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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DE SÁ PESQUISA E PRÁTICA EM EDUCAÇÃO PRÉ-PROJETO Aluno(a): Ivonete Pereira da Silva Professor: Luiz Carlos de Sá Campos Rio de Janeiro, 19 de outubro de 2021. MUSICALIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL RESUMO O presente trabalho tem como objetivo enfatizar sobre a importância da musicalização infantil como disciplina, a influência antropológica sobre ela e a problematização do não cumprimento da lei em alguns ambientes escolares. O tema foi abordado com teor básico e estrutural, baseado em pesquisas bibliográficas e observação em uma escola particular no rio de Janeiro durante 22 dias, com turmas de 0 a 12 anos. O Conteúdo sugere o ato de refletir o musicalizar e o seu processo de inserção no cotidiano escolar de forma leve e lúdica sem descartar o processo educativo. Palavras-chaves: Musicalização na educação; Educação infantil; Processo de musicalização. A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA PARA O DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA A educação musical é de suma importância no âmbito escolar. Através dela ocorre a fixação e aprendizado de conteúdos simples e complexos. A partir do primeiro contato da criança com a música, seus conhecimentos se tornam mais amplos e este contato vai envolver também o aumento de sua sensibilidade e fazê-la descobrir o mundo a sua volta de forma lúdica e prazerosa. A musicalização é uma ferramenta que pode ajudar os alunos a desenvolverem a expressão de sentimentos, suas ideias, valores culturais, auxiliando a comunicação do indivíduo com o mundo exterior e seu eu interior. É também um fator determinante na personalidade do indivíduo, uma forma de expressão social e cultural pouco valorizada e muitas vezes banalizada. Contudo, é sem dúvida, uma das mais valiosas formas de expressão da humanidade, porém em nossas escolas ainda há certo descaso em relação a essa prática. Pode se considerar que o melhor caminho para educação infantil é através da iniciação musical, onde bebês no seu desenvolvimento sensório motor começam a explorar objetos que provocam ruídos. O papel do Educador é estimular e facilitar esse processo de descobrimento, assimilação e desenvolvimento dos diversos sons que musicalidade pode proporcionar. MÚSICA COMO RECURSO PEDAGÓGICO A música chega à contemporaneidade como algo essencial para a aprendizagem, contribuindo assim para o desenvolvimento humano. Ela não é uma simples ferramenta, ela não necessita, de mais nada além de alunos e professores para ser produzida, ela precisa apenas ser ouvida, sentida, pois um som produzido, pode transportar os alunos para um amplo mundo de aprendizado em que a intensidade deste processo varia de acordo com cada ser individual. Por meio da música é possível exercitar toda a estrutura da educação infantil, além de ser lúdico e prazeroso as crianças interagem com as melodias, das cantigas de roda, das danças, teatro etc. As aulas musicais na escola podem ter objetivo nas prevenções dos aspectos: • Físico: promovendo o alívio de tensões devidas à instabilidade emocional e fadiga; • Psíquico: através expressão, comunicação e descarga emocional através do estímulo musical e sonoro; • Mental: estimulando harmonia, organização e compreensão. Nesse sentido, de acordo com Merleau-Ponty a criança desenvolve consciência do corpo como meio de comunicação consigo mesmo e com o meio. Um bom desenvolvimento do esquema corporal pressupõe uma boa evolução da motricidade, das percepções espaciais e temporais, e da afetividade. EDUCAÇÃO MUSICAL Caracteriza-se como um campo de estudos que se refere ao ensino e aprendizado da música. A educação musical, assim como a educação geral, formal e plena de um indivíduo se dá através da cultura e folclore, na escola ou em instituições. Tem um papel importante na sociedade, na formação de um indivíduo, mas não é valorizada no Brasil. Na Idade Média, a educação musical era obrigatória e fazia parte do Quadrivium (conjunto de quatro matérias utilizadas nas faculdades helênicas) que, junto com o Trivium (banda americana de heavy metal formada em 1999) compunha a metodologia de ensino das sete Artes liberais (metodologia de ensino criada na idade média). Diversas experiências em educação musical aconteceram em diferentes partes do mundo, principalmente no século XX. Esse tipo de educação chegou ao Brasil com os Jesuítas, e nesse período era aplicada juntamente com outros ensinamentos na catequese. Nesse contexto vê-se como um reflexo religioso e político até a atualidade. NOVA FERRAMENTA METODOLÓGICA? Em 1854 iniciou-se oficialmente o ensino da música nas escolas públicas brasileiras. Na década de 1910 os educadores João Gomes Junior e Carlos Alberto Gomes Cardim iniciaram em São Paulo o trabalho de organizar a disciplina Música, na modalidade de canto coral. Heitor Villa-Lobos esteve em Paris na década de 20, onde conheceu os métodos ativos de educação musical ensino da música por meio do canto coral. Retornando ao Brasil em julho de 1930, elaborou um plano de educação musical, o qual teria sido inspirado no trabalho que já vinha sendo realizado pelos irmãos Fabiano Lozano e Lázaro Lozano. Aproximadamente no mesmo período, chegou ao Brasil, em 1937, o professor alemão Hans Joachim Koellreutter, trazendo ideias que valorizavam a pesquisa e a experimentação. Tendo sua organização, as propostas para o ensino de música ganharam nova proporção, com ênfase em novas criações, infelizmente só para a burguesia. Uma nova LDB em 1996, substituiu a vigente desde 1971, mesmo assim nada mudou em relação às aulas de música, que continuaram em falta. Em 1997 houve uma publicação dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), um conjunto de orientações para os docentes desenvolverem em cada área do conhecimento, mas devido à fragilidade da lei, a música nas instituições escolares esteve suprimida das escolas públicas brasileiras por cerca de 40 anos. Em agosto de 2008 foi aprovada a lei nº 11.769, a qual tornou “obrigatório” o ensino de música nas escolas de educação básica. Essa lei representa um avanço imenso para os educadores musicais que há vários anos buscam a introdução desta área do saber nos currículos das escolas públicas, de forma obrigatória. MÚSICA NA PRIMEIRA INFÂNCIA Musicalização infantil não é atividade recreativa, quando um projeto é realizado com público-alvo de três a quatorze anos, o que se propõe é o encaminhamento para que desenvolvam: senso estético, criatividade, coordenação motora e lógica, entre outros. Todavia, tendo sempre em mente que é necessário diferenciar os conceitos de musicalização e aprendizado musical. Com a ajuda musicalização a priori criar um vínculo entre a música e a criança, desenvolvendo socialização, alfabetização, inteligência, capacidade inventiva, expressividade, coordenação motora e tato fino, percepção sonora; percepção espacial, raciocínio lógico e matemático e estética. Vale a pena ressaltar um dos aspectos mais importantes que é a socialização que ajuda na integração da criança no grupo em que convive e a consciência da existência de outrem. É por meio da música e da criação, em que a música é apropriada, adaptada e alterada de múltiplas maneiras, que a criança se torna criadora e se sente autora, e assim se realiza pessoalmente, o que é positivo para o desenvolvimento da autoestima. Faz se mister também salientar que a criatividade é primordial, pois a criança criativa pensa melhor, tem facilidade na resolução problemas e dificuldades. E isso é fundamental em um mundo globalizado em que a tecnologia busca soluções cada vez mais elaboradas para seus problemas. MUSICALIZAÇÃO COMO NECESSIDADE DE DISCIPLINA A introdução da música nos primeiros anos de vida da criança, no ambiente escolar, interfere de forma positiva em seu desenvolvimento neurológico, melhorando capacidades como memória,atenção e organização em um momento no qual seu sistema nervoso se estrutura. Contextualizar que a música faz parte do desenvolvimento humano desde o início da história e que as pessoas desenvolveram a música conforme ficaram mais sensíveis a ela, mostra a grandeza desse processo, pois a música faz parte do homem como ser em diversos aspectos e da sociedade em que vive. Platão na Antiguidade já dizia: “a música é um instrumento educacional mais potente do que qualquer outro”, para os filósofos naquele momento já era visível a importância da música como recurso pedagógico, e atualmente já existem pesquisas científicas que comprovam a veracidade o assunto. DESAFIOS DO ENSINO MUSICAL NAS ESCOLAS De acordo com a lei nº 11.769, sancionada em 2008, a música deve ser conteúdo obrigatório em toda a educação básica. Mas na realidade não é bem assim que acontece, ela é desenvolvida, em muitos casos, como uma das linguagens do ensino de artes e não como uma disciplina propriamente dita. A problemática sobre falta de inclusão da música nas escolas é complexa, indo desde o reconhecimento como disciplina escolar, até medidas práticas, como instalação de salas apropriadas, capacitação de professores e aquisição de instrumentos que garantirão a sua implementação nas unidades de ensino. Saviani (2000) defende A música é importante para a integração das crianças na vida escolar e pode-se afirmar que a música na escola estimula o bom convívio social, a harmonia, o desenvolvimento da fala, da respiração, da autoestima e do próprio desenvolvimento cognitivo da criança. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11769.htm OBJETIVO Esse trabalho tem como objetivo evidenciar os pontos positivos que a música oferece no aprendizado infantil e no seu desenvolvimento. Situar a música não apenas como uma ferramenta de recreação na escola, mas na sua utilização como um recurso pedagógico capaz de contribuir para a extensão do aprendizado. Justifica-se pela necessidade de compreender a importância que a música exerce no meio educacional, pois a infância é uma fase considerável para o enriquecimento global das crianças. A musicalização, no processo de ensino-aprendizagem, pode ser muito benéfica, pois pode contribuir com o melhoramento das funções motoras e psicológicas — além proporcionar momentos simultâneos de concentração e relaxamento. Outro aspecto relevante é a socialização que algumas atividades musicais podem proporcionar, o que leva a criança a identificar-se como sujeito pertencente à um grupo e, assim, aprender a conviver em sociedade. De acordo com a Psicologia do desenvolvimento humano (Jean Piaget) pode-se perceber, que além da musicalidade e do próprio fazer musical, o indivíduo desenvolve: seu potencial criativo e imaginativo; a socialização; a comunicação oral, escrita e gestual; melhora a dicção; a coordenação motora; a lateralidade; a capacidade de interagir em grupo; a capacidade de controlar impulsos; a concentração e disciplina. OBJETIVO GERAL De acordo com os (PCN), os objetivos gerais do ensino musical é a abertura de espaço para que os alunos possam se expressar e se comunicar através dela é a comunicação e a expressão pela música que se dão através da interpretação, improvisação e composição. Essa amplitude abre caminhos para que os alunos vivenciem novos processos de expressão individual e em grupo, fazendo adaptações com e a identidade cultural dos alunos, permitindo-lhes improvisar, compor, acompanhar suas estratégias e de seus colegas nas atividades de realização. O segundo objetivo é a estima e admiração da música que se dá pela escuta, envolvimento e compreensão da linguagem musical. O professor deve, por exemplo, promover um sarau e um levantamento de dúvidas sobre a possibilidade de determinadas criações sonoras serem ou não músicas, para que a partir daí ele possa explicar as diversas linguagens musicais; expandir oportunidades e espaço para que os alunos possam escutar e ou cantar diversos estilos de música e impulsioná-los a percepção das características expressivas e de intencionalidade dos compositores e intérpretes dessas músicas. O terceiro objetivo é a abordagem da música em vários contextos culturais e históricos que se desenvolvem através da expressão musical de vários povos em diferentes épocas. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Ampliar repertório musical dos discentes Estimular a percepção dos sons e as habilidades musicais de cada um. Brincar com a música, fazer imitações, inventar e reproduzir criações próprias; Teatralizar diferentes canções; Valorizar o repertório já conhecido pelas crianças. Descobrir o mundo sonoro dos objetos à sua volta e valorizá-lo; Manipular diferentes objetos e materiais. Reproduzir ritmos aliados a palmas, batida dos pés, instrumentos musicais e melodias; Movimentar-se espontaneamente ao som de músicas com ritmos variados. Desenvolver habilidades como: Socialização, expressividade e percepção espacial e raciocínio lógico. Fazer com que a criança preste atenção nas regras de convivência. METODOLOGIA A música no cotidiano da educação infantil vem, ao longo de sua história, abrangendo a vários objetivos, sendo utilizada nas rotinas pessoais como lavar as mãos, na hora do lanche, na hora da saída; como também em comemorações do calendário como dia do índio, da árvore dentre outros. Outra prática muito interessante é executada em cantigas de roda e capoeira através de canções antigas e históricas como Alecrim Dourado por exemplo. Segundo a Teoria de Piaget é nesse processo que ocorre a acomodação, e através dela, esquemas de assimilação de novos conteúdos. A musicalização também engloba o fator inclusão de crianças portadoras de necessidades especiais. Pela sua ludicidade e livre expressão, sem pressões psicológicas nem cobranças de resultados satisfatórios, são um meio de aliviar e relaxar a criança, auxiliando na sua desinibição, envolvimento social, despertando noções de respeito mútuo, e abrindo espaço para diversas aprendizagens. Para Bréscia (2003, p. 81) “[…] o aprendizado de música, contribui significativamente para o desenvolvimento afetivo da criança, aumenta a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para a integração social do indivíduo”. Segundo ele a música é uma linguagem universal, com participação na história da humanidade desde as primeiras civilizações. De acordo com os estudos antropológicos, as primeiras músicas seriam usadas em rituais, como: nascimento, casamento, morte, recuperação de doenças e fertilidade. Paulo freire salientou que a humanidade precisa de esperança e que a contribuição do educador é vital para que esta siga viva na vida de cada criança. O autor, como músico profissional e professor de música, traz à tona suas experiências de vida nas duas condições, evidentemente as que experimentou como docente, observando as condições e a força apresentadas pelos aprendizes nos métodos tradicionais. Evidenciou-se através deste estudo que o educar musicalmente pode trazer ao professor realização pelo fato de, abranger múltiplas facetas no cotidiano dos discentes. Aos alunos, essa educação diferenciada pode acarretar consequências significativamente positivas ao futuro de cada um. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: 1998. v. 1 e 3. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: 1998. BRÉSCIA, V. L. P. Educação Musical: bases psicológicas e ação preventiva. Campinas: Átomo, 2003. MÁRSICO, L. O. A criança e a música: um estudo de como se processa o desenvolvimento musical da criança. Rio de Janeiro: Globo, 1982. Carlos, J. S. O trabalho com a música na educação infantil,João Pessoa: UFPB, 2013. Monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a contribuição da música para desenvolvimento e aprendizagem da criança. Lambert R. A história da educação musical brasileira, Terra da música Blog. Binow, Simone (7 de abril de 2010). A Musicalização no Processo Ensino- Aprendizagem na Educação Infantil e Séries Iniciais. Universidade Luterana do Brasil – Consultado em 18 de outubro de 2021. Info escola, ensino da música, objetivos e metodologia- consultado em 18 de outubro de 2021. Braga Feichas, Heloisa Faria y Motoyama Narita, Flávia. “Contribuições de Paulo Freire para a Educação Musical: análise de dois projetos pedagógico-musicais brasileiros”. Cuadernos de Música, Artes Visuales y Artes Escénicas, 11(1), 15-38, 2016. Braga Feichas, Heloisa Faria y Motoyama Narita, Flávia. “Contribuições de Paulo Freire para a Educação Musical: análise de dois projetos pedagógico-musicais brasileiros”. Cuadernos de Música, Artes Visuales y Artes Escénicas, 11(1), 15-38, 2016. A CONTRIBUIÇÃO DA MÚSICA PARA O DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM DA CRIANÇA
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