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Gabrielle Luciano – 4° MED UniFG Protocolo pré-natal/puerpério na atenção básica de saúde Primeiramente deve se ter em mente que um dos focos principais da atenção obstétrica e neonatal é a qualidade e humanização. Isso por que é dever dos serviços e profissionais de saúde acolher com dignidade a mulher e o recém-nascido, lembrando sempre que eles possuem direitos que devem ser levados em consideração sempre. Nesse sentido, é dever dos estados e dos municípios ter uma rede de serviços organizados para a atenção obstétrica e neonatal com mecanismos de referência e contrarreferência, levando em conta os seguintes critérios: - Vinculação de unidades que prestam atenção pré-natal às maternidades/ hospitais. - Garantia dos recursos humanos, físicos, materiais e técnicos necessários à atenção pré-natal, assistência ao parto e ao recém- nascido e atenção puerperal, com estabelecimento de critérios mínimos para o funcionamento das maternidades e unidades de saúde. - Captação precoce de gestantes na comunidade. - Garantia de atendimento a todas as gestantes que procurem os serviços de saúde. - Garantia da realização dos exames complementares necessários; - Garantia de atendimento a todas as parturientes e recém-nascidos que procurem os serviços de saúde e garantia de internamento, sempre que necessário. - Garantia de acompanhante durante o trabalho de parto, no parto e no pós-parto. - Incentivo ao parto normal e à redução da cesárea desnecessária. - Vinculação à Central de Regulação Obstétrica e Neonatal, de modo a garantir a internação da parturiente e do recém- nascido nos casos de demanda excedente. - Transferência da gestante e/ou do neonato em transporte adequado, mediante vaga assegurada em outra unidade, quando necessário (SAMU). - Garantia de atendimento das intercorrências obstétricas e neonatais. - Atenção à mulher no puerpério e ao recém- nascido. ATENÇÃO PRÉ-NATAL E PUERPERAL O principal objetivo da atenção pré-natal e puerperal é acolher a mulher desde o início da gravidez, cuidando para que essa gravidez seja saudável, até o fim da gestação, assegurando que nasça uma criança saudável e garantindo o bem-estar materno e neonatal. O que deve ser feito é uma atenção pré- natal e puerperal qualificada e humanizada, adotando sempre condutas acolhedoras e sem intervenções desnecessárias. Lembrando sempre da importância da integração dos três níveis da atenção para que se tenha o fácil acesso a serviços de saúde de qualidade por meio da promoção, prevenção e assistência à saúde da gestante e do recém-nascido. Diante disso, há alguns parâmetros estabelecidos que determinam como os estados e municípios devem se organizar para garantir a atenção pré-natal e puerperal: - Captação precoce das gestantes com realização da primeira consulta de pré-natal até 120 dias de gestação. Gabrielle Luciano – 4° MED UniFG - Realização de, no mínimo, seis consultas de pré-natal, sendo preferível, uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre e três no terceiro trimestre de gestação - Desenvolvimento das seguintes atividades durante a atenção pré-natal: 1. Escuta ativa da mulher e de seus acompanhantes, esclarecendo dúvidas e informando sempre o que vai ser realizado durante a consulta e as condutas a serem adotadas. 2. Realização de atividades educativas a serem realizadas em grupo ou individualmente, utilizando sempre uma linguagem clara e compreensível, respondendo os questionamentos da mulher ou da família e fornecendo as informações necessárias. 3. Estimulo ao parto normal e resgaste do parto com ato fisiológico 4. Anamnese e exame clínico-obstétrico da gestante 5. Exames laboratoriais ABO-Rh, hemoglobina/hematócrito, na primeira consulta; Glicemia de jejum, um exame na primeira consulta e outro próximo à 30ª semana de gestação; VDRL, um exame na primeira consulta e outro próximo à 30ª semana de gestação; Urina tipo 1, um exame na primeira consulta e outro próximo à 30ª semana de gestação; Testagem anti-HIV, com um exame na primeira consulta e outro próximo à 30ª semana de gestação, sempre que possível; Sorologia para hepatite B (HBsAg), com um exame, de preferência, próximo à 30ª semana de gestação, se disponível; Sorologia para toxoplasmose na primeira consulta, se disponível; 6. Imunização antitetânica: aplicação de vacina dupla tipo adulto até a dose imunizante (segunda) do esquema recomendado ou dose de reforço em gestantes com esquema vacinal completo há mais de 5 anos. 7. Avaliação do estado nutricional da gestante e monitoramento por meio do SISVAN 8. Prevenção e tratamento dos distúrbios nutricionais 9. Prevenção ou diagnóstico precoce do câncer do colo uterino e de mama 10. Tratamento das intercorrências da gestação 11. Classificação de risco gestacional com problemas ou comorbidades, garantindo vínculo e acesso à unidade de referência para atendimento ambulatorial e/ou hospitalar especializado; 12. Atendimento às gestantes com problemas ou comorbidades, garantindo vínculo e acesso à unidade de referência para atendimento ambulatorial e/ou hospitalar especializado. 13. Registro em portuária e cartão da gestante, inclusive registro de intercorrências/urgências que requeiram avaliação hospitalar em situações que não necessitem de internação - Atenção à mulher e ao recém-nascido na primeira semana após o parto, com realização das ações da “Primeira Semana de Saúde Integral” e da consulta puerperal, até o 42° dia pós-parto.
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