Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Farmacologia do sistema respiratório Prof. Dr. Rodrigo Fonseca Lima e Prof. Dra. Flávia Mulinari 1-2018 Centro Universitário do Distrito Federal Disciplina: Farmacologia Aplicada à Enfermagem Curso: Enfermagem Sistema respiratório O sistema respiratório tem como objetivos garantir as trocas gasosas (de oxigênio e dióxido de carbono) entre o sangue e o ar atmosférico. (HESS et al., 2002; McARDLE et al., 2007; FUNDAÇÃO VALE/UNESCO, 2013) Sistema respiratório (FUNDAÇÃO VALE/UNESCO, 2013) Tóraco-lombarCrânio-sacral R e p o us o e d ig e st ã o Luta o u fug a Sistema respiratório Tosse, sibilos, dificuldade respiratória e anormalidades nas trocas gasosas são sinais/ sintomas de problemas respiratórios e podem estar relacionados a: Alterações do tônus da musculatura lisa aérea (p. ex. asma); Congestão vascular do trato respiratório superior (p. ex. rinite alérgica); Tampão mucoso (p. ex. bronquite crônica). Sistema respiratório Tosse, sibilos, dificuldade respiratória e anormalidades nas trocas gasosas são sinais/ sintomas de problemas respiratórios e podem estar relacionados a: Alterações do tônus da musculatura lisa aérea (p. ex. asma); Congestão vascular do trato respiratório superior (p. ex. rinite alérgica); Tampão mucoso (p. ex. bronquite crônica). NÃO FARMACOLÓGICO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Sistema respiratório Tosse, sibilos, dificuldade respiratória e anormalidades nas trocas gasosas são sinais/ sintomas de problemas respiratórios e podem estar relacionados a: Controle dos fatores desencadeantes NÃO FARMACOLÓGICO TRATAMENTO -Agentes alérgenos; -Poluentes; -Cigarro; -Atividade física; -Alimentos; -Medicamentos. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISEOLOGIA, 2016) Sistema respiratório Tosse, sibilos, dificuldade respiratória e anormalidades nas trocas gasosas são sinais/ sintomas de problemas respiratórios e podem estar relacionados a: Controle dos fatores desencadeantes NÃO FARMACOLÓGICO TRATAMENTO -Medicamentos: 1. Beta bloqueadores; 2. AINEs (alergia específica em pacientes sensíveis); 3. I ECAs; 4. Opioides*. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISEOLOGIA, 2016) Sistema respiratório Tosse, sibilos, dificuldade respiratória e anormalidades nas trocas gasosas são sinais/ sintomas de problemas respiratórios e podem estar relacionados a: BRONCODILATADORES ANTIINFLAMATÓRIOS TRATAMENTO FARMACOLÓGICO AGENTES DE ALÍVIO AGENTES DE CONTROLE (O PREVENÇÃO) Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos; - Antagonistas muscarínicos; - Metilxantinas. ANTIINFLAMATÓRIOS - Corticóides; - Antidegranulantes ou estabilizadores de mastócitos; - Antagonistas de leucotrienos. (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Sistema Nervoso Autônomo Simpático: Tóraco-lombarCrânio-sacral R e p o us o e d ig e st ã o Luta o u fug a Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Sistema Nervoso Autônomo Simpático: Receptores: β1 ↑ FC e força de contração. β2 Broncodilatação e liberação de insulina. β3 Lipólise Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Sistema Nervoso Autônomo Simpático: Receptores: β1 ↑ FC e força de contração. β2 Broncodilatação e liberação de insulina. β3 Lipólise Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Sistema Nervoso Autônomo Simpático: Receptores: β2 Broncodilatação (...). Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) BETA-2 AGONISTAS DE AÇÃO CURTA Salbutamol (Aerolin®) Fenoterol (Berotec®) BETA-2 AGONISTAS DE AÇÃO PROLONGADA Salmeterol (Serevent®, Seretide®) Formoterol (Fluir®, Foradil®) Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos: USO CLÍNICO: Tratamento de manutenção e da exacerbação da asma; Profilaxia da asma induzida por exercícios; Tratamento DPOC. EFEITOS ADVERSOS: Taquiarritmias, alterações no ECG, hipopotassemia, tremor. (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Sistema Nervoso Autônomo Simpático: Receptores: β1 ↑ FC e força de contração. β2 Broncodilatação e liberação de insulina. β3 Lipólise Propranolol Atenolol Metoprolol Carvedilol Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Sistema Nervoso Autônomo Simpático: Receptores: β1 ↑ FC e força de contração. β2 Broncodilatação e liberação de insulina. β3 Lipólise Propranolol Atenolol Metoprolol Carvedilol Broncoconstricção Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Antagonistas muscarínicos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático: Tóraco-lombarCrânio-sacral R e p o us o e d ig e st ã o Luta o u fug a Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Antagonistas muscarínicos (anticolinérgicos): (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático: Receptores: Nicotínicos; Muscarínicos (M1, M2, M3 e M4): Broncoconstricção. Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Antagonistas muscarínicos (anticolinérgicos): (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) Sistema Nervoso Autônomo Parassimpático: Receptores: Nicotínicos; Muscarínicos (M1, M2, M3 e M4): Broncoconstricção. Farmacologia do sistema respiratório (GOLAN et a., 2014) R e ce p to re s m us ca rí ni co s (GOLAN et a., 2014) Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Antagonistas muscarínicos (anticolinérgicos)*: USO CLÍNICO: Tratamento de manutenção e da exacerbação da asma; Tratamento DPOC. EFEITOS ADVERSOS: Xerostomia, tosse, gosto ruim na boca, náuseas, vômitos, reações alérgicas. (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) ANTICOLINÉRGICO DE AÇÃO CURTA Ipratrópio (Atrovent®) ANTICOLINÉRGICO DE AÇÃO PROLONGADA Tiotrópio (Spiriva®) ASSOCIADOS A BETA-2 ADRENÉRGICOS BRONCODILATADORES - Beta-2 adrenérgicos; - Antagonistas muscarínicos. Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Metilxantinas: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) ALÍVIO RÁPIDO Aminofilina (Asmapen®) CONTROLE A LONGO PRAZO (PREVENTIVO) Teofilina (Talofilina®) Farmacologia do sistema respiratório BRONCODILATADORES - Metilxantinas: USO CLÍNICO: Tratamento asma. EFEITOS ADVERSOS: Arritmia cardíaca, náuseas, vômitos, irritabilidade, insônia, convulsões, encefalopatia tóxica, hiperglicemia. *Janela terapêutica estreita; **IMP (CYP3A). (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007; GOLAN et al., 2014) ALÍVIO RÁPIDO Aminofilina (Asmapen®) CONTROLE A LONGO PRAZO (PREVENTIVO) Teofilina (Talofilina®) Farmacologia do sistema respiratório ANTIINFLAMATÓRIOS - Corticóides: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) CORTICÓIDES Lipocortina Farmacologia do sistema respiratório CORTICÓIDES Farmacologia do sistema respiratório ANTIINFLAMATÓRIOS - Corticóides: (CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA, 2002; RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) CORTICÓIDES Beclometasona (Aerotid®, Clenil®), Fluticasona (Flixotide®, Plurair®), Budesonida [+ formoterol] (Symbicort turbo®, Frasec®) Inalatórios Prednisona e Prednisolona (Corticorten®, Meticorten®), Hidrocortisona (Flebocortid®, Solu-Cortef®) Sistêmicos Os corticosteróides inalatórios são os fármacos que oferecem melhor relação custo/risco/benefício para o controle da asma persistente. A terapia inalatória com corticosteróides na asma só foi possível coma introdução de agentes que reuniram máxima potência tópica e mínima biodisponibilidade sistêmica. Farmacologia do sistema respiratório ANTIINFLAMATÓRIOS - Corticóides: (CONSENSO BRASILEIRO NO MANEJO DA ASMA, 2002) Farmacologia do sistema respiratório ANTIINFLAMATÓRIOS - Corticóides: USO CLÍNICO EFEITOS ADVERSOS (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) CORTICÓIDES Beclometasona (Aerotid®, Clenil®), Fluticasona (Flixotide®, Plurair®), Budesonida [+ formoterol] (Symbicort turbo®, Frasec®) Inalatórios Prednisona e Prednisolona (Corticorten®, Meticorten®), Hidrocortisona (Flebocortid®, Solu-Cortef®) Sistêmicos Farmacologia do sistema respiratório ANTIINFLAMATÓRIOS - Antidegranulantes ou estabilizadores de mastócitos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) ANTIDEGRANULANTES Cromoglicato (inalatório – baixa absorção sistêmica) Diminui a atividade dos mastócitos, impedindo a liberação de seus mediadores inflamatórios após estímulo alergênico. Diminui também a liberação de mediadores inflamatórios de eosinófilos, neutrófilos, monócitos, macrófagos e linfócitos. Farmacologia do sistema respiratório ANTIINFLAMATÓRIOS - Antagonistas de leucotrienos: (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) ANTILEUCOTRIENOS Zafirlucast (Accolate®) Montelucaste (Singulair®) ANTILEUCOTRIENOS Farmacologia do sistema respiratório ANTIINFLAMATÓRIOS - Antagonistas de leucotrienos: USO CLÍNICO: Profilaxia e tratamento da asma. EFEITOS ADVERSOS: Cefaleia (~18%), dor abdominal, laringite, faringite, tontura, febre, rash. (RANG; DALE; RITTER; FLOWER, 2007) ANTILEUCOTRIENOS Zafirlucast (Accolate®) Montelucaste (Singulair®) Sistema respiratório -ASMA- (MINISTÉRIO DA SAÚDE – PCDT/ ASMA, 2013) Farmacologia do sistema respiratório -ASMA- (GOLAN et a., 2014) Sistema respiratório -ASMA- AGENTES DE ALÍVIO AGENTES DE CONTROLE (O PREVENÇÃO) Farmacologia do sistema respiratório -Caso clínico- Ahmad, um estudante de 14 anos de idade cursando a sexta série, tem uma longa história de rinite alérgica. Foi diagnosticado pela primeira vez com asma aos 6 anos. Ahmad joga futebol durante o recreio, mas frequentemente é obrigado a abandonar a partida, devido à dificuldade em respirar. Quando a asma foi diagnosticada pela primeira vez, o médico prescreveu teofilina, um comprimido duas vezes ao dia. Algumas vezes, ele também se auto-administra um medicamento inalado contendo epinefrina, embora, depois disso, tenha alguma dificuldade em se concentrar pelo fato de sentir-se “muito nervoso”. Em casa, Ahmad acorda muitas vezes com tosse e sensação de constrição no tórax. Os sintomas aparecem quando Ahmad fica exposto a gatos ou a fumaça de cigarro. Uma noite, sofre uma grave crise de asma, que ele não consegue controlar com o spray de epinefrina aerossolizado. Ahmad é levado à emergência do hospital local. Apresenta tosse incessante, com escarro espesso e claro. O exame do tórax é notável pela presença de sibilos expiratórios bilaterais e fase expiratória prolongada. Os exames de laboratório revelam uma contagem total de leucócitos normal (8.200 células/µL), porém com excesso de eosinófilos (9%). O médico que o atende dá a Ahmad salbutamol na forma de aerossol nebulizado. A sibilância melhora, porém Ahmad também apresenta tremor e batimentos rápidos do coração. A seguir, o médico administra uma infusão intravenosa de hidrocortisona. A cada 2 horas, Ahmad recebe salbutamol por nebulizador. No final da noite, Ahmad sente que ele voltou a respirar confortavelmente. Ao receber alta da emergência, a sua mãe recebe uma prescrição de fluticasona. Ahmad é instruído a utilizar o inalador de fluticasona duas vezes ao dia, bem como um inalador de salbutamol para substituir o spray de epinefrina. Com esses novos medicamentos, Ahmad tem menos crises de asma, embora continue acordando várias noites durante a semana com sintomas de asma. Ahmad utiliza o inalador de salbutamol várias vezes ao dia para aliviar a tosse e a sibilância. Constata que o spray de fluticasona irrita sua garganta, e ele não está levando o uso do medicamento tão a sério como deveria. Naquele mesmo ano, durante um checkup, o novo médico de Ahmad recomenda a interrupção dos comprimidos de teofilina e prescreve, em seu lugar, um inalador de combinação contendo fluticasona e salmeterol. Aconselha também Ahmad a utilizar o inalador de salbutamol quando necessário. Com esse novo esquema, Ahmad finalmente percebe que a asma está sob controle e que ele consegue jogar futebol e ter um melhor desempenho na escola. Farmacologia do sistema respiratório -Caso clínico- 1.QUAIS AS POSSÍVEIS CAUSAS DA ASMA? 2.DESCREVA TODOS OS MECANISMOS DE AÇÃO DOS MEDICAMENTOS REFERIDOS NO CASO BEM COMO SEUS USOS NO MANEJO DA ASMA. 3.PORQUE A EPINEFRINA CAUSOU ANSIEDADE? PORQUE O SALBUTAMOL CAUSOU MENOS EFEITOS? 4.PORQUE O PACIENTE TEVE IRRITAÇÃO NA GARGANTA COM O USO DA FLUTICASONA? QUAIS ORIENTAÇÕES PODEM SER DADAS PARA SE EVITAR ISSO? Obrigada! flavia.Mulinari@udf.edu.br 1-2018 Centro Universitário do Distrito Federal Disciplina: Farmacologia Aplicada à Enfermagem Curso: Enfermagem
Compartilhar