Prévia do material em texto
ECONOMIA CONTEMPORÂNEA Profa. Alexandra Monteiro E-mail: alexandra.monteiro@professores.unifanor.edu.br Formação Econômica do Brasil • Caráter Inicial: - Empreendedorismo comercial dos navegadores Luso- espanhóis. - Comércio Intercontinental Europeu. - Expansão Européia Ultramarina - Histórico Português Pré-Brasil: Cabo Verde, Madeira, Açores. - Histórico Espanhol: México, Balboa, América Central e Caribe. A GUERRA DOS CEM ANOS – arruinou Inglaterra e França e afetou toda a Europa, pois destruiu as rotas terrestres. MONOPÓLIO DAS IDADES ITALIANAS – as cidades italianas dominavam o comercio das especiarias via Mediterrâneo. ESGOTAMENTO DAS MINAS DE OURO – não havia ouro suficiente para cunhar moedas. FOME – entre 1315 e 1317 matou um número enorme de pessoas. PESTE NEGRA – matou um terço da população europeia A CRISE EUROPÉIA DOS SÉCULOS XIV E XV Necessidade de superar as crises do século XIV e XV Crescimento da Burguesia Carência de Metais Preciosos e de Alimentos Necessidade de Mercados Consumidores Necessidade de Matéria-Prima Desejo de Quebrar o Monopólio Comercial Italiano Igreja deseja novos fiéis (avanço do protestantismo) FATORES DE EXPANSÃO COMERCIAL Contexto histórico Europeu A expansão marítima dos países da Europa, depois do século XV se origina de simples empresas comerciais levadas a efeito pelos navegadores daqueles países. Inicialmente fazia-se a rota terrestre ligando o Mediterrâneo ao mar do Norte. No séc XV, mercê de uma verdadeira revolução na arte de navegar e nos meios de transporte por mar, outra rota ligará aqueles dois polos do comércio europeu: será a marítima que contorna o continente pelo estreito de Gilbraltar. O primeiro passo estava dado, e a Europa deixará de viver recolhida sobre si mesma para enfrentar o oceano. O papel pioneiro nesta nova etapa caberá aos portugueses, os melhores situados geograficamente, no extremo da península que avança pelo mar. Os portugueses buscavam empresas em que não encontrassem concorrentes antigos já instalados. Descobriram assim as Ilhas de Cabo Verde, Madeira e Açores. Posteriormente, pensaram em um plano maior: atingir o Oriente, contornando a África, em busca das preciosas especiarias das índias. MOTIVOS PARA A EXPANSÃO PORTUGUESA Quebrar Monopólio Italiano Novo Caminho para as Índias Necessidade de Mercado Consumidor Matéria Prima Contexto histórico Europeu Atrás do portugueses lançaram-se os espanhóis. Escolheram outra rota: pelo Ocidente, ao invés do Oriente. Descobriram a América, seguidos pelos portugueses que também toparam com o novo continente. Depois virão os franceses, ingleses, holandeses. A grande navegação estava aberta e todos procuravam tirar partido dela. A chegada dos portugueses ao Brasil Portugal e Espanha se lançaram ao mar em busca de novas terras e, principalmente, metais preciosos. A esquadra que chegou ao Brasil era composta por experientes navegadores e bastante numerosa. Seu objetivo principal era chegar às Índias para negociar tratados comerciais, após a bem-sucedida viagem feita por Vasco da Gama em 1498. No entanto, antes deveriam verificar as terras que existiam a oeste. Contudo, devido às hostilidades dos povos locais, Vasco da Gama recomenda o uso da força para realização do comércio de especiarias nas Índias; daí a pujança da próxima esquadra. As caravelas partem do rio Tejo, em Lisboa, no dia 9 de março de 1500, com mantimentos para mais de dezoito meses, treze embarcações e cerca de mil e quatrocentos homens. Tudo isso estava sob o comando do fidalgo Pedro Álvares Cabral, declaradamente com destino às Índias A chegada dos portugueses ao Brasil Assim, em 22 de março os navegantes contornaram a Ilha de Cabo Verde de onde seguiram para oeste, atravessando o Oceano Atlântico. Por muito tempo, acreditou-se que essas terras teriam sido descobertas casualmente. No entanto, a experiência dos navegadores revela que eles não perderiam tão facilmente. Igualmente o rumo tomado pelas embarcações prova que elas não foram desviadas por nenhuma tempestade. Chegando ao litoral sul do que viria a ser o Estado da Bahia, as caravelas da esquadra portuguesa avistaram um monte, o qual foi batizado de Monte Pascoal. Nessa data, 22 de abril, somente uma pequena incursão da frota aportaria no litoral, local que ficou conhecido como Porto Seguro. Segundo Pero Vaz Caminha, contudo, ao verem objetos de prata e ouro, os indígenas deram a entender que conheciam e apontaram para a terra. Os portugueses entenderam com este gesto que eles possuíam aqueles metais, o que não foi confirmado pelas prospecções. A chegada dos portugueses ao Brasil Decidiram chamá-la de Brasil em 1511, devido a grande quantidade de árvores de pau-brasil na região. Mesmo assim, alguns autores europeus referiam-se às novas terras como "terra dos papagaios" pela grande quantidade desses pássaros encontrada na região. Apesar do achamento e do relato feito ao rei, a Coroa portuguesa tinha outras prioridades e não mandou nenhuma expedição para ocupar as terras encontradas. Somente negociavam com os índios em troca do pau-brasil. A notícia da riqueza das novas terras atraiu o interesse de franceses, holandeses e ingleses, quais a Coroa portuguesa não tinha nenhum tratado como o de Tordesilhas. Por isso, a partir de 1530, uma expedição foi organizada pelo experiente e rico Martim Afonso de Souza, a fim de ocupar as novas terras. Tratado de Tordesilhas O Tratado de Tordesilhas representou um acordo entre Portugal e Espanha (Reino de Castela recém formado e governado pelos reis católicos, Isabel de Castela e Leão de Aragão), assinado em 1494, com vistas a dividir os territórios ultramarinos conquistado pelos dois países durante as grandes navegações. O Tratado de Tordesilhas foi ratificado pela Espanha dia 2 de Julho e por Portugal dia 5 de Setembro de 1494. Dessa forma, ficou estabelecido uma linha de demarcação que dividia as terras portuguesas das espanholas: 370 léguas a oeste do Arquipélago de Cabo Verde na África, sendo que a parte oriental pertenceria a Portugal, e a ocidental, a Espanha. Os Índios Na chegada de Pedro Álvares Cabral, em 1500, estima-se que os índios brasileiros fossem entre um e cinco milhões. Os tupis ocupavam a região costeira que se estende do Ceará a Cananeia (SP). Os guaranis espalhavam-se pelo litoral Sul do país e a zona do interior, na bacia dos rios Paraná e Paraguai. Em outras regiões, encontravam-se outras tribos, genericamente chamados de tapuias, palavra tupi que designa os índios que falam outra língua. Os índios sobreviviam da caça, da pesca, do extrativismo e da agricultura. Nem esta última, porém, servia para ligá-los permanentemente a um único território. Fixavam-se nos vales de rios navegáveis, onde existissem terras férteis. Permaneciam num lugar por cerca de quatro anos. Depois de esgotados os recursos naturais do local, migravam para outra região, num regime semi- sedentário. Os Índios A alimentação dos índios do Brasil se compunha basicamente de farinha de mandioca, peixe, mariscos e carne. Conheciam-se os temperos e a fermentação de bebidas alcoólicas. Com as fibras nativas dos campos e florestas, fabricavam-se cordas, cestos, peneiras, esteiras, redes, abanos de fogo; moldavam-se em barro diversos tipos de potes, vasos e urnas funerárias, pois enterravam seus mortos. Na taba, vigorava a divisão sexual do trabalho. Aos homens cabiam as tarefas de esforço intenso, como o preparo da terra para o cultivo, a construção das ocas e a caça. Além destas, havia a atividade que consideravam mais gloriosa - a guerra. As mulheres, além do trabalho natural de dar a luz e cuidar das crianças, semeavam, colhiam, modelavam, teciam, faziam bebidas e cozinhavam. Brasil – Período Colonial Período da história entre a chegada dos primeiros portugueses em 1500 a 1822, quando o Brasil estava sob o domínio socioeconômico e político de Portugal. O Brasil (colônia) tinha um pacto colonial com Portugal (metrópole),no qual ele só poderia comercializar (importação e exportação) com Portugal. No entanto, os portugueses vendiam caro e compravam barato, obtendo vantagens. ÉPOCA COLONIAL (1500 – 1822) - É o período em que o Brasil era uma Colônia de Portugal; - Encerra com a Proclamação da independência (7/09/1822); - Economia baseada no tráfico de escravos, extração do pau brasil e início da plantação de cana-de-açúcar. PERÍODO IMPÉRIO (1822-1889) - Marcado por uma intensa movimentação popular e por diversos conflitos regionais; - Troca do trabalho escravo pela mão-de-obra dos imigrantes europeus - Criação do Banco do Brasil; - Encerra com a Proclamação da República. REPÚBLICA VELHA (1889 – 1930) - Auge da Produção Cafeeira; - Intensificação da concentração de renda e de poder (política café com leite); -Termina com a posse de Getúlio Vargas, após o golpe de 1930. Expedições • Exploradoras Objetivo de explorar os recursos do Brasil • Guarda-costa: Para conter o intenso contrabando francês do pau-brasil, foram organizadas as expedições guarda-costas. Essas expedições foram comandadas por Cristóvão Jacques e tinham um caráter basicamente militar, pois sua missão era aprisionar os navios franceses que, sem pagar tributos à Coroa Portuguesa, retiravam enormes quantidades de pau-brasil do litoral brasileiro. O resultado alcançado por essas expedições foi pouco significativo. A grande extensão da costa brasileira tornava impossível policiá-la integralmente e impedir o tráfico por contrabandistas. Feitoria • Feitoria era o nome dado aos entrepostos comerciais europeus em território estrangeiro. Inicialmente estabelecidas nos diversos estados na Europa medieval, as feitorias foram mais tarde adaptadas às possessões coloniais. • As feitorias portuguesas eram entrepostos comerciais, geralmente fortificados e instalados em zonas costeiras, que os portugueses construíram para centralizar e dominar o comércio dos produtos locais para o reino (e daí para a Europa). Funcionavam simultaneamente como mercado, armazém, ponto de apoio à navegação e alfândega. Eram governadas por um "feitor" encarregado de reger as trocas, negociar produtos e cobrar impostos (o quinto). Capitanias Hereditárias • As capitanias hereditárias eram uma forma de administração do território colonial português na América. Basicamente eram formadas por faixas de terra que partiam do litoral para o interior, comandadas por donatários e cuja posse era passada de forma hereditária. • Por motivos de melhor aproveitamento para a administração da colônia, a Coroa Portuguesa delega a exploração e a colonização aos interesses privados, principalmente por falta de recursos de Portugal em manter a sua colônia de além mar. Capitanias Hereditárias • Ocorre então a divisão do território em capitanias, que iam do litoral até o limite estipulado pelo Tratado de Tordesilhas, um modelo de colonização que tinha obtido sucesso na Ilha da Madeira e em Cabo Verde, na África. A primeira divisão forma a Ilha de São João, colocada sob responsabilidade de Fernando de Noronha em 1504. A iniciativa de colonização utilizando este modelo respondia à necessidade de proteção contra invasores, sobretudo franceses. • De início, foram quinze beneficiários agraciados com capitanias no território da colônia portuguesa. Os escolhidos eram membros da baixa nobreza portuguesa que a Coroa acreditava terem condições para a empreitada de colonização. Esses nobres foram denominados donatários e representavam a autoridade máxima da capitania. O donatário não era dono, mas deveria desenvolver a capitania com recursos próprios, responsabilizando-se por seu controle, proteção e desenvolvimento. Juridicamente, se estruturava o controle da capitania através de dois documentos: Carta de Doação e Carta Foral. Capitanias Hereditárias • A Carta de doação dava a posse da terra ao donatário e a possibilidade de transmitir essa terra aos filhos, mas não a autorização de vendê-la. O documento dava também uma sesmaria de dez léguas da costa onde se deveria fundar vilas, construir engenhos, garantir a segurança e colonização através do povoamento. Nela definia-se que o donatário era a autoridade máxima judicial e administrativa da capitania. Era ele que controlava a escravização indígena, a aplicação da justiça, penas e recolhimento de impostos. A Carta Foral por sua vez estipulava tributos e a distribuição dos lucros da produção das capitanias, definindo o que pertencia à Coroa e o que pertencia aos donatários. Capitanias Hereditárias • O sistema foi bom para a Coroa, que amealhava os lucros, mas nem tanto para os donatários. Estes enfrentavam desde o início grandes dificuldades, tendo de desenvolver a colônia com poucos recursos, prejudicados pela distância de Portugal e fustigados por ataques indígenas. • Por conta dessas dificuldades, o modelo não funcionou como o esperado. Vingaram apenas duas Capitanias: Pernambuco e São Vicente. O fracasso do modelo não fez com que a Coroa mudasse seu posicionamento e a estrutura administrativa da colônia. A abolição da hereditariedade foi o primeiro passo nesse sentido, ocorrendo apenas em 1759, definido pelo Marquês de Pombal. Capitanias Hereditárias As capitanias hereditárias existiram até 1821. À medida que iam fracassando, voltavam às mãos da Coroa Portuguesa e eram redimensionadas, gerando novas estruturas de administração. O ato de redimensionar as fronteiras das capitanias hereditárias moldou alguns estados litorâneos atuais. Diante dos problemas de administração, a Coroa portuguesa resolve, em 1548, centralizar o poder e nomear um governador geral (Tomé de Sousa) para o Brasil, iniciando uma nova fase da história colonial brasileira. ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO BRASIL COLÔNIA • As Capitanias Hereditárias: – 15 lotes horizontais de terra entregues pelo rei a membros da corte de sua confiança. – Carta de Doação: documento que transferia a posse da terra. – Capitão Donatário – aquele que recebe um dos lotes de terra. – Carta Foral: direitos e deveres dos donatários. ✓Direitos – aplicar a justiça, escravizar índios e doar sesmarias. ✓Deveres – fundar povoados, cobrar impostos e defender o território. – Privilégios metropolitanos: ✓100% sobre o Pau Brasil. ✓100% sobre as drogas do sertão.. ✓20% sobre metais preciosos. ✓10% sobre a produção agrícola. – Motivos para a aplicação deste tipo de organização: ✓POR já havia testado essa forma administração em suas ilhas do Atlântico. ✓Transferência de despesas para particulares (POR não gastava nada). – Fracasso: falta de recursos e de interesse dos donatários + distância excessiva da metrópole + invasões estrangeiras + ataques de indígenas. – Exceções: Pernambuco e São Vicente. – Sucesso parcial do ponto de vista político – fixou efetivamente as bases da colonização portuguesa em território brasileiro. Ciclos Econômicos do Brasil Os ciclos econômicos do Brasil fazem referência as atividades econômicas que foram desenvolvidas no país em diversos momentos. Os principais ciclos econômicos são: • Ciclo do Pau-Brasil • Ciclo da Cana-de-açúcar • Ciclo do Ouro • Ciclo do Algodão • Ciclo do Café • Ciclo da Borracha Primeiras Atividades: Extração do Pau Brasil - Início da Concessões de Exploração em 1501. - 1ª autorização foi para Fernando de Noronha e mercadores judeus, durou até 1504. - Rápida decadência da exploração do Pau-Brasil com a extinção de árvores em localizações suficientemente próximas para exploração. - Exploração periódica até o Século XIX. - Estabelecimento das feitorias: Depósitos e entrepostos comerciais. - Feitorias X Empresa Comercial ( Agrícola) - A Colônia se cria pela Feitora, se desenvolve pela Empresa. Ciclo do Pau-Brasil Cultivado durante o período pré-colonial (1500-1530). Foi o primeiro a despontar no país, desde a chegada dos portugueses. Na época, os portugueses buscavam metais preciosos nas terras descobertas, no entanto, começaram a perceber a importância dessa planta nativa da Mata Atlântica(principalmente na costa Sudeste, Sul e Nordeste) utilizada para o tingimento de tecidos e que possuía grande valor no mercado europeu. Diante disso, eles começaram a negociar com os índios utilizando o escambo, ou seja, em troca do corte e do transporte da madeira, os portugueses lhes ofereciam objetos e armas desconhecidas pelos índios. O Pau-Brasil foi explorado até quase sua extinção. Ciclo do Açúcar O ciclo da cana-de-açúcar foi o segundo ciclo econômico desenvolvido durante o Brasil colonial. Era um produto valorizado no mercado europeu e os portugueses já plantavam a cana em outros locais e, portanto, possuíam técnicas de plantio. Nesse período, já era utilizada a mão-de obra escrava africana, posto que os índios foram acometidos por diversas doenças e, os que sobreviviam a essa exploração, tentavam fugir. Como conheciam bem melhor o território, os portugueses tinham dificuldade de encontrá-los. Foi assim, que começou o tráfico negreiro e o transporte dos escravos africanos. O açúcar nesse momento, foi o principal produto de exportação. Ciclo da Cana-de-Açúcar O declínio da produção açucareira tem como um dos principais fatores a concorrência do açúcar brasileiro com o produzido nas Antilhas (onde hoje é Cuba) pelos holandeses. Os holandeses, que era o principal comprador de açúcar brasileiro, começaram a produzir o açúcar mais barato nas Antilhas, devido o relevo ser menos acidentado e com localização mais próxima aos mercados consumidores, principalmente a Europa. O declínio do açúcar se deve à saturação do mercado provocada por excesso de oferta do produto. Ciclo do açúcar O Ciclo do Açúcar foi um período da história do Brasil Colonial compreendido entre meados do século XVI e meados do XVIII. Ocorreu com a perspectiva dos donatários na cultura da cana-de-açúcar. Neste período, a produção de açúcar, voltada para a exportação, nos engenhos do Nordeste brasileiro foi a principal atividade econômica. O início do ciclo Já se conhecia bastante o Brasil para esperar que nele a cana-de- açúcar dar-se-ia bem. O clima quente e úmido da costa ser-lhe-ia altamente favorável; e quanto a mão de obra, contou-se a princípio com os indígenas (eram numerosos e pacíficos no litoral). A qualidade do solo revelou-se surpreendentemente propício na costa litorânea. As primeiras mudas de cana-de-açúcar chegaram em território brasileiro pelas mãos de Martim Afonso de Souza. Sua expedição tinha a função de dar início à colonização do território brasileiro, ação desejada pela coroa portuguesa como forma de proteger o litoral do Brasil das invasões estrangeiras. Ciclo do açúcar Neste contexto, Martim Afonso de Souza deu início a produção de açúcar no Brasil em 1533, através da instalação do primeiro engenho da colônia, na cidade de São Vicente (localizada no atual litoral do estado de São Paulo). Ciclo do açúcar Principais características do período: - A economia do açúcar foi responsável pela consolidação da colonização, através da ocupação de parte da costa brasileira. - O engenho foi a principal unidade de produção de açúcar no Brasil Colonial. - Uso de mão de obra escrava, de origem africana, no plantio e colheita da cana-de-açúcar, assim como nas várias etapas de produção do açúcar. Os escravos, principalmente mulheres, também foram usadas na execução de atividades domésticas. - Prevalência das grandes propriedades rurais (latifúndios) no Nordeste brasileiro, com forte concentração de terra. - Sociedade patriarcal, com poderes político, econômico e social concentrados nas mãos dos senhores de engenho. - Sociedade estática e estratificada dividida em: Aristocracia rural (senhores de engenho); homens livres (comerciantes, artesãos, funcionários públicos, feitores, etc.) e escravos (maioria da população do período). - Tráfico negreiro como outra importante atividade lucrativa, principalmente para os comerciantes e coroa portuguesa. Ciclo do açúcar Principais características do período: - Os territórios dos atuais estados da Bahia e Pernambuco foram os locais de maior concentração de engenhos de açúcar no Brasil Colonial. Logo, foram as regiões que apresentaram maior produção e exportação do produto. - No começo do Ciclo do Açúcar (segunda metade do século XVI), muitos senhores de engenho utilizaram mão de obra indígena na produção açucareira. Porém, com forte oposição dos padres jesuítas, esta opção foi deixada de lado em favor da mão-de-obra escrava africana. - Ao contrário da atualidade, o açúcar do período colonial era caracterizado pela presença de muitas impurezas. Ele era consumido, principalmente, em formato de pequenos torrões. Era um produto muito desejado na Europa, porém, em função do seu alto preço, era consumido somente pelos membros da elite. Ciclo do açúcar No começo do século XVII os Holandeses controlavam praticamente todo o comércio dos países europeus realizado por mar. Distribuir o açúcar pela Europa sem a cooperação dos comerciantes holandeses evidentemente era impraticável. A luta pelo controle do açúcar torna-se uma das razões de disputa entre Holanda e Espanha. Um dos episódios dessa guerra foi a ocupação pela Holanda, durante um quarto de século, de grande parte da região produtora de açúcar no Brasil. Ciclo do açúcar Durante sua permanência no Brasil, os holandeses adquiriram o conhecimento de todos os aspectos técnicos e organizacionais da indústria açucareira. Esses conhecimentos vão constituir a base para a implantação e desenvolvimento de uma indústria açucareira. Esses conhecimentos vão constituir a base para a implantação e desenvolvimento de uma indústria concorrente, de grande escala, na região do Caribe. A situação das Antilhas era bastante favorável. Em pouco tempo se constituíram nas ilhas poderosos grupos financeiros que controlavam grandes quantidades de terras e possuíam engenhos açucareiros de grandes proporções. Ciclo do açúcar Em menos de um decênio depois da expulsão dos holandeses do Brasil, operava nas Antilhas uma economia açucareira de consideráveis proporções, cujos equipamentos eram totalmente novos e que se beneficiava de mais favorável posição geográfica. Com essa concorrência, acaba o fim do monopólio do açúcar brasileiro e há uma redução nos preços do açúcar. A penetração do açúcar nas ilhas caribenhas expeliu uma parte substancial da população branca nelas estabelecida e houve a entrada de muitos escravos africanos. Ciclo do açúcar A crise se acentuou ainda mais em meados do século XVIII, período em que a economia brasileira passou a se voltar para o ouro da região das Minas Gerais. A região Sudeste passou a atrair investimentos, a capital foi transferida de Salvador para o Rio de Janeiro e o Ciclo do Açúcar chegou ao fim. Plantation Plantation é o nome dado a um modelo de organização econômica em que se destacam quatro aspectos principais: latifúndio, monocultura, mão-de-obra escrava e produção voltada para o mercado externo. Durante o período colonial brasileiro, este foi o modelo adotado em larga escala, sendo a cana-de-açúcar o principal produto cultivado até meados do século 18. Ciclo do Ouro O ciclo do ouro ou da mineração começa no final do século XVII quando os portugueses encontram diversas jazidas do mineral, sobretudo na região do estado de Minas Gerais, atingindo seu auge no século XVIII. Além de Minas, as jazidas de ouro foram encontradas também nos estados de Goiás e do Mato Grosso. Esse “boom” econômico gerou riquezas para a metrópole que enviava todo o ouro para a Europa. Nessa fase, houve também um aumento considerável da população no país. O ciclo do ouro termina em fins do século XVIII pelo esgotamento das minas no país. Ciclo do Ouro Nesse período foram criadas as Casas de Fundição, que cobravam altos impostos de quem extraía minério. O principal imposto era o Quinto, onde se levava o ouro para ser extraído a quinta parte para o governo português e em seguida receber o selo real. Também tinha-se a Derrama, que impunha que a colônia deveria arrecadar 1.500kgde ouro por ano. Em revolta, principalmente a Derrama, ocorreu a Inconfidência Mineira (1792), liderada por Tiradentes, foi um dos importantes movimentos que ocorrera na época do Ciclo do Ouro, que tinha como objetivo principal a libertação da colônia. Ciclo do Algodão Com o esgotamento das minas de ouro no país, o algodão (chamado de "ouro branco") passa a ser um dos principais produtos de exportação a partir do século XVIII e início do XIX. Com o advento da Revolução Industrial na Inglaterra e a necessidade de obter matéria prima para a indústria têxtil, o algodão (também chamado de ouro branco) passou a ter um papel preponderante na economia do país. Ciclo da Borracha Nesse período, o látex era o principal produto de exportação, que era utilizado para a produção de borracha. Esse ciclo econômico foi desenvolvido na região norte do país principalmente nas cidades de Manaus (Amazonas), Porto Velho (Rondônia) e Belém (Pará). Abrangeu o período entre os anos de 1890 e 1920, sendo dividido em duas fases: de 1879 e 1912 (primeiro ciclo da borracha), e entre 1942 e 1945 (segundo ciclo da borracha). Ciclo do Café O café (também chamado de “ouro negro") foi um dos principais produtos de exportação quando chegaram as primeiras mudas da planta no país, em meados do século XVIII, atingindo seu auge no século XIX. O oeste paulista e a região do Vale do Paraíba, foram os principais locais de cultivo, visto o solo favorável presente: a terra roxa. Ciclo do Café Ainda que o trabalho escravo tenha sido utilizado no início do cultivo do café, muitos imigrantes sobretudo os italianos, chegaram ao país para trabalharem nas lavouras (no sistema de monocultura). No final do século XIX, o Brasil chegou a exportar mais de 50% do produto para consumo mundial. Os barões do café, como ficaram conhecidos os grandes fazendeiros, enriqueceram muito com a exportação do produto para a Europa e Estados Unidos, principalmente. O acúmulo de capital nesse período foi de grande importância para os investimentos em indústrias realizados nas primeiras décadas do século XX.