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Poderes administrativos

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Poderes administrativos traduzem prerrogativas do Estado na busca de atingir o interesse público. Havendo prerrogativas, o Estado pode empreender certas coisas em busca do interesse público.
Trata-se de um poder-dever da Administração Pública, pois, ao mesmo tempo em que são prerrogativas, os poderes são instrumentos na busca do interesse público, ou seja, são instrumentais, e não um fim em si mesmo. Logo, o administrador não pode dispor livremente desses poderes, que são, portanto, irrenunciáveis.
Ex: os decretos de quarentena na pandemia foram manifestações do poder de polícia.
Abuso de poder 
Qualquer uso anormal dos poderes administrativos configura abuso de poder, gênero do qual são espécies o excesso e o desvio de poder. Ressalte-se que o abuso de poder pode decorrer de condutas comissivas ou omissivas.
No desvio de poder ou desvio de finalidade, o agente atua visando fim diverso do interesse público. Cuida-se de vício de finalidade.
Vício de competência decorre do excesso de poder.
Vício de finalidade é o desvio de poder.
Desvio e excesso pertencem ao conjunto abuso de poder.
Poder normativo (regulamentar)
O poder normativo é a prerrogativa dada à Administração de criar normas gerais e abstratas complementares à lei. Representa a prerrogativa do poder público de editar atos normativos de natureza secundária para a concretização do interesse público em sentido amplo.
Apresentam-se como manifestações do poder normativo: decretos regulamentares, instruções normativas, portarias e resoluções.
Deve ser exercido em conformidade com a lei, sob pena de invalidade do ato.
O instrumento normativo por excelência do poder normativo é o decreto (poder regulamentar), ato normativo privativo do chefe do Poder Executivo. O decreto classifica-se em regulamentar e autônomo.
Decreto regulamentar 
O decreto regulamentar tem por finalidade dar fiel cumprimento à execução das leis. Não pode inovar no ordenamento jurídico, mas apenas complementar a lei.
Decreto autônomo 
Os decretos autônomos são regulamentos que substituem a lei e podem inovar no ordenamento jurídico. Suas hipóteses de aplicação estão previstas no art. 84, inciso VI da CF:
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
VI – dispor, mediante decreto, sobre: esse é o decreto autônomo.
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;
Cargo público somente pode ser criado e extinto por lei. Contudo, se estiver vago, ele poderá ser extinto mediante decreto autônomo.
Os decretos autônomos federais e estaduais podem ser objeto de ADI.
Caso haja exorbitância do chefe do Executivo no exercício do poder regulamentar, o Congresso Nacional pode fazer o controle parlamentar direto, suspendendo o ato normativo que extrapole o exercício do citado poder.
Poder hierárquico 
O Poder Hierárquico é a prerrogativa que permite à Administração o controle interno entre órgãos e agentes de uma mesma pessoa jurídica. A hierarquia não se manifesta entre pessoas jurídicas distintas, tampouco em relação à pessoas estranhas a estrutura da Administração Pública.
Desconcentrar é criar órgãos e tem relação direta com o poder hierárquico.
Presidência com seus Ministérios; governadoria do estado com suas secretarias, prefeitura municipal com suas secretarias, todas são relações de hierarquia e subordinação.
As prerrogativas exercidas pelo superior sobre seus subordinados, de dar ordens, fiscalizar, controlar, aplicar sanções, delegar e avocar competências decorrem do poder hierárquico.
A aplicação de sanções também pode estar relacionada com o poder disciplinar.
Delegar é passar a competência para outro; avocar é chamar a competência para si. São manifestações do poder hierárquico e poder discricionário.
A delegação própria é quando é para o subordinado; só se pode avocar uma competência em relação ao subordinado.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Poder disciplinar 
É o poder punitivo do estado. O Poder Disciplinar permite a aplicação de sanções a agentes públicos e a particulares com vínculo específico com a Administração Pública.
O Poder Disciplinar só será um desdobramento do Poder Hierárquico se recair sobre servidor público.
O Poder Disciplinar em regra é vinculado, mas admite certa margem discricionária. 
Art. 127. São penalidades disciplinares:
I – advertência;
II – suspensão;
III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Esse artigo traz a margem discricionária do poder disciplinar.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
Advertência + advertência = suspensão.
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
Outro caso em que se percebe uma margem discricionária.
Poder de polícia
O Poder de Polícia consiste na atividade da administração pública de limitar ou condicionar, por meio de atos normativos ou concretos, a liberdade e a propriedade dos indivíduos conforme o interesse público.
O poder de Polícia é, em regra, negativo, pois traz limitações, restrições e proibições.
Exemplos de ato normativo: limite de velocidade nas vias; exemplo de ato concreto: aplicação da multa pelo excesso de velocidade.
A multa pode ser poder disciplinar ou poder de polícia. Se a multa recair em servidor, é poder disciplinar acompanhado do poder hierárquico. Se for contra licitante, é só poder disciplinar.
O Poder de Polícia é um dos fatos geradores de tributo taxa.
Polícia judiciária: incide sobre as pessoas e é em regra repressiva.
Polícia administrativa: incide sobre bens e direito, em regra é preventiva, fiscalizatória ou repressiva.
Uma pessoa que é Guarda Municipal, por exemplo, exerce a guarda de um determinado local e não das pessoas.
O poder de polícia administrativo possui os seguintes atributos: discricionariedade, autoexecutoriedade e coercibilidade.
Exemplo de discricionariedade: um condutor é parado em uma blitz após o carro da frente ter seguido sem ser parado. Outro ex: agente sanitário escolhe fiscalizar esse restaurante e não aquele.
O alvará pode ser de licença (vinculada) ou autorização (discricionária).
Autoexecutoriedade: A Administração, em regra, está dispensada de ir previamente a juízo para execução de alguns atos administrativos, o que não impede a possibilidade de controle judicial a posteriori. A cobrança da multa não goza de autoexecutoriedade.
Coercibilidade: a Administração Pública pode, unilateralmente, impor restrições e criar obrigações para os administrados. É o uso da força nos limites da lei; é a concretização.
Ciclos do Poder de Polícia:
a. Ordem de polícia: consiste na limitação de determinada conduta pela lei (indelegável).
b. Consentimento de polícia: está presente quando determinada atividade está condicionada ao consentimento estatal (delegável).
c. Fiscalização de polícia: cuida-se do controle e fiscalização dos atos praticados no exercício do Poder de Polícia (delegável).
Exemplo: fotossensores (responsável por registrar a velocidade do veículo) nos radares são gerenciados por empresas privadas.
d. Sanção de polícia: penalidades impostas em razão do descumprimento das normas estabelecidas pelo poder de polícia (indelegável).
JurisprudênciaInformativo n. 793 do STF: É constitucional a atribuição às guardas municipais do exercício de poder de polícia de trânsito, inclusive para imposição de sanções administrativas legalmente previstas.
Guarda municipal pode fazer atividade de trânsito.
Jurisprudência em teses, STJ: Não é possível a aplicação de sanções pecuniárias por sociedade de economia mista, facultado o exercício do poder de polícia fiscalizatório.
STF decidiu que é constitucional a delegação da atividade de policiamento de trânsito à Empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte – BHTrans, inclusive quanto à aplicação de multas.
Foi permitido que a empresa pudesse exercer a atividade policial de trânsito e aplicar multa. Mas tem que ter capital social majoritariamente público.
O caso concreto discutia se a BHTrans, sociedade de economia mista (pessoa jurídica de direito privado), pode exercer poder de polícia de trânsito.
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.

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