide. Porém, em seguida, o zigoto se divide, resultando em dois novos zigotos geneticamente idênticos. 
· Dizigóticos (fraternos): são formados pela fecundação de dois ou mais oócitos por dois ou mais espermatozoides. Estes gêmeos são sempre geneticamente diferentes e cada um deles terá sua placenta (córion) e membrana (âmnio). Equivale a duas gestações que se desenvolvem ao mesmo tempo e no mesmo ambiente. 
Tipos de gestações gemelares:
· Monocoriônica + monoamniótica = univitelinos 
· Monocoriônica + diamniótica = univitelinos 
· Dicoriônica + diamniótica = bivitelinos (univitelinos raros)
Gêmeos monozigóticos:
Resumindo: 
Gêmeos dizigóticos:
Freemartinismo em Bovinos:
· É um problema comum em casos de gestação gemelar. Entretanto, a condição apenas se desenvolve quando os fetos são um macho e uma fêmea. 
· A fêmea apresenta características masculinizadas e é estéril. 
· Nos machos a ocorrência de infertilidade é bem menos, mas pode comprometer a reprodução.
· Isso acontece pois no interior do útero bovino ocorrem anastomoses vasculares. Que são a união da circulação de um feto com a do outro feto. Dessa forma, há um intercâmbio de substâncias, como hormônios, entre eles. 
Teratogênese:
· Malformações congênitas, teratogenias ou anomalias do desenvolvimento são processos patológicos definidos como defeitos estruturais que se originam durante a vida embrionária. 
· A ocorrência de teratogenias tem sido relatada em todas as classes de vertebrados e geralmente são incompatíveis com um período de vida prolongado.
· Em humanos as teratogenias são reconhecidas como principal causa de morte fetal ou neonatal, presentes em cerca de 3% dos recém-nascidos. 
· Nos animais domésticos, a incidência de malformações congênitas varia entre 1,5 – 6%, de acordo com a espécie, raça, localização geográfica, entre outros. 
Agente teratogênico:
· Tudo aquilo capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez. Estes danos podem se refletir como perda da gestação, malformações ou alterações funcionais (restrição de crescimento, por exemplo), ou ainda distúrbios neuro-comportamentais, como retardo mental. 
· Exemplos:
· Medicamentos e drogas;
· Doenças maternas, genética; 
· Físicos: radiações ionizantes;
· Outros genes: poluição ambiental.
 
Causas genéticas: anormalidades na segregação cromossômica ou mutação genética