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07 Licitação pública

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Aula 07
Direito Administrativo p/ PC-PB
(Delegado) 2021 Pré-Edital
Autor:
Rodolfo Breciani Penna
Aula 07
17 de Fevereiro de 2021
.
 
Sumário 
Considerações Iniciais ....................................................................................................................................................................... 6 
Licitações.................................................................................................................................................................................................. 6 
1 – Introdução ................................................................................................................................................................................... 6 
1.1 – Conceito ................................................................................................................................................................................................... 7 
1.2 – Finalidade ............................................................................................................................................................................................... 7 
1.3 – Objeto ....................................................................................................................................................................................................... 8 
1.4 – Competência legislativa e fontes normativas ........................................................................................................................... 8 
1.5 – Pessoas obrigadas a licitar ............................................................................................................................................................... 9 
1.6 – Função regulatória da licitação ....................................................................................................................................................10 
2 – Princípios Orientadores da Licitação Pública ........................................................................................................... 11 
2.1 – Igualdade entre licitantes ...............................................................................................................................................................11 
2.1.1 – Critérios de desempate ................................................................................................................................................................13 
2.1.2 – Margem de preferência ........................................................................................................................................................15 
2.1.3 – Restrição da concorrência na licitação ..................................................................................................................................17 
2.1.4 – Critérios de preferência fundamentados em práticas de sustentabilidade ............................................................17 
2.1.5 – Tratamento diferenciado ....................................................................................................................................................18 
2.1.6 – Conclusão ..................................................................................................................................................................................18 
2.2 – Publicidade ...........................................................................................................................................................................................18 
2.3 – Probidade e moralidade ..................................................................................................................................................................19 
2.4 – Formalismo ..........................................................................................................................................................................................19 
2.5 – Sigilo da apresentação das propostas ........................................................................................................................................19 
2.6 – Vinculação ao instrumento convocatório.................................................................................................................................20 
2.7 – Julgamento objetivo ..........................................................................................................................................................................20 
2.8 – Adjudicação obrigatória ao vencedor ........................................................................................................................................20 
2.9 – Competitividade .................................................................................................................................................................................21 
Rodolfo Breciani Penna
Aula 07
Direito Administrativo p/ PC-PB (Delegado) 2021 Pré-Edital
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3 – Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) na Licitação ...................................................... 21 
3.1 – Critério de desempate ......................................................................................................................................................................21 
3.2 – Empate ficto ou presumido ............................................................................................................................................................21 
3.3 – Procedimento de favorecimento à ME ou EPP .......................................................................................................................21 
3.4 – Outras vantagens ...............................................................................................................................................................................22 
4 – Objetos da Licitação ............................................................................................................................................................. 23 
4.1 – Obras e serviços de engenharia ...................................................................................................................................................23 
4.1.1 – Projeto básico e projeto executivo ..........................................................................................................................................23 
4.1.2 – Vedações ............................................................................................................................................................................................26 
4.1.3 – Formas de execução ........................................................................................................... Erro! Indicador não definido. 
4.2 – Serviços ..................................................................................................................................................................................................27 
4.2.1 – Serviços técnicos profissionais especializados: .................................................................................................................27 
4.2.1 – Terceirização de serviços ............................................................................................................................................................27 
4.3 – Compras .................................................................................................................................................................................................28 
4.3.1 – Exigência de padronização x indicação de marcas ...........................................................................................................28 
4.3.2 – Subdivisão das compras ..............................................................................................................................................................294.4 – Alienações .............................................................................................................................................................................................30 
5 – Fases do Procedimento Licitatório ................................................................................................................................. 30 
5.1 – Audiência pública ..............................................................................................................................................................................31 
5.2 – Instrumento convocatório .............................................................................................................................................................32 
5.2.1 – Fixação de preço mínimo ............................................................................................................................................................32 
5.2.2 – Antecedência mínima do edital ................................................................................................................................................33 
5.2.3 – Impugnação do edital ...................................................................................................................................................................33 
5.3 – Comissão de licitação .......................................................................................................................................................................34 
5.4 – Habilitação ............................................................................................................................................................................................34 
5.4.1 – Habilitação jurídica (art. 28) .....................................................................................................................................................36 
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5.4.2 – Qualificação técnica .......................................................................................................................................................................36 
5.4.3 – Qualificação econômico-financeira .................................................................................................................................36 
5.4.4 – Regularidade fiscal e trabalhista ..............................................................................................................................................37 
5.4.5 – Cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7o da Constituição Federal ...................................................38 
5.4.6 – Pré-qualificação técnica ...............................................................................................................................................................38 
5.4.7 – Registros cadastrais ......................................................................................................................................................................38 
5.5 – Julgamento das propostas ..............................................................................................................................................................39 
5.5.1 – Desclassificação das propostas (1ª subfase) .......................................................................................................................39 
5.5.2 – Julgamento das propostas (2ª subfase) .................................................................................................................................40 
5.6 – Homologação e adjudicação do objeto ......................................................................................................................................41 
6 – Modalidades de Licitação ................................................................................................................................................... 41 
6.1 – Concorrência........................................................................................................................................................................................43 
6.2 – Tomada de preços .............................................................................................................................................................................43 
6.3 – Convite ...................................................................................................................................................................................................43 
6.4 – Leilão ......................................................................................................................................................................................................44 
6.5 – Concurso ................................................................................................................................................................................................44 
6.6 – Pregão (lei 10.520/2002) ...............................................................................................................................................................45 
6.6.1 – Fases do pregão ..............................................................................................................................................................................46 
6.6.2 – Impedimento de licitar e contratar (art. 7º) ........................................................................................................................48 
6.7 – Consulta .................................................................................................................................................................................................49 
6.8 – Esquematização ..................................................................................................................................................................................49 
7 – Tipos de Licitação .................................................................................................................................................................. 50 
8 – Sistema de Registro de Preços .......................................................................................................................................... 52 
8.1 – Normas gerais (Lei 8.666/93) ......................................................................................................................................................52 
8.2 – Regulamentação federal (Decreto nº 7.892/2013) ..............................................................................................................53 
9 – Regras para a Alienação de Bens da Administração Pública ............................................................................. 55 
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10 – Contratação Direta (Dispensa e Inexigibilidade de Licitação) ....................................................................... 57 
10.1 – Licitação dispensada (art. 17) ....................................................................................................................................................58 
10.2 – Licitação dispensável (art. 24) ...................................................................................................................................................58 
10.3 – Inexigibilidade de licitação (art. 25) ........................................................................................................................................64 
10.3.1 – Credenciamento ...........................................................................................................................................................................6611 – Anulação e Revogação da Licitação ........................................................................................................................... 67 
11.1 – Anulação .............................................................................................................................................................................................68 
11.2 – Revogação ..........................................................................................................................................................................................68 
12 – Regime Diferenciado de Contratação (RDC – Lei 12.462/2011) .................................................................... 68 
12.1 – Licitações no RDC ............................................................................................................................................................................70 
12.2 – Procedimento auxiliares da licitação (arts. 29 a 33) .........................................................................................................73 
12.3 – Regras específicas aplicáveis aos contratos .........................................................................................................................74 
13 – Licitações das Empresas Estatais (Lei 13.303/2016) ......................................................................................... 75 
13.1 – Regras gerais .....................................................................................................................................................................................75 
13.2 – Disposições específicas para obras e serviços de engenharia .......................................................................................77 
13.3 – Disposições específicas para aquisição de bens ..................................................................................................................78 
13.4 – Contratação direta ..........................................................................................................................................................................78 
13.5 – Procedimento da licitação ...........................................................................................................................................................81 
14 – Disposições acerca da licitação aplicáveis em tempos de calamidade pública decorrente da 
COVID-19 .......................................................................................................................................................................................... 82 
Resumo................................................................................................................................................................................................... 84 
 Introdução .................................................................................................................................................................................................84 
 Princípios orientadores da licitação ................................................................................................................................................85 
 Objetos da licitação ................................................................................................................................................................................87 
 Fases da licitação.....................................................................................................................................................................................89 
 Modalidades de licitação ......................................................................................................................................................................91 
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 Escolha da Modalidade .........................................................................................................................................................................92 
 Tipos de licitação.....................................................................................................................................................................................94 
 Sistema de registro de preços ............................................................................................................................................................94 
 Regras para alienação os bens da administração pública .......................................................................................................94 
 Contratação direta (dispensa e inexigibilidade): .......................................................................................................................95 
 Licitação dispensável .............................................................................................................................................................................95 
 Anulação e revogação ............................................................................................................................................................................97 
 Regime diferenciado de contratação (RDC – Lei 12.462/2011) ..........................................................................................97 
 Licitações das empresas estatais (lei 13.303/2016) ................................................................................................................98 
Jurisprudência Citada ................................................................................................................................................................... 100 
Legislação Pertinente ................................................................................................................................................................... 104 
Constituição Federal ................................................................................................................................................................................. 104 
Lei 8.666/93 ................................................................................................................................................................................................ 104 
Lei 10.520/2002 ........................................................................................................................................................................................ 117 
LC 123/2006 ............................................................................................................................................................................................... 120 
Lei 12.462/2011 ........................................................................................................................................................................................ 121 
Lei 13.303/2016 ........................................................................................................................................................................................ 126 
Considerações Finais .................................................................................................................................................................... 133 
Questões Comentadas .................................................................................................................................................................. 134 
Lista de Questões ........................................................................................................................................................................... 187 
Gabarito ..............................................................................................................................................................................................202 
 
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LICITAÇÃO PÚBLICA (LEI Nº 8.666/1993). 
PREGÃO (LEI Nº 10.520/2002). SISTEMA DE 
REGISTRO DE PREÇOS. REGIME 
DIFERENCIADO DE CONTRATAÇÕES PÚBLICAS 
(LEI 12.462/2011) 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
Prezado aluno, na aula de hoje estudaremos o assunto licitação. Veremos todo o procedimento e as 
regras da Lei 8.666/93, bem como estudaremos a modalidade do pregão (Lei 10.520/2002), o regime 
diferenciado de contratações públicas (Lei 12.462/2011), as disposições da Lei 13.303/2016 sobre 
licitações das empresas estatais e, por fim, veremos rapidamente os regime de contratação de serviços 
de publicidade e de produtos e sistemas de defesa. 
Trata-se de tema que exige muita leitura da legislação. Por este motivo, vou transcrever, explicar e grifar 
os pontos mais importantes da lei. Por conta da reprodução dos dispositivos legais, o material ficará um 
pouco mais extenso do que o normal, mas não se assustem, a leitura da lei é imprescindível e, lendo os 
dispositivos mais importantes no PDF, será necessário apenas complementar a leitura do Vade Mecum 
naquilo que não foi reproduzido no material. 
Vamos à nossa aula. 
Qualquer dúvida, críticas ou sugestões, podem me contactar nos canais a seguir: 
E-mail: prof.rodolfopenna@gmail.com 
Instagram: https://www.instagram.com/rodolfobpenna 
LICITAÇÕES 
1 – INTRODUÇÃO 
O dever de realizar licitação para a contratação de obras e serviços, compras e alienações decorre 
diretamente da Constituição Federal: 
Art. 37 (...) 
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XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e 
alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade 
de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de 
pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente 
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do 
cumprimento das obrigações. 
O dispositivo autoriza que a legislação estabeleça situações excepcionais em que a Administração pode 
celebrar contratos sem a realização do procedimento licitatório, promovendo a denominada 
“contratação direta”. 
O fundamento desta exigência está nos imperativos da isonomia, impessoalidade, moralidade e 
indisponibilidade do interesse público, que informam a atuação da Administração, obrigando-a a 
realizar um processo público para seleção imparcial da melhor proposta, garantindo iguais 
condições a todos que queiram concorrer para a celebração do contrato. 
O Poder Público não pode escolher livremente um fornecedor, como fazem as empresas privadas. 
1.1 – Conceito 
 
Licitação é o procedimento administrativo, utilizado pela Administração 
Pública e pelas demais pessoas indicadas pela lei, por meio do qual é 
selecionada a proposta mais vantajosa, mediante critérios que garantam a 
isonomia e a competição entre os interessados, para a celebração de um 
contrato ou obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico. 
Perceba que a seleção que se faz é da proposta mais vantajosa, e não da proposta de menor 
preço. Isto porque, conforme veremos nesta aula, nem sempre a proposta de menor custo 
será a mais vantajosa. A Administração Pública poderá utilizar outros critérios, inclusive 
critérios conjugados, para definir qual será a proposta mais vantajosa, diferentes do preço 
unicamente considerado, tais como o desenvolvimento nacional sustentável, promoção da 
defesa do meio ambiente, inclusão de portadores de deficiência e fomento às microempresas 
e empresas de pequeno porte. 
O procedimento administrativo da licitação é obrigatório, ressalvadas as hipóteses de contratação 
direta previstas na lei, ao contrário da celebração do contrato com o licitante vencedor, cuja decisão é 
discricionária da Administração. O vencedor da licitação possui apenas expectativa de direito. 
1.2 – Finalidade 
O art. 3º, caput, da Lei 8666/93 estabeleceu os três objetivos/finalidades da licitação: 
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1.3 – Objeto 
Segundo José dos Santos Carvalho Filho1, a licitação possui dois objetos possíveis – a celebração de um 
contrato ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico ou científico. 
Identificamos ainda mais um objeto possível na licitação, qual seja, a alienação de bens da 
Administração Pública, embora se possa dizer que esta operação se dá, também, mediante contrato. 
Além disso, o contrato a ser celebrado pode dizer respeito a diversos objetos: 
a) contratação de obra pública; 
b) contratação de serviços em geral; 
c) compras; 
d) alienações; 
e) concessões; 
f) permissões; 
g) locações. 
Vale destacar que este rol é meramente exemplificativo, pois a Administração pode objetivar a 
contratação de diversos objetos, sendo a aplicável, em todo caso, a exigência de licitação salvo os casos 
previstos em lei. 
1.4 – Competência legislativa e fontes normativas 
➢ Competência legislativa 
 
 
1 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 30. Ed. São Paulo: Atlas, 2016. 
p. 246. 
Finalidades da 
Licitação
Observância da 
isonomia
Seleção da 
proposta mais 
vantajosa
Desenvolvimento 
nacional 
sustentável
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A União detém a competência privativa para legislar sobre normas gerais de licitações e contratos (art. 
22, XXVII). 
Desse modo, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios podem legislar sobre normas 
específicas relativamente aos seus procedimentos licitatórios, desde que não contrarie as normas 
gerais editadas pela União. 
Essa disposição constitucional quanto às “normas gerais” levanta acalorada discussão na doutrina, que 
aponta diversos dispositivos da lei 8.666/03 como sendo disposições específicas. Para esses 
doutrinadores, tais normas específicas seriam aplicáveis apenas à União, cabendo aos demais entes 
federados editarem as suas próprias normas desta natureza. 
 
Neste mesmo sentido já decidiu o STF, asseverando que algumas normas da lei 8.666/93 
não são gerais e, desta forma, vinculam apenas a União (ex.: art. 17, I, “b” e II, “b”) (ADI 
927 MC). 
Ressalte-se ainda que existem outros diplomas legislativos que dispõem sobre normas gerais, tal como 
a lei 10.520/2002, que consagrou a modalidade do pregão. 
➢ Principais fontes normativas: 
a) Lei 8.666/93: normas gerais sobre licitações e contratos; 
b) Lei 10.520:2002: dispõe sobre o pregão; 
c) Lei 12.462/2011: institui o regime diferenciado de contratação; 
d) Lei 13.303/2016: regime jurídico das empresas estatais. 
1.5 – Pessoas obrigadas a licitar 
As pessoas obrigadas a licitar se encontram no art. 37, XXI da CF e no art. 1º da lei 8.666/93. São elas: 
a) Entes da Administração direta; 
b) Entidades da Administração indireta; 
c) Demais entidades controladas direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios; 
d) Fundos especiais da Administração Pública. 
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1.6 – Função regulatória da licitação 
A doutrina identifica ainda uma função regulatória da licitação, além da sua função primordial de 
promover a seleção da proposta mais vantajosa para a Administração Pública. 
Conforme estudamos, a proposta mais vantajosa não se funda apenas em critérios econômicos, 
devendo serem ponderados outros fatores na seleção do contratado, tais como: 
a) o desenvolvimentonacional sustentável (art. 3º, caput e §5º, I); 
b) a promoção da defesa do meio ambiente (dando ensejo às chamadas “licitações verdes”); 
c) a inclusão de portadores de deficiência no mercado de trabalho (art. 3º, §5º, II); 
d) o fomento às microempresas e empresas de pequeno porte (art. 3º, §14 e art. 5º da lei 8.666/93 
e LC 123/2006); e 
 
São critérios extraeconômicos, ou seja, que não objetivam simplesmente a redução 
de custos da Administração, pois buscam o desenvolvimento de outros setores da 
sociedade. 
Obrigados 
a licitar
Adm. Direta
Adm. 
Indireta
Fundos 
Especiais da 
Adm.
Entidades 
Controladas
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2 – PRINCÍPIOS ORIENTADORES DA LICITAÇÃO PÚBLICA 
Os princípios especificamente relacionados à licitação podem ser encontrados expressa ou 
implicitamente na lei 8.666/93. A maior parte deles se encontra no art. 3º, caput, desta lei. 
Pode-se resumir os princípios, implícitos e explícitos, da seguinte forma: a) legalidade; b) 
impessoalidade; c) moralidade; d) igualdade; e) publicidade; f) probidade; g) vinculação ao instrumento 
convocatório; h) julgamento objetivo; i) competitividade; j) formalidade; k) sigilo das propostas; l) 
adjudicação compulsória ao vencedor; m) eficiência 
A seguir estudaremos os princípios específicos da licitação que possuem desdobramentos legais e 
grande incidência em provas. 
 
2.1 – Igualdade entre licitantes 
O princípio fundamental da licitação é a igualdade, que garante oportunidades iguais a todos os 
interessados. A violação da igualdade, prejudicando ou beneficiando determinado licitante, acarreta a 
nulidade do certame. 
Princípios da 
licitação 
Implícitos 
Expressos 
Legalidade 
Formalidade 
Adjudicação compulsória 
Sigilo das propostas 
Competitividade Julgamento objetivo 
Vinculação ao instrumento 
Probidade 
Publicidade 
Igualdade 
Moralidade 
Impessoalidade 
Eficiência 
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Por este motivo, o art. 3º, §1º, estabelece vedações quanto ao estabelecimento de normas que frustrem 
o caráter competitivo da licitação: 
Art. 3º (...) § 1º É vedado aos agentes públicos: 
I - admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que 
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos 
de sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da 
naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância 
impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos 
§§ 5º a 12 deste artigo e no art. 3o da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991; 
II - estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, 
previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no 
que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos 
financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte 
e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991. 
Neste sentido, o STF entendeu inconstitucional norma estadual que estabelecia tratamento privilegiado 
em razão dos valores relativos aos impostos pagos à Fazenda Pública daquele Estado: 
 
1. É inconstitucional o preceito, segundo o qual, na análise de licitações, serão 
considerados, para averiguação da proposta mais vantajosa, entre outros itens os 
valores relativos aos impostos pagos à Fazenda Pública daquele Estado-membro. 
Afronta ao princípio da isonomia, igualdade entre todos quantos pretendam acesso às 
contratações da Administração. 2. A Constituição do Brasil proíbe a distinção entre 
brasileiros. A concessão de vantagem ao licitante que suporta maior carga tributária no 
âmbito estadual é incoerente com o preceito constitucional desse inciso III do artigo 19. 
(...) 
4. A lei pode, sem violação do princípio da igualdade, distinguir situações, a fim 
de conferir a um tratamento diverso do que atribui a outra. Para que possa fazê-
lo, contudo, sem que tal violação se manifeste, é necessário que a discriminação 
guarde compatibilidade com o conteúdo do princípio. 
(ADI 3070, Relator(a): Min. EROS GRAU, Tribunal Pleno, julgado em 29/11/2007, DJe-
165 DIVULG 18-12-2007 PUBLIC 19-12-2007 DJ 19-12-2007 PP-00013 EMENT VOL-
02304-01 PP-00018 RTJ VOL-00204-03 PP-01123) 
Entretanto, a igualdade não é apenas formal, busca-se a igualdade em sentido material. Por este 
motivo a lei estabelece vantagens a determinados grupos que normalmente estão em posição de 
desigualdade, para garantir, de fato, a competitividade na licitação. É o tratamento desigual aos 
desiguais na medida de suas desigualdades. 
Ressalte-se que somente é válido o favorecimento estabelecido pela lei e que não implique em 
discriminações injustificadas entre os concorrentes. 
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Nesta linha, o STF possui entendimento consolidado no sentido de que somente pode haver 
relativização da igualdade de condições nas licitações em duas condições, a saber: 
a) Pela lei; 
b) Pela autoridade responsável por meio de elementos de distinção circunstanciais, de qualificação 
técnica e econômica, desde que vinculados à garantia de cumprimento de obrigações específicas. 
 
A igualdade de condições dos concorrentes em licitações, embora seja enaltecida 
pela Constituição (art. 37, XXI), pode ser relativizada por duas vias: (a) pela lei, 
mediante o estabelecimento de condições de diferenciação exigíveis em abstrato; 
e (b) pela autoridade responsável pela condução do processo licitatório, que 
poderá estabelecer elementos de distinção circunstanciais, de qualificação 
técnica e econômica, sempre vinculados à garantia de cumprimento de 
obrigações específicas. Somente a lei federal poderá, em âmbito geral, estabelecer 
desequiparações entre os concorrentes e assim restringir o direito de participar de 
licitações em condições de igualdade. Ao direito estadual (ou municipal) somente 
será legítimo inovar neste particular se tiver como objetivo estabelecer 
condições específicas, nomeadamente quando relacionadas a uma classe de objetos a 
serem contratados ou a peculiares circunstâncias de interesse local. Ao inserir a 
Certidão de Violação aos Direitos do Consumidor no rol de documentos exigidos para a 
habilitação, o legislador estadual se arvorou na condição de intérprete primeiro do 
direito constitucional de acesso a licitações e criou uma presunção legal, de sentido e 
alcance amplíssimos, segundo a qual a existência de registros desabonadores nos 
cadastros públicos de proteção do consumidor é motivo suficiente para justificar o 
impedimento de contratar com a administração local. Ao dispor nesse sentido, a Lei 
estadual 3.041/2005 se dissociou dos termos gerais do ordenamento nacional de 
licitações e contratos e, com isso, usurpou a competência privativa da União de dispor 
sobre normas gerais na matéria (art. 22, XXVII, da CF/1988). [ADI 3.735, rel. min. 
Cármen Lúcia, j. 8-9-2016, P, DJE de 1º-8-2017 
Além da igualdade material, é possível verificar que o caput do art. 3º estabelece os princípios do 
desenvolvimento nacional sustentável. Este princípio deve ser promovido na mesma medida em que 
se promove a isonomia, devendo haver a compatibilização entre ambos. Por este motivo, foram criadas 
algumas regras de preferência para garantir o desenvolvimento nacional, sem, contudo, se descuidar de 
aplicar a isonomia. É o que determina a ponderação entre os princípios. 
2.1.1 – Critérios de desempate 
O primeiro critério de favorecimento é o estabelecido para o desempate, quando, ao final do julgamento 
das propostas, verificar que doisou mais licitantes restaram empatados. Neste caso, o empate será 
solucionado da seguinte forma: 
§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, 
sucessivamente, aos bens e serviços: 
II - produzidos no País; 
III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras. 
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IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento 
de tecnologia no País. 
V - produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de 
cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência 
Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. 
Veja que o objetivo é, principalmente, aquele previsto no caput do art. 3º: desenvolvimento 
nacional. Apenas no último caso é que o objetivo é fomentar a contratação de pessoa com deficiência 
ou reabilitado da Previdência social. 
 
 
Outra regra de preferência é a do art. 3º da lei 8.248/91, hipótese expressamente prevista no art. 3º, 
§1º, II da lei 8.666/93 como exceção à vedação a favorecimentos: 
Art. 3º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal, direta ou indireta, as 
fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público e as demais organizações sob o controle 
direto ou indireto da União darão preferência, nas aquisições de bens e serviços de 
informática e automação, observada a seguinte ordem, a: 
I - bens e serviços com tecnologia desenvolvida no País; 
II - bens e serviços produzidos de acordo com processo produtivo básico, na forma a ser 
definida pelo Poder Executivo. 
Trata-se de preferência estabelecida para aquisição de bens e serviços de informática e automação. 
Destaque-se que, neste caso, o §3º do art. 3º da lei 8.248/91 autoriza a utilização da modalidade pregão. 
Critérios de 
desempate
1) produzidos no País
2) Empresas Brasileiras
3) Invistam em pesquisa e desenvolvimento tecnológico no País
4) Reserva de vagas p/ pessoa c/ deficiência ou reabilitado da previdência social + 
acessibilidade
5) Sorteio (art. 45, §2º)
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2.1.2 – Margem de preferência 
Na margem de preferência, a Administração Pública estabelece um percentual de favorecimento para 
determinado produto ou serviço em que, ainda que a proposta seja inferior, se a diferença para a melhor 
proposta estiver dentro da margem de preferência, o produto ou serviço favorecido será selecionado 
para celebração do contrato. 
Exemplificando, suponha que em uma licitação do tipo menor preço seja estabelecida margem de 10% 
para o produto manufaturado nacional. A melhor proposta apresentou um produto estrangeiro no valor 
de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Já a segunda melhor proposta apresentou um produto manufaturado 
nacional no valor de R$ 11.000,00 (onze mil reais). No caso, a proposta vencedora será do produto 
nacional, ainda que o preço seja superior, tendo em vista a margem de preferência estabelecida. 
§ 5º Nos processos de licitação, poderá ser estabelecida margem de preferência para: 
I - produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas 
brasileiras; e 
II - bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de 
reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da 
Previdência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação. 
§ 7º Para os produtos manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e 
inovação tecnológica realizados no País, poderá ser estabelecido margem de preferência 
adicional àquela prevista no § 5º. 
§ 8º As margens de preferência por produto, serviço, grupo de produtos ou grupo de 
serviços, a que se referem os §§ 5º e 7º, serão definidas pelo Poder Executivo federal, não 
podendo a soma delas ultrapassar o montante de 25% (vinte e cinco por cento) sobre o preço 
dos produtos manufaturados e serviços estrangeiros 
Veja que existem duas espécies de margem de preferência: 
a) Margem de preferência normal (§5º); 
b) Margem de preferência adicional (§7º). 
De acordo com o §8º, as margens de preferência serão estabelecidas pelo Poder Executivo Federal e 
a soma das duas não pode ultrapassar o montante de 25% sobre o produto manufaturado ou serviço 
estrangeiro. Isso quer dizer que o Poder Executivo pode estabelecer, por exemplo, margem de 
preferência normal de 15% e uma margem de preferência adicional de mais 10% para produtos 
manufaturados e serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados 
no País. 
A margem de preferência normal pode ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e serviços 
originários dos Estados Partes do Mercado Comum do Sul – Mercosul (art. 3º, §10). 
O art. 6º, nos incisos XVII e VXIII, conceitua produtos manufaturados nacionais e serviços nacionais. 
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Além disso, a lei (art. 3º, §6º) determina que a margem de preferência seja baseada em 
estudos revistos periodicamente, em prazo não superior a 5 anos, levando em 
consideração: I - geração de emprego e renda; II - efeito na arrecadação de tributos federais, 
estaduais e municipais; III - desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no País; IV - 
custo adicional dos produtos e serviços; e V - em suas revisões, análise retrospectiva de 
resultados. 
Já o art. 3º, §9º prevê as hipóteses em que a margem de preferência não pode ser aplicada: 
§ 9º As disposições contidas nos §§ 5º e 7º deste artigo não se aplicam aos bens e aos serviços 
cuja capacidade de produção ou prestação no País seja inferior: 
I - à quantidade a ser adquirida ou contratada; ou 
II - ao quantitativo fixado com fundamento no § 7º do art. 23 desta Lei, quando for o caso. 
(quanto a bens de natureza divisível, em que o edital prevê cotação de quantidade inferior à 
demandada para ampliar a competitividade). 
 
Limite até 
25% 
Não se aplica 
Capacidade do país 
seja inferior a 
À quantidade a ser adquirida 
ou contratada 
À quantidade prevista quando 
o bem for indivisível 
Margem de preferência
Normal
a) produtos 
manufaturados;
b) Serviços nacionais
Reserva de cargos p/ 
pessoa com deficiência 
ou reabilitado da 
previdência + 
acessibilidade
Adicional
Desenvolvimento e 
inovação tecnológica 
realizados no País
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2.1.3 – Restrição da concorrência na licitação 
O art. 3º, §12 da lei 8.666/93 prevê a possibilidade de restringir a participação nas licitações destinadas 
à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos sistemas de tecnologia de informação e 
comunicação, considerados estratégicos em ato do Poder Executivo federal: 
Art. 3º (...) 
§ 12. Nas contratações destinadas à implantação, manutenção e ao aperfeiçoamento dos 
sistemas de tecnologia de informação e comunicação, considerados estratégicos em ato do 
Poder Executivo federal, a licitação poderá ser restrita a bens e serviços com tecnologia 
desenvolvida no País e produzidos de acordo com o processo produtivo básico de que trata 
a Lei no 10.176, de 11 de janeiro de 2001. 
Neste caso, a licitação contará apenas com participantes cujos bens e serviços se enquadrem na hipótese 
prevista no dispositivo. 
O art. 6º, XIX conceitua sistemas de tecnologia de informação e comunicação estratégicos. 
2.1.4 – Critérios de preferência fundamentados em práticas de sustentabilidade 
Estudamos que um dos princípios da licitação, previsto no art. 3º, caput,é o princípio da promoção do 
desenvolvimento nacional sustentável. Neste sentido, tem-se entendido que o termo “sustentável” 
autoriza que a seleção da proposta mais vantajosa leve em consideração critérios relacionados com a 
prática de sustentabilidade, e não apenas critérios econômicos. A prática da sustentabilidade está 
relacionada com a preservação do meio ambiente, economia de recursos naturais, dentre outras 
práticas que contribuam para um meio ambiente ecologicamente equilibrado e preservado para as 
presentes e futuras gerações. 
Neste ponto, o Poder Executivo Federal editou o Decreto 7.746/2012, que estabelece critérios e 
práticas para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela 
administração pública federal direta e indireta. 
Embora permita a adoção de critérios não econômicos relacionados com a sustentabilidade, o Decreto 
citado determina que tais critérios não venham frustrar o caráter competitivo da licitação. 
O art. 3º do referido Decreto estabelece que os critérios e as práticas de sustentabilidade devem constar 
como especificação técnica do objeto, obrigação da contratada ou requisito previsto em lei especial, 
sendo vedada a sua integração na fase de habilitação. 
O art. 4º apresenta um rol exemplificativo de critérios de sustentabilidade que podem ser utilizados. Já 
o art. 5º permite exigir no instrumento convocatório para a aquisição de bens que estes sejam 
constituídos por material renovável, reciclado, atóxico ou biodegradável, entre outros critérios de 
sustentabilidade. 
Vale destacar que o Decreto 7.746/2012 é aplicável apenas em âmbito federal. 
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2.1.5 – Tratamento diferenciado 
A lei de licitações determina que as preferências definidas no art. 3º e nas demais normas de licitação e 
contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e favorecido às microempresas e empresas de 
pequeno porte na forma da lei (art. 3º, §14). 
No mesmo sentido é o art. 5º-A da lei: 
Art. 5º-A. As normas de licitações e contratos devem privilegiar o tratamento diferenciado e 
favorecido às microempresas e empresas de pequeno porte na forma da lei. 
Por este motivo, a LC 123/2006 e suas modificações previram diversas regras de preferência para as 
microempresas e empresas de pequeno porte, as quais serão estudadas adiante. 
2.1.6 – Conclusão 
Por fim, como medida de transparência, há necessidade de divulgação das empresas favorecidas e do 
montante dos recursos a elas destinados: 
Art. 3º (...) 
§ 13. Será divulgada na internet, a cada exercício financeiro, a relação de empresas 
favorecidas em decorrência do disposto nos §§ 5º, 7º, 10, 11 e 12 deste artigo, com indicação 
do volume de recursos destinados a cada uma delas. 
Outra disposição importante é a do §15 do art. 3º, que determina que as preferências dispostas neste 
artigo devem prevalecer sobre as demais preferências previstas na legislação quando estas forem 
aplicadas sobre produtos ou serviços estrangeiros. Isto é, as preferências do art. 3º prevalecem em face 
de qualquer outra preferência criada no ordenamento jurídico quando abranger produtos ou serviços 
estrangeiros. 
2.2 – Publicidade 
A publicidade tem o objetivo de garantir o controle dos atos públicos por meio da fiscalização pelos 
licitantes, pelos órgãos de controle interno e externo e pelos cidadãos em geral, a fim de evitar atos 
lesivos à moralidade ou ao patrimônio público. 
A lei 8.666/93 possui disposições específicas para garantir a observação deste princípio: 
Art. 3º (...) 
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu 
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. 
Art. 4º Todos quantos participem de licitação promovida pelos órgãos ou entidades a que se 
refere o art. 1º têm direito público subjetivo à fiel observância do pertinente procedimento 
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estabelecido nesta lei, podendo qualquer cidadão acompanhar o seu desenvolvimento, 
desde que não interfira de modo a perturbar ou impedir a realização dos trabalhos. 
2.3 – Probidade e moralidade 
Trata-se da necessidade de atuação ética, honesta, proba e pautada na boa-fé. O comportamento 
com base na moralidade é exigido não apenas da Administração Pública, mas também dos 
administrados participantes da licitação. 
Em virtude desta exigência, existem diversas leis que preveem sanções aos agentes, públicos e privados, 
e às pessoas jurídicas que atuam de forma ímproba no procedimento licitatório. Podemos citar, por 
exemplo, a lei de improbidade administrativa (lei 8.429/92) e a lei anticorrupção (lei 12.846/2013). 
2.4 – Formalismo 
O princípio do formalismo ou procedimento formal pode ser encontrado expressamente no art. 4º, 
parágrafo único da lei 8.666/93: 
Art. 4º (...) 
Parágrafo único. O procedimento licitatório previsto nesta lei caracteriza ato 
administrativo formal, seja ele praticado em qualquer esfera da Administração 
Pública. 
Consiste na exigência necessária para garantir o controle do procedimento, uma vez que, 
invariavelmente, acarretará dispêndio de recursos públicos. 
Entretanto, a aplicação do princípio não implica na exigência de excesso de formalismo, tendo em 
vista que o procedimento administrativo formal não é um fim em si mesmo, é, na verdade, um 
instrumento que serve a uma finalidade, qual seja, a celebração do contrato pretendido. Assim, a 
legislação tem flexibilizado algumas formalidades para garantir o interesse público. 
2.5 – Sigilo da apresentação das propostas 
Esse princípio é extraído do art. 3º, §3º da lei 8.666/93: 
Art. 3º (...) 
§ 3º A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu 
procedimento, salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura. 
Neste sentido, a apresentação das propostas deve ficar em sigilo até o momento da abertura, de forma 
que os demais licitantes nem os agentes públicos tenham acesso ao seu conteúdo, para que seja 
preservada a igualdade e a lisura do procedimento. 
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O art. 94 da referida lei prevê que é crime devassar o sigilo de proposta apresentada em 
procedimento licitatório ou proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo, cominando a pena de 
detenção de 2 (dois) a 3 (três) anos e multa. 
2.6 – Vinculação ao instrumento convocatório 
O instrumento convocatório (edital ou carta-convite) é conhecido como a “lei interna da licitação”, pois 
vincula tanto os licitantes quanto a Administração Pública que o expediu. Neste sentido, o art. 41 prevê 
que a Administração não pode descumprir as normas e condições do edital, ao qual se acha estritamente 
vinculada. 
2.7 – Julgamento objetivo 
As propostas na licitação devem ser julgadas conforme os critérios pré-estabelecidos no edital (arts. 
44 e 45), não cabendo qualquer discricionariedade na apreciação das propostas pelo administrador: 
Art. 44. No julgamento das propostas, a Comissão levará em consideração os critérios 
objetivos definidos no edital ou convite, os quais não devem contrariar as normas e 
princípios estabelecidos por esta Lei. 
Art. 45. O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de licitação ou o 
responsável pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios 
previamente estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente 
nele referidos, de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de 
controle. 
Vale destacar que a doutrina admite que o julgamento absolutamente objetivo somente ocorre quando 
o critérioda licitação é o “menor preço” ou nas alienações de “maior lance ou oferta”. Os critérios de 
“melhor técnica” ou “técnica e preço” exigem uma parcela de valoração subjetiva no julgamento das 
propostas. 
Todavia, ainda que se admita essa “dose” de valoração subjetiva nos casos citados, os critérios de 
julgamento devem estar previamente estabelecidos no instrumento convocatório. 
2.8 – Adjudicação obrigatória ao vencedor 
A adjudicação é o ato declaratório que atribui o objeto da licitação ao vencedor. Não se trata da 
celebração do contrato, tendo em vista que a celebração do ajuste é ato discricionário da 
Administração. A adjudicação é simplesmente a declaração de que, caso venha celebrar o contrato 
quanto ao objeto licitado, a Administração o fará com o vencedor. 
No procedimento da lei 8.666/93 a adjudicação é o último ato do processo, enquanto no procedimento 
do pregão (lei 10.520/2003) a adjudicação ocorre antes da homologação do certame. 
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2.9 – Competitividade 
A lei e a Constituição Federal estabelecem o caráter competitivo da licitação, objetivando a obtenção da 
proposta mais vantajosa para a Administração, sendo nulo qualquer ato que venha a frustrar essa 
característica do procedimento licitatório. 
A lei 8.666/93 prevê que configura crime frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou 
qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de 
obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação, com pena de 
detenção de 2 a 4 anos e multa (art. 90). 
3 – MICROEMPRESAS (ME) E EMPRESAS DE PEQUENO PORTE 
(EPP) NA LICITAÇÃO 
Conforme estudamos, a lei 8.666/93 prevê tratamento diferenciado para as microempresas e empresas 
de pequeno porte, com a finalidade de promover o desenvolvimento nacional, no que configura um dos 
aspectos da função regulatória da licitação. O referido tratamento diferenciado possui, inclusive, 
previsão constitucional, no art. 170, inciso IX e art. 179, da CF. 
3.1 – Critério de desempate 
O art. 44 da Lei Complementar 123/2006 determina que, nas licitações, será estabelecido, como critério 
de desempate, preferência na contratação de microempresas e empresas de pequeno porte. 
3.2 – Empate ficto ou presumido 
A LC 123/2006, não obstante estabelecer critério de desempate, criou ainda uma espécie de “margem 
de preferência”, pois prevê que as propostas apresentadas pelas MEs e EPPs até 10% superiores à 
proposta mais bem classificada, serão consideradas empatadas com a melhor proposta (art. 44, §1º). 
Na modalidade pregão, somente será considerado empate se a proposta da ME ou EPP for até 5% (cinco 
por cento) superior à proposta mais bem classificada. 
3.3 – Procedimento de favorecimento à ME ou EPP 
Ocorrendo empate, real ou ficto, o art. 45 da LC 123/2006 estabelece os seguintes procedimentos a 
serem adotados: 
a) a ME ou EPP mais bem classificada será convocada para apresentar proposta de preço inferior 
àquele considerada vencedora da licitação. Nesta situação o objeto será adjudicado em seu favor; 
b) se a ME ou EPP na situação acima não apresentar proposta, serão convocadas as remanescentes, 
na ordem classificatória, para o exercício do mesmo direito, desde que se enquadrem na situação 
de empate (real ou equiparado); 
c) se houver mais de uma ME ou EPP com proposta idêntica, será realizado sorteio para definir 
quem terá a oportunidade de apresentar melhor oferta primeiro. 
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No caso de pregão, a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada será convocada 
para apresentar nova proposta no prazo máximo de 5 (cinco) minutos após o encerramento dos lances, 
sob pena de preclusão (art. 45, §3º, LC 123/2006). 
Essas medidas só se aplicam quando o licitante vencedor não for uma ME ou EPP (art. 45, §2º). 
3.4 – Outras vantagens 
A comprovação de regularidade fiscal e trabalhista das microempresas e das empresas de pequeno 
porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato e não na fase da habilitação como 
ocorre normalmente (art. 42, LC 123/2006). Elas devem apresentar essa documentação na fase da 
habilitação mesmo que contenha algum vício, não sendo desclassificadas por isto. A regularidade dessas 
empresas só é exigida na celebração do contrato, o que lhes garante tempo para regularizar suas 
respectivas situações fiscais e trabalhista. 
Assim, “havendo alguma restrição na comprovação da regularidade fiscal e trabalhista, será assegurado 
o prazo de cinco dias úteis, cujo termo inicial corresponderá ao momento em que o proponente for 
declarado vencedor do certame, prorrogável por igual período, a critério da administração pública, 
para regularização da documentação, para pagamento ou parcelamento do débito e para 
emissão de eventuais certidões negativas ou positivas com efeito de certidão negativa.” 
O art. 48 prevê ainda diversas medidas que conferem tratamento diferenciado às MEs e EPPs: 
a) realização de processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempresas e 
empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta 
mil reais); 
b) nos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e serviços, poderá exigir dos licitantes 
a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte; 
c) deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até 25% 
(vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno 
porte. 
Essas medidas não serão aplicadas quando (art. 49): 
a) não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados como ME ou EPP 
sediados local ou regionalmente e capazes de cumprir as exigências estabelecidas no 
instrumento convocatório; 
b) o tratamento diferenciado e simplificado para as MEs e EPPs não for vantajoso para a 
administração pública ou representar prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser 
contratado; 
c) a licitação for dispensável ou inexigível, excetuando-se as dispensas tratadas pelos incisos I e II 
do art. 24 da lei 8.666/93. 
A exceção prevista no caso “b” acima (quando não for vantajoso para a Administração ou representar 
prejuízo ao conjunto ou complexo do objeto a ser contratado), praticamente torna facultativa as 
medidas de favorecimento do art. 48. 
Rodolfo Breciani Penna
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Por fim, no que diz respeito às compras públicas, enquanto não sobrevier legislação estadual, 
municipal ou regulamento específico de cada órgão mais favorável à microempresa e empresa de 
pequeno porte, aplica-se LC 123/2006 (art. 47, parágrafo único, LC 123/2006). 
Veja que a regulamentação local somente será válida se estabelecer regime mais favorecido às MEs e 
EPPs. 
4 – OBJETOS DA LICITAÇÃO 
Objeto da licitação é o conteúdo do futuro contrato, a ser celebrado com o licitante vencedor. É aquilo 
que a Administração pretende contratar por meio da licitação. 
A lei 8.666/93 estabeleceu regime diferenciado para alguns objetos distintos, razão pela qual 
estudaremos as normas aplicáveis a cada um deles. 
4.1 – Obras e serviços de engenharia 
As normas específicas aplicáveis à licitação e contratação de obras e serviços de engenharia estão 
previstas nos arts. 7º a 12 da lei 8.666/93. 
De acordo com o art. 6º, I, obra é toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, 
realizada por execução direta ou indireta. Para distinção entre obra e serviços em geral, a doutrina 
aponta dois critérios: a) na obra prepondera o resultado, enquanto no serviço predomina a atividade; 
b) na obra, normalmenteo custo do material é superior ao custo da mão de obra, nos serviços a lógica 
é inversa. 
4.1.1 – Projeto básico e projeto executivo 
Somente poderão ser licitadas obras e serviços quando houver projeto básico aprovado pela autoridade 
competente (art. 7º, §2º). 
O projeto básico é conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão 
adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou serviços objeto da 
licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que 
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do 
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e 
do prazo de execução (art. 6º, IX). 
De acordo com a lei, a licitação para execução de obras e serviços deve obedecer a seguinte sequência: 
 
Projeto básico Projeto executivo Execução da obra ou serviço
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A execução de cada fase depende da conclusão e aprovação da anterior. Excepcionalmente, o projeto 
executivo poderá ser desenvolvido concomitantemente com a execução das obras e serviços, desde que 
também autorizado pela Administração (art. 7º, §1º e art. 9º, §2º). 
Assim, em regra, para realizar a licitação para contratação de obras ou serviços, já deve haver projeto 
básico e projeto executivo concluídos e aprovados. Excepcionalmente, se a Administração autorizar, a 
licitação pode ser feita sem projeto executivo (mas deve ter projeto básico). Neste caso, o projeto 
executivo será desenvolvido concomitantemente com a execução do objeto. 
Adiante estudaremos que a exigência de prévio projeto básico para a realização da licitação encontra 
exceções nas licitações das empresas estatais (lei 13.303/2016) e nas licitações do regime diferenciado 
de contratação (lei 12.462/2011). 
É vedada a participação, direta ou indireta, na licitação ou na execução da obra ou do serviço e do 
fornecimento de bens a ele necessários, dos seguintes agentes (art. 9º): 
a) o autor do projeto, básico ou executivo, pessoa física ou jurídica; 
b) empresa, isoladamente ou em consórcio, responsável pela elaboração do projeto básico ou 
executivo ou da qual o autor do projeto seja dirigente, gerente, acionista ou detentor de mais de 
5% (cinco por cento) do capital com direito a voto ou controlador, responsável técnico ou 
subcontratado; 
c) servidor ou dirigente de órgão ou entidade contratante ou responsável pela licitação. 
 
De acordo com o STJ, não pode participar da licitação ou execução do objeto a empresa 
que tenha servidor da entidade contratante ou responsável pela licitação em seus 
quadros, ainda que o servidor esteja licenciado: 
O fato de estar o servidor licenciado, à época do certame, não ilide a aplicação do 
referido preceito legal, eis que não deixa de ser funcionário o servidor em gozo 
de licença (REsp 254.115/SP). 
A lei permite às pessoas das alíneas “a” e “b” que participem na licitação de obra ou serviço, ou na 
execução, como consultor ou técnico, nas funções de fiscalização, supervisão ou gerenciamento, 
exclusivamente a serviço da Administração interessada (art. 9º, §1º). 
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➢ Outras exigências: A licitação para contratação de obras e serviços exige ainda, além do projeto 
básico (art. 7º, §2º): 
a) orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos 
unitários; 
b) previsão de recursos orçamentários que assegurem o pagamento das obrigações; 
c) que o produto dela esperado esteja contemplado nas metas estabelecidas no Plano Plurianual de 
que trata o art. 165 da Constituição Federal, quando for o caso (ou seja, quando a obra ou serviço 
ultrapassar o um exercício financeiro); 
 
Quanto ao item “b”, não se exige disponibilidade financeira2 (“dinheiro em 
caixa”), exige-se apenas previsão na lei orçamentária ou em créditos adicionais 
– esse é o entendimento do STJ e cai muito em prova. 
 
 
2 STJ: REsp 1141021/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 
21/08/2012, DJe 30/08/2012. 
Exceções 
Não podem 
participar 
da licitação 
Autor do Projeto 
(Básico ou executivo) 
Empresa 
(isolada ou em consórcio) 
Servidor ou dirigente do órgão contratante ou 
responsável pela licitação (ainda que licenciado) 
Elaborou o projeto básico ou executivo 
Dirigente, gerente, acionista ou detentor 
de 5% tenha elaborado o projeto 
Autor do projeto pode participar como consultor/técnico, 
nas funções de fiscalização, supervisão e gerenciamento, a 
serviço da Administração 
O projeto executivo pode ser encargo do contratado (art. 7º, 
§1º) 
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Além disso, quando o empreendimento exigir licenciamento ambiental, o projeto básico deve conter o 
Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental, quando for o caso (EIA-RIMA). 
As obras e serviços destinados aos mesmos fins devem ter projetos padronizados por tipos, categorias 
ou classes, exceto quando o projeto-padrão não atender às condições peculiares do local ou às 
exigências específicas do empreendimento (art. 11). 
4.1.2 – Vedações 
O art. 7º da lei 8.666/93 prevê ainda as seguintes vedações nas licitações para execução de obras e 
serviços: 
a) é vedado incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução, 
qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e explorados 
sob o regime de concessão, nos termos da legislação específica (§3º); 
b) é vedada a inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão 
de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do projeto 
básico ou executivo (§4º); 
c) é vedada a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de 
marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for 
tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e serviços for feito 
sob o regime de administração contratada, previsto e discriminado no ato convocatório (§5º). 
A infringência de qualquer dessas vedações implica na nulidade da licitação e do contrato, caso já tenha 
sido celebrado. 
Por fim, qualquer cidadão poderá requerer à Administração Pública os quantitativos das obras e preços 
unitários de determinada obra executada (§8º). 
 
Vedações em 
licitações para 
obras e serviços 
de engenharia 
(art. 7º)
Incluir no objeto da licitação a obtenção de recursos financeiros para sua execução, 
qualquer que seja a sua origem, exceto nos casos de empreendimentos executados e 
explorados sob o regime de concessão, nos termos da legislação específica (§3º)
Inclusão, no objeto da licitação, de fornecimento de materiais e serviços sem previsão 
de quantidades ou cujos quantitativos não correspondam às previsões reais do 
projeto básico ou executivo (§4º)
Realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem similaridade ou de 
marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for 
tecnicamente justificável, ou ainda quando o fornecimento de tais materiais e 
serviços for feito sob o regime de administração contratada, previsto e 
discriminado no ato convocatório (§5º)
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4.2 – Serviços 
Serviços são toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração 
(art. 6º, II). Os serviços que possuem maior atenção da lei são os serviços técnicos profissionais 
especializados (art. 13) ea terceirização de serviços. 
4.2.1 – Serviços técnicos profissionais especializados 
O art. 13 prevê um rol exemplificativo do que se considera serviço técnico profissional especializado: 
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados 
os trabalhos relativos a: 
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; 
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; 
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; 
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
Nestes casos, quando não for caso de inexigibilidade de licitação por se tratar de serviço de natureza 
singular, com profissionais ou empresas de notória especialização, os contratos deverão, 
preferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de 
prêmio ou remuneração. 
O concurso é uma modalidade de licitação diferenciada, conforme estudaremos a frente, para escolha 
de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos 
vencedores. 
O vencedor da licitação para prestação de serviços técnicos especializados deverá ceder os direitos 
patrimoniais a ele relativos, para que a Administração possa utilizá-lo de acordo com o previsto no 
regulamento de concurso ou no ajuste para sua elaboração (art. 111). 
 
A empresa de prestação de serviços técnicos especializados que apresente relação de 
integrantes de seu corpo técnico em procedimento licitatório ou como elemento de 
justificação de dispensa ou inexigibilidade de licitação, ficará obrigada a garantir que 
os referidos integrantes realizem pessoal e diretamente os serviços objeto do 
contrato (art. 13, §3º). 
4.2.2 – Terceirização de serviços 
Contrato de terceirização é aquele marcado pela relação jurídica entre a tomadora de serviços (no caso 
a Administração Pública) e uma empresa de terceirização (pessoa interposta) que, por sua vez, contrata 
empregados e os coloca à disposição da tomadora do serviço, dirigindo a atividade de acordo com o 
disposto no contrato. Os empregados contratados não possuem vínculo jurídico com a tomadora de 
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serviços, mas com a empresa de terceirização contratada, não havendo relação de pessoalidade e 
subordinação jurídica com o ente público. 
Exemplos tradicionais do contrato de terceirização na Administração Pública são a contratação de 
serviços de limpeza e de serviços de vigilância, em que a Administração contrata empresa de 
terceirização que fornece empregados ao ente público e dirige a atividade de acordo com as 
especificações do contrato. 
 
O STF firmou a seguinte tese em sede de repercussão geral: “1. É lícita a terceirização 
de toda e qualquer atividade, meio ou fim, não se configurando relação de 
emprego entre a contratante e o empregado da contratada. 2. Na terceirização, 
compete à contratante: i) verificar a idoneidade e a capacidade econômica da 
terceirizada; e ii) responder subsidiariamente pelo descumprimento das normas 
trabalhistas, bem como por obrigações previdenciárias, na forma do art. 31 da Lei 
8.212/1993”3. 
Assim, é, em tese, cabível a terceirização quanto a qualquer tipo de atividade da Administração Pública 
contratante, exceto aquelas atividades típicas de estado previstas na Constituição Federal (por exemplo 
a atividade jurisdicional). 
4.3 – Compras 
A lei 8.666/93 trata do regime jurídico das compras nos arts. 14 a 16. Vale destacar que as compras 
devem ser realizadas preferencialmente pelo “sistema de registro de preços” (art. 15, II), que 
estudaremos no capítulo 7 desta aula. 
4.3.1 – Exigência de padronização x indicação de marcas 
As compras, sempre que possível, devem obedecer ao princípio da padronização, por meio de 
especificações técnicas de desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, 
assistência técnica e garantia oferecidas (art. 15, I). 
A padronização, em regra, traz economia ao ente público, uma vez que facilita as compras em grande 
escala e a repetição do procedimento licitatório quando necessário. 
 
Não obstante, padronização é diferente da indicação de marcas. Em regra, a indicação 
de marcas é vedada nas licitações efetuadas pelo poder público, devendo apenas haver 
a especificação completa do bem a ser adquirido (art. 15, §7º, I). 
Entretanto, será admitida a indicação de marcas quando acompanhada de 
justificativas técnico-científicas, conforme entendimento do TCU. 
 
 
3 ADPF 324, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 30/08/2018, PROCESSO 
ELETRÔNICO DJe-194 DIVULG 05-09-2019 PUBLIC 06-09-2019. 
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Ademais, admite-se a exigência de amostras dos bens por parte dos licitantes, desde que haja previsão 
no instrumento convocatório, acompanhada de critérios de julgamento objetivos. 
4.3.2 – Subdivisão das compras 
De acordo com o art. 15, IV, sempre que possível, as compras devem ser subdivididas em tantas parcelas 
quantas necessárias para aproveitar as peculiaridades do mercado, visando economicidade. 
Destaque-se que a divisão do objeto não pode acarretar dispensa ou inexigibilidade de licitação se não 
fossem possíveis em relação ao objeto não dividido (art. 23, §2º). Além disso, a divisão do objeto 
também não pode acarretar a alteração da modalidade da licitação exigível para o objeto como um todo. 
A divisão do objeto do contrato tem o objetivo de gerar economia para a Administração. Isto porque, 
muitas vezes, são poucos os interessados com capacidade econômica para competir por todo o objeto. 
Por outro, lado, quando se divide o objeto em partes, diversos interessados passam a estar habilitados 
para competir por uma ou algumas partes do objeto separadamente, o que implica em aumento da 
concorrência e melhoria dos preços encontrados pelo ente público. 
Com a divisão do objeto, a Administração pode optar por realizar diversos procedimentos licitatórios 
relativamente a cada umas das “partes” do objeto ou realizar a denominada “licitação por item”. 
 
Licitação por item: a Administração concentra, no mesmo certame, 
diversas “partes” do objeto que será contratado, podendo os interessados 
competirem por uma ou algumas dessas “partes”. Em verdade, segundo Rafael 
Oliveira4, várias licitações são realizadas dentro do mesmo processo 
administrativo, sendo certo que cada item será julgado de forma 
independente e comportará a comprovação dos requisitos de habilitação (ex.: 
a licitação para compra de equipamentos de informática pode ser dividida em 
vários itens, tais como microcomputador, impressora, monitor, mouse, teclado 
etc.). 
De acordo com o TCU, em entendimento firmado na sua súmula 247, a licitação por item deve ser a regra 
quando o objeto da licitação for divisível. A licitação por grupos ou lotes só deve ser utilizada quando 
demonstrada inviabilidade técnica ou econômica da licitação por itens, além da ausência de risco à 
competitividade. Pela importância, transcrevemos a citada súmula: 
TCU: Súmula nº 247: É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço 
global, nos editais das licitações para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, 
cujo objeto seja divisível, desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou 
perda de economia de escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla 
participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a execução, 
 
 
4 OLIVEIRA, Rafael Carvalho Rezende. Curso de Direito Administrativo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Método,

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