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FADESA- FACULDADE PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA CURSO DE BACHAREL EM PSICOLOGIA DISCIPLINA: PRÁTICAS INTEGRATIVAS I MARIANA SOARES HONORATO MILENA BEATRIZ POLLYANNA STHEFHANY MARQUES CORREA HISTÓRIA DAS PRÁTICAS EM SAÚDE MENTAL NO BRASIL: PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS E CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA. PARAUAPEBAS-PA MARÇO- 2021 MARIANA SOARES HONORATO MILENA BEATRIZ POLLYANNA STHEFHANY MARQUES CORREA PARAUAPEBAS-PA MARÇO-2021 Trabalho apresentado para obtenção de nota da disciplina Praticas integrativas I. Discentes: Mariana Soares Honorato, Milena Beatriz, Pollyanna Sthefhany Marques Correa. Docente: Danielle Santos de Miranda HISTÓRIA DAS PRÁTICAS EM SAÚDE MENTAL NO BRASIL: PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS E CONTRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA. As primeiras discussões acerca de saúde mental no Brasil, surgiram em meados do século XIX. Nesse período, o conceito que se tinha sobre a pessoa acometida com esse “distúrbio”, era o de ser um risco a sociedade no qual estava inserido, e consequentemente passava a ser descriminado e excluído do meio social e passando a ser tratados em santas Casas de misericórdias. Após inúmeras denúncias e protestos acerca dos cuidados prestados pelas Santas Casas, em 1830, os médicos da academia imperial de medicina, passaram a lutar pela necessidade de acolher essas pessoas, e essa luta mobilizou a opinião pública no sentido da construção de um hospício para esses pacientes. Em 1852 foi inaugurado o primeiro hospício, que recebeu o nome do imperador Dom Pedro II, assim dando início a Psiquiatria no Brasil. A inauguração desse hospício pelo imperador Dom Pedro II foi considerado um marco para a psiquiatria no Brasil, apesar de que o modelo de assistência a esses pacientes ser baseado em isolamento, por serem considerados doentios e inaptos a viver em sociedade, porém com chances de serem tratados. Com o surgimento das escolas de médicos cirúrgicos, deram início a formação de doutores em medicina, percussores de pesquisas cientificas e também dos primeiros institutos de pesquisas de doenças, entre eles o Instituto Osvaldo Cruz. Em 1881 a direção desses hospícios passou a ser exercidas exclusivamente por médicos, Machado Brandão foi o primeiro psiquiatra a trabalhar no hospício. Com o objetivo de melhorar o atendimento prestado aos doentes mentais, em 1923 foi fundada a Liga Brasileira de Higiene Mental, que investiu na formação dos psiquiatras e no melhoramento estrutural dessas instituições. Ulisses Pernambucano, responsável pela psiquiatria social Brasileira, lutou contra a violência e maus tratos para com esses pacientes, inaugurando em 1931 uma rede de serviços de atendimentos composto por serviço de higiene mental, ambulatorial, hospital psiquiátrico, manicômio judiciário e colônias. Sua atuação levou a confrontos com os poderosos da época, sua liberdade de pensamento incomodava algumas autoridades que aproveitaram da revolta comunista para prendê-lo. Apesar de sua permanência na prisão ter sido apenas de 40 dias, as consequências foram devastadoras, visto que sofreu enfarte cardíaco, tendo que permanecer por um longo período de repouso, e por isso teve aposentadoria compulsória e perdeu sua cadeira no ginásio Pernambucano. No final de 1950, foi implementado o modelo de asilamento cientifico, marcando assim o segundo momento da psiquiatria. A transição do modelo psiquiátrico clássico para o psicossocial surgiu a partir da reforma psiquiátrica, sendo resultante de muitos esforços. A reforma psiquiátrica Brasileira está alicerçada em valores nos quais a liberdade e a reinserção social humanizada, é um direito fundamental para o resgate da condição de cidadania desses usuários. Por meio do movimento antimanicomial e da reforma psiquiátrica denominada "atenção psicossocial", a Lei nº 10.2016 foi promulgada no Brasil em 2001. A lei constitui uma estratégia de saúde mental de base comunitária, e recomenda a substituição do modelo asilar. Nesta mudança revolucionária do modelo da biológico médico para a organização de serviços humanos, o paciente é visto como o objeto ao invés do objeto, o que significa que o tratamento / cuidado é necessário, então o foco está na compreensão da dor do indivíduo e necessidades específicas. Em 2002, o Ministério da Saúde formulou uma série de normas e estabeleceu um mecanismo claro, eficaz e seguro para reduzir o número de leitos em hospitais de grande porte e hospitais psiquiátricos em todas as regiões do país. entre 2003 e 2005. cama. Com isso, a saúde mental é inserida no campo da saúde coletiva, que é um complexo processo psicossocial biológico que leva à doença, é uma abordagem interdisciplinar e intersetorial para inserir serviços, redes de atenção e atenção, como os CAPS-centros de atenção psicossocial. Em 2004, foi realizado o primeiro Congresso Brasileiro de Centros de Atenção Psicossocial, reunindo 2.000 pessoas, entre trabalhadores e usuários dos CAPS. Modelo de atendimento psiquiátrico centrado em hospitais comunitários, existem 689 CAPS em funcionamento em todo o país. Fornece valor estratégico para o CAPS mudar o modelo de assistência e defende a construção de uma política de saúde mental para usuários de álcool e outras drogas. Pessoas com doenças mais graves são de responsabilidade do SUS- Sistema Único de Saúde e, nos últimos anos, têm feito suas próprias promessas nesse sentido. O SRT-Serviço de Internação Terapêutica foi implantado e está localizado em um espaço urbano construído para atender as pessoas com doenças mais graves em hospitais psiquiátricos. Embora o SRT seja configurado como um dispositivo médico, ele deve garantir o direito à moradia das pessoas, mas cada situação deve ser considerada única, respeitando as necessidades, custos, hábitos e dinâmicas dos moradores.Cada residência pode acomodar até 8 moradores. No Brasil e com o processo de implantação dos residentes recentes, atualmente funcionam 357 departamentos de atendimento, com cerca de 2.850 residentes. A previsão é de expansão da rede, e o Ministério da Saúde informou que cerca de 12 mil pessoas serão beneficiadas com o projeto. O projeto Volta Para Casa visa a reintegração das pessoas ao longo do processo de hospitalização na sociedade, sendo uma estratégia eficaz para a liberação de portadores de transtorno mental. O objetivo do programa é promover de forma efetiva a integração social da pessoa por meio do pagamento mensal de R $ 240,00 para auxílio-reabilitação. Para receber essa ajuda, a pessoa deve ter alta de hospital psiquiátrico ou de tutela e hospital psiquiátrico, e há indícios de que deve ser incluída no plano municipal de reinserção social. O manicômio judiciário é um desafio para a reforma psiquiátrica brasileira porque não é administrado pelo SUS, mas pelo judiciário, e não está sujeito às regras gerais de funcionamento do SUS. Estima-se que 4.000 pessoas estão internadas em 19 hospitais tutelares e em cada país tratamento psiquiátrico ou asilo judicial, sempre há denúncias de abusos e morte nessas instituições. Para o Judiciário brasileiro, o portador de transtorno mental que cometa crimes é considerado imputáveis, ou seja, que está isento de punição. No entanto, essas pessoas estão sujeitas a medidas de segurança obrigatórias, cuja principal consequência é o isolamento permanente. Com a promulgação da Constituição de 1988 e a criação do sus, profissionais da atenção básica de saúde devem enfocar os sintomas ou queixas do "território" do sujeito. Em outras palavras, os sintomas aparecem e se consolidam nas relações diretas, na vizinhança, na família e em áreas especiais da vida cotidiana. A psicologia revolucionou a saúde mental com seu advento,contribuindo com mudanças significativas e permitindo uma nova compreensão sobre saúde mental. A partir da reforma antimanicomial, e das pesquisas realizadas em Psicologia Social e Sociológica, deu-se início à desconstrução desses estigmas, que infelizmente permanecem na cabeça de muitas pessoas hoje. Nesse sentido, a psicologia social permite tratar a saúde e os sintomas como um processo histórico, testando assim o modelo linear de hegemonia (causas / sintomas) na história da psicologia, mudando completamente os campos da ciência e da saúde pública. Referências • BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Reforma Psiquiátrica e Manicômios Judiciários: Relatório Final do Seminário Nacional para a Reorientação dos Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico. Brasília, Ministério da Saúde, 2002. • Cerqueira, L. (1989). Psiquiatria social: problemas brasileiros de saúde mental. Rio de Janeiro: Atheneu. • PITTA, Ana Maria Fernandes. Um balanço da Reforma Psiquiátrica Brasileira: Instituições, Atores e políticas. An assessment of Brazilian Psychiatric Reform: Institutions, Actors and policies. 2011. • HIRDES, Alice. A Reforma Psiquiátrica no Brasil: Uma (re) visão. Ciência & Saúde Coletiva, v.1 n. 18, 2012. • IGLESIAS, Alexandra. AVELLAR, Zacché Avellar. As contribuições do psicólogo para o matricialmente em saúde mental. Prof. Vol. 36 no.2 Brasília Apr. / june 2016. Referências
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