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Criminologia Unidade VI

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Unidade 6
UNIDADE 6
2
SUMÁRIO
1. O TRATAMENTO INSTITUCIONALIZADO 
 1.1. Surgimento das prisões 
 1.2. Evolução do Sistema penitenciário
 1.3. Evolução dos sistemas penitenciários
 1.4. O sistema adotado pelo Brasil
2. AS ALTERNATIVAS
 2.1. Falência da Pena Privativa de Liberdade
3. AS ALTERNATIVAS
 3.1. A Penitenciária Modelo
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CRÉDITOS 
3
3
4
5
9
10
10
13
13
14
15
3
Olá! Nesta unidade, estudaremos a 
evolução do sistema prisional e da 
pena. O objetivo é analisar o tratamento 
institucionalizado, apontando as 
alternativas e referindo os novos rumos 
do direito penal e penitenciário.
Bons estudos!
APRESENTAÇAO˜
1. O TRATAMENTO INSTITUCIONALIZADO 
1.1. Surgimento das prisões
Conforme vimos anteriormente, os estudos sobre o surgimento da pena remontam ao 
surgimento da civilização, em específico na Grécia e na Roma Antiga, onde prevaleciam as 
penas corporais e de morte, e a prisão constituía apenas meio para encarcerar os acusados 
somente até o julgamento ou execução.
No século XVI, com a crise do sistema feudal, a migração da população 
dos campos para as cidades e o cenário de pobreza e miséria na Europa, o 
aumento da criminalidade foi inevitável e forçou a construção de várias prisões 
para segregar mendigos, prostitutas e vagabundos, com o fim de disciplinar 
e corrigir por meio do trabalho, especialmente, pelos crimes cometidos contra 
o patrimônio, os quais não se solucionariam com a pena de morte, a qual 
fatalmente exterminaria milhares de delinquentes assolados pela fome. Nessa 
época, a prisão mais antiga foi a House of Correction, inaugurada em 1552 
na cidade de Bridewell, na Inglaterra, a qual possuía disciplina extremamente 
rígida para emenda dos delinquentes.
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4
Outro modelo de inspiração para a época foi o de Rasphuis de Amsterdam, inaugurada em 
1596, onde o trabalho era obrigatório. A cela individual era utilizada somente a título de 
punição com vigilância contínua e leituras espirituais. 
Embora já fosse possível vislumbrar a utilização da pena de prisão, ficou claro que a alternativa foi 
adotada como uma forma de segregar determinada parcela da sociedade formada por mendigos, 
prostitutas e vagabundos, fato sociológico que merece registro pela atualidade da problemática 
da população carcerária atual, não se olvidando da sua finalidade: corrigir por meio do labor.
A partir dessa época, surgiu a preocupação em desenvolver um sistema penitenciário, com 
nuances mais humanitárias, destacando-se dentre os mais importantes: a obra Reflexões, sobre 
as prisões monásticas de Jean Mabillon (1695), o clássico revolucionário Dos Delitos e das 
Penas, de Cesare Beccaria (1764) e O Estado das Prisões na Inglaterra e no País de Gales, 
de John Howard (1776).
Sob essa ótica, surgiu no século XIX, por intermédio de Jeremy Bentham, o modelo panóptico 
que, inspirado nas ideias de John Howard, merece consideração especial no desenvolvimento 
da arquitetura prisional.
1.2. Evolução do Sistema penitenciário
A compreensão acerca da lógica que permeia o sistema penitenciário e sua influência nos 
índices de criminalidade demanda uma análise dos princípios e fundamentos básicos do 
Direito e Processo Penal modernos.
O Direito Penal moderno tem uma corrente política chamada Direito Penal Mínimo, que 
se opõe à Corrente Retribucionista ou da Lei e Ordem. Esta corrente teve sua origem nos 
Estados Unidos, nos anos 80, e sua principal filosofia era a aplicação do Direito Penal para 
tudo, ou seja, para resolver todos os problemas sociais. A pena privativa de liberdade é a regra 
no movimento retribucionista, o que fez dos EUA o maior encarcerador do mundo.
Já o movimento do Direito Penal Mínimo tem como principais postulados os princípios 
da subsidiariedade e da fragmentariedade, sendo a pena privativa de liberdade utilizada 
apenas de maneira excepcional.
No Brasil, adotou-se a corrente do Direito Penal Mínimo, de maneira que a pena 
privativa de liberdade é uma exceção, privilegiando-se institutos como a transação 
penal, no qual se substitui a pena privativa de liberdade por penas alternativas. 
Outra característica dessa corrente é se permitir a incidência do princípio da 
insignificância, que, como sabemos, exclui o crime através do fato típico.
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Assim, a política de encarceramento do Brasil é completamente distinta da dos EUA: enquanto 
lá, prender é a regra, aqui é a exceção. Embora adote o encarceramento como exceção (e, 
consequentemente, apresentando um número menor de encarcerados), se comparado aos 
EUA, os sucessivos governos brasileiros não têm obtido êxito em fazer com que o sistema 
carcerário cumpra o seu papel fundamental: a ressocialização. E se não há recuperação do 
preso, seu retorno à sociedade se concretiza com a caracterização de comportamento igual ou 
pior do que quando entrou no cárcere.
1.3. Evolução dos sistemas penitenciários
As primeiras contribuições acerca da evolução do sistema prisional começaram com John 
Howard (1720-1790), que preconizava a caracterização de um sistema penitenciário moldado 
no trabalho diário, no recolhimento celular, na reforma moral pela religião, bem como 
nas condições favoráveis de higiene e alimentação. Graças às suas ideias, de 1775 a 1781, 
foram construídos, na forma que ele desejava, os primeiros estabelecimentos penitenciários, 
chamados de “Penitenciary-house”. Seu falecimento ocorreu em decorrência de moléstias 
contraídas nas inúmeras instituições penais que visitou em busca da instituição de um modelo 
mais digno e humano.
I. Sistema Panóptico
Idealizado por John Howard e posto em prática por Jeremy Bentham, criminalista e filósofo 
inglês, o sistema panóptico era um tipo de prisão celular, caracterizada pela forma radial, 
em que uma só pessoa podia exercer em qualquer momento, de um posto de observação, a 
vigilância dos interiores das celas. Acreditava-se que, com esse sistema, que se caracterizava 
pela falta de contato físico com outros presos, evitava-se fugas, projetos de novos crimes, 
contágios, roubos, motins e violências. Para Bentham, a prevenção dos crimes era de vital 
importância. Ele pregava o fim dos castigos corporais nas prisões e o trabalho obrigatório.
A primeira penitenciária panóptica construída nos Estados Unidos foi a de Richmond, em 1800; 
a segunda, a de Pitsburgo, em 1827. No Brasil, uma penitenciária panóptica foi construída em 
Salvador, na Bahia, em 1962.
Características principais, segundo FARIAS JÚNIOR:
1ª) Prévia de uma progressão de dois estágios: trabalho durante o dia e isolamento durante a 
noite; e liberdade transitória, que foi chamada por Bentham de “meia liberdade”;
2ª) Imprimia a instrução moral religiosa, preocupando-se sempre com a prevenção do crime e 
com a reforma do delinquente;
3ª) Para facilitar o trabalho de socialização do criminoso, só permitia que este tivesse 
relacionamento social com pessoas de sã moral e selecionadas da sociedade, para que não 
houvesse o contágio malsão (o sistema de separate confinement);
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4ª) Mantinha o criminoso sob vigilância e sob labor intenso, não permitindo que presos 
mantivessem contato entre si;
5ª) Para a satisfação desses requisitos e princípios, idealizou Bentham uma penitenciária de 
construção rotulada, com celas individuais voltadas para o centro comum, onde se situavam a 
sala da direção e a torre de vigilância. As celas eram do tipo Inside Cell, isto é, gradeadas na 
frente, de modo que o guarda, da torre, visualizava todo o interior das celas ao mesmo tempo. 
Daí o nome da penitenciária ser composto de Pan e Óptico, que quer dizer visualização ampla, 
total, ao mesmo tempo.
II. Sistema da Filadélfia
Em 1790, na cidade americana da Filadélfia, surge um novo regime de reclusão, baseado na 
influência religiosa e católica dos cárceres: características de isolamento absoluto; exibição do 
prisioneiro ao público. A solidão era tão cruel que muitos foram vítimas de enfermidades mentais.
Tinhacomo objetivos: o trabalho ser feito dentro da própria cela; fazer com que os presos 
meditassem sobre seus crimes em busca da melhora pessoal. Os encarcerados não tinham 
direito a visitas e só podiam ler a Bíblia.
III. Sistema de Auburn (ou Auburniano)
Em contrariedade ao Sistema da Filadélfia, que buscava a transformação do detento em 
“homem bom” e de alma pura, surge, em 1821, século XIX, o modelo Auburniano na cidade 
de Nova Iorque, onde as prisões eram superlotadas, promíscuas e insuficientes para satisfazer a 
demanda, posto que a criminalidade era alarmante, o que levava cerca de 60% dos criminosos 
à impunidade por falta de prisões, razão pela qual, por lei, fora determinada a construção de 
uma penitenciária na localidade de Auburn.
Conhecido nos EUA por ser o “Silent System”, obrigava o trabalho diário, punia com castigos 
qualquer tentativa de comunicação entre os detentos e pregava o silêncio absoluto. O preso 
devia obediência cega e irrefletida às ordens do diretor. A meta desse sistema era condicionar 
o detento ao trabalho e à disciplina.
Todavia, a verdade é que tanto o Sistema da Filadélfia, o qual predominou inclusive na Europa 
(mormente na Alemanha, Inglaterra e Bélgica) quanto o Sistema de Auburn, predominante 
nos EUA, apenas degeneravam o homem e foram sempre criticados pelos juristas da época.
O Sistema Auburniano veio com o propósito de suavizar as duras regras do sistema anterior. 
Nasceu também nos EUA, no Presídio de Auburn, em New York. Sua principal característica 
é combinar o isolamento celular à noite com a convivência coletiva durante o dia. Também 
permite o trabalho coletivo, mas em silêncio.
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A pena nesse sistema ainda é retributiva e intimidativa, mas também ganha natureza 
ressocializadora, ainda que leve. Ainda é utilizada nos EUA, em alguns Estados, e também 
em algumas penitenciárias japonesas.
IV. Sistema Progressivo Inglês
Em 1846, motivado pelas deficiências correcionais e reformadoras dos modelos Auburniano e 
da Filadélfia, surge, na Inglaterra, por meio de um capitão da Marinha Real Inglesa, Alexander 
Maconochie, o sistema denominado Progressivo.
O sistema, conhecido como “Mark System”, estabeleceu que a pena não era determinada 
exclusivamente pela sentença condenatória, mas dependia de outros fatores, como a boa 
conduta do condenado, da produção de seu trabalho e da gravidade de seus delitos.
Com base nesses três fatores, eram atribuídas marcas ou vales, diariamente, que poderiam ser retiradas 
em função das faltas praticadas; o condenado recebia vales quando possuía bom comportamento e 
poderia sair em liberdade condicional. O tempo de pena era medido pelo comportamento do preso. 
Na progressividade, apresentava os seguintes estágios, segundo Farias Junior:
1º) Prisão Celular: com duração de 9 meses e sem trabalho. Era um período de observação.
2º) Hard labor: com duração de 3 meses, mas de duras fainas.
3º) Terceira Classe: é um período de maior franquia, maior liberdade e maiores concessões. 
4º) Segunda Classe: é um período de trabalho mais abrandado, o preso já recebe salário, 
maiores favores e concessões.
5º) Primeira Classe: é um período de muito trabalho, mas de regalias e quase liberdade; 
6º) Classe Especial: é um período em que o apenado tem dependências separadas e plena 
liberdade de locomoção no âmbito interno do estabelecimento.
V. Sistema Progressivo
Concebido inicialmente em 1854, na Irlanda, sua principal característica é tornar o 
cumprimento da pena mais brando à medida que sua execução vai chegando ao final. 
A base do sistema está fundada no binômio conduta-trabalho, ou seja, na boa conduta e no 
trabalho desenvolvido pelo apenado.
O sistema progressivo possui 4 etapas de execução da pena:
1ª) período de prova (tem duração indeterminada, ficando o condenando enclausurado em 
sua cela). 
2ª) período de isolamento noturno combinado com convivência coletiva diurna, ocasião 
em que se exerce o trabalho coletivo.
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3ª) período do trabalho em semiliberdade, extramuros.
4ª) período da liberdade condicional sob fiscalização.
Percebe-se, pois, que esse sistema permite que o preso possa progredir no regime prisional conforme 
seu merecimento e sua reintegração às boas normas de conduta social. Foi concebido para que 
efetivamente o sistema possa preparar o preso para retornar à sociedade corrigido. A maioria dos 
países desenvolvidos utiliza esse sistema: Inglaterra, Suíça, Dinamarca, Holanda, França, Itália, 
Espanha, Portugal, Irlanda, Argentina e até o Brasil, que o aplica com feições próprias.
VI. Sistema de Montesinos
Está classificado no sistema progressivo. Surgido na Espanha, em um estabelecimento de 
Valência, em 1835, o Coronel Montesiano implantou esse sistema penitenciário dotado dos 
seguintes estágios:
1º) chegada do preso, qualificação; barba e cabelos raspados; recebia uniforme cinza com um 
número; ia à forja onde recebia os ferros, ou seja, as correntes que eram presas às pernas e 
aos pulsos, chamadas de cadeias e grilhetas, e ficava durante certo tempo em observação, sem 
trabalho e em silêncio;
2º) após a aprovação no primeiro estágio, incorporava-se à Brigada de Depósito, passando a 
executar as fainas mais duras do presídio, mas ainda preso às cadeias e às grilhetas;
3º) dependendo do comportamento e disposição do preso, este passaria a ser considerado 
Aprendiz dos múltiplos ofícios (40 oficinas) existentes no presídio;
4º) desde que aprovado, seria libertado das cadeias e grilhetas, passando à qualificação 
de Oficial de Oficina e a gozar de maior liberdade, maiores concessões. E o que era mais 
importante neste estágio: o preso passava a receber um salário que lhe era pago na medida de 
suas necessidades;
5º) liberação gradual e intermediária; 
6º) liberdade condicional.
De acordo com FARIAS JÚNIOR, o 
instituto do Livramento Condicional 
nasceu realmente neste sistema e não 
no sistema Irlandês, como muitos 
escritores entendem.
IMPORTANTE
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Características:
• Tratamento penal mais humanitário;
• Enfatizava o sentido regenerador da pena;
• Os detentos trabalhavam e recebiam por isso;
• Sua forma de tratamento dos detentos reduzia o número de evasões;
• Não permitia o isolamento absoluto;
• Menos castigo e mais disciplina;
• Observância dos princípios constitucionais;
• Ocupava o detento com trabalho;
• Estabeleceu a concessão de licença para saída temporária para presos de bom 
comportamento; e
• Foi um marco penitenciário na Espanha e no mundo.
1.4. O sistema adotado pelo Brasil
O Brasil adotou o sistema progressivo, decorrente do Sistema Irlandês, conforme dispõe 
parágrafo 2º do Art. 33 do Código Penal e o Art. 112 da Lei de Execução Penal, onde estabelece 
que a execução penal deve ser feita de modo progressivo, “segundo o mérito do condenado”.
Como dito acima, o Brasil adota o sistema progressivo com algumas características próprias. 
Por exemplo: o trabalho não é obrigatório; a pena de detenção não comporta, de regra, o 
regime fechado; pode haver regressão por mau comportamento.
a) Os regimes a partir do Código Penal de 1891
Farias Junior (1996, p. 302 e 303), em sua obra Manual de Criminologia, escreve: 
O Código Penal de 1891 dispunha que se a pena de prisão fosse 
menor do que 1 ano, durante a 5ª parte dela o condenado teria 
que ser submetido ao regime pensilvânico ou celular e, no 
restante da pena, ao regime auburniano. Se a pena excedesse 1 
ano, teria que cumprir a 4ª parte dela em regime celular, que 
não poderia exceder 2 anos. 
Américo Ribeiro de Araújo informa que o sistema adotado no Brasil pelo Código Penal de 
1891, em regra, era o auburniano modificado, que determinava o trabalho em silêncio, comum 
durante o dia, e segregação durante a noite.
O artigo 50 dispunha que o condenado à prisão celular por tempo excedente a 6 anos e que 
houvesse cumprido metade da pena, mostrando bom comportamento, poderia ser transferido 
para alguma penitenciária agrícola, a fim de ali cumprir o restanteda pena.
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b) O Livramento Condicional no Brasil
Se o condenado persistisse no bom comportamento, poderia obter livramento condicional, 
contanto que o restante da pena a cumprir não excedesse 2 anos. Se não perseverasse no bom 
comportamento, a concessão do regime em penitenciária agrícola seria revogada. Também o 
livramento condicional seria revogado se o condenado cometesse algum crime que importasse 
em restrição de liberdade ou não satisfizesse as condições impostas pelo juiz e, neste caso, o 
tempo decorrido de livramento condicional não seria computado na pena imposta.
c) Prisões agrícolas e industriais no Código Penal de 1891
Assim, o Código Penal de 1891 previa um sistema progressivo de 4 estágios: no primeiro, 
o regime pensilvânico ou celular; no segundo, o regime auburniano; no terceiro, a prisão 
agrícola e, no quarto, o livramento condicional.
Previa, também, prisões industriais para menores de até 21 anos e maiores de 14. Entretanto, 
informa Américo Ribeiro de Araújo que “na prática não existiam penitenciárias agrícolas ou 
industriais e os menores cumpriam penas com os maiores, aduzindo que prevalecia o sistema 
de cadeias, nas cidades menores.”
d) A medida de segurança
Prevista pela primeira vez no Código Penal Italiano de 1889, e hoje prevista em quase todos 
os códigos penais do mundo, a medida de segurança não tem a finalidade de punir ou de 
intimidar, e sim, de segregar e corrigir.
No Brasil as medidas de segurança pessoais podem 
ser das seguintes espécies:
• Detentiva: internação em manicômio judiciário, 
internação em casa de custódia, internação em 
colônia agrícola.
• Não-detentivas: liberdade vigiada e proibição de 
frequentar determinados lugares.
2. AS ALTERNATIVAS 
2.1. Falência da Pena Privativa de Liberdade
Os autores Newton Fernandes e Valter Fernandes, dentre outros, afirmam que “erram aqueles 
que pretendem combater o fenômeno delinquencial com a exasperação das penas privativas 
de liberdade”, pois, além de não terem o efeito inibitório esperado, ainda trazem os males do 
cárcere, dentre eles a reincidência.
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Assim, por esses e outros motivos, o encarceramento deve ser sempre a exceção. Os EUA já 
perceberam isso, mas não têm como mudar, do dia para noite, uma realidade voltada para a pena 
retributiva, típica do movimento político-criminal retributivo ou da lei e ordem. Hoje, os EUA 
é o país que tem mais presos no mundo, e, percebendo que a prisão não tem reduzido os índices 
de criminalidade, estão procurando uma alternativa para este sistema de execução penal.
O Brasil já descobriu essa alternativa, assim como os países que têm os direitos mais 
desenvolvidos 
(Alemanha, Japão, Itália e França), e, não por outro motivo, o constituinte de 1988 adotou o 
movimento político-criminal moderno do Direito Penal Mínimo.
Na prática, o princípio do Direito 
Penal Mínimo já está na legislação 
ordinária, tanto no Código Penal 
quanto em algumas leis especiais. O 
melhor exemplo é, sem dúvida, a Lei n° 
9.099/95, cujo fundamento maior está 
na aplicação de penas alternativas 
em detrimento da pena privativa de 
liberdade. Assim, conforme já decidiu 
reiteradas vezes o Pretório Excelso, 
não se pode prender, de modo algum, 
por crime do rito sumaríssimo. Além 
disso, o instituto da transação penal 
é exemplo claro de que até mesmo o 
processo penal deve ser evitado, 
sempre que possível, para favorecer 
a composição civil dos danos e a 
aplicação de pena alternativa.
Ainda na Lei n° 9.099/95 temos outro 
instituto que deixa clara a intenção 
do legislador brasileiro em fazer, 
doravante, da pena privativa de 
liberdade uma exceção: a suspensão 
condicional do processo do Art. 89, 
também chamado de sursis processual.
IMPORTANTE
Acerca da falência da pena privativa de liberdade, assevera Carnelutti que o ser humano não 
nasceu para ser preso, pois isso afeta o seu lado psicológico. 
UNIDADE 6
12
O mesmo autor ainda fez um comentário diante da comparação do preso com um animal, ao 
afirmar que todos somos precipuamente animais e que, enquanto seres humanos, lutamos para 
fugir dessa qualidade, ou seja, não é o cárcere que transforma o preso em animal, mas o que o 
indivíduo faz ou deixa de fazer para não ser considerado um ser humano.
Ainda que a ressocialização do delinquente fosse possível, até os mais firmes defensores 
das possibilidades ressocializadoras da pena de prisão estão de acordo que há de se seguir 
buscando alternativas que, sem a diminuição da necessária eficácia preventivo-geral que 
devem ter as sanções penais, evitem os efeitos negativos, dessocializadores e criminógenos 
que todos reconhecem ter a prisão. Mas fica claro que somente são cabíveis as alternativas 
à pena de prisão quando esta não seja excessivamente longa, ou seja, mesmo ultrapassando 
um limite mínimo previsto em determinado Ordenamento Jurídico, que essas alternativas não 
sejam superiores a um ou dois anos, conforme dispõe o artigo 44 do Código Penal Brasileiro. 
Isso porque, para além deste tempo, é difícil que uma pena que não seja privativa de liberdade 
tenha o mesmo efeito preventivo-geral que a prisão.
Há, portanto, que se admitir que as alternativas à pena de prisão só podem ser consideradas 
para os delitos de pouca ou mediana gravidade, cometidos por delinquentes primários, com 
prognóstico favorável a respeito de uma vida futura sem delitos. Para todos os demais delitos 
de maior gravidade ou de mesma gravidade, mas com autores reincidentes ou habituais, ou 
com prognóstico ressocializador desfavorável, a pena de prisão ocupa o lugar principal, sem 
maiores possibilidades alternativas que a de reduzir sua duração nos casos em que se proceda 
à aplicação da liberdade condicional.
De acordo com essa ideia, o Direito Penal moderno prevê diversas alternativas à pena privativa 
de liberdade que, desde muito, foram introduzidas tanto na legislação como na práxis judicial, 
desempenhando um importante papel dentro do sistema das consequências jurídicas previstas 
para o delito. Na maioria dos países, entre as penas utilizadas no Direito Penal vigente como 
alternativas à pena de prisão, está, sobretudo, a multa, já diretamente prevista como pena 
principal em um bom número de delitos para os quais o legislador, num primeiro momento, 
deixou de impor uma pena de prisão, já como substitutiva em determinadas situações.
A suspensão condicional da pena foi adotada pelo Brasil desde 1924 e consiste em ações 
como limitação de fim de semana, prestação de serviços à comunidade, interdição temporária 
de direitos, reparação do dano, pagamento de cestas básicas às vítimas ou às instituições 
filantrópicas, exílio local, mudança de residência ou bairro, monitoramento eletrônico, 
expulsão do território, admoestação ou repreensão (privada ou pública), cumprimento 
de instruções, confisco de propriedade pessoal, retratação (pedido de desculpas à vítima), 
inabilitação para dirigir veículo, tratamento de desintoxicação, submissão ao programa de 
reabilitação social etc.
UNIDADE 6
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3. NOVOS RUMOS DO DIREITO PENAL E DO DIREITO PENITENCIÁRIO 
3.1. A Penitenciária Modelo
O que vamos tratar nesse tópico está longe de corresponder à descoberta da pólvora. Apenas 
pelo método empírico é possível se chegar à conclusão de qual seria a penitenciária ideal 
para fazer cumprir com as finalidades da pena no sistema progressivo: retribuir e, sobretudo, 
ressocializar. Esta penitenciária ideal teria as seguintes características, dentre outras:
• Quadro de funcionários contendo criminólogos, sociólogos, antropólogos, psicólogos e 
psiquiatras, todos voltados a dar um atendimento diferenciado e individual aos apenados, 
visando à recuperação dos mesmos;
• Os centros de correção deveriam estar situados em áreas compatíveis com a sua finalidade 
legal, vale dizer, penitenciárias em áreas distantes das cidades, as colônias agrícolas e 
industriais em áreas que permitam um bom desenvolvimento de suas atividades fins, e, as 
casas de albergadonos centros urbanos;
• População carcerária fixada conforme recomendam os padrões internacionais, respeitados 
os limites de cada unidade;
• Rigorosa classificação e triagem dos apenados;
• Implantação do trabalho remunerado em todas as unidades;
• Adoção de células individuais;
• Efetiva assistência judiciária aos apenados;
• Utilização de agentes prisionais especializados e bem remunerados;
• Subsídios fiscais às empresas que contratarem egressos;
• Acompanhamento dos apenados em liberdade condicional e que se encontram no regime 
aberto.
UNIDADE 6
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
CARNELUTTI, Francesco. As misérias do Processo Penal. 2. Tiragem. São Paulo: Pillares, 
2009. p. 28-29).
FARIAS, João Jr. Manual de Criminologia. 2ª edição, Curitiba, Editora Juruá, 1996.
FERNANDES, Valter. Criminologia Integrada/ Valter Fernandes, Newton; Fernandes, 4ª.ed. 
ver., atual. e ampl.,São Paulo: Revista dos Tribunais, 2012.
GARCIA, Antônio. Criminologia. Introdução a seus fundamentos. Introdução às bases 
criminológicas da Lei n. 9.099/95, Lei dos Juizados especiais criminais/ Antônio Garcia, 
Pablos de Molina, Luiz Flávio Gomes. 4ª Edição, rev., atual. e ampl. Editora Revista dos 
Tribunais, São Paulo, 2002.
Chegamos ao final da Unidade 6! 
Aqui, você estudou sobre a evolução 
do sistema prisional e da pena. 
Esperamos que os conhecimentos 
adquiridos nessa disciplina, ao longo 
de todo o seu percurso formativo, 
tenham sido enriquecedores!
Supervisão Pedagógica
Ariane Nogueira Cruz
Produção de Áudio e Vídeo
José Moreira de Sousa
Pedro Henrique de Moura Mendes
Identidade Visual/ Arte
Francisco Cristiano Lopes de Sousa
Diagramação
Régis da Silva Pereira
Programação
Francisca Natasha Q. F. de Souza
Revisão 
Janaína de Mesquita Bezerra
O trabalho Criminologia - Unidade 6 de Paulo Timbó, Fernanda de Castro Cunha e Jessie Coutinho de 
Souza Tavares está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-Sem-
Derivações 4.0 Internacional.
 CRÉDITOS 
UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Núcleo de Educação a Distância
Coordenação do Núcleo de Educação a Distância
Andrea Chagas Alves de Almeida
Produção de Conteúdo Didático
Paulo Timbó
Fernanda de Castro Cunha
Jessie Coutinho de Souza Tavares
Projeto Instrucional
Bruna Batista dos Santos

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