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PARATUBERCULOSE SINAIS CLÍNICOS Enterite granulomatosa – má absorção de nutrientes (intestino inflamado e comprometido não consegue absorver nutrientes); Diarreia crônica e intermitente – atrapalha todo o mecanismo de equilíbrio eletrolítico na região (também impede a passagem de íons); Emagrecimento progressivo; Mau estado corporal; Diminuição da produção de leite; Morte eventual. IMPORTANTE.: Também acomete animais de corte., porém é uma doença crônica, ou seja, os animais jovens só apresentam a doença com 4-5 anos, estes não costumam morrer devido a doença (são abatidos antes). 3 ESTÁGIOS Cada estágio associado mudanças patológicas e sorológicas o Fase I (Estádio inicial) Animal contaminado; Subclínicos; Não eliminação do agente; Disseminação do MAP pelo organismo do hospedeiro. Primeira fonte de eliminação: fezes; segunda: leite. o Fase II Eliminação subclínica e progressiva da bactéria nas fezes – bem discreta, mas consegue-se identificar por PCR, apesar de não ser fácil, pois possui muitas substâncias que atrapalham (é necessário padronizar e limpar) Melhor trabalhar com culta; Aumento da concentração da bactéria na mucosa intestinal – fica protegido nos enterócitos e a se multiplicar; Emagrecimento progressivo – desprogramação dos enterócitos devido ao início da inflamação local. OBS.: A válvula ileocecal é o melhor local para isolar MAP. Ficam em maior [ ] na porção final do intestino. o Fase III (Estádio final) Diarreia crônica e intratável; Diminuição da produção leiteira; Estado caquético; Morte. Fenômeno “Pass-Through” (Passagem- Direta) Animal ingere o MAP Detectado por PCR nas fezes e leite 1 ano depois não se detecta nada (sorologia, PCR, cultivo) Animal negativo (não desenvolve os sinais clínicos) Isso ocorre devido a redução da infecção após a contaminação por ação do SI; Ocorreu em cabras. ALTERAÇÕES ANATOMOPATOLÓGICAS Mucosa intestinal espessada (edemaciada), irregular, com aspecto rugoso mais intenso e coloração mais escura; Enterite; Linfangite (aumento dos vasos linfáticos); Linfadenite granulomatosa (aumento dos gânglios linfáticos). DIAGNÓSTICO Necessário rápido diagnóstico para evitar a disseminação do agente; É o maior problema no controle da doença (tempo) – por ser detectada apenas no final, permite que outros animais sejam infectados; Detecção da bactéria e avaliação de lesões histopatológicas. o Cultura fecal “padrão ouro” Lentidão resultados – 4 meses para crescer em isolado de animais e 12 meses em de humanos. Herrol’s E.g. Yolk Medium (HEYM); Middlebrook - Meio seletivo; Mycobactina J. – MAP em vitro não libera micobactina, por isso ela deve ser adicionada em placa. Teste diferencial: MAP só pode crescer no tubo com micobactina. OBS.: MAP é muito fastidioso; Mutações na OriC (origem de multiplicação) levam a um retardo na multiplicação dela. o Testes Sorológicos CF e ELISA: Imunidade celular nos estádios subclínicos; Imunidade humoral nos últimos estádios da doença – não detecta tão bem no início. OBS.: Bom para dar um geral do rebanho. IMPORTANTE.: Sensibilidade relativamente alta: doença clínica; Sensibilidade baixa: infecção subclínica. o Provas de DNA PCR (IS900, ISMav2): Alta especificidade; Rapidez; Maior custo por animal; DNA estranho – deve-se adequar/padronizar a molecular. IMPORTANTE.: IS são sequência de inserção (PRESENTES NO DNA, MAS NÃO CODIFICAM NADA). ISMav2: mais sensível (possui mais cobre) e menos específico. CONTROLE o Iceberg 1 animal com sinais clínicos = 15 animais com infecção subclínica = 9 animais eliminando MAP nas fezes. Não existe tratamento; Enfermidade refratária a antimicrobianos – agente no interior das células, dificultando a entrada e ação do medicamento (tem que competir com a acidez do meio, proteínas de membrana, inflamação no local etc.). Antibioticoterapia mais longa pode ser um OBS.: Encapsulamento de princípios ativos visam auxiliar a ação dos medicamentos sobre o agente. Somente diminuição dos sinais clínicos; Necessária detecção regular de animais infectados e sacrifício deles (APESAR DE NÃO TER PROGRAMA DE CONTROLE E ERRADICAÇÃO). MEDIDAS DE MANEJO Higiene geral das instalações; Limpeza após ordenha; Separação dos animais por idade. VACINA Não previne completamente a doença; Diminuição dos casos clínicos; Forte interferência nos resultados de testes imunológicos; Não é permitida no Brasil. Por quê? Por causa do PNCEBT: ao fazer tuberculinização em ruminantes e bubalinos o MAP dá reação cruzada. PEQUENOS RUMINANTES 3 fases de contaminação e infecção, diagnóstico, controle, tratamento semelhantes aos bovinos; Pass-Through; Tipos de MAP – S ou I, C ou II e intermediário ou III; Meios de cultura (Middlebrook 7H10 Agar) – Herrol’s E.g. (ruminantes) não é ideal. SINAIS CLÍNICOS Perda progressiva de peso; Redução sutil da produção leiteira.; Diarreia – bem sutil devido ao tipo de alimentação e ao formato do TGI dos animais. SALMONELOSE INTRODUÇÃO Doença que apresenta diversos sintomas – diarreia é o principal; Grande importância a saúde pública: Relação entre animal e humano (zoonose); Vegetais são veiculadores de Salmonelose – contaminação do alimento por fezes; Grande parte da liberação ambiental se dá por meio do intestino; Bactéria de difícil controle, pois não há somente em animais e humanos, além disso, há várias vias de disseminação. CARACTERÍSTICAS Família: Enterobacteriaceae; Gênero: Salmonella; Duas espécies: Salmonella enterica e Salmonella bongaria; Características: bastonetes gram negativos; não esporulados; anaeróbios facultativos; lactose negativas; H2S positivo; a maioria é móvel; exceto 2 sorotipos: sorovar galinarum e pulorum – são imóveis e acometem somente aves (não zoonóticos), onde causam diarreia intensa e morte recomenda-se sacrificar as aves quando há contaminação por esses sorotipos. Características de parede? Vários sorovares de Salmonella TAXONOMIA Salmonella enterica possui 6 subespécies: Salmonella enterica subsp enterica (1586 sorotipos); Salmonella enterica subsp salamae (522 sorotipos); Salmonella enterica subsp arizonae (102 sorotipos); Salmonella enterica subsp diarizonae (338 sorotipos); Salmonella enterica subsp houtenae (76 sorotipos); Salmonella enterica subsp indica (13 sorotipos); Salmonella bongori (22 sorotipos). Total: 2659 sorotipos. PRINCIPAIS SOROVARES S. paratyphi A; S. choleraesius – muito patogênico para suínos, para os quais existe vacina. Alta disseminação devido ao sistema produtivo, além disso, há muita perda de produção; S. paratyphi A e B – seu reservatório principal é o humano, por isso, outras espécies não são responsáveis pela contaminação. Se houver contaminação, significa que a carne teve contaminação por humano; S. thyphimurium; S. infantis; S. agona; S. newport; S. derby; S. oranienburg. EPIDEMIOLOGIA Reservatório TI animais sangue quente a frio; Pássaros silvestres e roedores: importantes na disseminação interespécies; Lagartos e cobras (assintomáticas); Alguns sorotipos: hospedeiro específico; Outras: afetam vários hospedeiros. Relação hospedeiro específico Hospedeiros restritos: S. dublin: bovinos – septicemia; OBS.: Se tiver infecção por S. dublin e typhimurium causa enterite muito mais grave em humanos. S. typhimurium e S. enteritidis: ratos; S. choleraesuis: a maioria dos mamíferos; S. typhi e S. paratyphi: homem; S. gallinarum e S. pullorum: aves. IMPORTANTE.: Causa infecção por cerca de 7 dias, pois a doença é autolimitante. Não precisa de antibiótico para resolver, exceto S. typhi e S. paratyphi, que causam septicemia em humanos. Além disso, usar antibióticos pode causar resistência.Para os onde deve se utilizar antibióticos: enterite (7 dias), septicemia (14 dias), mais graves (21 dias). VIAS DE TRANSMISSÃO Aves: transovariana – ovo já sai contaminado; Espécies mais propensas: aves, suínos. Oral – mais comum; Conjuntival; Secreções – urina, fezes e leite; Transplacentária e intrauterina – algumas espécies. FATORES QUE INFLUENCIAM A DOENÇA Fatores estresse, manejo, estado imunológico ou nutricional e doenças intercorrentes: Maior taxa de morbidade: suínos, ovinos e bezerros; Ovos contaminados: casca (tempo e temperatura) e via transovariana. Estado portador assintomáticos (nomenclatura para humano) e convalescentes: Importantes para manutenção e transmissão. Idade do animal; Dose infectante: Produtos cárneos tem que ter uma quantidade muito maior para infectar; Chocolate pode ter menor contaminação e ser infectante, pois grande quantidade de gordura facilita a sobrevivência da bactéria. Sorovar envolvido; Virulência do agente; Higidez do hospedeiro: Estado imunológico, se animal está bem alimentado, se está em estresse. Condições de criação: Confinado tem maior chance de infecção, pois a densidade animal é muito maior. Baixa ou a não ingestão de colostro nas primeiras horas de vida. PATOFISIOLOGIA 3 fases: colonização, invasão do epitélio, diarreia. Bactéria entra Intestino 3 passos para a diarreia: Colonização (aderir a célula hospedeira); Invasão tecidual (mecanismos de virulência) Multiplica-se Estoura a célula e destrói o epitélio da mucosa intestinal, nas células M, pelas quais a Salmonella tem maior afinidade; Algumas Salmonellas não têm preferência por um tipo celular; Diarreia. Fatores de virulência Pili (adesão), invasinas, LPS do tipo O (entrada dentro da célula, onde dica mais protegida do SI, e liberação de substâncias que vão causar diarreia), citotoxina, enterotoxinas e tolerância ácida; Células inflamatórias: diarreia; Microbiota normal: estresse; Células alvos M: processo de infecção e multiplicação celular (pode se espalhar mais lateralmente, para as demais células, como também pode aprofundar) Ativação dos macrófagos Disseminação local ou sistêmica. Adesão pelas fímbrias; Interiorizadas; Vilosidades: neutrófilos; Resposta inflamatória e ondulações: ativação fosfolipase C; Exsudato: alteração na quantidade íons e alguns sais Processo inflamatório mais grave, o que altera a diarreia; Macrófagos: citocinas, IL, mediadores inflamatórios, alterações de íons (inflamação aumenta a diarreia profusa). IMPORTANTE.: Ingerir bactéria com toxina pré-formada = Intoxicação. Exemplos: Staphylococcus, Clostridium (algumas); Ingerir bactéria e depois de ingerida, a bactéria passa a produzir toxina = Toxi-infecção (mais grave). OBS.: Até então a Salmonella só produz um quadro infeccioso, mas não produz toxina, já E. coli causa toxi-infecção. OBS.: Devido ao fator de virulência, antes de aderir, a Salmonella consegue destruir as microvilosidades ao redor. Bactéria se multiplica causando lise celular e liberação da bactéria para outras células. SINAIS CLÍNICOS GERAIS Manifestações entéricas: diarreia, febre, inapetência, anorexia e perda de peso – duração: 7-10 dias. OBS.: em bovinos, a diarreia profusa causa acidose metabólica. Manifestações septicêmicas: morte em até 48h por choque endotóxico. Sorotipos Comumente susceptíveis Afecções TYPHIMURIUM Domésticos em geral e humanos Enterite e diversas afecções extraentéricas (septicemia, poliartrite, pneumonia, hepatite, nefrite, endocardite). ENTERITIDIS Domésticos em geral e humanos Enterite e diversas afecções extraentéricas (septicemia, poliartrite, pneumonia, hepatite, nefrite, endocardite). DUBLIN Bovinos Enterite, septicemia, poliartrite, pneumonia Ocasionalmente, encefalite, abortamentos e osteomielite. ABORTUSEQUI NEWPORT, AGONA E ANATUM Equinos Abortamentos. Enterite, cólica (fezes esverdeadas e diarreia profusa), poliartrite e pneumonia. ABORTUSOVIS E BRANDENBURG CHOLERASUIS Ovinos Suínos Abortamentos. Enterite, septicemia, pneumonia, hepatite e encefalite. PULLORUM GALLINARUM ARIZONAE Aves jovens Aves adultas Perus Enterite. Tifo aviário (diferente de Febre Tifoide). Enterite. BOVINOS o Animais jovens-Bezerros (2-6 semanas de vida) Febre, prostração, anorexia seguindo por uma diarreia; Diarreia sanguinolenta e/ou fibrina; Desidratação e fraqueza; Morte entre 5 a 7 dias de tratamento. o Animais adultos Febre, prostração, anorexia e redução da produção leiteira; Diarreia sanguinolenta, muco e necrose; Aborto em animais prenhes; Febre alta e persistente; Morte em 1-5 dias após infecção. OVINOS S. abortus e S. montevideo; Mortalidade variando entre 10 a 75%; Sinais clínicos variados: aborto posterior ao aparecimento dos sinais clínicos. SUÍNOS Transmissão oral ou oronasal; o S. cholerasuis Quadros septicêmicos e pneumonia; Afeta jovens e adultos; Podem ou não apresentar diarreia. o S. derby e S. typhimurium CÃES, GATOS E EQUINOS Comum, principalmente em animais jovens; Cães e gatos: a contaminação não é comum. Quando acontece, é mais comum em cão (pois suas porções mais sensíveis são intestino e pulmão); Cães podem se tornar reservatório após a passagem dos sintomas. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL Ideal: cultura de fezes; Cultivo de biópsia de reto: chances de isolamento; Amostras de fezes: solução tamponada de glicerina (meio Teague e Clurman) e refrigeradas; Infecção sistêmica: hemocultura; Necropsia: baço, medula óssea, abomaso (feto), fezes; Achados anatomopatológicos: Exemplo bovinos: caquexia, congestão e distensão intestinal, linfadenite mesentérica, conteúdo fibrinopurulento, pseudomembrana aderida à superfície da placa de Peyer. Isolamento em sangue e órgãos: Salmonelose septicêmica; PCR, sorologia; Detectar animal suspeito doente, rebanho e criadores. OBS.: Não é patognomônico; Mais importante: sinais clínicos e epidemiologia da doença. Diagnóstico diferencial ESPÉCIE DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL BOVINOS Colibacilose, Paratuberculose, Campilobacteriose, Clostridioses, Coccidiose, Criptosporidiose, Eimeriose, Diarreia viral bovina, Rotavirose e Coronavirose. EQUINOS Clostridium difficile, Clostridium perfringens (colite X), infecções entéricas por Rhodococcus equi, Colibacilose, Lawsonia intracellularis, Criptosporidiose, Strongyloides western, Erliquiose monocítica, Rotavírus, Coronavírus e intoxicação por metais pesados. SUÍNOS Colibacilose, Lawsonia intracellularis (enteropatia proliferativa), Criptosporidiose, Rotavirose, Peste suína e Circovirose. CÃES Colibacilose, Ancylostoma caninum, Criptosporidiose, Giardíase, Toxocara canis, Parvovirose e Coronavirose. GATOS Colibacilose, Criptosporidiose, Giardíase, Toxocariose, Ancilostomíase e Coronavirose. TRATAMENTO Terapia antimicrobiana é controvérsia (latente/subclínica). Fatores estressantes que podem ativar a Salmonelose latente ou subclínica: Infecções intercorrentes; Transporte; Superlotação; Prenhez; Temperaturas ambientais extremas; Privação de água; Terapia antimicrobiana oral; Alterações repentinas nas rações, alterando a flora intestinal; Procedimentos cirúrgicos que requerem anestesia geral; OBS: No caso de septicemia pode administrar IV. Equinos/ruminantes Sulfadiazina/Trimetropim 20 mg/kg BID a CID via parenteral; Ceftiofur 2 a 5 mg/kg BID a CID via parenteral; Enrofloxacina 5 a 10 mg/kg muscular, subcutânea CID. Suínos Sulfametazina 75mg/l. Cães e gatos Sulfa + Trimetropim 30mg/kg oral BID; Amoxicilina/Ácido Clavulânico 25 mg/kg oral BID; Cloranfenicol 50mg/kg subcutâneo/intravenosa 8 a 12h. PREVENÇÃO E CONTROLE Hidratação e se for animal de rebanho separá-lo; Limitação da infecção dentro de um rebanho: Identificar portadores, isolar e tratar; Antibiótico profilático; Água em cochos limpos; Controle em clínicas/hospitais veterinários; Alojamento adequado; Descarte de material infecioso; Restringir movimento animais; Desinfecção das instalações – exemplo: suínos. OBS.: Vazio sanitário (all in ou all out): período de limpeza antes de introduzir novos animais. Alimento fervido; Informações às pessoas. Imunização (bacteriana e atenuada); Programas de controle e supervisão. COLIBACILOSE INTRODUÇÃO Podem causar diversas doenças; Enquadrados em nível entérico local ou sistêmico; Afeta diversas espécies animais. EPIDEMIOLOGIA Afeta principalmente bovinos e suínos; Acomete animais jovens – perdas econômicas e altas taxas de mortalidade; Transmissão; Reservatórios; Fatores de risco. OBS: Como é gram negativo, há antibióticos específicos. Exemplos: aminoglicosídeos causam problemas renais e metronidazol causa problemas neurológicos. Escherichia coli CARACTERÍSTICAS GERAIS Família Enterobacteriaceae, bastonete gram negativo, fermentam glicose com produção de gás, oxidase negativa, maioria móveis, anaeróbios facultativo, existência de muitos sorotipos; Significado da presença de E.coli em um alimento: contaminação fecal, portanto está em condições higiênicas insatisfatórias; Diversas linhagens são comprovadamente patogênicas para o homem e animais – 90% não são patogênicas. Sinais clínicos Cão: diarreia (pouca incidência), cistite, piometra; Gatos: piometra, cistite, septicemia; Homem: cistite (E. coli altamente resistente); OBS.: Alta similaridade entre E. coli do cão e do homem. Bovino: diarreia, mastite, endometrite; Equino: diarreia, endometrite; OBS.: Endometrite: infecção ascendente, devido à proximidade de ânus e vagina. Por isso, quando a égua vai parir é importante amarrar a cauda para evitar o quadro. Aves: fezes caem no chão, fermentam e ocorre a produção de amônia (tóxica). Além disso, a maravalha seca com as fezes vira um pó que é disseminado via aerossol. OBS: E. coli não intestinais: causam mastite, endometrite, infecções urinárias. E. coli intestinais: causam enterites. Divididas conforme fator de virulência ETEC: E. coli enterotoxigênica – bovinos; EPEC: E. coli enteropatogênica; EHEC: E. coli enterohemorrágica; EAggEC: E. coli enteroagregativa; EIEC: E. coli enteroinvasiva; DAEC: E. coli difusa invasiva; ESTEC: Shigatoxina (stx): similar a toxina produzida pela Shigella. OBS.: Em humanos causa uma infecção muito mais grave: diarreia com colite hemorrágica. Além disso, a toxina tem como receptores as células renais e causa insuficiência renal aguda. Shigella: bovinos são reservatórios dessa bactéria; causa edema de face em suínos. PATOGENIA DA DOENÇA – ETEC Produção de enterotoxinas: termolábil (LT) e termoestável (ST). ETEC – Toxina termolábil (LT) Ação semelhante a toxina colérica: LT I: ETEC associada ao homem e animais; LT II: isolada de alimentos e rara no home. Genes plasmidiais – podem ser passados entre E. coli, ou seja, uma bactéria que não era ETEC pode se tornar; Síntese de prostaglandinas e leucotrienos. o Patogenia Age sobre o sistema adenil ciclase alterando a enzima adenil ciclase e aumentando o AMP cíclico intracelular Alteração do metabolismo hidrossalino Menor absorção de sódio pelas microvilosidades celulares e aumento da excreção de Cl- e bicarbonato pelas células das criptas intestinais causando diarreia, hipovolemia e acidose metabólica. OBS: Para animais jovens (mais debilitados), é necessário tomar medidas, principalmente hidratação, pois causa morte em cerca de 3 dias. ETEC – Toxina termo estável (ST) Genes presentes em plasmídeos o STa (I) Afeta o sistema guanilciclase; transposon; acúmulo líquido intestino; Induz guanilato ciclase levando a aumento do GMP cíclico Aumenta a secreção de cloro e/ou diminui a absorção de cloreto de sódio levando a acúmulo de água e eletrólitos no lúmen intestinal. o STb (II) Acúmulo de líquido em leitões lactentes e desmamados através de modo de ação desconhecido (interfere na [ ] Ca+2). OBS: - Muito comum em bovinos e suínos; - Alteração de Ca e do Cl no intestino levando a disfunção na retenção de água no lúmen intestinal; - Microrganismos termolábeis e termoestáveis vão causar diarreia, mas o modo é diferente. Comportamento da doença em suínos Má higiene da granja, inadequada desinfecção do local, partos contínuos, temperatura do ambiente abaixo de 25º C e excessiva corrente de ar; Diarreia aquosas em recém-nascidos (1-2 semanas de vida); Diarreia pós-desmame: Comum 2-5 dias pós-desmame; Diarreia amarelada ou cinza; Mortalidade de 25% na ausência de antibioticoterapia; Atraso na diarreia quando o manejo é melhorado (alimentação proteica, óxido de zinco, plasma, agentes acidificantes) – 3 semanas ou até mesmo 6-8 semanas. Comportamento da doença em bovinos e ovinos Acomete normalmente animais jovens – bezerros e cordeiros; Diarreia aquosa e mau cheirosa – coloração branco amarelo pálido; Casos agudos há perda de peso e desidratação em 6-8 horas. Esquemas o ETEC (suínos, bovinos e cães) ETEC é enterotoxigênica! Ingestão de ETEC Colonização do jejuno e íleo saída de água e eletrólitos Diarreia Perda de peso Morte. o STEC (bovinos) Ingestão de pouca quantidade de STEC: colonização do intestino grosso + ligação íntima às células epiteliais Diarreia aquosa Diarreia sanguinolenta Transporte de toxinas para a circulação Sem sinais sistêmicos; ou Ingestão de alta quantidade de STEC: colonização do intestino grosso + ligação íntima as células epiteliais Excreção por meio das fezes e contaminação ambiental. o EPEC (suíno, coelho e cão) Ingestão da EPEC Colonização dos intestinos delgado e grosso Íntima ligação as células epiteliais + destruição das microvilosidades Diarreia. o STEC (suínos) Ingestão de edema de STEC Colonização do jejuno e íleo Transporte de toxinas para a circulação Edema, ataxia e morte. SINAIS CLÍNICOS Bovinos: animal tem a bactéria, mas não interfere na engorda e não causa sinais ao animal, pois ele se adapta a bactéria, se torna reservatório; Humanos (STEC): problemas renais; Suínos (STEC): processo inflamatório intenso e acúmulo de água, o que causa o edema de face, e em alguns casos ultrapassa a barreira hematoencefálica e causa lesões neurológicas (ataxia, hipermetria). Síndrome hemolítica hemorrágica: causa problemas renais Suínos, coelhos e cães: pouca diarreia. DIAGNÓSTICO Dados epidemiológicos Diagnóstico clínico Idade, fezes: aquosas/pastosas, amarelo palha, castanho a branco, estrias de sangue, poças de odor fétido, desidratação, decúbito lateral, movimento de pedalagem. Cultivo microbiológico Caracterização bioquímica Sorogrupo e sorotipo Verificação de fatores de virulência Teste de Dean: com camundongos; Cultura de células: mais feito; Sorologia; Testes moleculares. OBS.: Sorogrupo: saber se é EPEC, ETEC ou outras. Dentro dos sorogrupos existem subtipos. TRATAMENTO Reposição hidroeletrolítica e energética Antibioticoterapia Avaliar espécie animal; Neomicina, Oxitetraciclina Trimetoprim- sulfonamidas, Gentamicina, Amicacina, Ampicilina. Anti-inflamatórios Caso ocorra choque endotóxico ou endotoxemia pois diminui a [ ] de citocinas e prostaglandinas. OBS: Cloranfenicol: proibido em bovinos, pois caso o humano ingira carne com resíduos leva a aplasia medular. Flunixin: muito usado em bovinos. PROFILAXIA E CONTROLE Colostro; Piquete maternidade; Segregação dos animais por idade; Controle das condições do ambiente; Instalações: ventilação evitar estresse térmico, escamoteador para aquecer leitões (conforto térmico); Desinfecção do ambiente; Antissepsia do cordãoumbilical; All in, all out; Vacinas; Isolamento de animais doentes (quarentena). LEPTOSPIROSE CONCEITO Doença infecciosa, febril, aguda e potencialmente grave que afeta seres e humanos e animais; É uma zoonose onde o agente é eliminado ppt na urina de roedores (reservatórios: NÃO MANIFESTAM A DOENÇA). ETIOLOGIA Leptospira spp. CARACTERÍSTICAS Ordem Spirochaetales; Família Leptospiraceae; Gênero Leptospira. Espiroqueta, Gram (-), móvel, 2 endoflagelos (movimento de rotação – passa pelo espaço periplasmático), característica de gancho, finas, melhor coloração: impregnação por prata (devido a serem finas). Não cresce em meio sólido, somente semissólido. Não cresce em 30ºC (ideal: 28-29ºC). Diferenciadas por reações sorológicas; ANTIGAMENTE existiam 2 espécies: L. interrogans (patogênica) e L. biflexa. ESPÉCIES Leptospira Homologia de DNA (geno-espécies); Dentro espécie Sorologia. Sorovariedades Leptospira spp. podem ser sorologicamente semelhantes e pertencer a diferentes espécies. ESPÉCIES DIFERENTES COM O MESMO SOROVAR, ESPÉCIES DIFERENTES COM SOROVARES DIFERENTES OU ESPÉCIES IGUAIS COM SOROVARES DIFERENTES. EPIDEMIOLOGIA Mundo inteiro (cosmopolita): clima quente e úmido, solo; Mamíferos: maior significado epidemiológico. o Ecossistemas Silvestres: roedores, marsupiais, carnívoros e edentados (tamanduá, tatus e preguiça); Rurais/urbanos: principal reservatório Roedores, exemplo: Rattus norvegicus. o Zoonose Animais hospedeiros 1º (manutenção do foco); - MANTÊM A DOENÇA; Humanos são hospedeiros acidentais (terminais) – NÃO MANTÊM A DOENÇA. o Sorovariedades Distribuição limitada – dependem de cada região. OBS.: Por isso, as vacinas autógenas são melhores, pois focam na sorovariedade específica do local. Existem vacinas comerciais com a maioria das sorovariedades presentes no país, mas não possui proteção cruzada. LEPTOSPIROSE Várias sorovariedades: Adaptada ao hospedeiro (natural, de manutenção do reservatório) – “doença crônica”; Não-adaptada ao hospedeiro (acidental, incidental) – “doença aguda”. OBS.: No manejo sanitário, para identificação do foco, a mais importante é a natural, pois o animal raramente manifesta a doença e é pego no MAT, mas mantém eliminação do agente para o ambiente. Sorovariedades comportam-se de diferentes maneiras nos hospedeiros MANUTENÇÃO X ACIDENTAL IMPORTANTE.: Os animais de manutenção podem manifestar sinais clínicos, mas ficam muito tempo saudáveis apenas eliminando o agente no ambiente e aumentando a contaminação de outras espécies. o HOSPEDEIRO DE MANUTENÇÃO Aumento de susceptibilidade a infecção; Transmissão endêmica entres espécies hospedeiras; Patogenicidade relativamente baixa para seu hospedeiro, mas a susceptibilidade é alta – fatores de virulência entra em equilíbrio; Tendência a causar doença crônica em contraposição à sistêmica; Persistência do sorotipo nos rins (local com pouco anticorpo: fica protegido) e algumas vezes no trato genital – animal clinicamente saudável, mas eliminando Se um hospedeiro acidental; Discreta produção de anticorpo, dificultando o diagnóstico; Menor eficácia da vacinação para prevenir a infecção. o HOSPEDEIRO ACIDENTAL Susceptibilidade relativamente baixa a infecção, mas patogenicidade alta para o hospedeiro; Tendência a provocar doença aguda grave e não crônica; Transmissão esporádica entre hospedeiros e infecções por outras espécies, algumas às vezes em forma de epidemia; Curta fase renal; Alta produção de anticorpo, facilitando o diagnóstico; Vacinas são mais eficazes para a prevenção da doença. TRANSMISSÃO Mucosas – ocular, digestiva, respiratória, genital); Pele – íntegra ou não (ppt animais que gostam de ruminar em águas paradas, pois há aumento da permeabilidade da pele); Monta natural e inseminação artificial. o Eliminação Urina – intermitente (eliminação do agente sempre); Fetos abortados e corrimentos uterinos. IMPORTANTE.: - Animais que se recuperam podem ser carreadores – cuidado ao tratar. OBS.: Cura clínica e bacteriológica é possível, mas pode-se conseguir apenas a clínica, por isso, o animal deve ficar em observação. - Áreas comuns com diferentes espécies animais; - Em condições favoráveis sobrevive até 180 dias; - Não resiste a dessecação, radiação solar, pH ácido e temperaturas < 7°C e >37ºC (solo seco 2h). FATORES DE RISCO o Ambiente e manejo Condições de sobrevivência do MO: umidade e água no solo (água parada), lodo; Aquisição de animais contaminados; Áreas comuns para todos as espécies animais; Touro contaminado; Acesso fontes água contaminadas. IMPORTÂNCIA ECONÔMICA Perdas. IMPLICAÇÕES ZOONÓTICA Disseminação pelas diferentes espécies. PATOFISIOLOGIA Penetração na mucosa (PI 2 a 5 dias) Corrente sanguínea (leptospiremia) Outros sítios (fígado, baço, rins, SNC, TG, olhos) Fase multiplicação (2-3 dias): febre variável e destruição de hemácias (possui hemolisina que tem filia pela membrana das hemácias) 4º dia: rins (túbulos proximais) causando nefrite intersticial 10 dias (anticorpos). Formas dependem da virulência (baseada na endotoxina e hemolisinas) e suscetibilidade: Aguda e grave Septicemia com toxemia: hemorragia, nefrite, hepatite, meningite; Subaguda levemente grave Nefrite, hepatite, agalactia e meningite (SNC); Crônica Aborto, natimorto e infertilidade; Oculta Sem manifestação clínica; Após leptospiremia Túbulos renais, olhos e útero (regiões onde há baixo contato com o SI, ou seja, menor [ ] de anticorpos – ficam protegidas). IMPORTANTE.: Em bovinos não causa icterícia e é dita uma doença de reprodução. Porém, cães, gatos e humanos sofrem com icterícia; Em cavalos o maior problema é no olho (uveíte – oftalmia periódica se não tratar seriamente o animal pode perder a visão); Em suínos causa muito fetos mumificados. o Cão e gato Testes sorológicos: Imunodifusão. SINAIS CLÍNICOS Animais de produção Abortos na 2ª metade da gestação. Reprodutores: infertilidade ou esterilidade; Crias a termo: debilitadas, óbito nos primeiros dias de vida. OBS.: Os sinais observados dependem da espécie animal, do sorovar e faixa etária. DIAGNÓSTICO Informes: clínicos-epidemiológicos e exames laboratoriais; Confirmação: MO ou anticorpos específicos; Materiais coletados: soro, urina, fragmentos de rim fígado e aparelho genital, feto abortados (fragmentos de pulmão, fígado, cérebro, rins inteiros e conteúdo gástrico); Técnicas de isolamento: IF, microscopia em fundo escuro, cultura, testes moleculares e inoculação em animais. o Diagnóstico sorológico FC, ELISA e MAT IMPORTANTE.: Teste Aglutinação Microscópica (MAT) TESTE SOROLÓGICO PADRÃO DE REFERÊNCIA. Coleta de soro: Representar 10 a 20 % do rebanho; Amostras pareadas (repetir coleta depois de 4-5 dias) – o último valor que melhor aglutinou para obtenção do título Título subindo (2-4x maior): animais infectados ou vacinados; Títulos descendo: animais já foram infectados e estão se curando. TRATAMENTO Muitas ou poucas lesões no fígado e rins. Tratar ou não? Ver se vale a pena a partir do sistema do animal e do rebanho. Se não tiverem a cura bacteriológica vão disseminar a doença para outros animais (talvez seja melhor sacrificar); Controle da leptospirúria dos carreadores. o Infecção por L. pomona Infecção sistêmica Diidroestreptomicina (IM) 12mg/kg 2X/dia durante 3 dias consecutivos; Eliminação (leptospirúria) em bovino e suíno Dose única 25mg/kg de Diidroestreptomicina (IM) e vacinação com bacterina (vacina com Leptospira inteira e morta) do sorotipo; Surtos em bovinos e suínos Tratamento simultâneo com 25mg/kg de Diidroestreptomicina (IM) e vacinação. Leptospirose (L. pomona) persistente em suínos Diidroestreptomicina G (IM) 25mg/kg durante 1 a 5 dias ou Oxitetraciclina 40mg/kg 1X/dia durante 3-5 dias; Tilosina 44mg/kg 1X/dia durante 5 dias ou eritromicina 25mg/kg durante 3-5 dias; Surto de aborto em égua Diidroestreptomicina (IM) 50mg/kg/dia durante 3-5 dias; Oftalmia periódica em equino Antibióticos sistêmicos e corticoides via parenteral (casos agudos) ou via subconjuntival (crônicos). Pomada oftálmica atropina; Administração antibióticos na ração; Transfusões de sangue. CONTROLE E PREVENÇÃO Vacinação do rebanho com bacterinas polivalentes (prevenção) 30 a 60 dias antes da estação de monta e reforçada em intervalos de 6-12 meses em áreas com intensa exposição. Vacinação de porcas de 1ª cria Cobertura com vacina bivalente (geral L. pomona e L. tarassovi); Bacterinas RI específica para sorotipo. o Medidas de controle: Introduzir animais no rebanho após quarentena e exames laboratoriais; Sêmen de animais sorologicamente negativos; Bovinos eliminadores Isolados ou sacrificados; Combate a roedores; Destruição de cadáveres e restos de animais; Fetos abortados e placentas devem ser removidos; Drenagem adequada de pastos e terrenos; Cercas ao redor de águas estagnadas e áreas com lama; Controle de novos surtos Revacinação anual, realização regular de testes sorológicos, controle da fonte de infecção. PRÁTICA LEPTOSPIRA TESTES Teste de campo escuro (microscópio) Urina recém coletada é centrifugada (utilizar substância básica para reduzir a acidez da urina) Visualização rápida do agente (coloração amarelo-esverdeada): ver locomoção/rotação para confirmar viabilidade para não confundir com artefatos. Como o agente é muito fino, pode-se utilizar impregnação por prata para facilitar a visualização. OBS.: Colocar glicerina tamponada em cima do foco de luz. MAT Utilizado para grandes animais; Sorovar e titulação: importantes para diferenciar animais vacinados. OBS.: Não existe proteção cruzada para os diferentes sorovares. IMPORTANTE.: A quantidade de repetições (amostras pareadas) depende do manejo escolhido, que varia de acordo com a situação da propriedade. AMOSTRAS Urina – campo escuro e anticorpos marcados através de filtros no microscópio de campo escuro; Sangue – cultura; Rins – microscopia direta, anticorpos fluorescentes, marcar anticorpos com peroxidase (in situ), necropsia ou biopsia; Fígado – necropsia ou biopsia; Baço – necropsia ou biopsia. o Antígenos vivos Leptospiroteca com a maioria dos sorovares + Soro de animais + Controles positivo e negativo (Salina + Leptospira: testar autoaglutinação); Amostras pareadas Título subindo e descendo; Soro do animal Título (inverso da maior diluição). RESULTADOS Fechar diagnóstico: clínica + epidemiologia (entrevistar produtor sobre o manejo da propriedade) + título. o Positivos Reação positiva (> 50%) = aglutinação soro + Leptospira. Bovinos: aborto, roedores/aguada (água parada) e título >1.400. Vaca aborto positiva: Título >1.400 = Infectado (não precisa de novo teste); IMPORTANTE.: Sorovar infectante: título mais alto; 2 sorovares com mesmo título = resultado positivo para 2 títulos Reação cruzada ou infecção pelos dois. Diluir mais o soro para descobrir qual dos 2 sorovares é infectante pelo título mais alto. Cuidado: a Leptospiroteca possui sorovar igual ao do animal? DIFERENCIAÇÃO DE SOROVARES Estudos epidemiológicos ou vacinação recente; Para a clínica não interessa, pois o tratamento é o mesmo (de um modo geral, para pode precisar se mais longo para sorovares mais virulentos); Título alto para sorovar ≠ do encontrado na vacina = Doença. o Ideal Fazer diagnóstico sorológico populacional; Amostra representativa: animais que abortaram: 3-4 dias após o parto ocorre queda de imunidade e não há a presença de anticorpos; Analisar títulos altos e baixos. OBS.: Título =1:100: início ou fim da infecção. IMPORTANTE.: Animal tratado (cura clínica) Repetição de exame para obtenção do título de tempos em tempos para confirmar cura bacteriológica. CAMPILOBACTERIOSE CONCEITO É uma zoonose (ppt em bovinos com enterites) comum causada por espécies de bactérias do gênero Campylobacter, constituída de diversas patologias, como enterites, infertilidades e abortos, septicemias em humanos e outras. AGENTE ETIOLÓGICO Campylobacter spp., Gram (-), espirais, microaerófilos, temperatura 25 a 42⁰C; móveis, um flagelo em uma ou ambas extremidades. FORMAS DE PATOLOGIA Diversas. o Enterites C. jejuni e C. coli. OBS.: Pela proximidade e modo de transmissão, esses agentes estão mais envolvidos com casos de zoonose. o Infertilidade e abortos C. jejuni, C. fetus subsp. venerealis e C. fetus subsp. fetus. o Septicemia em humanos C. fetus subsp. fetus. o Outras enfermidades C. lari, C. hyointestinalis e C. upsaliensi. Bovinos: - Repetição do cio em fêmeas; - Touro não manifesta sintomas. OBS.: C. jejuni e C. coli envolvidos com enterite humanas. IMPORTÂNTICA EM MEDICINA VETERINÁRIA Enterites Animais domésticos; Humanos – problema de saúde pública devido ao uso de alimentos de origem animal (proximidade). CAMPILOBACTERIOSE GENITAL BOVINA (CBG) Vibriose ou infertilidade enzoótica dos bovinos DEFINIÇÃO É uma doença infecciosa venérea que leva geralmente a infertilidade temporária devido a repetições de cio (ppt) e abortos. AGENTE ETIOLÓGICO Campylobacter fetus subsp. venerealis – Características: G (-), curvos, microaerofilico, CO2 , móveis (flagelo polar). EPIDEMIOLOGIA Distribuição mundial; Brasil desde 1956 foi feito o 1º isolamento (SP) – bactéria fastidiosa isolamento tardio; Doença venérea – agente transmitido pelo ato sexual; Regime de monta natural; Carácter endêmico – fechado em algumas regiões; MO não sobrevive longos períodos ambiente – O PROBLEMA É O HOSPEDEIRO (FOCAR NELE); Assintomática em touros; Aguda ou crônica em fêmeas; Redução da produtividade. RESERVATÓRIOS Mucosa da glande peniana, prepúcio e porção distal da uretra; Lúmen da vagina, cérvice, útero e oviduto; OBS.: Ficam protegidos nessas regiões. Quando mais velho o touro, mais criptas na região do prepúcio, impedindo a ação dos antibióticos. No início da infecção, se a vaca ou touro tiveres descanso sexual, podem se limpar. o Touros Importância como portadores; Graus de suscetibilidade – acima de 4 anos idade o touro não consegue mais se limpar, mesmo com tratamento Não usar mais como reprodutor; o Fêmeas: suscetíveis; o Novilhas: imaturas sexualmente são refratárias (assim como na Brucelose). TRANSMISSÃO Coito e IA (resiste congelamento). Touro Maior importância na transmissão: Utilização em propriedades comuns; IA, homossexualidade; Jovem: após infecção recente, recupera-se espontaneamente (se não reintroduzido – descanso sexual) ou temporariamente portadores; Pode não haver recuperação espontânea devida a pequenas variações antigênicas no Campylobacter e individualidade de resposta e susceptibilidade; Acima de 5 anos: cronicamente infectados mesmo tratados (aumento das criptas) Idade; nº e tamanho das criptas prepuciais touros não desenvolvem imunidade permanente. Fêmeas A maioria das fêmeas infectadas recuperam-se espontaneamente após 3 a 6 ciclos estrais ou descanso sexual de 120 a 180 dias; Infecção crônica com endometrite leve; 1/3 das fêmeas infectadas são portadoras; PI: 14-105 dias (~ 42 dias). PATOFISIOLOGIA OBS.: Via clássica de ativação do Complemento: reação antígeno-anticorpo. SINAIS CLÍNICOS Silenciosa e oculta. Fêmeas: Repetição de cio com intervalos irregulares (20 a 120 dias; media 35 dias) e aumento intervalo entre os partos; Machos: cavidade prepucial, sem alterações clínicas, qualidade do sêmen não comprometida, redução da libido devido ao excesso de serviço (não devido a patofisiologiada doença); Vacas e novilhas: mais susceptíveis: infertilidade temporária, repetição de cio, aborto (4-6º mês). o Início Vaginite catarral com secreção mucosa abundante (3 - 4 meses); Muco claro que pode ser tornar turvo ou purulento (casos excepcionais – bem raro). o Evolução Mucosa vaginal avermelhada, cervicite catarral, Salpingite e endometrite. DIAGNÓSTICO Histórico, desempenho reprodutivo – dados das fichas de controle reprodutivo: verificação de grande número de fêmeas com repetição de cio e intervalos irregulares, aumento do intervalo entre partos, abortos esporádicos e número de coberturas por prenhez. o Diagnóstico laboratorial Difícil isolamento (fastidioso) e baixo número de anticorpos. o Coleta de amostras Coleta do esmegma: raspado ou lavado prepucial; Coleta secreção cérvico-vaginal: pipeta ou OB. o Material para transporte Meio Clark & Dufty e refrigeração Transporte rápido. o Feto bovino abortado Feto contaminado/eviscerado cérebro; Fetos pequenos fluido amniótico e placenta; Placentomas flambados e a coleta abaixo da superfície. meio transporte o Técnicas Isolamento/identificação culturais, morfo-tintoriais, bioquímicas; Reações imunológicas mucoaglutinação (anticorpo com muco – para micro ou macroaglutinação), IF; Microscopia direta contraste de fase ou campo escuro; Técnicas moleculares. TRATAMENTO Fêmeas: valor limitado, oneroso, repouso sexual de 3 ciclos ou 90-50 dias; Touros: vacinação + Diihidroestreptomicina + eliminar portadores Administração diária de 5g estreptomicina na cavidade prepucial + massagem /5 min / 5 dias + 22 mg/kg de sulfato de Diidroestreptomicina no 1º e no 3º dia. Negativo: 3 testes lavado prepucial intervalo 15 dias CONTROLE E PROFILAXIA 2 doses bacterina (30-60 dias antes da cobertura); Centros de I.A. Touros periodicamente testados; Sêmen tratados com antimicrobianos; Animais portadores Dependendo do caso, eliminados do plantel. OBS.: Retorno é de 18x o valor investido na vacinação. Ganho de um bezerro desmamado custa a vacinação de 100 animais. PREJUIZOS ECONÔMICOS Morte embrionária; Repetição de cios; Abortos; Vacas vazias no final da estação de monta; Maior frequência na reposição de touros; Aumento do período entre partos; Queda na produção de bezerros nascidos. MANHEIMIOSE PNEUMÔNICA DOS BOVINOS (PASTEURELOSE) Pneumonia febril do embarque ou Febre do transporte. INTRODUÇÃO Doença respiratória sendo a pleuropneumonia fibrino- necrosante aguda, a manifestação mais comum. É um processo multifatorial envolvendo fatores predisponentes (tríade epidemiológica – estresse do transporte) e patógenos oportunistas. Na necropsia observa-se fibrina na pleura e pulmão (bem característica). o Pasteurella multocida Auxilia a Manheimia a detonar o tecido pulmonar. ETIOLOGIA o Manheimia haemolytica Biotipo A sorotipo 1. OBS.: Atualmente, sabe-se que o biotipo A e sorotipo 6 também estão envolvidos. o Pasteurella multocida Vírus (Parainfluenza 3, Herpesvirus bovino 1 e vírus respiratório sincicial bovino) Complexo de agentes. Micoplasmas e Chlamydia spp. TODOS ESSES AGENTES ESTÃO ENVOLVIDOS NO DESENVOLVIMENTO DA DOENÇA! EPIDEMIOLOGIA Comumente habita nasofaringe; Todas as faixas etárias são susceptíveis (ppt animais mais novos); Complexo respiratório bovino. CONDIÇÕES Transporte longo (7 a 14 dias após); Confinamento; Mistura de animais de diferentes origens; Ventilação e alojamento ineficientes; Presença de outros MO; Estresse; Virulência do agente (fímbrias, cápsula, endotoxina e leucotoxina); Envolvida no bem-estar animal (manejo adequado). Transmissão: animais clínicos ou portadores Inalação de gotículas (espirro, contato focinho-focinho). O contágio indireto é improvável (microrganismo sensível ao ambiente). PATOSIFIOLOGIA Fatores de virulência: fímbrias, cápsula, endotoxina, leucotoxina. Trato respiratório superior Presença do agente Defesas do pulmão Estresse ou infecção (defesas ineficientes) Aumento do número do agente no pulmão Macrófagos lesados Processo inflamatório Diapedese de neutrófilos Ao inativar o invasor, liberam substâncias que danificam o tecido Agressão pulmonar. M. haemolytica entra nas narinas do bezerro logo após o nascimento e forma colônias nas fossas nasais A exposição a vírus ou estresse físico (desmame, transporte, mistura com outros animais, castração) permite que as bactérias multipliquem-se e invadam os pulmões Coloniza os sacos alveolares nos pulmões e se multiplica. O crescimento rápido produz leucotoxina, a qual funcionalmente enfraquece e mata os fagócitos que são atraídos para a área de infecção Os fagócitos rompem ao morrer, liberando enzimas que danificam o tecido pulmonar Resulta em Pneumonia fibrinosa. SINAIS CLÍNICOS Início súbito de febre, anorexia, taquipneia, respiração rápida e superficial (fase aguda) Pleurisia; Dispneia acentuada – hipóxia e hipercapnia (aumento de CO2 no tecido pulmonar); Secreção nasal serosa e mucopurulenta; Tosse e descarga ocular e anormalidades na auscultação; Morbidade até 50% e mortalidade de 1-10%. DIAGNÓSTICO Histórico (estresse, idade); Sinais clínicos (febre, secreção nasal e ocular, som anormal a auscultação); Lavados bronco-alveolares Presença de neutrófilos em [ ] aumentada; Isolamento de M. haemolytica (lavados bronco- alveolares ou pulmão) – se o animal não apresentar pneumonia, lembrar da associação com outros patógenos Cuidado com interpretação: animal pode ter o microrganismo, mas não ter a doença; Necropsia – pleuropneumonia fibrino-necrosante. TRATAMENTO E CONTROLE Identificar previamente os animais doentes e separar; Antibioticoterapia Oxitetraciclina, sulfonamidas, ampicilina, tilmicosina, florfenicol (individual ou em massa); Redução dos fatores estressantes; Vacinação completa 3 semanas antes do transporte (prevenção). CONCEITO DE TERAPIA DE PROTEÇÃO PULMONAR Uso concomitante de um antibiótico de alta eficácia associado à Flunixin meglumine (anti-inflamatório não esteroide, não narcótico que apresenta potente ação analgésica, antitérmica e anti-endotóxico); Redução muito mais rápida temperatura retal, melhora clínica, e ainda uma menor taxa de consolidação pulmonar; Os dois efeitos permitem minimizar o impacto negativo na produtividade dos animais; Conduta de sucesso: Florfenicol + Flunixin meglumine, com Tulatromicina ou Ceftiofur. IMPORTANTE.: Trato respiratório dos bovinos possui características anátomo-fisiológicas que os tornam mais predispostos ao desenvolvimento de broncopneumonias, quando comparado a outras espécies. O pulmão deveria ser menos lobulado e maior (caixa torácica maior) em relação ao tamanho do animal. o Algumas características Vias aéreas estreitas: tornam o fluxo de ar mais lento e diminuem a fluidez do muco do aparelho mucociliar; Caixa torácica muito rígida: faz com que a ventilação seja mais dependente da atividade do diafragma; Pequeno volume pulmonar: torna necessário maior eficácia nas trocas gasosas; Pulmão compartimentalizado: limita a capacidade de ventilação colateral, predispondo ao colapso alveolar; Redução progressiva do número de células ciliadas e caliciformes: causa uma redução da eficiência da depuração mucociliar no sentido das vias respiratórias terminais; Capacidade limitada de troca gasosa: aumenta a predisposição à hipóxia e torna as atividades mucociliar e macrofágica alveolar mais lentas, além de diminuir a velocidade de depuração pulmonar; Menor quantidade de macrófagos alveolares: diminui a eficácia mecanismos de depuração (combate aos microrganismos – capacidade de limpar a área) pulmonar; Maior atividade ventilatória basal: resulta na contaminação cada vez maior do ar inspirado comagentes nocivos. CARBÚNCULO HEMÁTICO INTRODUÇÃO Também conhecido como Carbúnculo Bacteriano, Carbúnculo Verdadeiro, Baceira; Febre Esplênica, Pústula Maligna. Robert Koch (1877) – identificou a bactéria e seu ciclo; Louis Pasteur (1879) – Vacinação. ZOONOSE Doença de notificação imediata de QUALQUER CASO SUSPEITO (para múltiplas espécies). ETIOLOGIA Bacillus anthracis (Antrax – grego carvão) – microrganismo de guerra biológica (não é sensível a Penicilina, pois é mutado). OBS.: Carvão: após a morte o animal elimina sangue enegrecido que não coagula das cavidades/orifícios corporais naturais e não ocorre rigor mortis, pois as toxinas atuam no metabolismo de cálcio (cascata de coagulação). Bastonetes arredondados nas extremidades; Formadores de endósporos (estrutura de resistência) – coloração de Gram (espaços em branco: endósporos – não se coram por Gram). PATOSIFIOLOGIA Virulência regulada: temperatura (37ºC) e [ ] de CO2 (≥5%) – nesses condições a produção de toxina, fora delas, mesmo se a bactéria possuir o plasmídeo, o mesmo não será expresso; Cápsula: plasmídeo pXO2; Toxinas: plasmídeo pXO1. Fatores de virulência: cápsula e toxinas Plasmídeo: DNA de multiplicação autônoma que se perde na multiplicação da bactéria (cura de plasmídeo), pois sua multiplicação gasta energia. OBS.: A maioria dos microrganismos presentes na natureza não possuem o plasmídeo. Toxina Fator letal (gene lef); Factor de edema (gene cya); Antígeno protetor (gene pag). o Características Termolábeis: caráter antigênico, potência da amostra. o Combinações: Fator I: Fator edematoso (EF) – componente enzimático (adenilato-ciclase) responsável pela formação de edema; Fator II: Fator antígeno protetor (PA). liga a célula hospedeira e potencializa as outras frações; Fator III: Fator letal (LF) – componente enzimático essencial para o efeito letal da toxina sobre organismo animal. IMPORTANTE.: Frações sozinhas: sem efeitos tóxicos; Suas combinações: efeitos potentes Efeito letal (PA+LF), efeito edematoso (EF+PA) ou edema, necrose e efeito letal (EF+PA+LF). o Funções Fator de edema (adenilato-ciclase calmodulina- dependente) liga-se ao fator antígeno protetor AMP cíclico Acúmulo de fluido (neutrófilos são alvos fator de edema); Fator letal + fator protetor Estimulam macrófagos a liberar fator de necrose tumoral e IL 1 FEBRE, HIPERALGESIA, VASODILATAÇÃO E HIPOTENSÃO. o Infecção Penetração esporo (Clostridium é anaeróbio restrito) Germina/multiplica-se Formação da cápsula (D- glutamato) Bactérias não fagocitadas e resistem as defesas orgânicas Vence barreiras iniciais Produção da toxina Atinge a corrente sanguínea Septicemia mortal. Aumento do número de bacilos (109 bactérias/mL) Bloqueio dos capilares (formação de êmbolo séptico) Morte (depleção de O2, aumento da permeabilidade vascular/capilar com insuficiência renal) Falência cardíaca e respiratória; Complexos montados contendo os componentes toxina (Fatores I, II e II) Endocitados por vesículas (invaginação da membrana Formação do endossomo Componentes enzimáticos translocam para dentro do citoplasma de uma célula-alvo No citosol, eles interrompem várias funções das células imunes (sinalização celular e migração celular) Toxina pode induzir a lise celular (macrófagos), o que permite fugir do sistema imunológico, proliferando e levando a morte do animal. OBS.: Pode atuar no MAPKK (quinase que ativa a mitose) atrapalhando o processo de multiplicação. Calmodulina CaM (proteína que se liga ao cálcio, modulando os níveis de AMPc e GMPc): altera o equilíbrio eletrolítico resultando em edema. AÇÃO CONJUNTA DOS FATORES Bloqueio da atividade opsonizadora do C3 Destruição de fagócitos Danos nos mecanismos de coagulação Trombose capilar Aumento da permeabilidade capilar Edema Queda da pressão sanguínea Choque e morte. EPIDEMIOLOGIA Endósporos contaminam pastagens e águas. Fontes de contaminação: Solos alcalinos, úmidos, aumento da [ ] de Ca e N; Inundações, escavações, minhocas (podem carrear os endósporos em seu corpo). Equinos e ovinos: infecção cutânea por arreios, mantas e peles de animais; após tosquia (NÃO DAR BANHO CARRAPATICIDA – dar tempo para os poros fecharem). Tabanídeos e moscas dos estábulos: forma mecânica (só transporta). Surtos: farinha de ossos/carne; fertilizantes de origem animal, terrenos pantanosos e áreas com aumento de matéria orgânica em decomposição. Sensibilidade das espécies Mamíferos em geral são sensíveis ao agente; Desenvolvimento da doença depende da espécie, via entrada e estado imunitário; Mais sensíveis: herbívoros, homem, suínos e carnívoros; Sem diferenças de sexo, idade e raça dos animais; Aves são refratárias – devido a maior temperatura corporal. OBS: Porco anão e ovinos raça Argelina são resistentes. DIAGNÓSTICO Várias enfermidades causam morte súbita. Formas: Super aguda ou apoplética Acomete mais bovinos e ovinos; Encontrados mortos ou agonizantes; Intensas hemorragias pelas aberturas naturais e putrefação rápida. Aguda Acomete mais equinos e bovinos; Hipertermia, congestão e edema pulmonar; Cianose mucosas, dispneia, edemas gerais; Transtornos digestivos; Coma e morte 24-48h. Subaguda Acomete mais suínos e raramente equinos e bovinos; Febre, dispneia, edema de glote, estertores; Transtornos digestivos e diarreia sanguinolenta; Morte em 48-72h. Diagnóstico: Laboratorial + anatomopatológico Lesões indicativas: “rigor mortis“ ausente ou incompleto; Sangue não coagulado presente nas aberturas naturais; Edemas gelatinosos generalizados; Hepatomegalia e esplenomegalia; Congestão e edema pulmonar agudo (equino); Edema de glote (suínos). Material: sangue, fragmentos de órgãos e ossos longos; linfonodos regionais. OBS.: Se houver necessidade de fazer necrose a céu aberto, fazer buraco para realização, utilizar plásticos em botas e incinerar todos os materiais após para evitar a disseminação do endósporo do agente para o ambiente. CONFIRMAÇÃO DO AGENTE Esfregaços sangue ou impressões tecidos corados Cápsula do bacilo. Azul metileno policromo: bastonetes azuis e cápsula rosa (reação M Fadyean). o Cultura e identificação: Caracterização bioquímica; inoculação em cobaia; Bacteriófago. PROGNÓSTICO Reservado para ruminantes e equinos e bom para suínos e carnívoros. TRATAMENTO Morte rápida impede tratamento curativo; Altas [ ] penicilina (tetraciclinas, sulfonamidas) – sensível até hoje. CONTROLE E PROFILAXIA Baseado na destruição (fogo) das carcaças, manejo adequado na tosquia e vacinação sistemática dos animais. Manejo sanitário ovinos na época da tosquia: Desinfecção lesões cutâneas; Não realizada em couros ou terra; Banhos sarnicidas/piolhicidas após 7-10 dias – esperar o fechamento dos poros abertos na pele. Proibir movimentação: animais, camas, excrementos; Destruição cadáveres, camas, excrementos, forragens; Evitar abertura animais; Vacina Amostra esporulada, descapsulada e avirulenta, proteção 6 - 12 meses; Soro anticarbunculoso – mais caro; Quimioprofilaxia Penicilina (doses altas) em animais que estavam pastando juntos, mesmo que não tenham manifestado a doença; Pedilúvios ➔ formalina 5%, ácido peracético 3%. RESISTÊNCIA Forma bacilar (vegetativa) – destruída a 60°C/30’; Carcaças não abertas duram de 1 a 2 semanas. Forma esporulada: calor úmido (121°C/15’) e calor seco (150°C/60’) Susceptíveis a desinfetantes com base em clorados, aldeídos, oxidantes, beta-propiolactona e óxido etílico; Não susceptíveis a fenóis, álcoois e quaternário de amônia. Humanos: Formas pulmonar e cutânea (pústula maligna). CARBÚNCULO SINTOMÁTICO Peste-de-manqueira,Maqueira, Mal do ano, Black Leg, Quarto inchado. Doença infecciosa aguda caracterizada pela inflamação muscular com tumefações crepitantes (produção de gás devido a ser anaeróbio restrita) especialmente nos quartos traseiros e nas paletas. Notificação mensal de qualquer caso confirmado (24/09/2013, IN-50, Diário Oficial) – múltiplas espécies. Toxinas histotóxicas: bactérias que atuam no músculo, por isso, os animais caquéticos não são acometidos. ETIOLOGIA Clostridium chauvoei; C. novyi; C. sordelli e C. septicum presentes também (formam as gangrenas) – vacina polivalente; Características: bastonetes, gram (+), forma endósporo subterminal. EPIDEMIOLOGIA Ocorre em todo mundo; Curso agudo – término fatal; Enfermidade do pasto (reservatório: solo); Incidência estacional – clima (mais ligado a época da chuva, devido ao reviramento do solo); Escavações. Bovinos Via digestiva: infecção endógena; Presente no intestino, fígado e outros tecidos – na forma de endósporos devido a [ ] de O2. Suspeita-se de: Esforço – aumento de ácido lático e condição de anaerobiose; Ferimentos; Indigestão – ruminação estagnada. TODOS ESSES CAUSAM CONDIÇÕES DE ANAEROBIOSE E DESENCADEIAM A DOENÇA! ACOMETE: Bovinos jovens (menores de 2-3 anos) e bem alimentados – vacina administrada até 2 anos; Ovinos e caprinos jovens/adultos – infecção exógena (feridas) devido a pós-parto distócico, castrações, lesões no umbigo; Equinos jovens (6 meses e 2 anos de idade); Raro em suínos – lesão tipo gangrena (C. chauvoei, C. septicum). Coelhos e camundongo: resistentes – forma de inoculação no laboratório. OBS.: Morbidade 5-25% e letalidade 100%. PATOFISIOLOGIA Fatores envolvidos: toxinas, fator edematoso, e metabolismo bacteriano (fermentação/gás). Microrganismos no solo Ingeridos Intestino Via linfática ou corrente sanguínea (macrófagos) Tecidos (forma de esporo) Condições para germinação Produção de toxinas (5 toxinas: alfa – hemolítica, necrótica e letal; beta – Dnase; gama- hialuronidase; delta-hemolisina e neuraminidase) + fator edematoso Lesões Edema/gás/hemorragias e necrose miofibrilar. Duas formas de manifestação: Clássica (mais frequente) – afeta a musculatura esquelética; Visceral (raramente encontrada), afeta ppt coração. OBS.: Lesões – odor de manteiga rançosa típico. SINAIS CLÍNICOS Febre, anorexia, apatia e manqueira e aumento do volume; Pescoço, paletas, peito e flancos; Início limitado e doloroso: maior extensão; Quando pressionados: crepitação (gás). Interior da boca: coloração escura; Animal não se levanta, ocorrência de tremores e até convulsões Morte (12 a 36 horas); Corpo se distende, pernas abertas e enrijecidas; Casos esporádicos: base da língua, coração, diafragma, tórax e úbere; Ovinos: marcha rígida, edema subcutâneo, necrose e gangrena da pele não é comum; Cabras infectadas no parto: aumento de volume e edema região períneo estendendo-se até membros posteriores; Síndrome clínica em equinos: edema peitoral, marcha rígida e incoordenação (não bem definida). EXAME POST-MORTEM Posição; Sangue escuro – secreções nasais e ânus; Cavidades com excesso líquido; Lesões do músculo/tecido subcutâneo – infiltração de exsudato gelatinoso/amarelado ou sanguinolento (hemorragias com bolhas); Musculatura inflamada/decomposição – vermelha escura e amarelada; Ao corte: regiões com estrias negras; Quando comprimida libera secreção vermelho escura/bolhas gasosas; “Rigor mortis”: meia a 1 hora; OBS.: Ovinos: lesões menos intensas. DIAGNÓSTICO Sinais clínicos e necropsia. Sugestivo: morte aguda bovino até 2 anos com claudicação e tumefação crepitante grupos musculares; Laboratorial: fragmentos de músculo com lesão ou esfregaços deles ID; Enviar ossos longos refrigerados, sangue cardíaco Isolamento da bactéria e inoculação em animais. TRATAMENTO Altas doses de penicilina (10.000 UI/Kg) IV e local; Remoção cirúrgica – desbridar; Cuidado ao fazer vários cortes para retirada do exsudato – presença de endósporos e risco de disseminação; Surtos: animais vacinados e revacinar após 15-21 dias; Dependendo do quadro: penicilina + vacinação; Fluidoterapia + analgésicos e agentes antiinflamatórios (dexametasona, predinisolona e hidrocortisona); Antitoxinas. CONTROLE/PROFILAXIA Doença enzoótica; Vacinação anual (6 meses a 2 anos); 1ª dose no 5º mês de vida e 2ª no 12º mês; Monovalentes ou polivalentes (C. chauvoei; C. novyi; C. sordelli e C. septicum – de preferência); Ovelhas: vacinados 3 semanas antes do parto, tosquia, transferência de jovens; Revacinar antes de 1 ano; Vacinação + Penicilina; Cuidado: qualquer doença cujo agente etiológico forma endósporos. DIFERENÇAS CARBÚNCULO HEMÁTICO E CARBÚNCULO SINTOMÁTICO BOTULISMO “Mal das palhadas” DEFINIÇÃO Botulismo clássico: intoxicação alimentar aguda decorrente da ingestão da pré-toxina com um comprometimento severo do sistema nervoso, resultando em paralisia flácida. Doença de notificação mensal de qualquer caso confirmado (24/09/2013) IN50; Zoonose! O principal fator de virulência envolvido com o desenvolvimento da doença é uma toxina que quando liberada no meio externo pelo Clostridium na forma inativada (pré-toxina) necessita de proteases para clivá-la e ativá-la. Para fechar diagnóstico deve-se identificar a toxina, por exemplo, em alimentos. A identificação do agente é um sinal, mas não significa que tem toxemia. o Endósporo São anaeróbios restritos, por isso, na natureza estão em forma de endósporo; Deforma a célula mãe e sua localização é subterminal; Coloração de gram não cora endósporo, por isso fica branco. IMPORTANTE.: Em bovinos começa levando a perda de movimento dos membros posteriores. Se o animal parar de ingerir a toxina pode ter melhora, por isso, é importante identificar se a fonte alimentar possui a mesma. Não atinge SNC, só o SNP por isso, o animal morre consciente. ETIOLOGIA Clostridium botulinum Características Clostrídios neurotóxicos – filia pelo SN; 7 tipos de Clostridium botulinum: A, B, C, D, E, F e G. 2 subtipos: C1(α) e C2 (β). OBS.: C1: neurotóxico; C2: não é neurotóxico e está envolvido com desequilíbrio hídrico/entérico – efeitos entéricos e cardiopulmonares. Frequentemente presente em ambientes úmidos e solos; Tipos C e D predominam nos animais; Diferentes devido a antigenicidade e potência; Resistentes a agentes químicos na fase de endósporo; Sensíveis a calor e luz solar direta (célula vegetativa); OBS.: Esporo e forma vegetativa; Nos humanos o que causa doença é o A; C e D são as que predominam causando doença em animais. Neurotoxinas EPIDEMIOLOGIA Não há limitações geográficas; Casos isolados/surtos; Morbidade: variável; Letalidade: até 100% - depende da dose ingerida; Mamíferos e aves – aves migratórias e outras: flacidez das asas; Suínos e cães são relativamente resistentes; Gato: raro; Contaminação silagens, rações, milho, feno, cama de frango – silagem mal acondicionada ou contaminação acidental por carcaças de roedores. OBS.: - Se a ensilagem não for adequada (pH ácido) e o pH subir, favorecerá a germinação do endósporo, levando a liberação de toxina; - Animais vacinados podem ser contaminados se estiverem ingerindo as toxinas sempre. Ingestão de carcaças contaminadas – associada a carência de fósforo. OBS.: Animal morto: quando o animal morre há condição de anaerobiose que favorece a germinação do endósporo e consequente produção de toxina. Quando a carcaça se decompõe a bactéria esporula de novo, pois não é resistente a sol e O2, e vai para o interior dos forames dos ossos Animal ingere osso comtoxinas pré-formadas. Quando o animal ingere: Toxina Animal vítima; Esporos Fonte – cadeia epidemiológica. o Outras condições Trânsito de animais – domésticos/silvestres (reservatórios). Exemplo: tatu, animais de vida noturna Aves – ingestão larvas em cadáveres com toxina (as larvas podem conter as toxinas); Água com toxina Botulismo hídrico: geralmente são animais jovens que não ingeriram ossos (osteofagia), por isso, desconfia-se de botulismo hídrico. OBS.: Contaminação de águas estagnadas devido a defecação de animais ou descarte de cadáveres Esporos podem estar nas fezes lodo pode dar condição de anaerobiose, permitindo a germinação do esporo. Geralmente ocorre com animais a pasto. Botulismo tóxico-infeccioso A presença do agente no animal é necessária, ou seja, não ingeriu pré-toxina e sim o agente; Endósporo precisa de condição de anaerobiose para liberar toxina; Trato intestinal; Leva a síndrome da agitação dos potros; Ferida – botulismo por ferimentos é raro. PATOGENIA Neurotoxina liberada na forma de pré ou pró-toxina Toxina ingerida e absorvida estômago e intestino delgado (proteases podem ser tanto do hospedeiro, que é a maioria dos casos, como do Clostridium) Distribuída na corrente sanguínea Liga-se a receptores celulares e sofre endocitose, adentrando a célula nervosa Vesícula contendo toxina na junção mioneural bloqueia a liberação de acetilcolina Sem neurotransmissor o impulso não passa para o músculo e ocorre paralisia flácida Começa a subir e chega até o diafragma Quando os músculos respiratórios são afetados ocorre morte por insuficiência respiratória. OBS.: Falso opistótono (enrijecimento muscular) devido a flacidez muscular. IMPORTANTE.: Toxina atua nos receptores causando modificações na membrana citoplasmática e fazendo com que as vesículas com neurotransmissores não se fundam, assim, acetilcolina não é liberada e o impulso não passa SINAIS CLÍNICOS Aparecem de 3-17 dias. Evolução depende da dose de toxina ingerida: Superagudo Menos de 24h; Aguda 1-2 dias; Subaguda 3-7dias; Crônica 7 dias. OBS.: se ainda não tiver atingido o cérebro é possível tratar retirando a fonte alimentar contaminada. Bovinos Fraqueza muscular geral, cabeça apoiada Decúbito lateral Morte (insuficiência respiratória) – ocorre paralisia da língua; Consciência mantida; Bradicardia e dispneia: inspiração em 2 fases (2ª prolongada); Desidratação e atonia ruminal. Ovinos Não demonstram paralisia flácida se comparado com os bovinos: Locomoção difícil, incoordenação e excitabilidade; Cabeça para um lado; Salivação e descarga nasal serosa; Estado terminal: respiração abdominal, paralisia dos membros (mais terminal) e morte rápida. DIAGNÓSTICO Presuntivo: sinais clínicos, histórico e alimento; Confirmatório: detecção da toxina. Diagnóstico laboratorial Método clássico: bioensaio em camundongos – aplicação de soro, conteúdo digestivo ou extratos de órgãos por via IP (intraperitoneal) leva a estreitamento abdominal (cintura de vespa) e morte. OBS.: Extrair toxina de órgão é mais difícil, é muito mais fácil extrair dos alimentos. Soroneutralização: tipificação da toxina; FC, ELISA e PCR (detecção do gene da toxina e não a toxina). IMPORTANTE: enviar variedade amostras fígado (250g), soro, cérebro, conteúdo ruminal, fragmento e conteúdo intestinal. Diagnóstico diferencial Listeriose, encefalite por Herpesvírus bovino-5, intoxicações por cloreto de sódio e por chumbo, polioencefalomalácea e raiva em bovinos OBS.: Colocar o animal em decúbito esternal para fazer anamnese. TRATAMENTO Medidas importantes: Identificação e remoção da fonte; Vacinação. Soro antitóxico mono/polivalente para casos precoces – caro e só resolve se não tiver atingido a junção neuromuscular; Neurotransmissores: tetraetilamida e hidrocloridrato de guanidina (IV). Tratamento sintomático Soluções hidroeletrolíticas, óleo mineral, cálcio e fósforo injetáveis, vitaminas do complexo B; OBS.: Óleo mineral promove diarreia, o que facilita a eliminação da toxina. Decúbito prolongado Solucionar problemas – movimentar o bovino para evitar timpanismo e problema pulmonar; Antimicrobiano: prevenir/controlar infecções secundária. Subagudos e crônicos: possibilidade de recuperação, restante vacinar imediatamente. PROFILAXIA E CONTROLE Medidas Suplementação de fósforo; Eliminação cadáveres, ossadas dos pastos; Eliminação de materiais em decomposição da alimentação; Vacinação (pp C e D). Não é recomendado enterrar animais Risco de formação de poças – compactar o local onde o animal foi enterrado para evitar a formação de poça durante as chuvas Animal bebe os endósporos; Animais silvestres; Endósporos. Vacinação do rebanho 4 meses e revacinados dentro 30 – 40 dias; Dependendo tipo vacina/incidência pode ser necessário revacinar semestral/anual; Vacina: período negativo (+/-18 dias) Precauções; Vacinação não é única medida Depende da ingestão de doses de toxina Controle/profilaxia. NOTA Indigestão (constipação alternada com diarreia), laminite crônica não infecciosa, veias ingurgitadas, edemas, abdome retraído, emagrecimento e apatia; Maior durante o período periparto e geralmente resulta em morte, atraso de crescimento e queda na produção de leite; Exames laboratoriais e clínicos não revela muita coisa; Bioensaios para C. botulinum revelaram a toxina botulínica livre no conteúdo das seções inferiores do intestino dos animais na maioria das fazendas Hipótese: absorção duradoura de baixas quantidades de toxina botulínica pode interferir no controle neurológico da fisiologia intestinal Complexo "BOTULISMO VISCERAL" (provavelmente há áreas de germinação da bactéria no intestino. TÉTANO Doença toxêmica, altamente fatal, acomete todos os animais de sangue quente (homeotérmicos), e caracteriza-se por rigidez muscular e morte por parada respiratória e convulsões; Doença de notificação mensal de qualquer caso confirmado (24/09/2013) IN50. IMPORTANTE.: Bloqueia a transmissão do neurotransmissor inibitório; Cavalo tem muita sensibilidade a toxina do tétano, assim como os humanos, principalmente pela presença de receptores. ETIOLOGIA Clostridium tetani Características Também forma endósporos, só que na forma de baqueta de tambor; Exotoxinas: tetanolisina (hemolisina) e tetanoespasmina (neurotoxina). Antígenos flagelares (são móveis) 10 sorotipos diferentes; Neurotoxinas antigenicamente uniformes. OBS.: A produção de anticorpos é igual para qualquer tipo de neurotoxina, por isso, o soro fornecido é o mesmo para todas as neurotoxinas Por que ferro enferrujado é importante no desenvolvimento do tétano humano? A perfuração cria condição de anaerobiose juntamente com a inflamação, permitindo que o endósporo germine e inicie a produção de tetanoespasmina, que vai para a corrente sanguínea. O fato de o prego ser enferrujado não aumenta as chances de ter tétano, apenas aumenta o tempo de contato com o endósporo, mas um prego novo também pode ter tido contato. EPIDEMIOLOGIA Presente em todo mundo; Encontrada em solo, fezes e trato intestinal; Variação na susceptibilidade: Equinos e homem são mais sensíveis; Ruminantes e suínos são moderadamente sensíveis; Carnívoros são comparativamente resistentes; Aves são resistentes. Casos esporádicos/individuais – pois precisa de lesão prévia profunda; Surtos – animais jovens (recém-nascidos devido ao umbigo mal curado e vacinas). OBS.: Se a vacinação for feita com agulha suja pode causar tétano, mas é difícil ter ferida profunda em todos os animais ao mesmo tempo. Letalidade: maior em jovens e menor em adultos. Em equinos isso varia; Doença (endósporos em tecidos traumatizados): Feridas em cascos de equinos – cravo da ferradura muito profundo; Vias genitais – parto distócico/traumatizado em bovinos; Após castração – suínos jovens; Após castração, tosa, amputação cauda, vacinação/injeções e parto – ovinos. Tétano neonatal – umbigo mal curado; Tétano idiopático – não há ferimento visível. OBS.: É importante abrir a boca do animal para ver se não possui dente quebrado ou inflamado, ver se o animal come folhas muito grossas e que possam causar ferimento na gengiva. PATOGÊNESE Endósporos Tecido animal Anaerobiose Germinação. Multiplicam: Tetanolisina e tetanoespasmina (duas cadeias unidas por ponte de enxofre): 2 cadeias unidas SS (dissulfeto) Leve (molécula tóxica) e a pesada (ligação receptor e internalização) Nervos periféricos ou CS Liga receptores gangliosídeos terminais nervosas Transportada por vesículas Corpo da célula e processos dendríticos do SNC (fluxo intra-axonal retrógrado) Toxina Terminais de neurônios inibitórios Bloqueia a liberação de neurotransmissores inibitórios Paralisia espástica e espasmos característicos Paralisia dos músculos respiratórios Asfixia Morte. IMPORTANTE.: Hidrolise sinaptobrevinas ou VAMP (componentes de vesículas e neurotransmissores) Não deixa ocorrer fusão Paralisia espásticas, pois passa impulso toda hora; Neurotransmissores inibitórios - GABA (ácido gama- aminobutírico) e glicina. Transporte axonal retrógrado – proteína motora especial (dineína). SINAIS CLÍNICOS PI variável: 3 dias a 4 semanas; Dimensão e local do ferimento, grau de anaerobiose, número de bactérias e título da antitoxina. Membros rígidos e claudicação; Trismo (rigidez) e saliva espumosa na comissura labial; Prolapso da 3ª pálpebra (cai), pupilas fixas e dilatadas; Animal aumenta base de apoio (fica com os membros abertos) devido à dificuldade para apoiar; Sinais adicionais: expressão alerta, ereção orelhas, retração pálpebras, dilatação narinas, e respostas exageradas aos estímulos; Tentativas de engolir comida/bebida com regurgitação pelo nariz; Constipação/retenção urinária; Postura de cavalo de pau; Postura de bailarina: pisa com as pinças do casco; Convulsões ao toque/som (animal muito sensível ao barulho) depois espontânea; Sudorese e temperatura de 42ºC; Insuficiência cardíaca: hipertensão sistêmica/ pneumonia por aspiração; Casos fatais e casos moderados; Estabelecido: sinais similares todas espécies. DIAGNÓSTICO Clínico: sintomas (lesões) e evolução; Achados característico: espasmos musculares, prolapso 3ª pálpebra e história recente de lesão; Ferida visível – confirmar o diagnóstico clínico: esfregaço corado com Gram/Giemsa Bacilo G (+), produtor de esporos; técnica de IF; demonstração de neurotoxina em camundongos; cultura/isolamento. Diagnóstico diferencial Estágios iniciais Estados tetaniformes: Acetonemia ou tetania pós-parto das vacas; Tetania pós-parto em cadelas; Intoxicação por estricnina; Tetania hipocalcêmica (eclampsia) das éguas; Meningite cérebro-espinhal; Polioencefalomalácea. OBS.: Precisa de capela de anaerobiose, se não cultiva endósporo ao invés de célula germinativa; Antibiótico não mata toxina. TRATAMENTO Limpar ferida com água oxigenada. Princípios Eliminar bactéria causadora, neutralizar toxinas, relaxar tetania muscular, hidratação/nutrição, tratamento suporte. Resposta ao tratamento Equino e ovino (baixa) e bovinos (alta). Antitoxina Imediato, IV ou espaço subaracnóideo por 3 dias consecutivos. Drenagem Limpeza do ferimento + penicilina G na ferida + penicilina G potássica IM (22.000 UI/Kg, 3-4x/dia) ou penicilina G procaína IM 2x/dia. Fluidoterapia, local tranquilo/escuro e sedação Clorpromazina (0,4 mg/kg PV), Promazina (0,5- 1mg/kg) ou Acetilpromazina (0,05-0,1 mg/kg), 2x/dia, durante 8-10 dias, até que os sinais graves desapareçam. CONTROLE E PROFILAXIA Cirurgia: desinfecção. OBS.: se animal for para cirurgia é bom dar o soro antes. Pós cirurgia: evitar locais contaminados; Áreas enzoóticas: todos os animais suscetíveis Imunizados toxóide. OBS.: Proteção 10-14 dias, até 1 ano Revacinação. Fêmeas: reforço anual 1-2 meses antes do parto; Após a cirurgia em equinos: antitoxina e toxóide. OBS: cavalo não pode voltar para a mesma baia. Recomendação: 2, 3 e 6 meses de idade e reforço anual; Destino adequado para carcaças. LISTERIOSE Doença dos círculos (animal anda em círculos) ou Moléstia da silagem Enfermidade infectocontagiosa, aguda ou subaguda, febril, de caráter septicêmico, abortivo ou nervoso que acomete diversas espécies animais (ruminantes são mais suscetíveis). Zoonose: leva a aborto; Cauda em bandeira. ETIOLOGIA Listeria monocytogenes. Coco-bacilo G (+), intracelular, cresce em 10% de NaCl, 4-45ºC e pH 5,5-9,6, condições com alto CO2. OBS.: O pH da silagem tem que ser igual a 4 e não é ideal fornecer as bordas da silagem para os bovinos, pois são áreas menos compactadas EPIDEMIOLOGIA Solo, plantas, silagem (pH > 5.5), superfície da água, paredes pisos das instalações, fezes; Reservatório: animais domésticos e selvagens (mamíferos e aves); de sangue frio; Entrada: mucosas oral, nasal, ocular e genital e transplacentária. OBS.: Oral e nasal são as principais; Acomete bovinos de todas idades; PI: 14-40 dias; Associada a estresse e alimentação. OBS.: Tríade epidemiológica das doenças infecciosas: estresse leva a redução da imunidade. Morbidade variável (surto ou individual); Letalidade – depende cepa (pode ser mais ou menos virulência) e forma apresentação (são 3). Pode variar de ~20-50%; 100%. IMPORTANTE.: Ciclo de transmissão da Listeria e não da Listeriose, pois nenhuma doença é transmitida. PATOFISIOLOGIA Entrada por via oral, nasal, ocular, genital e via transplacentária Microrganismos penetram Células M (placas de Peyer) Via linfática e hematógena Dissemina para diversos órgãos. o Formas Septicêmica ou Visceral: abcessos no fígado, baço, e outras vísceras em ruminantes jovens e em outras espécies; Abortiva: metrite e placentite em bovinos e ovinos; Meningoencefalite ou Neural: mais frequente em ruminantes e raramente em outras espécies. OBS.: - Pode ser bilateral ou monolateral; - Animal com um lado comprometido anda em círculos. Forma Meningoencefalite Alimentos grosseiros ou infecções dentárias Traumatismos na mucosa oral Nervo trigêmeo tronco encefálico Encefalite. Infecção intrauterina Ingestão do agente Via hematógena Fase de bacteremia subclínica Localizada no útero 24 horas após início desta fase Edema, necrose da placenta Aborto 5-10 dias pós infecção. Infecção final gestação Natimorto ou nascimento de bezerros que podem desenvolvem forma septicêmica fatal: Neonato contamina por via transplacentária ou no parto O agente invade células fagocíticas e não é morto Replica intracelularmente (MO intracelular) Apresenta a seguinte estratégia: Transfere de uma célula para outra Citoplasma Escapa do fagolisossomo Altera o citoesqueleto da célula hospedeira Emite microfilamentos de actina que se ligam a membrana citoplasmática e fazem absorção de células adjacentes Repetição (rompe célula anterior). OBS.: Isso não ocorre somente no macrófago como também em outras células; Se não promover a lise da célula faz com que haja indução da apoptose. Fatores de virulência Internalina, listeriolisina, fosfolipase C, lecitinase, SOD, catalase (enzimas respiratórias). SINAIS CLÍNICOS Forma nervosa em ruminantes Raramente apresenta outras formas: Sinais nervosos unilaterais: desvio lateral da cabeça e do corpo; Paralisia devido a lesões nos nervos faciais ou cranianos: queda da orelha e da pálpebra superior, flacidez lábio superior,
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