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Unidade 4 - Estoque de Seguranca

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ESTOQUE DE SEGURANÇA
 
 1. INTRODUÇÃO
 Também conhecido por estoque mínimo ou estoque reserva, o estoque de segurança é uma quantidade mínima do item, que tem que existir no estoque com a função de cobrir possíveis variações no sistema. 
	Essas variações podem ser causadas por:
	 eventuais atrasos no tempo de fornecimento ou reposição (TR);
	 rejeição do lote de compra;
	 aumento na demanda do produto.
 Sua finalidade é não afetar o processo produtivo e, principalmente, não acarretar transtornos aos clientes por falta de material e, consequentemente, atrasar a entrega do produto ao mercado.
 A situação mais cômoda seria adotar um estoque de segurança que suprisse toda e qualquer variação do sistema; porém, isso implicaria custos elevadíssimos e que talvez a empresa não suportaria.	
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4. ESTOQUE DE SEGURANÇA
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 Então, a solução é determinar um estoque de segurança que possa otimizar os recursos disponíveis e minimizar os custos envolvidos.
 Existem alguns modelos matemáticos utilizados para se definir o nível do estoque de segurança. Serão abordados três métodos:
	1. Método do grau de risco (MGR);
	2. Método com variação de consumo e/ou tempo de reposição (MVC);
	3. Método com grau de atendimento definido (MGAD).
 	 2. MÉTODO DO GRAU DE RISCO (MGR)
 Usa um fator de risco dado em percentagem, que é definido pela empresa, em função de sua sensibilidade de mercado e informações que colhe junto a vendas e a suprimentos.
ES = C x K
Onde:
ES = Estoque de segurança
C = Consumo médio no período
K = Coeficiente de grau de atendimento
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Exemplo 1:
Uma empresa necessita definir o estoque de segurança de determinado produto que tem uma demanda média mensal de 600 unidades e, para tanto, o gerente de logística definiu um grau de risco de 35%. Nesse caso, qual seria o estoque de segurança?
C = 600 unidades
K = 35% = 0,35
ES = C x K
ES = 600 x 0,35
ES = 210 unidades
 3. MÉTODO COM VARIAÇÃO DE CONSUMO E/OU 	 TEMPO DE REPOSIÇÃO (MVC)
 Este modelo somente é utilizado quando as variações 	de demanda e/ou o tempo de reposição forem 		maiores que os dados definidos, ou seja, quando 	houver atrasos na entrega do pedido e/ou aumento 	nas vendas.
ES = (Cm - Cn) + Cm x PTR
Onde:
ES = Estoque de segurança
Cn = Consumo normal do produto
Cm = Consumo maior previsto do produto
PTR = Porcentagem de atraso no tempo de reposição 
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Exemplo 2:
Uma empresa necessita definir o estoque de segurança de determinado produto que tem uma demanda média mensal de 600 unidades e o gerente de logística está prevendo um aumento na demanda de 25% e recebeu informações de seu fornecedor que haverá um atraso de 10 dias na entrega do pedido, cujo prazo normalmente é de um mês. Qual será o estoque de segurança?
Cn= 600
Cm = 600 x 1,25 = 750
TR = 1 mês = 30 dias
PTR = 10 dias/30 dias = 33,3%
Logo:
ES = (Cm - Cn) + Cm x PTR
ES = (750 - 600) + (750 x 0,333)
ES = 150 + 250
ES = 400 unidades
Exemplo 3:
Se no exemplo anterior, não ocorressem: (a) atraso na entrega do pedido; ou (b) aumento da demanda, qual seria o estoque de segurança?
a) Atraso no tempo de reposição
Como o tempo de reposição não terá atraso, PTR = 0 
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ES = (Cm - Cn) + Cm x PTR
ES = (750 - 600) + (750 x 0)
ES = 150 + 0
ES = 150 unidades
b) Aumento de vendas
Não ocorrendo aumento de vendas, Cm = Cn
Logo, (Cm - Cn) = 0
ES = (Cm - Cn) + Cm x PTR
ES = 0 + (600 x 0,333)
ES = 200 unidades
	
	4. MÉTODO COM GRAU DE ATENDIMENTO 		 DEFINIDO (MGAD)
 Este modelo visa determinar um estoque de 		segurança baseado em um consumo médio do 	produto durante certo período e um atendimento da 	demanda não em sua totalidade, mas em 		determinado grau de atendimento.
 Por esse método, podemos comparar em termos 	percentuais e financeiros as diversas alternativas de 	grau de atendimento, decidindo pelo que melhor 	atenda às políticas da empresa e o que causará 	menor impacto negativo para a empresa por não 	entregar todos os pedidos. 
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 Para efetuarmos o cálculo do estoque de segurança, é 	necessário utilizarmos três etapas, que são:
	1. Calcular o consumo médio (Cmd)
	2. Calcular o desvio-padrão (DP)
	3. Calcular o estoque de segurança (ES)
 Fórmulas:
	1. Fórmula do consumo médio: 
Cmd = ( C) / n
	2. Fórmula do desvio-padrão:
  (C - Cmd)2
DP = 
 n - 1
	3. Fórmula do estoque de segurança:
ES = DP x K 
Onde:
Cmd = Consumo médio mensal
C = Consumo mensal
n = Número de períodos
DP = desvio-padrão
K = Coeficiente de risco (conforme tabela a seguir)
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Valores do coeficiente K para graus de atendimento
 com riscos percentuais
Exemplo 4:
A Empresa Fabricadora de Peças S.A., obteve neste ano o seguinte volume de vendas para seu produto “Bomba Injetora YZ”: janeiro, 2.500; fevereiro, 2.200; março, 2.650; abril, 2.800; maio, 2.850; junho,2.900; e julho, 3.000. Calcule o estoque de segurança com o grau de atendimento de 90%. 
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Para calcularmos o estoque de segurança, seguiremos as três etapas, sendo:
1. Calcular o consumo médio:
Cmd = ( C) / n
Cmd = (2.500 + 2.200 + 2.650 + 2.800 + 2.850 + 2.900 + 3.000) : 7
Cmd = 18.900 : 7
Cmd = 2.700 unidades
2. Calcular o desvio-padrão:
  (C - Cmd)2
DP = 
 n - 1
Para este cálculo, necessitamos tabular os dados, conforme tabela abaixo:
Tabulação das vendas para calcular o desvio-padrão
 Período C (C - Cmd) (C - Cmd)2
 1. Janeiro 2.500 - 200 40.000
 2. Fevereiro 2.200 - 500 250.000
 3. Março 2.650 - 50 2.500
 4. Abril 2.800 100 10.000
 5. Maio 2.850 150 22.500
 6. Junho 2.900 200 40.000 
 7. Julho 3.000 300 90.000
 Cmd 2.700  455.000
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 455.000
DP = 
 6
DP = 75.833,33
DP = 275,38
3. Calcular o estoque de segurança:
ES = DP x K
ES = 275,38 x 1,282
ES = 353 unidades
 Definindo o estoque de segurança, e considerando o estoque normal igual ao consumo médio, podemos calcular com essas informações, e com um grau de atendimento definido em 90%, qual será o volume máximo desse produto que poderemos vender (estoque máximo), utilizando um lote de compra de 2.700 unidades (consumo médio no período) e um estoque de segurança de 353 unidades.
EMÁX. = ES + LC (ver capítulo 4 - Níveis de estoque)
EMÁX. = 353 + 2.700
EMÁX. = 3.053 unidades
O volume máximo de vendas dessa peça, com grau de atendimento de 90%, será de 3.053 unidades. Ou seja, possivelmente, deixaremos de atender a 10% de demanda.
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 Com esse modelo, podemos comparar valores para atender ao mercado com maior ou menor grau de atendimento ao cliente, tomando decisão sobre custos e benefícios dos volumes de estoques.
 Considerando o exemplo anterior, vamos comparar o resultado obtido com os 90% de grau de atendimento com outros graus de atendimento, sendo um de 95% e outro de 98%.
Nessa análise, avaliaremos o percentual de aumento do estoque e o compararemos com o aumento percentual do incremento
do volume de vendas.
Para tomada de decisão, comparam-se os custos dessas variações e decide-se sobre o menor custo.
90% de atendimento, ES = 353 unidades
a) Calcular para 95% de atendimento:
DP = 275,38 (calculado no exemplo anterior)
K = 1,645 (obtido da tabela)
ES = DP x K
ES = 275,38 x 1,645
ES = 453 unidades
b) Calcular para 98% de atendimento:
DP = 275,38
K = 2,082 (obtido da tabela)
ES = DP x K
ES = 275,38 x 2,082
ES = 573 unidades 
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Comparando os três valores temos:
90%:
Es = 353 e Vendas máximas = 3.053 unidades
95%:
EMÁX. = ES + LC
EMÁX. = 453 + 2.700
EMÁX. = 3.153
Logo:
ES = 453 e Vendas máximas = 3.153 unidades
98%:
EMÁX. = ES + LC
EMÁX. = 573 + 2.700
EMÁX. = 3.273
Logo:
ES = 573 e Vendas máximas = 3.273 unidades
Se tomarmos como base o grau de atendimento em 90% e quisermos saber se é vantajoso ou não aumentar o atendimento ao mercado, basta verificarmos os incrementos que teremos em vendas e em estoques.
a) Aumentar as vendas com grau de atendimento em 95%:
Vendas máximas = 3.153 unidades. Representa 3,27% a mais nas vendas.
Estoque de segurança = 453 unidades. Representa 28,3% a mais no estoque. 
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Compensaria aumentar 28,3% de estoque e seus custos para somente mais 3,27% de vendas? 
b) Aumentar as vendas com grau de atendimento em 98%:
Vendas máximas = 3.273 unidades. Representa 7,2% a mais nas vendas.
Estoque de segurança = 573 unidades. Representa 62,3% a mais no estoque. 
Compensaria aumentar 62,3% de estoque e seus custos para somente mais 7,2% de vendas?
 Levando-se em consideração exclusivamente os custos envolvidos e a lucratividade, não se justificam pequenos ganhos de vendas com base em estoques elevadíssimos. 
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BIBLIOGRAFIA
 
- DIAS, Marco Aurélio P. Administração de materiais: princípios, conceitos e gestão. São Paulo: Atlas, 2005.
 
- MARTINS, Petrônio Garcia; ALT, Paulo Renato Campos. Administração de materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2000.
 
- POZO, Hamilton. Administração de recursos materiais e patrimoniais: uma abordagem logística. São Paulo: Atlas, 2001. 
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