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Ciência Politica & Teoria do Estado Prof. Thiago Normando ∴ ATENÇÃO O CONTEÚDO AUDIOVISUAL A SEGUIR É PARA USO EXCLUSIVAMENTE ACADÊMICO E ESTÁ PROTEGIDO PELAS LEIS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL, SENDO VEDADA SUA CESSÃO OU OUTRA FORMA DE UTILIZAÇÃO NÃO AUTORIZADA, DO TODO OU DE QUALQUER PARTE PARA QUE SUA PARTICIPAÇÃO NA AULA SEJA COMPUTADA COMO PRESENÇA, É IMPORTANTE QUE COLOQUE SEU NOME COMPLETO E RA SE ISTO NÃO TIVER SIDO FEITO AINDA, FAÇA NESTE MOMENTO EX: JOÃO DA SILVA 2908029 Quem é o Professor?Thiago E. A. Normando ∴ • Advogado • Administrador • Professor (Direito, Administração, Contabilidade) • Consultor • MBA Executivo em GE – FGV • PPGD – UFPI – Dir. do Trabalho e Previdênciário • PPGCP – UFPI – Mestrado em Ciência Política @prof.tnormandoadv (86) 994-473-585 thiago.normando@professores.facid.edu.br O que abordaremos nesta disciplina? ESTRUTURA BÁSICA • O que é ciência política • O que é estado e sua formação • Modernização social e as origens do estado moderno • Estado moderno: elementos e formas, sistemas de governo e regimes políticos • Ideologias políticas e seus reflexos no estado • Constituição e direitos humanos • Desafios, tendências e limites da política e do estado • Comunicação e política (crédito digital) O que é Ciência Política? • Ciência + Política Ciência é um método de conhecer, fundamentado em um método, chamado Método Científico. Buscar conhecimento através da pesquisa • Ciência? • Política? Política vem de Polis (Cidades Estados da Grécia Antiga) Na polis os cidadãos reuniam-se e discutiam e tomavam as suas decisões Ciência • A ciência, segundo Aristóteles, tinha por objeto os princípios e as causas. • Santo Tomás de Aquino, por sua vez, a definiu como assimilação da mente dirigida ao conhecimento da coisa {Summa contra Gentiles, 1, II, cap. 60). • Kant dizia: “Tudo que possa ser objeto de certeza apodítica” * A certeza de uma proposição não depende da modalidade do juízo que ela anuncia, mas da validade da sua demonstração. Uma proposição assertórica ("Deus existe"), problemática ("Pode ser que Deus exista") ou apodítica ("Deus existe necessariamente") só será certa se sua demonstração for apodítica - em outras palavras, se for verdadeiramente uma demonstração. É o que explica que seja possível duvidar de uma necessidade ou de um fato, e ter certeza de uma possibilidade. • O conhecimento das relações entre coisas, fatos ou fenômenos, quando ocorre identidade ou semelhança, diferença ou contraste, coexistência ou sucessão nessa ordem de relações. (Paulo Bonavides) Ciência • Diz-se que as ciências começaram em ambiente grego, a partir do séc. VI a.C., sob o impulso de Tales e Pitágoras: deseja-se então um saber que apresente provas e se organize em sistemas. • Quatro Ciências: a Físico-química, que estuda os fenômenos do mundo inorgânico; a Biologia, que se ocupa dos fenômenos do mundo orgânico; a Psicologia, que abrange os fenômenos do mundo psíquico; e a Sociologia, que trata dos fenômenos do mundo social • A partir da 2.ª metade do séc. XIX vão surgir as "ciências humanas", que têm por objeto o comportamento dos homens e das sociedades. Ultrapassada rapidamente a fase do registro e da estatística, tentam, elas também, compreender e prever à custa de modelos. A grande questão é a do tipo de objetividade conseguida, se e até que ponto as ciências humanas se conseguem libertar de pressupostos ideológicos. • As ciências humanas, mais ainda que as ciências da natureza, correm o risco de ser instrumentalizadas pelo poder e pelas ideologias políticas. Política • πολιτική / politikí (grego) • Relação a grupo social (povo) que integra a Polis • Tudo é que vinculado ao Estado e sua gestão. Urbano, Civil, Publico • Aristóteles: a política é a ciência que tem por objetivo a felicidade humana e divide-se em ética (que se preocupa com a felicidade individual do homem na Cidade-Estado, ou pólis), e na política propriamente dita (que se preocupa com a felicidade coletiva). • Thomas Hobbes “Consiste nos meios adequados à obtenção de qualquer vantagem” • Bertrand Russell “o conjunto dos meios que permitem alcançar os efeitos desejados” • Maquiavel “ a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo” Política • Werber em “A Política como vocação” O que entendemos por Política? O conceito é extremamente amplo e compreende qualquer tipo de liderança independente em ação. Fala-se da política financeira dos bancos, da política de descontos do Reichsbank, da política grevista de um sindicato; pode-se falar ela política educacional de uma municipalidade, da política do presidente de uma associação voluntária e, finalmente, até mesmo da política de uma esposa prudente que busca orientar o marido. Hoje, nossas reflexões não se baseiam, decerto, num conceito tão amplo. Queremos compreender como política apenas a liderança, ou a influência sobre a liderança, de uma associação política, e, daí hoje, de um Estado. Então, o que é Ciência Política? • É uma área de estudos que pesquisa, estuda, analisa, os diversos aspectos que envolvem o funcionamento das instituições políticas, responsáveis pelo Estado e suas relações com a sociedade. • Estudamos Estado, Governo, Democracia, Legitimidade, Poder • Histórica, pois se desenvolve com o Tempo (com o desenvolvimento do Estado e da Sociedade), estando em constante transformação, não podendo assim, aplicar experimentações próprias de físicos e biólogos (Strek, 2014) O que é Teoria do Estado? • É uma disciplina que estuda os fenômenos do Estado! • Origem, formação, estrutura, organização, funcionamento, finalidades • Possui traços de conhecimentos jurídicos, filosóficos, sociológicos, políticos, históricos, geográficos, antropológicos, econômicos e psicossociais. Ciência Política e Teoria do Estado são, portanto... • Disciplinas que tem o mesmo objeto de estudo Qual o objeto de Estudo então da Ciência Política? O ESTADO. Mas não só ele. É o poder dentro de uma determinada instituição (Werber) É qual a importância de entender o Estado, dentro do curso de Direito? Decisões Politicas e jurídicas são tomadas dentro do Território Cada Estado (Nação) tem legislação própria, organização social, política, jurídica específica O Estado é estudado de forma específica, à luz de seu ordenamento jurídico Quatro conceitos básicos na Ciência Política: • O Estado é a tentativa de delimitação das noções de poder amplamente difundidas na sociedade. • O Direito é a noção que implica a participação de todos os cidadãos como aqueles que têm direito a uma parte do que é oferecido pela sociedade. • A Cidadania é o que permite a participação política na formação da sociedade e o reconhecimento do papel do cidadão (aquele que participa da formação política da cidade). • A Cidade é a instituição política que agrupa os seres humanos dentro de uma estrutura jurídica, geográfica e social. ESTADO A título de curiosidade: Um publicista do liberalismo, chamado Bastiat, no sec. XIX, ofereceu 50 mil francos para quem desse uma definição satisfatória de Estado! • Uma sociedade constituída por um grupo de indivíduos organizados, como: os grupos familiares, profissionais, educativos, políticos, religiosos, que buscam objetivos em comum. • O Estado se apresenta como uma organização chamada sociedade política. • Neste Estado existem normas jurídicas escritas ( No caso do Estado Brasil: Constituição, Código Civil, Penal, Defesa do Consumidor, Tributário, Transito, etc) • Existe também uma hierarquia entre governantes e governados ESTADO • Werber em “A Política como vocação” Em ultima análise, só podemos definir o Estado moderno sociologicamente em termos dos meios específicos peculiares a ele, como peculiares a toda associação política, ou seja, o uso da força física. “Todo Estado se fundamenta na força", disse Trotski em Brest-Litovsk. Isso é realmente certo. Se não existissem instituições sociais que conhecessem o usoda violência, então o conceito de "Estado" seria eliminado, e surgiria uma situação que poderíamos designar como "anarquia", no sentido específico da palavra. O Estado é, portanto, aquela instituição que possui o uso legítimo da força! ESTADO • O Estado como ordem política da Sociedade é conhecido desde a Antiguidade aos nossos dias. Todavia nem sempre teve essa denominação; • Polis – Gregos • Civitas / Res Publica – Romanos • No Império Romano, durante o apogeu da expansão, e mais tarde entre os germânicos invasores, os vocábulos Imperium e Regnum, então de uso corrente, passaram a exprimir a ideia de Estado, nomeadamente como organização de domínio e poder. • Inicio da Idade Média (476 d.C.) que, empregando o termo Laender (“Países”) traz na ideia de Estado sobretudo a reminiscência do território. • Surgimento do Cristianismo e sua grande força no século X – Igreja passou a ter dois grandes poderes (Auctoristas e Potestas) • Cruzadas –Milhares de pessoas indo da Europa à Terra Santa • Surgimento da burguesia, fruto do processo da necessidade de desolar as pessoas para a terra santa. Necessidade de uma estrutura nas cidades pelo caminho • O emprego moderno do nome Estado remonta a Maquiavel, quando este inaugurou O Príncipe (1513) com a frase célebre: “Todos os Estados, todos os domínios que têm tido ou têm império sobre os homens são Estados, e são repúblicas ou principados” • Acepção filosófica: Hegel, que definiu o Estado como a “realidade da ideia moral”, a “substância ética consciente de si mesma”, a “manifestação visível da divindade”, colocando-o na rotação de seu princípio dialético da Ideia como a síntese do espírito objetivo, o valor social mais alto, que concilia a contradição Família e Sociedade, como instituição acima da qual sobrepaira tão-somente o absoluto, em exteriorizações dialéticas, que abrangem a arte, a religião e a filosofia • Acepção jurídica: Kant diz que Estado é “a reunião de uma multidão de homens vivendo sob as leis do Direito”. Burdeau, diz: “o Estado se forma quando o poder assenta numa instituição e não num homem. Chega-se a esse resultado mediante uma operação jurídica que eu chamo a institucionalização do Poder” • Acepção Sociológica: Oppenheimer: “Instituição social, que um grupo vitorioso impôs a um grupo vencido, com o único fim de organizar o domínio do primeiro sobre o segundo e resguardar-se contra rebeliões intestinas e agressões estrangeiras”. Duguit define o Estado, em sentido geral, como toda sociedade humana na qual há diferenciação entre governantes e governados, e em sentido restrito como “grupo humano fixado em determinado território, onde os mais fortes impõem aos mais fracos sua vontade” Evolução do ESTADO • Crise do Império Romano • Feudalismo • Mercantilismo • Capitalismo Evolução do ESTADO Evolução do ESTADO Moderno • Surgido na Europa renascentista, sob forma de monarquias absolutistas, em que as propriedades do reino eram do rei, ou seja, não existia o espaço público. Sem falar na ausência da sociedade civil — no lugar do cidadão havia o súdito ou o que se submetia. (Centralização Política na figura do Rei) • Queda das monarquias absolutistas (Revolução Francesa (queda da Bastilha) – 1789/1799 – Surgimento da Idade Contemporânea Características de um Estado Moderno. • As deficiências da sociedade política medieval determinaram as características fundamentais do Estado Moderno, quais seja: • Território e Povo como elementos materiais • Governo, Poder e a Autoridade (ou soberano) como elementos formais Neste sentido temos: • Que o Estado é o que detém o monopólio exclusivo da força; • O Estado é baseado no centralismo e no monismo jurídico : Monopólio Legislativo • O Estado é A instituição política por excelência Modernidade? O que é essa modernidade? • O que é modernidade, cuja presença é tão central em nossas ideias práticas por mais de 3 séculos e que esta em discussão, rejeitada ou redefinida, nos dias de hoje? • Alan Touraine: “seria a afirmação de que o homem é o que ele faz, e que, portanto, deve existir uma correspondência cada vez mais estreita entre a produção, tomada mais eficaz pela ciência, a tecnologia ou a administração, a organização da sociedade, regulada pela lei da vida pessoal, animada pelo interesse, mas também pela vontade de se liberar de todas as pressões”. • Marshall Berman: define-a como sendo “um conjunto de experiências de cada indivíduo consigo mesmo e com os outros.” Mas não é mansa nem pacífica a questão. Pois a modernidade, ainda sob a ótica de Berman, é um paradoxo, uma unidade desunida, pois ao mesmo tempo em que une as pessoas no mundo, destruindo as fronteiras geográficas, raciais e de classes, coloca-as num ambiente conflitante, contraditório. Modernidade? O que é essa modernidade? • Os termos moderno, modernidade, modernização, carregam consigo várias possibilidades de entendimento, constituem-se como termos polissêmicos. Isso quer dizer que existem diversas possibilidades de significados que podem ser atribuídos aos termos moderno, modernidade, modernização. • Associada a temática da modernidade, moderno e modernização acompanha a ambiência histórica marcada pelas revoluções burguesas, as revoluções liberais e pela ascensão do capitalismo como modo de produção que se firmaria como hegemônico ao longo do século XIX, do século XX e nestes primeiros tempos do século XXI • A modernização dá lugar, num mesmo processo, a duas tendências contraditórias: integração e marginalização. Mais precisamente: a modernização impulsiona uma integração transnacional que provoca a marginalização tanto de amplos setores sociais como de regiões inteiras. Antes de fazer um esboço dessa dinâmica, entretanto, convém destacar o caráter imperativo da modernização. Trata -se de um imperativo no sentido de que não existiram alternativas viáveis de desenvolvimento econômico. Para a próxima aula, pesquise: • Teorias Naturalistas e Teorias Contratualistas em relação à formação do Estado
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