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O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. MÓDULO: EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO SEMINÁRIO DE CASA Seminário I – PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO FISCAL Questões 1. Recurso administrativo protocolado intempestivamente tem o condão/capacidade de suspender a exigibilidade do crédito tributário? Fundamentar sua decisão observando o que dispõe o art. 35 do Decreto Federal n. 70.235/721.” Imperioso, antes de adentrar no cerne da questão, rememorar o instituto da perempção, o que vem do perecimento. No ambito do processo administrativo, ocorrerá a perempção quando, o contribuinte, dentro do prazo previsto na norma, não apresentar o seu recurso. Entretanto, conforme disposto no artigo 35 do suso decreto, o recurso administrativo federal deverá ser encaminhado à instância superior àquela, para que assim seja analisada a perda ou não do prazo processual administrativo de apresentar o recurso que lhe era de direito. Neste diapasão, emquanto ainda não analisado o juizo de admissibilidade do recurso, o contribuinte terá adquirido o seu direito de ver o seu crédito tributário suspenso, mesmo que intempestivo, assertiva esta embasada no artigo 151, III do Código Tributário Nacional, qual determina a suspensão da exigibilidade do crédito tributário objeto de recurso administrativo. Ao falar a respeito do procedimento administrativo, salienta Paulo de Barros Carvalho2 que: “Na ausencia de impugnação, ou de recurso próprio, como a exigibilidade não está trancada, a Fazenda passa, imediatamente 1 Art. 35. O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção 2 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018, Capítulo 5 da segunda parte. Fls. 938 O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. (em tese), a formula-la, ingressando com instrumento adequado, que é a ação de execução” Entendendo assim,que apenas na ausencia de recurso é que a Fazenda, de maneira imediata poderá executar o contribuinte. 2. Considerando a presunção de legitimidade dos atos administrativos, a quem compete o ônus da prova nos recursos e impugnações? Até que momento o contribuinte (recorrente) pode juntar aos autos do processo administrativo provas documentais? Diante do que dispõem os arts. 9º e 10 do CPC/15, apresentadas novas provas pelo contribuinte o julgador administrativo deverá dar oportunidade ao Fisco para se manifestar a respeito antes de afetar o processo para julgamento? (Vide anexo I, II e III). O legislador ao dispor acerca do tema “provas” foi bastante meticuloso, determinado cada de detalhe sobre quando, como e quem poderia poderia produzi-la, devendo ser respeito aqui também o princípio do devido processo legal (Art. 5º LIV). Ainda, ao dedilhar acerca do tema, alerta Andrea Medrado Darze3: “ (...) infere-se que a denominada busca da verdade material é, em verdade, um dever de investigação dirigido ao órgão julgador, que tem ampla liberdade para apurar os fatos, trazendo ao processo todos os dados (documentos, informações etc.) sobre a matéria discutida, sem se ater apenas aos elementos carreados pelas partes.” Evidenciando que, além das provas trazidas ao processo administrativo pela sujeito passivo, deverá ainda o Órgão Julgado averiguar tão quanto ache necessário para que possa resolver a lide. Especificamente, ao que tange ao processo administrativo federal, o qual há norma própria e especifica, legislador prescreveu, expressamente, no art. 16, III do Decreto nº 70.235/72 que no ato da Impugnação o sujeito passivo da relação deverá anexar, de maneira fundamentada, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; A não observancia deste artigo (apresentação de provas e pretensão delas quando no momento da apresentação da Impugnação/Defesa) 3 DARZÉ, Andréa Medrado. Preclusão da prova no processo administrativo tributário: um falso problema. In: ROSTAGNO, Alessandro (Coord.). fls. 9 O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. acarretará em preclusão, dito de outro modo, quando não apresentada na defesa as provas qual o sujeito passivo julga serem necessárias causará a perda da oportundade de produzi-la. Entretanto, Andrea Medrado nos adverta acerca das exceções trazidas no decreto: “Logo adiante, determina que a não observância deste limite temporal implica a preclusão do direito de o sujeito passivo tributário produzir ou requerer arealização da prova em outro momento processual, exceção feita às hipóteses que enumera: (i) impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (ii) quando a prova se referir a fato ou a direito superveniente; ou (iii) quando se destine a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” Assim, demonstradas as três possibilidades que excluem a preclusão de apresentação de provas quando do momento da Impugnação. Destarte, Portanto, como regra, caso o sujeito passivo tributário não instrua sua defesa com provas ou olvide-se de, neste mesmo ato, requerer a realização de perícias e diligências, não poderá fazê-lo posteriormente, evidentemente evitando o tumulto processual administrativo. Diante do que dispõem os arts. 9º e 10 do CPC/15, apresentadas novas provas pelo contribuinte o julgador administrativo deverá dar oportunidade ao Fisco para se manifestar a respeito antes de afetar o processo para julgamento, já que além dos principios suso citados o processo administrativo, assim como o judicial, deve valer-se também não só da ampla defesa, como também do contraditório. 3. Os tribunais administrativos exercem “jurisdição”? Justifique sua resposta, definindo “jurisdição”. Podem, no ato de julgar, afastar a aplicação de Decreto sob a alegação de sua ilegalidade para com a Lei. Pode a decisão administrativa inovar o feito, agravando o lançamento por ocasião do julgamento da defesa do contribuinte? Entende-se por “jurisdição” a capacidade que o Estado te de decidir acerca de litigios para que assim seja solucionado o conflito. Desta forma, correto seria a afirmação que os tribunais administrativos exercem jurisidição. O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. Em seu sentido próprio, a jurisdição compete apenas aos órgãos do Poder Judiciário, embora em direito administrativo também se fale em “jurisdição administrativa” Entretanto, em suas razões de decidir, não pode o Órgão Julgador alegar afastar a aplicação de Decreto sob a alegação de sua ilegalidade para com a Lei uma vez que não tem competencia para tanto, não podendo tambem a decisão em sede administrativa decidir de maneira mais abrangente do que o proposto no lançamento fiscal ali discutido 4. Qual a aplicabilidade do CPC/15 ao processo administrativo tributário? Os enunciados das súmulas vinculantes devem ser observados pela Administração Pública? E os demais enunciados das súmulas do STF em matéria constitucional e do STJ em matéria infraconstitucional? E os acórdãos em incidente de resolução de demandas repetitivas (vide art.928, II, do CPC/15)? Conforme já explicado em linhas acima, e como também é de ocnhecimento dos pesquisadores do direito, o Código de Processo Civil de 2015 deverá ser aplicado de maneira subsidiária, uma vez que a Lei Especifica se sobressairá sobre lei mais abrangete, conforme ditames do artigo 15 do suso código. Diego Diniz Ribeiro4 ainda adverte: “ o CPC/2015 não só pode, mas deve ser convocado sempre que tiver por escopo qualificar a atividade judicativa, qualificação essa que perpassa, quase que simbioticamente, pela valorização dos princípios constitucionais do processo.” A observancia dos precendentes judicais deverá ser analisada quando dos tribunais administrativos, tendo em vista o escrito no artigo 927 do Código de Processo Civil, devendo ser observados pelos tribunais adminsitratio, ainda que que não tenha sido expressamente introduzido. Acerca da discussão de acórdãos em incidente de resolução de demanta repetitiva, o tema já foi objeto de análise pelo próprio Carf, 4 RIBEIRO, Diego Diniz. O CPC e seus reflexos no processo administrativo tributário. In: XIV Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses fls. 223 O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. prevalencendo o entendimento da vedação quanto ao sobrestamento, vide acórdão n. 3402-004.434, o que tecnicamente seria inconstitucional pois de todo modo, o Código de Processo Civil trata-se de norma federal, ainda que haja previsão do não sobrestamento no regimento interno do órgão administrativo. 5. A lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro é aplicada ao procedimento/processo administrativo fiscal? Quais as implicações da aplicação da LINDB no PAF? Analisar especificamente os artigos 245 e 286 da referida lei (vide ACÓRDÃOS DO CARF Nª 9202-006.996, 1301- 003.284, 9101-003.839). A desconsideração de negócios jurídicos para requalificação dos efeitos tributários por consideração de inexistência de propósito negocial pode ensejar a aplicação do artigo 28 da LINDB? Da leitura do artigo 24 da LINDB, é possivel extrair que a necessidade de uma uniformização na jurisprudencia também administrativa , ocorre que, da análise dos acórdãos do Orgão Administrativo de instancia superior (Carf) vê-se uma resistencia quanto a este tipo de procedimento no ambito adminstrativo. Tanto o acórdão 92002-006.996 e 9101-003.839, é possível ver de forma cristaliza que o Órgão Colegiado ignorou os fundamentos trazidos com base na suso norma, embasados no fundamento de que a Lindb seria tão somente os adminsitradores públicos e não os órgãos juridicamente administrativos, fazendo referente até a Nota Técnica Conjunta 01/2018 que justifica a solicitação de veto presidencial de alguns dispostiviso do Projeto de Lei 349/2015. Da mesma maneira, no acórdão 1301-003.284 até que se deu conhecimento as alegações trazidas pelo contribuinte, entretanto, também decidiu pela não aplicação do artigo 24 da Lindb, finalizando com o argumento que o presente artigo não se aplicaria àquele caso. 5. Art. 24. A revisão, nas esferas administrativa, controladora ou judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas. 6. Art. 28. O agente público responderá pessoalmente por suas decisões ou opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro. O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 6. A existência de processo judicial e administrativo concomitantes implica renúncia às instâncias administrativas? (Vide anexos IV, V e VI). Entendimento consolidado na jurisprudência é que, com a propositura da ação judicial que tem objeto o mesmo que o que discutido no ambito administrativo implicaria sim a renúncia às instancias administrativas, sendo este até objeto da súmula nº 1 do Carf: “Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Entretanto, de suma importancia ressaltar que, caso no âmbito administrativo contenha matéria distinta ou mais abrangente que o tema da ação judicial o pleito administrativo seguirá sem prejuízo em relação as partes que não estão sendo discutidas no âmbito judicial, conforme já enunciado no Parecer Normativo Cosit n. 7/2014.7 Carla Gonçalvez8 ainda nos alerta na possibilidade da concomitancia de ações antiexacionais preventivas tem se causa de pedir: 7 Parecer Normativo Cosit n. 7/2014 Data 27/08/2014 CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL E PROCESSO JUDICIAL COM O MESMO OBJETO. PREVALÊNCIA DO PROCESSO JUDICIAL. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. DESISTÊNCIA DO RECURSO ACASO INTERPOSTO. A propositura pelo contribuinte de ação judicial de qualquer espécie contra a Fazenda Pública com o mesmo objeto do processo administrativo fiscal implica renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso de qualquer espécie interposto. Quando contenha objeto mais abrangente do que o judicial, o processo administrativo fiscal deve ter seguimento em relação à parte que não esteja sendo discutida judicialmente. A decisão judicial transitada em julgado, ainda que posterior ao término do contencioso administrativo, prevalece sobre a decisão administrativa, mesmo quando aquela tenha sido desfavorável ao contribuinte e esta lhe tenha sido favorável. A renúncia tácita às instâncias administrativas não impede que a Fazenda Pública dê prosseguimento normal a seus procedimentos, devendo proferir decisão formal, declaratória da definitividade da exigência discutida ou da decisão recorrida. É irrelevante que o processo judicial tenha sido extinto sem resolução de mérito, na forma do art. 267 do CPC, pois a renúncia às instâncias administrativas, em decorrência da opção pela via judicial, é insuscetível de retratação. A definitividade da renúncia às instâncias administrativas independe de o recurso administrativo ter sido interposto antes ou após o ajuizamento da ação. 8 GONÇALVES, Carla de Lourdes. A possibilidade de concomitância entre ações antiexacionais preventivas e o processo administrativo tributário. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). Direito tributário entre a forma e o conteúdo. São Paulo: Noeses, 2014 O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. “... tem-se que a causa de pedir remota é a relação jurídica tributária em potencial; por sua vez, a causa de pedir próxima se traduz na incerteza quanto à possibilidade de um fato social ser objeto de incidência de norma tributária geral e abstrata. No que diz respeito ao pedido, tem-se como pedido imediato a prolação de sentença de mérito e como pedido mediato a constituição de norma individual e concreta de natureza proibitiva de realização do lançamento.” E ao adentrar neste ponto de vista, chega-se a conclusãoque tal procedimento distingue-se totalmente do que se é discutido em matéria administrativa, a qual, por sua vez, tem como causa de pedir remota (da Impugnação ou do Recurso Cabível)a relação juridica tributária com o lançamento, evidenciando ainda mais a ausencia de identidade entre este tipo de ação judicial e a o procedimento administrativo 7. A Lei n° 13.988/2020 incluiu o art. 19-E na Lei nº 10.522/2002, cujo enunciado prescreve que “em caso de empate no julgamento do processo administrativo de determinação e exigência do crédito tributário, não se aplica o voto de qualidade a que se refere o § 9º do art. 25 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, resolvendo-se favoravelmente ao contribuinte.”. Tomando como base o dispositivo legal ora transcrito, responda: i) A existência do chamado “voto de qualidade”, tal qual originalmente previsto no art. 25, § 9º, do Decreto nº 70.235/72, afrontava preceitos legais de hierarquia superior e/ou constitucionais? E a extinção desse expediente, imposto pela Lei nº 13.988/2020, pressupõe alguma violação a princípios constitucionais e/ou legais? Responder as questões cotejando os cânones constitucionais da igualdade, do devido processo legal, da presunção de inocência e da supremacia do interesse público, bem como o disposto no art. 112 do CTN. Incialmente, o voto de qualidade trata-se de técnica de julgamento prevista no artigo 25, §9 do Decreto nº 70.235/72, sendo de competência do Presidente do órgão superior administrativo (Carf) nos casos em que houver empate, sento este (voto) que irá decidir o resultado. O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. Ao deliberarmos acerca do chamado “voto de qualidade” e em pesquisa rápida ao Carf em deliberações com este mesmo tipo de julgados vê-se que o voto de mérito e o voto de qualidade são expedidos nos mesmos termos, de forma que o desempate a ser pretendido quando da previsão legal torna-se totalmente nulo. A Lei 13988/2020 excluiu de maneira categoria o voto de maneira automática pró-contribuinte os processos administrativos que envolvam o responsável tributário (exceto quando se tratar de responsabilidade tributária), àquele discutem matérias processuais e de conversão do feito em diligência, embargos de declaração e os demais que não versam acerca da determinação e exigência de crédito tributário. ii) A expressão “processo administrativo de determinação de crédito” abarca os processos que tenham sido originados da não homologação de declarações de compensação e do indeferimento de pedidos de ressarcimento/restituição de créditos? E os processos administrativos originados e autuações aduaneiras (pena de perdimento, por exemplo)? Considera-se “processo administrativo de determinação do crédito tributário” aquele em que há a existência do crédito com base em Auto de Infração ou Notificação de Lançamento assim como aqueles que discutem infração tributária sem exigência de crédito,, conforme descrito no artigo 9, §4º do Decreto 70.235/72. 8. A Administração lavra contra determinado contribuinte auto de infração imputando duas condutas que resultaram em ausência de recolhimento de imposto. Em face do auto, o contribuinte se insurge contra apenas uma das imputações, mantendo-se inerte em relação à remanescente. Pode o Fisco segregar o auto de infração para cobrança da parte não expressamente impugnada? É possivel o desmembramento do crédito tributário para que se cobre a parte do débito que não foi oportunamente impugnado, uma vez que este torna-se irreformavel, sendo este o entendimento acolhido pelo STJ, de forma que, a parte nçao impugnada transita em julgdo administrativamente, sendo objeto de cobrança dos referidos valores. O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. 9. Analise os acórdãos lavrados no RE nº 601.314 e na ADIN 2859 e responda, em relação à quebra de sigilo bancário: a) Há diferença entre envio de Declaração de Movimentação Financeira (DIMOF), atual e-FINANCEIRA, pelos bancos à RFB, e a obtenção de extratos bancários pela RFB junto aos bancos, sem autorização judicial. (Vide anexos VII e VIII). A e-Financeira (antiga Declaração de Movimentação Financeira) que trás mais informações que sua antecessora, uma vez que, a partir de então, obrigou as agências bancárias e outras instituições a comunicar todas as movimentações, o que de certa forma leva ao entendimento de que a e- Financeira não respeita a inviolabilidade da intimidade, assegurada pela Carta Magna (artigo 5º, X e XII). Assim os Tribunais Superiores têm o entendimento de que,quando o Fisco acessa os documentos bancários do contribuinte quando há um procedimento administrativo sem a devida autorização judicial com previsões constituinais a intimidade/inviolabilidade. b) A declaração efetuada para fins de aproveitamento do Programa que recebeu o nome de “Regime Especial de Regularização Cambial e Tributária” – RERCT, criado pela Lei n. 13.254/16 está protegida pelo sigilo fiscal? Trás em seus enunciados, espcificamente no artigo 7º parágrafo 1º e 2º que: “Art. 7º A adesão ao RERCT poderá ser feita no prazo de 210 (duzentos e dez) dias, contado a partir da data de entrada em vigor do ato da RFB de que trata o art. 10, com declaração da situação patrimonial em 31 de dezembro de 2014 e o consequente pagamento do tributo e da multa. § 1º A divulgação ou a publicidade das informações presentes no RERCT implicarão efeito equivalente à quebra do sigilo fiscal, sujeitando o responsável às penas previstas na Lei Complementar nº 105, de 10 de janeiro de 2001 , e no art. 325 do Decreto-Lei nº 2.848, O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal) , e, no caso de funcionário público, à pena de demissão. § 2º Sem prejuízo do disposto no § 6º do art. 4º, é vedada à RFB, ao Conselho Monetário Nacional (CMN), ao Banco Central do Brasil e aos demais órgãos públicos intervenientes do RERCT a divulgação ou o compartilhamento das informações prestadas pelos declarantes que tiverem aderido ao RERCT com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, inclusive para fins de constituição de crédito tributário.”. Assim, a referida lei veda expressamente tanto a divulgação quanto o compartilhamento das informações prestadas pelos contribuintes que aderiram o RERCT. Acerca do RERCT, Heleno Taveira Torres9 reafirma em sua tese que o referido programa vê-se protegido pelo sigilo-fiscal, assim como qualquer programa de declaração de Imposto de Renda: “A declaração do RERCT vê-se protegida pelo sigilo fiscal, como qualquer declaração de imposto sobre a renda. Só pode ser alcançada por decisão judicial que tenha outros motivos suficientes para autorizar alguma quebra de sigilo de dados, como ocorre em qualquer outro caso. Portanto, não corrobora com a verdade a alegação de haver alguma restrição a investigações. O que se afirma é a segurança jurídica em favor do declarante, para que a declaração de regularização não seja o “único indício ou elemento para efeitos de expediente investigatório ou procedimento criminal” Ainda, conforme previsto na Instrução Normativa RFB 1627/2016, em seu artigo 31, a divulgação ou qualquer formade publicidade das informações constantes no programa implicarão na quebra do sigilo fiscal, sujeito ao responsável pela divulgação pena prevista no art. 325 do Código Penal. BIBLIOGRAFIA 9 TORRES, Heleno Taveira. Programa de regularização de ativos lícitos no exterior e direitos à proteção da propriedade privada. In: PAULO JUNIOR, Aldo de; SALUSSE, Eduardo Perez; ESTELLITA, Heloísa. Regime especial de regularização cambial e tributária (RERCT): aspectos práticos. São Paulo: Noeses, 2016. Fls. 21 O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização. • CARVALHO, Paulo de Barros. Derivação e positivação no direito tributário. São Paulo: Noeses, 2011 – Tema VII – A ordem Processual Brasileira: Limites competenciais para reforma das deciões administrativas tributárias. • DARZÉ, Andréa Medrado. Preclusão da prova no processo administrativo tributário: um falso problema. In: ROSTAGNO, Alessandro (Coord.). • LUNARDELLI, Pedro Guilherme Acorse. O voto de qualidade no processo administrativo tributário e o art. 112 do Código Tributário Nacional. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). Racionalização do sistema tributário. São Paulo: Noeses, 2017. • CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário: linguagem e método. 7ª ed. São Paulo: Noeses, 2018, Capítulo 5 da segunda parte; • TORRES, Heleno Taveira. Programa de regularização de ativos lícitos no exterior e direitos à proteção da propriedade privada. In: PAULO JUNIOR, Aldo de; SALUSSE, Eduardo Perez; ESTELLITA, Heloísa. Regime especial de regularização cambial e tributária (RERCT): aspectos práticos. São Paulo: Noeses, 2016. • GONÇALVES, Carla de Lourdes. A possibilidade de concomitância entre ações antiexacionais preventivas e o processo administrativo tributário. In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). In: CARVALHO, Paulo de Barros (Coord.). Direito tributário entre a forma e o conteúdo. São Paulo: Noeses, 2014; • RIBEIRO, Diego Diniz. O CPC e seus reflexos no processo administrativo tributário. In: XIV Congresso Nacional de Estudos Tributários do IBET. São Paulo: Noeses
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