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COCCIDIOSE: Eimeria e Cryptosporidium Prof. Jorge Ribas Faculdade de Ciências Agrárias e da Saúde Medicina Veterinária - Enfermidades Parasitárias aplicadas a Medicina Veterinária • O que é? • Hospedeiros: Caprino, ovino, bovino, suíno, frangos... • Prejuízo – Mortalidade – Diminuição de ganho de peso – Retarda crescimento – Diminuição de produção • Distribuição mundial EIMERIOSE Reino: Protista Filo: Apicomplexa Classe: Sporozoasida Subclasse: Coccidiasina Família: Eimeriidae Gênero: Eimeria Espécie: Várias e espécie-específica TAXONOMIA OVINOS E. ahsata E. bakuensis E. ovinoidalis Espécies altamente específicas Exceção: E. caprovina BOVINOS E. bovis E. zuernii Algumas espécies de Eimeria CAPRINO E. christensen E. ninakohlyakimovae FORMAS EVOLUTIVAS DA Eimeria Um esporoblasto Divisão do esporoblasto 4 ESPOROBLASTOS: → 4 esporocistos → 4 esporozoítos Tamanho: ~ 20 X 30 m Esporulação: ~ 2–3 semanas Oocistos não esporulados O o c is to s e s p o ru la d o COMO OCORRE A TRANSMISSÃO? Via oral Alimentos e água com oocistos esporulados Sobrevivência do oocisto no meio ambiente Condições favoráveis ➔ Meses Desinfetantes ➔ Resistentes Luz solar e calor ➔ Destruição Liberação para o meio ambiente: Oocistos não esporulados Forma infectante: Ooscistos esporulados (no ambiente) Periodo pré patente: ~ 18 dias Morte: 3 – 4 semanas PI ➢ Mudança de comportamento ➢ Sonolência ➢ Sede intensa ➢ Anorexia ➢ Diarreia ➢ Pelo arrepiado ➢ Fraqueza ➢ Morte ➢ Alterações nervosas → Neurotoxinas (Bovinos) Porque a diarréia? CARACTERÍSTICA CLÍNICA Ciclo evolutivo da Eimeria Entendeu porque a diarréia? Continue atento... Por alimento ou água Ciclo evolutivo da Eimeria Quando vai liberar oocistos? Ciclo evolutivo da Eimeria Fatores que interferem nas características da eimeriose IMUNIDADE ➢ Desenvolveu imunidade espécie-específica ➢ Reinfecção ou Infecção discreta que não os prejudique Fonte de infecção IDADE Doença de animais jovens, pode acometer animais velhos * Densidade populacional * Estresse * Doenças concomitantes * Imunidade Freqüência de caprinos leiteiros parasitados por Eimeria sp, com relação a faixa etária Caprinos No de amostras Positivos (%) Negativos (%) Jovens 305 233 (76,39%) 72 (23,61%) Adultos 357 231 (64,71%) 126 (35,29%) Total 662 464 (70,09%) 198 (29,91%) Fonte: Julião et al., 1999 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Set Nov Jan Mar Mai Jul Set Nov Jan Mar Mai Jul Meses Adultos Jovens 1997 1998 1999 Ciclo I Ciclo II FIGURA 4. Média de oocistos de Eimeria sp. por grama de fezes em caprinos leiteiros criados no município de Amélia Rodrigues, Bahia, setembro de 1997 a agosto de 1999. M é d ia d e O O P G ( x 1 0 0 0 ) 20,09 9,40 10,35 10,62 28,13 18,73 9,42 13,2 F o n te : J u liã o e t a l. , 1 9 9 9 • CLÍNICA Ingestão de grande quantidade de oocistos Alterações nervosas – E. zuernii – neurotoxinas (Isler et al., 1987) • SUB-CLÍNICA Pouca ingestão de oocistos, efeitos discretos , pequena redução no desenvolvimento corporal FORMAS DE COCCIDIOSE Fisiopatologia da Eimeriose ENTERITE (colite, tiflite) Alteração lúmen: pH, alteração na flora, digestão de gordura e proteína DOR ENTERORRAGIA ANEMIA Alteração na digestão e absorção PERDA DE PESO DESIDRATAÇÃO DIARRÉIA líquida/sanguinolenta Perda de eletrólitos INAPETÊNCIA RECUPERAÇÃO /MORTE http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.zoetecnocampo.com/Documentos/eimeria/326.jpg&imgrefurl=http://www.zoetecnocampo.com/Documentos/eimeria/eimeria.htm&h=203&w=300&sz=24&hl=pt-BR&start=16&tbnid=gh49RKkBWLhN4M:&tbnh=78&tbnw=116&prev=/images%3Fq%3Deimeria%26gbv%3D2%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG Fisiopatologia da Eimeriose Síndrome de má absorção: • Aumento da osmolaridade do conteúdo intestinal e passagem de líquido para luz do órgão Atrofia das vilosidade: ↓ absorção de lipídeos, glicídios, proteínas e vitaminas Má absorção de dissacarídeos (lactose) → permanência na luz intestinal → fermentação microbiana: → gazes → aumento pressão osmótica intraluminal - diarréia • Consistência e coloração das fezes - diarréia - presença de sangue ou muco • Mortalidade - Diferenças entre as espécies de Eimeria OBSERVAÇÕES DO REBANHO • Animais jovens Eliminação de oocistos nas fezes: Bovinos: 13 dias de idade (E. zuernii) Caprinos: 15 – ↑ 45 dias E. christenseni: ↑ animais com menos de 6 meses ↓ infecção menos grave entre 8 e 9 meses E. ninakohlakimovae: ↑ animais com menos de 2 meses e maiores de 8 meses OBSERVAÇÕES DO REBANHO Freqüência de oocistos de Eimeria sp. em fezes de caprinos leiteiros nos sistemas de criações intensivo e semi-intensivo, no Estado da Bahia Sistema de criação No de amostras Positivas (%) Negativas (%) Intensivo 201 173 (86,07) 28 (13,93) Semi- intensivo 174 162 (93,10) 12 (6,90) Total 375 335 (89,33) 40 (10,67) Fonte: Julião et al., 1999 Fonte: Julião et al., 1999 E. ninakohlyakimovae (40,5%) E. arloingi (38,8%) E. christenseni (38%) E. alijevi (28,9%) E. hirci (28,9%) E. jolchijevi (12,4%) E. caprina (8,3%) E. caprovina (7,4%) Freqüência das espécies de Eimeria em caprinos leiteiros criados no Estado da Bahia, novembro de 1996 a junho de 1997. PREVENÇÃO MANEJO SANITÁRIO Práticas Gerais ✓ Esterco ✓ Exame de fezes periódico ✓ Qualidade da alimentação ✓ Instalações (comedouros e bebedouros) Físicos: lança-chama (vassoura de fogo) Químicos v ila d o s c a e s .m u lt ip ly .c o m PREVENÇÃO Fenóis 5% 0 100 Fenóis 10% 0 100 Formoaldeído 5% 98 2 Formoaldeído 10% 75 25 Iodophor 1% 89 11 Iodophor 2% 82 18 Hipoclorito sódio 5% 92 8 Hipoclorito sódio 10% 78 22 Água clorada comercial 12,5% 98 2 Água clorada comercial 25% 100 0 Bicromato de potássio 2% 97 3 Oocistos esporulados (%) SIM NÃO DESIFETANTES PREVENÇÃO ANIMAIS Categoria: nascimento ➔ desmame desmame ➔ idade reprodutiva adultos Susceptibilidade do animal (imunidade, outras doenças...) Adensamento populacional ✓ competição entre os animais pelo alimento aumento da transmissão Mudanças de alimentação Uso de drogas na ração ou água 2 a 4 semanas de idade TRATAMENTO ANTI-COCCÍDICO Precocidade na instituição do tratamento – fase inicial – melhor atuação dos medicamentos Isolamento dos animais doentes Fluidoterapia Antibióticos TRATAMENTO ANTI-COCCÍDICO SULFONAMIDAS Difícil solubilidade, sabor amargo Sulfaquinoxalina, Sulfadimetoxina Preventivo: 7 dias Terapêutico: 3-5 dias TRATAMENTO ANTI-COCCÍDICO AMPRÓLIO Interfere no metabolismo da tiamina (Vit B1), podendo causar deficiência Preventivo: 5 mg/kg/21 dias Terapêutico: 10 mg/kg/4-5 dias Especialidade Farmacêutica Amprolbase Amprólio+ Sulfaquinoxalina Amprólio ANTIBIÓTICOS IONÓFOROS Carreiam íons através da membrana celular: K+ e Ca++➔ Toxicidade Salinomicina: 1 mg/kg • Animais em aleitamento: 15 ao 70 dias idade • Recria: intervalos de 15 dias até 6-8 meses idade Especialidade Farmacêutica Coxystac TRATAMENTO ANTI-COCCÍDICO TOLTRAZURIL 20 mg/kg (0,08 mL/kg) Especialidade Farmacêutica Baycox TRATAMENTO ANTI-COCCÍDICO TRATAMENTO ANTI-COCCÍDICO TRIMETOPRIM Especialidade Farmacêutica Trissulfin, Antidiarréico Sulfametoxazol, Trimetoprim, Neocina, Propionato de Sódio Sulfametoxazol, Trimetoprim Diagnóstico da Eimeriose DIAGNÓSTICO CLÍNICO ➢ Amamnese (Manejo e sistema de criação) ➢ Sinais clínicos ➢ Lesões macroscópicas a necropsia INVESTIGAÇÕES LABORATORIAIS EXAME LABORATORIAL COLETA DO MATERIAL Cuidados na coleta Recipiente Conservação e remessa EXAME LABORATORIAL TAMANHO DA AMOSTRA ➢ Idade ➢ Categoria zootécnica - gestação, lactação.. ➢Manejo de pastagem ➢ Fatores topográficos e climáticos INVESTIGAÇÕES LABORATORIAIS ✓Contagem de oocistos (interpretação) ✓Determinação das espécies de Eimeria Investigaçõeslaboratoriais ✓ Contagem de oocistos ➔ OOPG http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.parazytologia.pl/35rg1/esp02.jpg&imgrefurl=http://www.parazytologia.pl/szukajfoto.asp%3Fcmd%3DFromlist%26ID%3D202&h=320&w=424&sz=31&hl=pt-BR&start=150&tbnid=QiG-cNcuLhIGTM:&tbnh=95&tbnw=126&prev=/images%3Fq%3Deimeria%26start%3D144%26gbv%3D2%26ndsp%3D18%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN ANALISE DA AMOSTA FECAL http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.parazytologia.pl/35rg1/esp02.jpg&imgrefurl=http://www.parazytologia.pl/szukajfoto.asp%3Fcmd%3DFromlist%26ID%3D202&h=320&w=424&sz=31&hl=pt-BR&start=150&tbnid=QiG-cNcuLhIGTM:&tbnh=95&tbnw=126&prev=/images%3Fq%3Deimeria%26start%3D144%26gbv%3D2%26ndsp%3D18%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN ✓Determinação das espécies de Eimeria ➔ CFA CENTRÍFUGO-FLUTUAÇÃO EM AÇUCAR, MODIFICADA K2Cr2O7 Investigações laboratoriais http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.beaglesunlimited.com/Photos/Coccidia4.jpg&imgrefurl=http://www.beaglesunlimited.com/beaglehealth_coccidiosis.htm&h=149&w=165&sz=5&hl=pt-BR&start=35&tbnid=tXS85mz5NUNTKM:&tbnh=89&tbnw=99&prev=/images%3Fq%3Deimeria%26start%3D18%26gbv%3D2%26ndsp%3D18%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DN • Período pré-patente e tempo de esporulação • Capacidade reprodutiva • Patogenicidade • Propriedades imunogênicas Diferenças entre as espécies de Eimeria Morfologia e tamanho do oocisto Diferenças entre as espécies de Eimeria Diferenças entre as espécies de Eimeria Eimeria christenseni Oocistos ovóide a elipsoidal Região micrópilar levemente achatada Micrópila Capuz micropilar Esporocistos de formato irregular (largos, curtos ou ovóides) Diâmetros: Maior 10,12 a 15,64m (~12,78m) Menor 5,52 a 11,96m (~ 7,44m) Diâmetro dos oocistos: Maior 29,44 a 42,78m (~ 34,86m) Menor 17,94 a 26,66m (~ 21,63m) CRIPTOSPORIDIOSE CRIPTOSPORIDIOSE Hospedeiros: Mamíferos (cães, gatos, roedores, ovinos, caprinos, bovinos, peixe boi, humanos...) Aves Répteis Peixes COSMOPOLITA Doença entérica causada por um protozoário coccídico do filo Apicomplexa, sendo a espécie Cryptosporidium parvum mais comum em mamíferos. Descrito pela primeira vez em 1907, em camundongos, nos Estados Unidos CRIPTOSPORIDIOSE Frequencia de oocistos de Cryptosporidium sp em fezes de caprinos criados no Estado da Bahia XI Seminário Brasileiro de Parasitologia, 1999 Total: 107 cabritos (um a 90 dias) Fazendas: •Amélia Rodrigues (1) •Camaçari (2) •Feira de Santana (1) •Iaçu (4) •Uauá (2) •Remanso (1) Positividade: 14,01% (15/107) Entre as propriedades: 45,45% (5/11) positivas 60% (3/5) criação intensiva Camaçari (2) e Iaçu (1) 20% (1/5) criação semi-intensiva Iaçu 20% (1/5) criação extensiva Uauá Nenhum dos animais parasitados apresentaram sinais clínicos da doença Esporulação no hospedeiro ≠ Eimeira A multiplicação do parasita no interior das células do intestino causa má absorção, má digestão, desidratação… T R E N D S i n P ar as it o lo g y V o l. 2 2 N o .1 0 Como conseqüência ocorre diarréia por alterações das células epiteliais, atrofia de vilosidades e perda de enzimas digestivas. Não há especificidade para hospedeiros Agente causal: Em humanos, C. parvum e C. hominis são as espécies mais prevalentes. No entanto, C. meleagridis (ave), C. felis (gato) e C. canis (cão) podem ocorrer em humanos também Com Cryptosporidium não há especificidade para hospedeiros. A infecção normalmente é autolimitante em indivíduos com imunidade normal, mas pode ocorrer diarréia crônica e intermitente em imunocomprometidos. A infecção ocorre com maior freqüência nas três primeiras semanas de vida CRIPTOSPORIDIOSE CRIPTOSPORIDIOSE Fatores que podem interferir na infecção ➢ Doenças associadas: bactérias, vírus, parasitas ➢ Característica do hospedeiro: idade, estado nutricional, condição imunológica, falha na ingestão de colostro ➢ Características ambientais: superpopulação, estresse, clima Profilaxia da criptosporidiose MANEJO: Os animais doentes devem ser mantidos separados dos jovens Controle de roedores limpeza e desinfecção periódica do ambiente, incluindo bebedouros e comedouros A forma infectante Oocisto esporulados. Estes oocistos são resistentes a desinfectantes (álcool, hipoclorito de sódio, fenóis), porém susceptíveis a dissecação e radiação ultravioleta. O modo de transmissão Forma de infecção ➢ Através de objetos contaminados levados à boca; ➢ Ingestão de água contaminada; ➢ Água de piscinas, lagos, rios, fontes, banheiras, e outros reservatórios de água contaminado com fezes de animais e/ou humanos infectados; ➢ Através da ingestão de alimentos cruz ou mal cozinhados; Fecal-oral Diagnóstico • Clínico • Parasitológico: concentração da amostra fecal seguida de técnicas de coloração. • Molecular: amostras isoladas de pessoas, animais ou do ambiente CRIPTOSPORIDIOSE CRIPTOSPORIDIOSE Tratamento O tratamento para a criptosporidiose, tanto em humanos quanto em animais, é o SINTOMÁTICO COCCIDIOSE: Eimeria e Cryptosporidium Prof. Jorge Ribas Faculdade de Ciências Agrárias e da Saúde Medicina Veterinária - Enfermidades Parasitárias aplicadas a Medicina Veterinária
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