Buscar

Seminário Processo Administrativo Fiscal - Ibet

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

INSTITUTO BRASILEIRO DE ESTUDOS TRIBUTÁRIOS 
 
 
KELLY FERNANDA BERNARDES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CURITIBA 
2020 
 
 
Questões 
1. Recurso administrativo protocolado intempestivamente tem o 
condão de suspender a exigibilidade do crédito tributário? Fundamentar sua 
decisão observando o que dispõe o art. 35 do Decreto Federal n. 70.235/72: 
“Art. 35. O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda 
instância, que julgará a perempção.” 
O Art. 35 do Decreto Federal n. 70.235/72 garante que “Art. 35. O recurso, 
mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a 
perempção.” 
Se analisarmos referido artigo concomitante com o Art. 33 do mesmo 
dispositivo, previsto na Seção VI cujo objeto é o “Julgamento em Primeira Instância”, 
temos a garantia de que “Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou 
parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da 
decisão”. 
Dessa forma, tendo em vista que não houve exceção disciplinada, o 
julgamento do recurso perempto não impede o efeito suspensivo do processo. 
 
2. Considerando a presunção de legitimidade dos atos 
administrativos, a quem compete o ônus da prova nos recursos e 
impugnações? Até que momento o contribuinte (recorrente) pode juntar aos 
autos do processo administrativo provas documentais? Diante do que 
dispõem os arts. 9º e 10 do CPC/15, apresentadas novas provas pelo 
contribuinte o julgador administrativo deverá dar oportunidade ao Fisco para 
se manifestar a respeito antes de afetar o processo para julgamento? (Vide 
anexo I, II e III). 
De acordo com o Art 3731 do Código de Processo Civil, o ônus da prova 
incumbe ao autor. 
 
1 Art. 373. O ônus da prova incumbe: 
I — ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II — ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor." 
 
Entretanto, o professor Paulo de Barros2 alega que: 
 
"Com a evolução da doutrina, nos dias de hoje, não se acredita mais na 
inversão da prova por força da presunção de legitimidade dos atos 
administrativos e tampouco se pensa que esse atributo exonera a 
administração de provar as ocorrências que se afirma terem existido. Na 
própria configuração oficial do lançamento, a lei institui a necessidade de 
que o ato jurídico administrativo seja devidamente fundamentado, o que 
significa dizer que o fisco tem que oferecer prova concludente de que o 
evento ocorreu na estrita conformidade da previsão genérica da hipótese 
normativa. Seguindo adiante, vindo o sujeito passivo a contestar a 
fundamentação do ato aplicativo lavrado pelo Fisco, o ônus de exibir a 
improcedência dessa iniciativa impugnatória volta a ser, novamente, da 
Fazenda, a quem quadrará provar o descabimento jurídico da impugnação, 
fazendo remanescer a exigência. Vê-se, no fundo, que é função precípua do 
Estado-Administração, empregar a linguagem jurídica competente na 
produção dos atos de gestão tributária. pressuposto de fato da incidência há 
que ser relatado de maneira transparente e cristalina, revestido com os 
meios de prova admissíveis nesse setor do direito, para que possa 
prevalecer, surtindo os efeitos de estilo, quais sejam os de constituir o 
vínculo ao Fisco, em termos da satisfação do objeto prestacional." 
 
De acordo com a autora Andréa Medrado Darzé, há entendimento de que em 
atenção ao princípio da legitimidade das provas e a busca da verdade material no 
processo administrativo tributário, poderiam ser apresentadas provas durante toda a 
sua extensão, para assim garantir que os contribuintes sejam penalisados nos 
limites legais. (DARZÉ) 
Entretanto, conforme a mesma autora3 “como regra geral, caso o sujeito 
passivo tributário não instrua sua defesa com provas ou olvide-se de, neste mesmo 
ato, requerer a realização de perícias e diligências, não poderá fazê-lo 
posteriormente”. Assim, a autora defende a aplicação plena e irrestrita do § 4º do art. 
16 do Decreto nº 70.235/724. 
Contudo, conclusivamente a autora5 não considera ser impossível a 
 
2 CARVALHO, Paulo de Barros. 2 A Prova no Procedimento Administrativo Tributário. Revista 
Dialética de DireitoTributário n°34, pág. 107/108. 
3 DARZÉ, Andréa Medrado. Preclusão da prova no processo administrativo tributário: um falso 
problema. In: ROSTAGNO, Alessandro (Coord.). Contencioso administrativo tributário: questões 
polêmicas. São Paulo: Noeses, 2011. p. 11 
4 Art. 16. A impugnação mencionará: 
§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-
lo em outro momento processual, a menos que: (...) 
5 DARZÉ, Andréa Medrado. Preclusão da prova no processo administrativo tributário: um falso 
problema. In: ROSTAGNO, Alessandro (Coord.). Contencioso administrativo tributário: questões 
polêmicas. São Paulo: Noeses, 2011, p, 21 
 
apresentação de provas posteriormente à impugnação pelo simples fato de que “a 
produção probatória no processo administrativo tributário compete concorrentemente 
às partes e ao Juiz”. 
Apesar do entendimento acima exposto, compartilho da ideia trazida por 
Ribeiro6 de que com base no princípio da verdade material “é possível defender a 
possibilidade das partes litigantes apresentarem novos documentos no transcorrer 
do processo administrativo tributário, desde que, por óbvio, isso não implique em 
inovação da lide.” 
Dessa forma, com base no princípio do contraditório e da ampla defesa e o 
disposto no inciso LV, Art. 5º da Constituição Federal e nos Arts, 9º e 10º do CPC, 
com a apresentação de novas provas deve ser garantido ao Fisco o direito de se 
manifestar nos autos. 
 
3. Os tribunais administrativos exercem “jurisdição”? Justifique sua 
resposta, definindo “jurisdição”. Podem, no ato de julgar, afastar a aplicação 
de Decreto sob a alegação de sua ilegalidade para com a Lei. Pode a decisão 
administrativa inovar o feito, agravando o lançamento por ocasião do 
julgamento da defesa do contribuinte? 
Jurisdição civil, segundo Cassio Scarpinella Bueno apud Ribeiro7 é “aquela 
que se volta a não apreciar questões de cunho penal, isto é, regidas pelo direito 
penal. A jurisdição civil, nestas condições, aparece de forma residual. Toda atividade 
jurisdicional não voltada a resolver conflitos regidos pelo direito (material) penal é 
civil. Jurisdição civil é não penal.” 
De acordo com a entendimento dos autores Paulo César Conrado e Rodrigo 
Dalla Pria, ainda que diferentemente da jurisdição judicial, os tribunais 
administrativos exercem sim jurisdição. Para os autores apud Diego Diniz Ribeiro8: 
 
..os órgãos de julgamento integrantes do contencioso administrativo 
tributário exercem, no desempenho de suas funções, atividade jurisdicional, 
e não propriamente administrativa; longe de construírem (ou reconstituírem) 
 
6 RIBEIRO, Diego Diniz. O CPC e seus reflexos no processo administrativo tributário. In: XIV 
Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses. p. 228 
7 Ibdem, p. 219 
8 Ibdem. p. 223 
 
o crédito tributário administrativamente debatido, eles examinam a 
pretensão deduzida no instrumento de provocação que os impulsiona a agir 
(no mais das vezes, produzido pelo contribuinte). 
Sua atividade, antes de vinculada à arrecadação (nada tendo, portanto, com 
a noção de ‘cobrança’), é marcada pela premissa da antiexacionalidade, 
vocábulo forjado na intenção de definir os instrumentos processuais 
destinados a avaliar se a exigibilidade de dado crédito tributário deve ou 
não subsistir. 
Como judicial, o processo administrativo pode e deve ser visto como 
instrumento da jurisdição, portanto. 
 
O Regimento Interno do CARF (RICARF), em seu Art. 629, veda o 
afastamento de lei, decretos,acordos internacionais alegando sua 
inconstitucionalidade. 
A decisão administrativa deve observar os princípios jurídicos, com relação ao 
agravamento, deve ser observado o princípio da proibição da reformatio in pejus. 
 
4. Qual a aplicabilidade do CPC/15 ao processo administrativo 
tributário? Os enunciados das súmulas vinculantes devem ser observados 
pela Administração Pública? E os demais enunciados das súmulas do STF em 
matéria constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional? E os acórdãos 
em incidente de resolução de demandas repetitivas (vide art. 928, II, do 
CPC/15)? 
A aplicação do CPC/15 é realizada de maneira supletiva e subsidiária quando 
houver lacuna legislativa, inclusive no processo administrativo conforme preconiza o 
Art. 1510 do referido código. 
Importante ressaltar que o CPC 2015 enfatizou a necessidade de 
uniformização da jurisprudência disciplinando assim nos Arts 926 e 92711, seu 
objetivo e as decisões que devem ser observadas pelos juízes e tribunais. Contudo, 
 
9 Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar 
de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(...) 
10 Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, 
as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente. 
11 Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.” 
42. “Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - os 
enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de 
resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do 
Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V - a orientação do plenário ou do órgão 
especial aos quais estiverem vinculados.” 
 
como o Código Civil deve ser aplicado de maneira subsidiária nos processos 
administrativos, logo, entende-se que a uniformização atinge a espera 
administrativa. 
Sobre o incidente de resolução de demandas repetitivas (IRDR), conforme 
explica Wambier12, é um “mecanismo que permite aos Tribunais de segundo grau 
(TJs e TRFs) julgar por amostragem demandas repetitivas, que tenham por objeto 
controvertido uma mesma e única questão de direito”. Referido autor destaca que o 
aspecto fundamental para a aplicação do incidente é a busca pela isonomia, 
segurança jurídica, previsibilidade e economia processual13. 
Sendo assim, tendo em vista que as demandas repetitivas buscam 
uniformização, devem sim ser observados. 
 
5. A lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro é aplicada ao 
procedimento/processo administrativo fiscal? Quais as implicações da 
aplicação da LINDB no PAF? Analisar especificamente os artigos 2414 e 2815 da 
referida lei (vide ACÓRDÃOS DO CARF Nª 9202-006.996, 1301-003.284, 9101-
003.839). A desconsideração de negócios jurídicos para requalificação dos 
efeitos tributários por consideração de inexistência de propósito negocial 
pode ensejar a aplicação do artigo 28 da LINDB? 
Sim, assim como o Código Civil, a LINDB é aplicável ao procedimento 
administrativo fiscal no que for cabível, de forma exemplificativa, em caso de 
lacunas. 
Entretanto, com relação especificamente ao Art. 24 da referida lei, trata-se de 
exceção tal como disposto no acórdão 1301-003.284: 
 
 
12 WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso avançado de processo civil: cognição jurisdicional (processo 
comum de conhecimento e tutela provisória), volume 2. 16. ed. reformulada e ampliada de acordo 
com o novo CPC. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. p. 726. 
13 WAMBIER, TALAMINI. p. 726. 
14 Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, 
contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em 
conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de 
orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. 
15 Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em 
caso de dolo ou erro grosseiro. 
 
 
A LINDB é norma válida, vigente e eficaz, cuja aplicação depende, 
sobremaneira, da adequação do caso concreto às suas previsões 
normativas, cabendo ao CARF aplicá-la nos casos cabíveis. Entretanto, o 
art. 24 da LINDB não se aplica no caso de revisão de ato de particular, 
constitutivo do crédito tributário, no contexto do lançamento por 
homologação, por ser cabível apenas nas hipóteses em que o ato revisado 
tem natureza administrativa. 
Ainda, o Acórdão 9101-003.839, de maneira clara traz sobre a inaplicabilidade 
ao contencioso administrativo (...) “por absoluta incompatibilidade lógica, sob 
qualquer ótica de análise, o dispositivo simplesmente não possui aplicação no 
âmbito dos processos administrativos tributários objeto de apreciação pelo CARF”. 
 
6. A existência de processo judicial e administrativo concomitantes 
implica renúncia às instâncias administrativas? (Vide anexos IV, V e VI). 
A matéria é discutida no âmbito jurídico há mais de trinta anos. Para melhor 
dispor sobre a resposta é necessário dividir as ações judiciais em repressivas, casos 
em que já há lançamento pelo fisco, e as ações preventivas, quando o contribuinte 
se antecipa à ação do Fisco. (MOREIRA, 2014) 
A primeira súmula do CARF16 disciplina o assunto: 
 
Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a 
propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade 
processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto 
do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão 
de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo 
judicial. 
 
Entretanto, apesar da jurisprudência entender contrariamente, tal dispositivo 
engloba apenas as ações repressivas, nada falando sobre as ações preventivas já 
que nesses casos ainda não houve movimentação administrativa. Ainda, um dos 
pontos para que haja a renúncia da esfera administrativa seria o fato da mesma 
causa de pedir e mesmo pedido, considerando que, pelo mesmo motivo, a ação 
administrativa ainda não existe no âmbito administrativo e o objetivo é garantir um 
direito. (MOREIRA, 2014) 
Sendo assim, apesar da lei e entendimento sumulado entender haver a 
renúncia à discussão no âmbito administrativo, é necessário a verificação inicial da 
 
16 BRASIL, Conselho de Recursos Fiscais. Disponível em: 
http://carf.fazenda.gov.br/sincon/public/pages/Sumulas/listarSumulas.jsf. Acessado em 15/08/2020 às 
18:22. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm
http://carf.fazenda.gov.br/sincon/public/pages/Sumulas/listarSumulas.jsf
 
natureza da ação judicial. De todo modo, os julgados são no sentido de que há sim a 
renúncia. 
 
7. A Administração lavra contra determinado contribuinte auto de infração 
imputando duas condutas que resultaram em ausência de recolhimento de 
imposto. Em face do auto, o contribuinte se insurge contra apenas uma das 
imputações, mantendo-se inerte em relação à remanescente. Pode o Fisco 
segregar o auto de infração para cobrança da parte não expressamente 
impugnada? 
A falta de impugnação à parte do auto, é matéria disciplinada no Decreto 
70.235/72, no Art. 21, §1º, em que garante que o Fisco deve realizar a cobrança de 
forma apartada: 
 
Art. 21. Não sendo cumprida nem impugnada a exigência,a autoridade 
preparadora declarará a revelia, permanecendo o processo no órgão 
preparador, pelo prazo de trinta dias, para cobrança amigável. (Redação 
dada pela Lei nº 8.748, de 1993) 
§ 1º No caso de impugnação parcial, não cumprida a exigência relativa à 
parte não litigiosa do crédito, o órgão preparador, antes da remessa dos 
autos a julgamento, providenciará a formação de autos apartados para a 
imediata cobrança da parte não contestada, consignando essa circunstância 
no processo original. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) 
 
8. Analise os acórdãos lavrados no RE nº 601.314 e na ADIN 2859 e 
responda, em relação à quebra de sigilo bancário: 
 a) Há diferença entre envio de Declaração de Movimentação 
Financeira (DIMOF), atual e-FINANCEIRA, pelos bancos à RFB, e a obtenção de 
extratos bancários pela RFB junto aos bancos, sem autorização judicial. (Vide 
anexos VII e VIII). 
A Declaração de Movimentação Financeira, atual e-Financeira, é uma 
obrigação determinada no Art. 4º da Instrução Normativa 1.571/2015 e compreende, 
documentos relacionados principalmente ao cadastro do cliente. (Torres, 2016) 
Já os extratos bancários, trazem informações sobre a movimentação da conta 
do indivíduo. 
 
 b) A declaração efetuada para fins de aproveitamento do 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8748.htm#art1
 
Programa que recebeu o nome de “Regime Especial de Regularização Cambial 
e Tributária” – RERCT, criado pela Lei n. 13.254/16 está protegida pelo sigilo 
fiscal? 
Sim, conforme afirmado por Torres17: 
 
A declaração do RERCT vê-se protegida pelo sigilo fiscal, como qualquer 
declaração de imposto sobre a renda. Só pode ser alcançada por decisão 
judicial que tenha outros motivos suficientes para autorizar alguma quebra 
de sigilo de dados, como ocorre em qualquer outro caso. 
 
O sigilo serve como forma de garantir ao declarante a segurança de que a 
regularização não será o meio utilizado para investigação criminal. (Torres, 2016) 
Dessa forma, a quebra do sigilo seguirá os termos elencados no Art. 1º, § 4º 
da LC 105/2011. 
 
Art. 1o As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações 
ativas e passivas e serviços prestados 
§ 4o A quebra de sigilo poderá ser decretada, quando necessária para 
apuração de ocorrência de qualquer ilícito, em qualquer fase do inquérito ou 
do processo judicial, e especialmente nos seguintes crimes: 
I – de terrorismo; 
II – de tráfico ilícito de substâncias entorpecentes ou drogas afins; 
III – de contrabando ou tráfico de armas, munições ou material destinado a 
sua produção; 
IV – de extorsão mediante seqüestro; 
V – contra o sistema financeiro nacional; 
VI – contra a Administração Pública; 
VII – contra a ordem tributária e a previdência social; 
VIII – lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos e valores; 
IX – praticado por organização criminosa. 
Referências Bibliográficas 
 
BRASIL, Conselho de Recursos Fiscais. Disponível em: 
http://carf.fazenda.gov.br/sincon/public/pages/Sumulas/listarSumulas.jsf. Acessado 
em 15/08/2020 às 18:22. 
 
17 TORRES. Heleno Taveira. Introdução Programa de Regularização de Ativos Lícitos no 
Exterior e Direitos à Proteção da Propriedade Privada. 2016. p. XXI 
 
http://carf.fazenda.gov.br/sincon/public/pages/Sumulas/listarSumulas.jsf
 
1 CARVALHO, Paulo de Barros. 2 A Prova no Procedimento Administrativo 
Tributário. Revista Dialética de DireitoTributário n°34, pág. 107/108. 
 
DARZÉ, Andréa Medrado. Preclusão da prova no processo administrativo 
tributário: um falso problema. In: ROSTAGNO, Alessandro (Coord.). Contencioso 
administrativo tributário: questões polêmicas. São Paulo: Noeses, 2011. p. 11 
 
Moreira, André Mendes. O DIREITO TRIBUTÁRIO: Entre a forma e o conteúdo. 
São Paulo: Noeses, 2014. 
 
RIBEIRO, Diego Diniz. O CPC e seus reflexos no processo administrativo 
tributário. In: XIV Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: 
Noeses. 
 
WAMBIER, Luiz Rodrigues. Curso avançado de processo civil: cognição jurisdicional 
(processo comum de conhecimento e tutela provisória), volume 2. 16. ed. reformulada e 
ampliada de acordo com o novo CPC. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016. 
 
TORRES. Heleno Taveira. Introdução Programa de Regularização de Ativos 
Lícitos no Exterior e Direitos à Proteção da Propriedade Privada. 2016

Continue navegando