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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA SERRA GAÚCHA - FSG JÚLIA LOPES DE SOUZA NUNES TAXA DE PRENHEZ DE ÉGUAS CRIOULAS SUBMETIDAS À INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL COM SÊMEN RESFRIADO NA REGIÃO SUL DO BRASIL CAXIAS DO SUL 2021 JÚLIA LOPES DE SOUZA NUNES TAXA DE PRENHEZ DE ÉGUAS CRIOULAS SUBMETIDAS À INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL COM SÊMEN RESFRIADO NA REGIÃO SUL DO BRASIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade da Serra Gaúcha – FSG como exigência do Estágio II para obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária. Orientador: Prof. Fabiano Trevisan da Rocha Co-orientador: Profª. Carolina da Fonseca Sapin Caxias do Sul 2021 JÚLIA LOPES DE SOUZA NUNES TAXA DE PRENHEZ DE ÉGUAS CRIOULAS SUBMETIDAS À INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL COM SÊMEN RESFRIADO NA REGIÃO SUL DO BRASIL Trabalho apresentado e aprovado pela Banca Examinadora em 23 de junho de 2021. ⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺ Fabiano Trevisan da Rocha Mestre em Medicina Animal: Equinos Especialista em Reprodução Equina ⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺ Vinícius Coitinho Tabeleão Doutor em Biotecnologia Especialista em Agronegócio ⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺⸺ Rômulo Oliveira Fernandes da Silva Mestre em Sanidade e Reprodução Animal AGRADECIMENTOS Primeiramente, gostaria de agradecer ao meu professor e orientador Fabiano Trevisan da Rocha, não apenas por ter aceitado participar desse desafio comigo, mas também por ter tido paciência e sabedoria para ouvir todos os meus desabafos e me orientar da melhor forma possível sobre o próximo passo a seguir. Além disso, agradeço eternamente por ter discordado de mim quando eu mesma imaginei que não seria capaz de superar cada obstáculo, e isso fez com que mudasse completamente a visão que eu tinha de mim mesma. Gostaria de agradecer também ao professor coordenador do curso de medicina veterinária do Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG, Vinícius Coitinho Tabeleão pelo auxílio e orientação prestados desde o nosso primeiro encontro na disciplina de semiologia animal, e a professora Carolina da Fonseca Sapin pelo auxílio com os componentes textuais e formatação de texto. Com certeza essa jornada seria mais difícil e trabalhosa sem os seus conselhos, além de muito mais sem graça e tediosa. Gostaria de agradecer aos amigos que a experiência da graduação me trouxe e que certamente levarei para a vida toda, Alessandra Gasparin, Caroline Canalli, Lucas Ariel Rossi e Vitória de Oliveira Maciel. Sou incapaz de traduzir a importância que vocês todos tiveram durante o meu desenvolvimento acadêmico e profissional e com certeza guardarei cada momento que vivenciamos com carinho em meu coração. E por fim, mas não menos importante, gostaria de agradecer a minha família por todo apoio que me deram desde a realização da prova do vestibular até o final da graduação. Essa jornada com certeza foi uma das mais desafiadoras para mim até o presente momento, principalmente, por ter que passar esses longos e árduos anos distante das pessoas que mais amava, mas sem dúvida eu não teria chegado sequer na metade sem seu apoio e conselhos, esses que me tornaram quem em sou hoje. Por esse motivo, dedico a eles a vitória de ter alcançado meu objetivo, a realização desse sonho de criança que enfim chegou ao fim, e amanhã uma nova jornada se inicia. RESUMO TAXA DE PRENHEZ DE ÉGUAS CRIOULAS SUBMETIDAS À INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL COM SÊMEN RESFRIADO NA REGIÃO SUL DO BRASIL Júlia de Souza Lopes Nunes 1 , Carolina da Fonseca Sapin 2 , Fabiano Trevisan da Rocha 2 1 Graduanda de Medicina Veterinária no Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG 2 Docente do Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG O Brasil se encontra na 4ª posição do ranking de maior rebanho de equinos do mundo, contando com cerca de 5,5 milhões de cabeças. Com esse desenvolvimento, surgiu a necessidade da adoção de biotecnologias aplicadas à reprodução equina, com o objetivo de fornecer melhorias no aumento da taxa de sucesso reprodutivo das éguas. Para esse estudo, foi coletado dados de 60 éguas crioulas que foram utilizadas na temporada reprodutiva de setembro de 2020 a março de 2021 no município de Santa maria, Rio Grande do Sul, e foram separadas em 3 grupos de acordo com a idade, sendo o grupo 1 composto de éguas até 7 anos, o grupo 2 de éguas entre 8 e 14 anos e o grupo 3 de éguas acima de 15 anos. Essas éguas foram inseminadas com sêmen refrigerado de garanhões da mesma raça e ao final da temporada reprodutiva foi obtida taxa de prenhez de 91,67% (55/60), onde 52,72% (29/55) ficaram gestantes após uma única IA (1ºciclo), 29,09% (16/55) com duas IA, 7,27 (4/55) após três IA e 10,90% (6/55) com quatro IA. Dentre as 27 éguas em que foi utilizada a IA no cio do potro, 38,46% (10/26) emprenharam neste ciclo, sendo observada uma relação de proximidade entre estas éguas com as pertencentes ao grupo 1 (p ≤ 0,05). Dessa forma, a idade das éguas demonstrou ser importante para a taxa de fertilidade no cio do potro. Além disso, ao final da temporada reprodutiva, as éguas apresentaram alto índice de prenhez. Palavras-chave: Fertilidade; Éguas; Cio do potro; Idade. ABSTRACT PREGNANCY RATE OF CRIOLLO MARES SUBMITTED TO ARTIFICIAL INSEMINATION WITH COOLED SEMEN IN THE SOUTH REGION OF BRAZIL NUNES, J. L. S. 1 ; SAPIN, C. F. 2 ; ROCHA, F. T. 2 1 Graduanda de Medicina Veterinária no Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG 2 Docente do Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG The Brazil is placed in the 4th ranking position of the equine herd in the world, counting about 5,5 million of heads. With this development, it came up the need of adoption of biotechnology applied to the equine reproduction with the objetive to provide improvements in increasing the rate of reproductive success of mares. For this study, data were collected from 60 mares that were used in the breeding season from September 2020 to March 2021 in the municipality of Santa Maria, Rio Grande do Sul, and were separated into 3 groups according to age, the group 1 composed of mares up to 7 years old, the group 2 composed of mares between 8 and years old and the group 3 of mares over 15 years old. These mares were inseminated with refrigerated semen from stallion of the same breed and the end of season, the pregnancy rate obtained was 91,67% (55/60), where 52,72% (29/55) became pregnant after an unique AI (1st cycle) 29,09% (16/55) with two AI, 7,27 (4,55) after three AI and 10,90% (6/55) with four AI. Among the 27 mares which was used the AI in the foal´s heat, 38,46% (10/26) became pregnant in this cycle, being observed a close relation between these mares with the ones belonging to the group 1 (p ≤ 0,05). Thus mares´age demonstrated to be important to the fertility rate in the foal´s heat. Furthermore, at the end of reproductive season, mares presented a high pregnancy index. Key-words: Fertility; Mares; Foal’s heat; Age. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Mensuração do tamanho do folículo ovarino da égua (40mm) através de imagem ultrassonográfica .................................................................... 17 Figura 2 Exame ultrassonográfico do trato reprodutivo da égua. A- Evidenciação ultrassonográfica do folículo ovariano. B- Evidenciação de edema uterino presente no estro das éguas ........................................................ 18 Figura 3 Representação vesícula embrionária equina com aproximadamente 16 dias através de imagem ultrassonográfica ................................................ 22 Figura 4 Imagem ultrassonográfica de embrião equino com aproximadamente 30 dias .........................................................................................................23 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Relação entre o número de éguas em que foi utilizado o cio do potro e a prenhes nesse ciclo conforme o grupo...................................................................................................... 29 SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. 7 LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................................... 8 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 10 2 PROBLEMA ............................................................................................................ 11 3 HIPÓTESES ............................................................................................................ 11 4 OBJETIVOS ............................................................................................................ 12 4.1 Geral ................................................................................................................. 12 4.2 Específicos ........................................................................................................ 12 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 Anatomia e Fisiologia Reprodutiva da Égua .................................................... 12 5.2 Endocrinologia do Ciclo Estral da Égua .......................................................... 14 5.3 Gestação ............................................................................................................ 18 5.4 Cio do Potro ..................................................................................................... 19 5.5 Inseminação Artificial ....................................................................................... 20 5.6 Diagnóstico de Gestação .................................................................................. 22 5.7 Perdas Gestacionais ........................................................................................... 23 6 ARTIGO 6.1 Introdução ......................................................................................................... 26 6.2 Material e Métodos ........................................................................................... 26 6.3 Resultados e Discussões ..................................................................................... 27 6.4 Conclusão .......................................................................................................... 29 6.5 Referências ........................................................................................................ 29 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 31 8 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 32 10 1 INTRODUÇÃO O cavalo foi essencial para o desenvolvimento das civilizações ao longo da história mundial. Seu papel após sua domesticação pelos nômades restringia-se à tração, porém com o tempo esse papel se expandiu para a agricultura e para as práticas militares, onde ainda se encontram até os dias atuais (SALES, 2018). O Brasil se encontra na 4ª posição do ranking de maior rebanho de equinos do mundo, contando com cerca de 5,5 milhões de cabeças (SALES, 2018). Esses animais encontram-se em estabelecimentos equestres com finalidades comerciais como haras, escolas de equitação e propriedades particulares para criação de uso próprio e/ou lazer (VIEIRA, 2014). Do ponto de vista econômico, a raça Crioula é considerada pela ABCCC (2014) um grande pilar da indústria brasileira de criação de equídeos e possui grande importância cultural para o estado do Rio Grande do Sul. Além disso, possui mercado ativo em leilões de animais e grande número de potros nascidos (KURTZ & LÖF, 2007). Juntamente com a evolução da criação de equinos nos últimos anos, surgiu também a adoção de biotecnologias aplicadas à reprodução equina, fornecendo melhorias nas técnicas reprodutivas onde o principal objetivo é aumentar o desempenho desses animais, que muitas vezes possuem alto valor genético agregado (FARIA & GRADELLA, 2010; TOMAZELLA, 2013). Para isso, é essencial o bom entendimento da fisiologia reprodutiva de modo que seja possível obter melhor aplicação dessas biotecnologias e, consequentemente, rendendo maiores lucros para os criadores (LIMA, 2013). Neste contexto as funções reprodutivas da fêmea são: produção de oócitos, fornecimento de ambiente apropriado para o desenvolvimento e nutrição do feto, realização do parto e suporte nutricional para o feto após o nascimento através da lactação (REECE et al., 2017). No entanto, ainda hoje é comum perdas gestacionais precoces devido a problemas de origem materna e/ou fetal ou ambiental, como por exemplo perdas gestacionais causadas por endometrites, placentites, cistos uterinos, deficiência de progesterona, idade das éguas, período de lactação e estado corporal. A inseminação artificial (IA) na espécie equina tem evoluído nos últimos anos . Para que seja possível a implantação de um programa de inseminação artificial bem- sucedido é essencial um bom entendimento sobre o ciclo estral como um todo (duração, fases do ciclo estral, hormônios envolvidos e sua ação), visando reconhecer o momento da 11 ovulação, o que irá indicar o melhor momento para realizar a inseminação da égua (BASTOS, 2017). A espécie equina é conhecida por apresentar índices menores de concepção quando comparada as demais espécies de animais domésticos. Para alcançar melhores resultados as biotecnologias da reprodução vêm sendo utilizadas amplamente e apresentando a cada ciclo melhores resultados, seja através de inseminações artificiais, transferências de embriões ou clonagem. Outro fator importante a ser considerado é que muitos animais quando jovem saem para campanhas esportivas, retornando para a reprodução com idade mais avançada, desta forma observa-se grande presença de éguas idosas utilizadas na reprodução. 2 PROBLEMA A idade das éguas utilizadas na reprodução pode influenciar na taxa de prenhez? A utilização do cio do potro é uma ferramenta viável para alcançar melhores taxas de concepção por temporada reprodutiva? 3 HIPÓTESE Um dos principais fatores que influenciam a taxa de fertilidade de éguas é a idade, porém não apresenta diferença quando é comparada no cio do potro com os demais estros. 4 OBJETIVOS 4.1 Geral Realizar um estudo retrospectivo de éguas submetidas à inseminação artificial com utilização de sêmen resfriado. 4.2 Específicos - Avaliar a taxa de prenhez ao final da temporada reprodutiva; - Avaliar a taxa de prenhez no cio do potro; - Avaliar a taxa de prenhez com relação a idade; - Avaliar a taxa de prenhez por inseminação/ciclo reprodutivo. 12 5 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 5.1 Anatomia e fisiologia reprodutiva da égua O aparelho reprodutivo feminino dos equinos é formado por dois ovários, duas tubas uterinas, cornos uterinos, corpo uterino, cérvix, vagina, vestíbulo e vulva. Os ovários são responsáveis pelo desenvolvimento de oócitos e produção hormonal durante o ciclo estral. Cada ovário possui cerca de 8 a 12cm na égua e está localizado em posição distal ao respectivo rim, suspenso na parede dorsal do abdome por uma reflexão peritoneal conhecida como mesovário. Diferente dos demais animais domésticos, na égua o ovário é constituído por uma zona medular mais externa e uma zona cortical mais interna onde os folículos se encontram. Possuem uma depressão profunda na margem superficial denominada fossa ovulatória, onde todos os folículos maduros irrompem(KÖNIG & LIEBICH, 2016). O útero é constituído por um corpo uterino amplo, dois cornos uterinos divergentes que se elevam em direção ao teto do abdome e colo uterino relativamente pequeno em comparação as outras espécies domésticas. No entanto, as estruturas do trato reprodutivo podem sofrer alterações anatômicas e fisiológicas com o envelhecimento (KÖNIG & LIEBICH, 2016). As barreiras físicas que impedem a contaminação uterina por microrganismos patogênicos são a vulva, a prega vestíbulo-vaginal e a cérvix. Na espécie equina, independentemente da biotecnologia aplicada à reprodução, o sêmen é depositado diretamente na luz uterina de forma que tais barreiras são ultrapassadas, induzindo uma resposta inflamatória aguda como um mecanismo de defesa contra os componentes seminais. Essa resposta inflamatória pode ocorrer após a cobertura ou inseminação, após o parto ou após manipulação intrauterina (SILVA, 2019). Éguas saudáveis são capazes de eliminar bactérias e vestígios de inflamação de forma eficaz, mas alguns animais possuem mecanismo de defesa deficiente. Esse mecanismo de defesa é constituído por defesa física através da contração do miométrio, que é imprescindível para a limpeza física da luz uterina, e defesa celular, representada por neutrófilos que são as primeiras células atraídas por mediadores inflamatórios e são responsáveis pela fagocitose dos antígenos (SILVA, 2019). 13 A cérvix é definida como pregas na mucosa que tem como principal função a oclusão do canal uterino. Nas éguas, essa estrutura está disposta longitudinalmente de forma que o lúmen cervical é obstruído por pregas circulares (KÖNIG & LIEBICH, 2016). Outra função da cérvix é a secreção de glândulas mucosas cuja composição varia de acordo com a fase do ciclo estral. O esfíncter tubular possui aproximadamente 6cm, porém seu tamanho ou abertura também possui variação, pois é determinado pelo status hormonal da égua e, durante o estro, as pregas dilatam-se e no diestro ela permanece fechada (BASTOS, 2017; SILVA et al., 2020). A vagina é definida como cavidade tubular de aproximadamente 15-20cm e se localiza nas cavidades peritoneal e retroperitoneal. Possui epitélio escamoso estratificado que tem como função a proteção da mucosa durante a cópula (SILVA et al., 2020). Dessa forma, é conhecido como órgão copulatório da fêmea e prolonga-se desde o útero em sua porção proximal até a vulva em sua posição distal (KÖNIG & LIEBICH, 2016; REECE et al., 2017). É essencial sua avaliação durante o exame ginecológico, pois é o local onde ocorrem determinadas patologias como pneumovagina e urovagina, o que está intimamente relacionado com a fertilidade equina (SILVA et al., 2020). O vestíbulo é parte do órgão copulatório da fêmea, porém possui tamanho reduzido em comparação à vagina. Sua localização atrás do arco isquiático permite que se incline ventralmente para a sua abertura na vulva e prolonga-se desde o óstio externo da uretra até a vulva externa. Dessa forma, possui funções combinadas entre o sistema reprodutor e o urinário. As éguas possuem glândulas vestibulares localizadas na parede do vestíbulo cuja função principal é a secreção de conteúdo para manter o a umidade da mucosa vestibular e facilitar o coito e o parto. Além disso, durante o cio, o odor dessa secreção proporciona efeito sexualmente estimulante para os machos (KÖNIG & LIEBICH, 2016). A parte distal da genitália feminina é denominada vulva, que se estende da vagina até o exterior. O orifício uretral externo é a referência que marca a transição entre vagina e vulva. O clitóris se localiza cranial à comissura ventral vulvar e é rodeado por seios clitoridianos e pela fossa do clitóris, (SILVA et al., 2020). Além disso, o clitóris contém tecido erétil análogo a glande dos machos e terminações de nervos sensoriais. A parte externa da vulva é representada pelos lábios vulvares (KÖNIG & LIEBICH, 2016; REECE et al., 2017). Anatomicamente, é formada por dois lábios que se encontram e por duas comissuras, uma dorsal mais aguda e outra ventral mais arredondada que possibilitam que ocorra a abertura vulvar (KÖNIG & LIEBICH, 2016). Sua principal 14 função é a proteção da entrada da vagina, funcionando como uma barreira física contra infecções ascendentes (PYCOCK, 2009; BASTOS, 2017). A falha reprodutiva em éguas devido a complicações causadas pela conformação vulvar inadequada não é incomum na rotina reprodutiva. Um exemplo de complicação é a pneumovagina, que é definida como aspiração de ar para o canal vaginal quando os lábios vulvares estão mais relaxados, como ocorre no estro (TROTTER, 1988). Dessa forma, a vulva deve ser avaliada quanto a sua conformação e tônus muscular (MCCUE, 2008; PYCOCK, 2009). A má conformação vulvar pode ser congênita ou adquirida com a idade e com partos repetitivos, onde ocorre ferimentos na região perineal durante a expulsão do feto, e também por consequência ao estado geral da égua (animais idosos e com baixo escore corporal) (PYCOCK, 2009). 5.2 Endocrinologia reprodutiva da égua O ciclo estral é definido como o período de mudanças fisiológicas e comportamentais desencadeadas por hormônios reprodutivos e sua duração é variável conforme a espécie. O intervalo entre cada ciclo é definido como o tempo entre o início de um período de receptividade sexual (cio) e um intervalo ovulatório (REECE et al., 2017). Nas éguas, o ciclo estral ocorre em duas estações distintas: anovulatória e ovulatória, interligadas por um período denominado transicional (DURVAL, 2017). A atividade reprodutiva se inicia quando o animal atinge a puberdade, quando ocorre a manifestação do primeiro estro clínico, que ocorre em média entre 14 e 18 meses de idade. No entanto, alguns fatores podem influenciar tanto na idade em que a fêmea apresenta maturação sexual quanto a qualidade do cio, como a nutrição, ambiente em que é mantida, genética, desenvolvimento corporal durante a pré-puberdade, fotoperíodo, latitude e temperatura (MAIA et al., 2019) Com o manejo nutricional adequado, é possível que éguas atinjam a puberdade mais precocemente, aos 12 meses de idade. Mas é indicado que seja realizada a primeira cobertura apenas quando estiver fisicamente apta e quando alcançar equilíbrio hormonal para manter a gestação, a partir dos 24 meses de idade (SILVA, 1998; MAIA et al., 2019). Tendo em vista que os equinos possuem a atividade sexual determinada pelo fotoperíodo, são classificados como poliéstricos sazonais, onde o principal fator que influencia essa atividade é a luminosidade, que é captada pela retina e produz estímulo ao 15 eixo pineal-hipotalâmico-hipofisário-gonadal e inibe a produção de melatonina com consequente aumento na produção e secreção do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) no hipotálamo (AURICHAB, 2011). Esse hormônio atua na hipófise anterior, induzindo a liberação de hormônio folículo estimulante (FSH) e hormônio luteinizante (LH), os quais têm ação de recrutamento, seleção, dominância folicular e, posteriormente, ovulação (HAFEZ & HAFEZ, 2004). Dessa forma, o ciclo estral terá início quando existir maior incidência de luminosidade e aumento de temperatura, correspondendo ao período de outubro a abril (primavera e verão) no Brasil (MAIA et al., 2019) e tornam-se acíclicas no outono e inverno (duração variável de 40 dias a 8 meses) em consequência da diminuição da luminosidade e os ciclos ovarianos são reiniciados no início da primavera, quando a luminosidade volta a aumentar (REECE et al., 2017; BASTOS, 2017). Dessa forma, Osborne (1966) cita que com a proximidade da primavera e o início da atividade ovariana, as éguas apresentam estros anovulatórios fisiológicos. Outra característica desse período de transição é que a primeira ovulação possui taxa de crescimento folicular menor quando comparadas às ovulações subsequentes,podendo ocorrer distúrbios ovulatórios (PIERSON & GINTHER, 1987). A duração do cio em éguas é de aproximadamente 5 dias (3-9) e a ovulação ocorre nas últimas 24-48 horas, nesta fase ocorre domínio do estrógeno e do LH (DAVID, 2010). Os principais sinais comportamentais de cio são elevação da cauda, contração vulvar, exposição rítmica do clitóris e receptividade ao garanhão. Nesse período a progesterona se encontra em baixa concentração e até quatro dias após a ovulação ocorre redução na concentração de estrógeno e, posteriormente, aumento na concentração de progesterona (REECE et al., 2017; MAIA et al., 2019). O estro ou fase folicular é definido pela presença de folículos dominantes no ovário, esses atuam na produção de estrógeno, hormônio responsável pela receptividade sexual e, por esse motivo, as fêmeas se apresentam sexualmente receptivas ao garanhão (GINTHER, 1992; HAFEZ e HAFEZ, 2004; MAIA et al., 2019). O diestro tem duração de até 15 dias, também conhecido como fase lútea é caracterizada pela presença de corpo lúteo (CL) no ovário (INTERVET, 2007). Daels et a.l (1991) descreve que 24 a 48 horas após a ovulação, inicia-se a produção de progesterona (P4) pelas células lúteas e a qual pode atingir níveis de 10ng/mL até seis dias após a ovulação. Quando não ocorre a fertilização ou a incapacidade de reconhecimento materno, 16 são liberados pulsos de prostaglandina 2α (PGF2α) pelas células endometriais com o objetivo de realizar a lise do CL, assim determinando o fim da fase lútea e inicia-se um novo ciclo (GINTHER, 1985; KAWATE et al., 2000; MILVAE, 2000; WEBB et al., 2000; PATE & KEYES, 2001; BERTAN, 2004). Segundo David (2010), nas situações em que houver falha na concepção, seja por não reconhecimento materno da gestação ou por morte embrionária, irá ocorrer lise do CL por ação da prostaglandina sintetizada pelo endométrio e, posteriormente, retorno ao ciclo estral. Porém, se ocorrer a fecundação do oócito pelo espermatozoide, o CL permanece ativo e a progesterona se manterá a níveis altos, contribuindo assim para manutenção da gestação. O FSH e LH são secretados pela hipófise anterior e tem função de estimulação dos folículos. O LH é particularmente importante para o processo de ovulação e luteinização da granulosa, fator essencial para o desenvolvimento do CL. Seus níveis basais são controlados por mecanismo de feedback negativo gerado pelas gônadas, aumentando pela ação dos estrogênios e diminuindo pela ação da progesterona. De forma geral, o GnRH é secretado em resposta aos níveis baixos de LH ou FSH e estimula a secreção desses hormônios (REECE et al., 2017). A ovulação é definida pela liberação de oócitos maduros. Na égua, ocorre na fossa ovulatória, o que confere ao ovário o formato de rim/feijão a este órgão. A seleção dos folículos para a ovulação ocorre de forma aleatória e, em geral, está associada com os folículos que apresentam maior crescimento ativo quando o último CL regride, ou seja, quando ocorre diminuição dos níveis de progesterona e aumento dos níveis de FSH e LH. Para que ocorra a ovulação, é necessária a liberação de LH. Dessa forma, os folículos que chegam no estágio de desenvolvimento completo e não possuem receptores suficientes para esse hormônio, não ovulam entrando dessa forma em atresia (REECE et al. 2017). Nas éguas, geralmente são identificadas duas ondas de desenvolvimento folicular por ciclo estral. A ovulação ocorre quando o folículo dominante atingir 35 a 40mm durante a segunda onda e no terço final do estro, ou seja, aproximadamente 24 a 48h antes dos sinais de comportamento de cio desaparecerem (AURICHAB, 2011), e é identificada quando, ao exame ultrassonográfico, observa-se ausência do folículo pré-ovulatório e surgimento do corpo hemorrágico ou um corpo lúteo (FERNANDES, 2018). A indução da ovulação tem como objetivos o melhoramento da eficácia reprodutiva, redução no período de manifestação de estro, controle do momento da 17 ovulação e avaliação do melhor momento para realizar a cobertura ou inseminação (MEZALIRA, 2018; FRAZÃO, 2018). De acordo com Fernandes (2018), a indução da ovulação de éguas pode ser feita quando o folículo pré-ovulatório está com diâmetro folicular maior que 35mm (figura 1) e quando há presença de edema uterino (figura 2). Os hormônios mais comumente utilizados para a indução da ovulação em éguas são a gonadotrofina coriônica humana (hCG), o extrato de pituitária equina (EPE), o LH recombinante equino e o GnRH (DUCHAMP et al., 1987; FRAZÃO, 2018; YOON et al., 2007). O GnRH pode ser empregado para estimular o início do crescimento dos folículos ao induzir a secreção de FSH em fêmeas em anestro ou que são incapazes de desenvolver um folículo pré-ovulatório (MCKINNON & VOSS, 1992), bem como é uma boa alternativa para a substituição do hCG (FRAZÃO, 2018; MCCUE et al., 2007). Figura 1: Mensuração do tamanho do folículo ovarino da égua (40mm) através de imagem ultrassonográfica Fonte: EquiRep – Reprodução Equina Especializada. 18 Figura 2: Exame ultrassonográfico do trato reprodutivo da égua. A- Evidenciação ultrassonográfica do folículo ovariano. B- Evidenciação de edema uterino presente no estro das éguas. Fonte: EquiRep – Reprodução Equina Especializada. Devido a ação semelhante ao LH, o hCG é um dos hormônios indutores mais utilizados para estimulação da ovulação de éguas que apresentem um folículo pré- ovulatório de no mínimo 35mm e possui a capacidade de induzir a ovulação em até 48 horas em cerca de 80% dos animais (BERGEFELT, 2000; FRAZÃO, 2018). Segundo Farias et al. (2016), o extrato de pituitária equina (EPE) foi preparado originalmente para ser utilizado como agente indutor de múltiplas ovulações em equinos, desejadas principalmente para protocolos de transferência de embriões, mas a heterogeneidade das amostras ao ser extraído e a sua indisponibilidade no mercado limita o seu uso na rotina de reprodução de equinos. Além disso, Milvae et al. (1996) cita que hormônios análogos da PGF2α são comumente usados em éguas não gestantes que apresentem corpo lúteo para induzir o cio pela ação luteolítica. Esse hormônio deve ser administrado intramuscular quando for detectado um CL maduro (FARIAS et al., 2016). O endométrio desempenha função importante no controle da duração do CL no ovário, pois ele é fundamental para a manutenção da gestação nos primeiros momentos uma vez que a progesterona é inicialmente produzida pelo CL antes de passar a ser produzida pela placenta, por volta do 40º dia de gestação. Nos casos em que não há reconhecimento materno da gestação, o endométrio inicia a secreção de PGF2α que irá agir através de ação luteolítica (desintegração ou regressão do CL) por volta dos 14 dias após a 19 ovulação, possibilitando que o animal volte a ciclar (REECE et al., 2017; KLEIN, 2014) Além disso, a PGF2α também possui atuação na indução do parto (BARBOSA, 2007). 5.3 Gestação A gestação ou prenhez é definida como condição na qual a fêmea abriga a prole em ambiente intrauterino e sua duração estende-se desde a fecundação até o nascimento. Nos equinos, o período gestacional é relativamente longo, definido entre 320-360 dias (MEIRELLES et al., 2017). No entanto, a duração da gestação sofre influências por fatores genéticos, climáticos, nutricionais, manejo, idade, raciais e também por fatores individuais (VALENTE et al., 2006). Após a ovulação, o oócito é transportado para o interior do oviduto através da movimentação das fímbrias. Os espermatozoides que, após o processo de maturação, são transportados através da papila tubárica para o infundíbulo, mas a fecundação irá ocorrer apenas na junção ampola-istmo (INTERVET, 2007; REECE et al., 2017). A progesterona é essencial para a manutenção da gestação em todas as espécies domésticas e é inicialmenteproduzida pelo corpo lúteo e corpos lúteos acessórios e, posteriormente, pela placenta (PRESTES & LANDIM-ALVARENGA, 2017). Uma das principais características do embrião equino é a movimentação intrauterina no início do seu desenvolvimento embrionário, favorecendo a diminuição da produção de PGF2α pelo endométrio. Os fatores que auxiliam nessa mobilidade são o formato esférico, a presença de cápsula que lhe confere resistência e orientação longitudinal das dobras endometriais. A movimentação embrionária cessa apenas com a sua fixação à parede uterina por volta de 16º dia de gestação (PRESTES & LANDIM- ALVARENGA, 2017). Em seguida ocorre o processo de placentação, que consiste em uma justaposição das vilosidades cório fetal, denominada porção fetal da placenta. A placenta é definida por Prestes & Landim-Alvarenga (2017) como um órgão intermediária entre a mãe e o feto e tem como função proporcionar suprimento de oxigênio e nutrientes, remoção de detritos metabólicos, produção e secreção de hormônios e regulação do ambiente uterino do feto. O número de camadas dos componentes da placenta varia conforme espécie, e nos equinos é definida como epiteliocorial difusa, onde a maior parte do saco coriônico está unida ao 20 endométrio por pregas ou vilos de forma uniforme (PRESTES & LANDIM- ALVARENGA, 2017). 5.4 Cio do Potro Aproximadamente 5 a 12 dias após o parto, as éguas manifestam cio acompanhado por ovulação, popularmente, conhecido como cio do potro. Após o parto, ocorre aumento da concentração sanguínea do FSH e LH, possibilitando a ocorrência do estro (MATTHEWS et al., 1967; GINTHER, 1992; BARROS & OLIVEIRA, 2018). A fisiologia reprodutiva das éguas contribui para que ocorra retorno rápido ao estado fértil após um parto não complicado devido ao tipo de placenta (epiteliocorial difusa). Outros fatores que colaboram para a volta ao estado fértil são a ausência de traumatismos no trato reprodutivo durante o parto, eficácia na expulsão de membranas fetais e rápida involução uterina e liberação de lóquios. No entanto, o mais importante desses fatores é a contratilidade uterina, sendo essencial para que ocorra o devido processo de involução do útero e expulsão de seu conteúdo no período pós-parto (LOY, 1980; BLANCHARD & MACPHERSON, 2011). Considerando que a égua apresenta vários cios em um determinado período do ano e o longo tempo de gestação, o aproveitamento do cio do potro consiste em uma estratégia viável para a redução do intervalo entre partos possibilitando assim que seja produzido um potro por ano. Contudo, em vista de que a manifestação de cio coincide com o processo de involução uterina, é necessário cautela uma vez que as éguas se tornam mais susceptíveis a complicações como endometrites, perdas embrionárias e falhas de concepção (MALSCHITZKY et al., 2007) Dessa forma, é essencial que seja realizada avaliação do trato reprodutivo da égua após o parto para verificar a presença de alterações (BARROS & OLIVEIRA, 2017). A taxa de prenhez no cio do potro é influenciada diretamente pela idade da égua, escore corporal, evolução do parto, integridade do trato reprodutivo no pós-parto, presença dos lóquios e a involução uterina. Por esse motivo, a fertilidade da égua pode sofrer redução de 10 a 20% quando comparado ao período de cobertura subsequente (BARROS & OLIVEIRA, 2017). MAIA et al. (2019) descreve que a eficiência reprodutiva de éguas aumenta conforme a idade avança dos dois aos sete anos e alcançam a estabilidade a partir dos oito 21 aos 13 anos antes de decair a partir dos 20 anos. Assim, éguas consideradas velhas (com mais de 15 anos), têm menor probabilidade de produzir um potro por ciclo e para aproveitar o cio do potro, é indicado reduzir o número de cobrições ou inseminações e sempre utilizar garanhões com melhor qualidade espermática. 5.5 Inseminação Artificial A Inseminação Artificial (IA) refere-se ao processo da deposição do sêmen diretamente no sistema genital de uma fêmea através de técnica adaptada para cada espécie. É essencial que seja realizado a limpeza da região perianal e utilização de material estéril para diminuir as chances de contaminação por patógenos carreados para o ambiente intrauterino por ação mecânica do técnico (BASTOS, 2017). As principais vantagens da utilização da IA para o manejo reprodutivo de equinos são: otimização da utilização do garanhão, permite a inseminação de animais que estejam em propriedades distantes, eliminação do risco de transporte de potros recém-nascidos, reduz o risco de contaminação de doenças sexualmente transmissíveis e diminuição de risco de trauma da égua, do garanhão e das pessoas que auxiliam no manejo dos animais (INTERVET, 2007; OLIVEIRA et al., 2019). Além disso, Bastos (2017) também preconiza que para diminuir o risco de contaminação, é indicada a contenção prévia, a ligadura da cauda e lavagem da região perianal com água em abundância antes de realizar a secagem com papel descartável desde a base da cauda até a comissura ventral da vulva. A IA pode ser feita com sêmen fresco, resfriado ou congelado. A utilização de sêmen fresco é realizada quando o garanhão e a égua estão no mesmo estabelecimento e o tempo desde a coleta até a realização da inseminação não deve ultrapassar uma hora. Nos casos em que isso não é possível, ou seja, quando o tempo for maior que uma hora, preconiza-se utilizar o sêmen resfriado e o prazo para a realização da inseminação deve ser feito de 24-48 horas (INTERVET, 2007; CANISSO et al., 2008). Atualmente, a forma mais utilizada na rotina reprodutiva de equinos é a IA com sêmen resfriado devido a grande demanda pelo envio do material para estabelecimentos distantes. No entanto, o principal problema que ainda enfrentamos é a dificuldade de resfriamento do ejaculado, uma vez que, nem todos os garanhões possuem ejaculado que mantenham a qualidade após o processo de resfriamento (INTERVET, 2007; OLIVEIRA et al., 2013). 22 No entanto, para obter sucesso com essa biotecnologia, o sêmen deve ser processado de forma adequada para garantir sua preservação. Além disso, outros fatores que interferem diretamente no resultado da fertilização com utilização de sêmen refrigerado são: fertilidade intrínseca do garanhão e da égua, composição dos meios diluidores, curva de refrigeração e temperatura de armazenamento do sêmen diluído, dose inseminante, sincronia entre ovulação e o tempo de armazenamento in vitro e quantidade de plasma seminal presente na amostra. Dessa forma, o sucesso da preservação do sêmen pelo processo de refrigeração também depende de fatores ambientais adequados (diluidores), taxa de refrigeração e temperatura favoráveis. E todos esses fatores influenciam na preservação de danos à estrutura dos espermatozoides e na ocorrência prematura do fenômeno de capacitação (GOMES et al., 2015). A utilização do sêmen congelado apresenta restrições devido a existência de variação individual dos garanhões em relação à tolerância do sêmen ao processo tanto de congelamento como de descongelamento e apenas 25% dos garanhões possuem taxa de prenhez semelhante quando comparadas ao processo de IA com sêmen fresco. Os fatores que interferem diretamente sobre a taxa de prenhez com sêmen congelado são: qualidade do sêmen, status reprodutivo e o manejo do ciclo estral da égua (OLIVEIRA et al., 2013). Ainda hoje não é bem definido qual o melhor momento para a realização da inseminação, ou seja, se as éguas devem ser inseminadas antes ou após a ovulação, porém há evidências que quando é realizada mais de uma inseminação em um mesmo ciclo provoca uma elevação na taxa de prenhez em comparação quando é realizada uma única inseminação (INTERVET, 2007). 5.6 Diagnóstico de Gestação A palpação retal e o uso da ultrassonografia são os procedimentos mais comumente realizados noexame do aparelho reprodutivo em éguas, sendo através dele possível visualizar a vesícula embrionária (figura 3) já na segunda semana de gestação (DE LA CORTE et al, 1994). 23 Figura 3: Representação vesícula embrionária equina com aproximadamente 16 dias através de imagem ultrassonográfica Fonte: EquiRep – Reprodução Equina Especializada. O embrião é visto no centro da vesícula perto do 28º ao 30º dia (figura 4) e está próximo do topo da vesícula perto do 35º após a ovulação. Aproximadamente aos 40 dias de gestação, o saco vitelino regrediu e o alantóide se formou por completo. Desta forma é possível observar a formação do cordão umbilical (LEY, 2006). Figura 4: Imagem ultrassonográfica de embrião equino com aproximadamente 30 dias Fonte: EquiRep – Reprodução Equina Especializada. Outro método comumente usado para diagnóstico de gestação de equinos é a avaliação de um novo comportamento de estro através da avaliação individual do animal. No entanto, o método é a palpação retal com o auxílio da ultrassonografia que, além de 24 auxiliar no diagnóstico de gestação propriamente dito, também é eficaz na detecção precoce de gestação gemelar (INTERVET, 2007; FERNANDES, 2018). 5.7 Perdas Gestacionais A perda da prenhez é um dos principais fatores de subfertilidade na espécie equina e pode estar relacionada com problemas de origem materna, fetal ou ambiental (GINTHER et al., 1985; BRISKO et al., 2000). As perdas gestacionais são classificadas como precoces ou tardias. As perdas gestacionais precoces estão relacionadas com fatores maternos, como por exemplo nutrição, idade, presença de cistos uterinos, falhas ou deficiência de secreção de progesterona, falhas de reconhecimento materno e até mesmo local de implantação do embrião. As perdas gestacionais tardias estão relacionadas com a sanidade materno-fetal, como por exemplo contaminação com herpesvírus equino tipo 1, gestação gemelar, torção uterina ou de cordão umbilical e hidroalatóide (SENA et al., 2016; NUNES at al., 2018). O principal fator que influencia a ocorrência de perdas gestacionais precoces é a idade da égua devido a maior incidência de problemas no trato reprodutivo da égua com o envelhecimento, como ocorrência de fibrose e cistos uterinos que estão relacionados com a falha da fixação do embrião no útero. Os cistos são classificados em endometriais e linfáticos, sendo os endometriais mais nocivos à gestação por dificultarem a movimentação do embrião no ambiente uterino, dificultando que ocorra o reconhecimento materno da gestação, impossibilitando a fixação do embrião e em alguns casos podem afetar a placentação (SENA et al., 2016). Além dos cistos, outro fator que pode levar a ocorrência de perdas gestacionais precoces é a endometrite pós-cobertura, que é caracterizada pela reação inflamatória exacerbada ao contato do sêmen. A capacidade das éguas de eliminar o fluído inflamatório gerado pela endometrite e eliminação dos lóquios após o parto está intimamente relacionada com a idade das éguas, uma vez que éguas mais velhas possuem úteros pendulares e menor capacidade de contração uterina (SENA et al., 2016; NUNES at al., 2018). 25 6 ARTIGO Análise descritiva da taxa de prenhez de éguas crioulas submetidas à inseminação artificial com sêmen resfriado Júlia de Souza Lopes Nunes 1 , Carolina da Fonseca Sapin 2 , Fabiano Trevisan da Rocha 2 1 Graduanda de Medicina Veterinária no Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG 2 Docente do Centro Universitário da Serra Gaúcha - FSG, fabiano.rocha@fsg.edu.br. Será submetido à Revista Brasileira de Medicina Equina RESUMO O Brasil se encontra na 4ª posição do ranking de maior rebanho de equinos do mundo, contando com cerca de 5,5 milhões de cabeças. As biotecnologias da reprodução têm como objetivo auxiliar no melhoramento do desempenho dos equinos, porém ainda hoje os índices de perdas gestacionais relacionado a problemas relacionados com a idade da égua são altos. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo a avaliação do índice reprodutivo de éguas inseminadas com sêmen refrigerado na temporada reprodutiva que compreendeu o período de setembro de 2020 a março de 2021. As 60 éguas foram separadas em 3 grupos de acordo com a idade, sendo o grupo 1 composto de éguas até 7 anos, o grupo 2 de éguas entre 8 e 14 anos e o grupo 3 de éguas acima de 15 anos. Ao final da temporada reprodutiva foi obtida taxa de prenhez de 91,67% (55/60), onde 52,72% (29/55) ficaram gestantes após uma única IA (1ºciclo), 29,09% (16/55) com duas IA, 7,27 (4/55) após três IA e 10,90% (6/55) com quatro IA. Dentre as 27 éguas em que foi utilizada a IA no cio do potro, 38,46% (10/26) emprenharam neste ciclo, sendo observada uma relação de proximidade entre estas éguas com as pertencentes ao grupo 1 (p ≤ 0,05). A idade das éguas demonstrou ser um fator que interfere diretamente na taxa de fertilidade no cio do potro, mas ao final da temporada as éguas apresentaram alto índice de prenhez. Palavras-chave: Fertilidade; Éguas; Cio do potro; Idade. 26 ABSTRACT Pregnancy rate of criollo mares submitted to artificial insemination with cooled semen in the municipality of Santa Maria, Rio Grande do Sul The Brazil is placed in the 4th ranking position of the equine herd in the world, counting about 5,5 million of heads. With this development, it came up the need of adoption of biotechnology applied to the equine reproduction with the objetive to provide improvements in increasing the rate of reproductive success of mares. For this study, data were collected from 60 mares that were used in the breeding season from September 2020 to March 2021 in the municipality of Santa Maria, Rio Grande do Sul, and were separated into 3 groups according to age, the group 1 composed of mares up to 7 years old, the group 2 composed of mares between 8 and years old and the group 3 of mares over 15 years old. These mares were inseminated with refrigerated semen from stallion of the same breed and the end of season, the pregnancy rate obtained was 91,67% (55/60), where 52,72% (29/55) became pregnant after an unique AI (1st cycle) 29,09% (16/55) with two AI, 7,27 (4,55) after three AI and 10,90% (6/55) with four AI. Among the 27 mares which was used the AI in the foal´s heat, 38,46% (10/26) became pregnant in this cycle, being observed a close relation between these mares with the ones belonging to the group 1 (p ≤ 0,05). Thus mares´age demonstrated to be important to the fertility rate in the foal´s heat. Furthermore, at the end of reproductive season, mares presented a high pregnancy index. Key-words: Fertility; Mares; Foal’s heat; Age. RESUMEN Tasa de preñez de yeguas criollas sometidas a inseminación artificial con semen refrigerado, en la ciudad de Santa María, Rio Grande do Sul Brasil ocupa la 4ª posición en el ranking de la mayor manada de caballos del mundo, con alrededor de 5,5 millones de cabezas. Con este desarrollo, surgió l necesidad de la adopción de biotecnologías aplicadas a la reproducción equina, con el objetivo de proporcionar mejora en el aumento de la tasa de éxito reproductivo de las yegas. Este trabajo tuvo como objetivo evaluar el índice reproductivo de 60 yeguas criollas que se utilizaron en la temporada de cría en de septiembre de 2020 a marzo de 2021 en la ciudad de Santa María, Rio Grande do Sul, y se separaron en 3 grupos según la edad. Grupo 1 compuesto por yeguas hasta 7 años, grupo 2 de yeguas de 8 a 14 años y grupo 3 de yeguas mayores de 15 años. Estas yeguas fueron inseminadas semen refrigeradode sementales de la misma raza y al final de la temporada, la tasa de preñez obtenida alcanzó el 91.67% (55/60), donde el 52.72% (29/55) quedaron embarazadas tras una sola IA (1º ciclo), el 29.09% (16/55) con dos IA,7.27 (4/55) después de tres IA y 10.90% (6/55) con cuatro IA. De las 27 yeguas en las que se utilizó el IA en el celo del potro, un 38,46% (10/26) preñaron en este ciclo, y se observa una estrecha relación entre estas yeguas y las pertenecientes al grupo 1 (p≤ 0,05). Por lo tanto, las yeguas resultó ser importante para la tasa de fertilidad en el celo del potro. Además, al final de la temporada de cría, las yeguas presentan una alta tasa de preñez. Palabras clave: Fertilidad; Yeguas; Celo Del Potro; Edad. 27 INTRODUÇÃO O Brasil se encontra na 4ª posição do ranking de maior rebanho de equinos do mundo, contando com cerca de 5,5 milhões de cabeças [16] . Com auxílio das biotecnologias da reprodução, se tornou possível melhorar o desempenho tanto atlético como morfológico desses animais [5; 21] . No entanto, ainda hoje é comum perdas gestacionais precoces devido a problemas de origem materna, fetal ou ambiental, como as perdas causadas por endometrites, placentites, cistos uterinos, período de lactação e estado corporal da égua, porém a principal causa de falhas na concepção ainda é a idade das éguas [18; 10] . Além disso, com o envelhecimento do trato reprodutivo ocorrerem problemas deficiência de hormônios essenciais para a manutenção a ciclicidade e para a manutenção da gestação, como a progesterona, de forma que a taxa de fertilidade desses animais tende a ser menor quando comparada com éguas mais jovens [18; 10] . O cio do potro é o primeiro cio que a égua manifesta após o parto e ocorre de 5 a 12 dias após o parto, sendo o seu aproveitamento uma boa forma para diminuir o período entre partos [1] . Porém, a taxa de fertilidade ao cio do potro ainda é motivo de discussão por muitos autores, pois o cio do potro coincide com o período de involução uterina e liberação de lóquios [1] . O objetivo desse trabalho foi avaliar os índices reprodutivos de éguas submetidas à inseminação artificial com sêmen resfriado na temporada reprodutiva entre setembro de 2020 a março de 2021. MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado um levantamento de dados referentes à estação reprodutiva de setembro de 2020 a março de 2021 envolvendo 60 éguas da raça crioula que foram submetidas à inseminação artificial com sêmen refrigerado no município de Santa Maria, Rio Grande do Sul (RS). As éguas foram separadas em três grupos de acordo com as respectivas idades: no Grupo 1 foram agrupadas éguas até sete anos, no Grupo 2 éguas entre oito e 14 anos e no Grupo 3 éguas a partir dos 15 anos. Informações como categoria (gestante ou vazia ao início da temporada), utilização do cio do potro, número de inseminações por animal e 28 diagnóstico final de gestação foram fornecidos pela empresa EquiRep – Reprodução Equina ® , sendo a única responsável pelos procedimentos realizados nestes animais. A detecção do estro foi realizada através do exame de palpação e ultrassonografia transretal. Durante este procedimento foram avaliados: tônus e presença de edema uterino bem como tamanho e flutuação dos folículos ovarianos. Quando era detectada a presença de edema uterino e folículo com tamanho de pelo menos 35 milímetros, era induzida a ovulação com dose única de 250µg (1mL) por via intramuscular de Histrelina Acetato (Strelin ® ). A inseminação das éguas foi realizada de 24 a 30 horas após a indução da ovulação e após 48 horas as éguas eram novamente examinadas por meio de palpação e ultrassonografia transretal para a verificação da ovulação. O diagnóstico de gestação foi realizado 14 dias após a verificação da ovulação. Foram utilizados sêmen de diferentes garanhões na raça Crioula com fertilidade comprovada, não sendo os dados referentes à qualidade espermática incluídos nesse trabalho. Os dados foram analisados através de Tabela de Frequência, Tabela de Frequência Cruzada, Cluster Análises e Análise de Correspondência. Sendo utilizado para essas análises o Software Statistica ® 6.0 . RESULTADOS E DISCUSSÃO Com base na classificação por idade observou-se que 36,68% das éguas (22/60) compuseram o grupo 1, 48,33% (29/60) fizeram parte do grupo 2 e apenas 15% (9/60) entraram no grupo 3. Durante o processo de envelhecimento, as éguas apresentam menor taxa de fertilidade antes dos 8 anos devido a instabilidade hormonal que ocorre na puberdade e devido aos órgãos genitais não se encontrarem adequadamente maduros, as éguas apresentam estabilidade reprodutiva dos 8 aos 13 anos, enquanto a partir dos 15 anos apresentam menor probabilidade de produzir um potro por ciclo [10; 13] . De acordo com Oliveira (2019), a taxa de fertilidade em éguas jovens, alcança valores de até 88%, enquanto em éguas idosas apenas 45%, enquanto para Rossi et al (2014), potras e éguas gestantes possuem potencial de fertilidade superior (de 70 a 100%) quando comparadas a éguas que não conceberam na estação anterior (de 50 a 70%) e de éguas vazias por mais de duas estações reprodutivas consecutivas (de 25 a 50%). 29 Éguas idosas apresentam maior dificuldade de concepção e aumento nos índices de morte embrionária devido a anatomia do trato reprodutivo uma vez que esses animais apresentam úteros pendulares e com baixo tônus, o que predispõem maior dificuldade durante a drenagem linfática e limpeza do trato reprodutivo. Além disso, também apresentam fase de senescência reprodutiva, quando ocorrem alterações como ovulações irregulares, aumento da duração da fase folicular, diminuição do número de folículos, alteração de secreção de gonadotrofinas e até inatividade folicular [8, 9, 12] . De acordo com Möller (2007), incidências de alterações endometriais estão relacionadas com idade e número de partos, maior possibilidade de complicação devido a redução de tônus e contratilidade uterinos. Foi possível verificar uma taxa de prenhez ao final da temporada de 91,67% (55/60). Um trabalho realizado com 406 éguas da raça Crioula, demonstrou um índice de prenhez de 76,5% aos 42 dias de gestação [12] . De acordo com Costa et al (2013) a raça crioula é rústica, sendo capaz de se adaptar e reproduzir nas mais diversas condições de climas e pastagens, além de responder positivamente a diferentes tipos de manejo reprodutivo (monta natural e IA), o que também foi observado em nosso estudo com base na alta taxa de prenhez ao fim da temporada reprodutiva. Do total de animais que emprenharam, foi observado que 52,72% (29/55) ficaram gestantes após uma única IA (1ºciclo), 29,09% (16/55) com duas IA, 7,27% (4/55) após três IA e 10,90% (6/55) com quatro IA. Dados similares foram observados em um estudo com 299 éguas crioulas no município de Camaquã-RS, onde verificou maior taxa de prenhez, 63,81% no primeiro ciclo reprodutivo utilizado [18] . Das 60 éguas que integraram este estudo, 58,33% (35/60) entraram para o manejo reprodutivo da temporada aguardando parir ou paridas, o que permitiu utilizar em alguns animais o cio do potro, e 41,66 % (25/60) estavam vazias no início da estação reprodutiva. Não foi observada relação entre a categoria (prenha ou vazia ao início da temporada) com o diagnóstico final de gestação (éguas que emprenharam). Dados similares também foram observados por Rossi et al. (2014), onde a categoria reprodutiva não influenciou a fertilidade de éguas inseminadas com sêmen asinino resfriado. O cio do potro foi utilizado em 27 das 35 éguas paridas (algumas chegaram para manejo já com o potro ao pé). Com base nesses dados foi possível verificar que 38,46% (10/26) emprenharam no cio do potro (gráfico 1), sendo observada uma relação de proximidade entre as éguas que emprenharam no cio do potro com as éguas pertencentes 30 ao grupo 1, animais mais jovens (p ≤ 0,05). A fertilidade das éguas ao cio do potro ainda é motivo de discussão entre autores, sendo considerada para alguns autores até 20% inferior quandocomparada aos ciclos subsequentes por coincidir com o período de involução uterina [1; 13] e para outros pode apresentar taxa de fertilidade semelhante quando comparada aos demais estros [4] . Sabe-se que animais mais velhos possuem maior deficiência de contração uterina, dificultando assim que ocorra a limpeza adequada do trato reprodutivo e possibilitando que ocorra acúmulo de fluído intrauterino após o parto, o que prejudica a fertilidade das éguas nesse período. No entanto, caso não ocorram complicações no puerpério, o aproveitamento do cio do potro é vantajoso para as éguas por evitar que ocorra anestro após este cio [13] e sua utilização não diminui as chances de concepção de éguas nos ciclos subsequentes [11] . Gráfico 1. Relação entre o número de éguas em que foi utilizado o cio do potro e a prenhes nesse ciclo conforme o grupo. Silveira (2017) em seu estudo, observou que o índice de prenhez para éguas crioulas com menos de 12 anos durante o cio do potro foi de 96,5% e nas éguas com 12 anos ou mais foi de 39,1%. Para Moller (2007) as éguas com menos de 12 anos obtiveram 94,3% de prenhez no cio do potro, enquanto as éguas com mais de 12 anos apresentaram 63% de prenhez neste cio. Nos casos anteriores e nos dados obtidos através desse estudo é 10 14 3 5 4 1 Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Inseminação artificial no cio do potro Prenhes cio do potro 31 possível observar que a idade das éguas utilizadas para o estudo representou um fator importante para a determinação da taxa de fertilidade ao cio do potro. As perdas gestacionais podem ocorrer em consequência a diversos fatores que têm origem materna, fetal e/ou ambiental. No entanto, o principal fator que pode levar a maiores índices de perdas gestacionais precoces é a idade materna, pois com o envelhecimento do animal, e consequentemente do trato reprodutivo, há maior predisposição para ocorrência de problemas como deficiências hormonais, por exemplo deficiência de progesterona, impedindo que ocorra o reconhecimento materno da gestação, ou formação de cistos endometriais, que impedem a fixação do embrião no útero [6, 2, 15] . Em um estudo realizado por Tannus & Thun (1995), observou-se que o maior índice de cistos endometriais ocorre em éguas mais idosas. Dessa forma, a incidência de falhas gestacionais pode chegar até 30% em éguas com mais de 18 anos, enquanto em éguas jovens é de 10 a 15% [7] . A idade das éguas constitui um fator importante sobre a taxa de fertilidade durante o cio do potro, porém ao final da temporada reprodutiva, as éguas apresentaram alto índice de prenhez. CONCLUSÃO A idade das éguas interfere na taxa de fertilidade devido ao envelhecimento do trato reprodutivo dos animais, porém não há diferenciação quando comparamos a fertilidade no cio do potro com relação aos demais estros. REFERÊNCIAS [1] BARROS, B. S; OLIVEIRA R. A. Cio do potro: o que é e quando utilizar? Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.41, n.3, p.665-670, 2017. Disponível em: http://www.cbra.org.br/portal/downloads/publicacoes/rbra/v41/n3/p665- 670%20(RB699).pdf. Acesso em 16 de março de 2021. 32 [2] BRISKO, S. 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Outros aspectos como o conhecimento da fisiologia do ciclo estral da égua e questões anatômicas do trato reprodutivo da fêmea são fundamentais para a determinação do sucesso de uma estação reprodutiva. 36 REFERÊNCIAS ABCCC, Manual do Criador da Associação dos Criadores dos Cavalos Crioulos. p.25, 2014. AURICHAB, C. Reproductive cycles of horses. Animal Reproduction Science, v.124, n.3, p.220-228, 2011. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/21377299/. Acesso em 16 de março de 2021. BARBOSA, E. E. V. Efeito da associação entre PGF2a e GnRH sobre a fertilidade de éguas da raça mangalarga marchador. (Dissertação de Mestrado) Programa de Pós- Graduação em Ciência Veterinária. Recife, 2007. Disponível em: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/bitstream/tede2/5602/2/Enilson%20Eduardo%20Vas concelos%20Barbosa.pdf. Acesso em 04 de julho de 2021. BARROS, B. S.; OLIVEIRA R. A. Cio do potro: o que é e quando utilizar? Revista Brasileira de Reprodução Animal, v.41, n.3, p.665-670, 2017. 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