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ANALGÉSICOS OPIÓIDES Os analgésicos opióides são divididos em: naturais, semi sintéticos e sintéticos. Eles são usados para dores, de moderada à intensa, lá nos estudos sobre AIES e AINES, nós nos referimos a dor de leve à moderada. Quando a dor é de moderada a intensa, o tratamento é com analgésicos opióides, e vocês que vão trabalhar na área de bucomaxilo, vai ser preciso prescrever analgésicos opióides em muitos casos, principalmente nos pós cirúrgicos: reconstituição óssea, reconstrução facial… O pós cirúrgico ele requer analgésicos opióides. Há outras situações também, como o tratamento do câncer, por exemplo um paciente com câncer terminal ele precisa usar analgésicos opióides. Então ele é usado na dor moderada à intensa. -Aqui são alguns exemplos de analgésicos opióides naturais: Codeína, tebaína, morfina. -Os semi-sintéticos: Normorfina (alguns exemplos pessoal), oximorfina, - E os sintéticos temos: Fentanil, dolantina, tramadol... Esses são só alguns exemplos que coloquei aqui,mas tem muito mais. Eles são divididos em naturais, semi-sintéticos e sintéticos, a maior parte usada hoje é sintética.3 Posso também, associar analgésicos opióides a outros fármaco como AINES, então a gente encontra no mercado o tylex que é o paracetamol associado a codeína, essa é uma associação de um analgésico opióide com um AINES. Principalmente porque num processo de dor, existe também a síntese de prostaglandina, então a prostaglandina ela continua sendo um mediador do processo inflamatório, e não é a codeína que vai cessar a síntese de prostaglandina, é o paracetamol, então por isso que às vezes é necessário fazer essa associação. Em relação à terminologia né, quando falamos opióide a gente está se referindo à compostos relacionados ao ópio. ópio é o termo grego para suco, e de que é esse suco? O suco é de uma planta chamada papaver somniferum, o termo ópio vem do grego para o suco da papaver somniferum. A papaver somniferum é a papoula, a papoula é uma planta onde se encontra em maior quantidade no oriente médio, devido às suas formas de cultivo, plantação… Então essa papoula ela produz um látex, que é esse ópio, é um alcalóide e é capaz de produzir esses compostos naturais que você consegue produzir de forma sem-sintética e de forma sintética Neste ópio, existem os chamados peptídeos endógenos, e o que são esses peptídeos endógenos? São compostos naturais que se ligam a receptores específicos, chamados de receptores opióides. Então os peptídeos endógenos são compostos naturais que se ligam a receptores opióides. Cês já ouviram falar que dentre os opióides, dentre os compostos que nós encontramos no ópio, existe um composto que não tem ação farmacológica nenhuma, alguém poderia me dizer qual composto é esse? (dicas: ele é considerado apenas como narcótico, é uma droga de alto potencial viciante) O composto pessoal, é a heroína. A heroína ela se encaixa aqui, ela é um composto natural, é um opióide natural mas ela não possui ação farmacológica nenhuma. Esses opióides eram usados antigamente por curandeiros, principalmente para causar sonolência, alucinações, aqueles índios pajés faziam muitos rituais com esses opióides. Hoje quando a gente fala o termo opióide, a gente sempre associa a uma droga, principalmente a droga do abuso, é com muita cautela que deve ser feito o uso de um opióide. Os médicos por exemplo quando usam como sedativo em pacientes que chegam na UTI, porque às vezes o paciente está se debatendo, então o paciente quando vai pra UTI ele precisa economizar energia , porque o gasto de energia compromete a vida do paciente, então para evitar isso a gente deixa o paciente sedado é o que a gente chama de coma induzido, no coma induzido o paciente vai ser entubado, como no caso do covid que muita gente tá sendo entubada, faz uso principalmente do fentanil, o maior problema do fentanil desses sedativos aí, o maior medo dos médicos é que eles gerem uma depressão respiratória, então o paciente pode ter uma parada respiratória seguida de uma parada cardíaca e aí complica a vida do paciente. Há relatos, documentos de que o ópio foi usado 300 anos a.C. pelos árabes então sempre naquela região do Oriente Médio já havia muita papoula. Em 1806 ela foi isolada por Morpheus, foi isolada a morfina, o nome é morfina porque foi isolada por Morpheus. De 1832 à 1848 foram isoladas a codeína e a papaverina, em 1972 a naloxona, que é uma antagonista, todos esses exemplos que eu citei aqui são agonistas e o naloxona foi o primeiro antagonista opióide a ser produzido, a ser descoberto, em 1973 se estudaram os sítios de ligação com o cérebro e em 1976 essas endorfinas foram isoladas (peptídeos endógenos), então na verdade os analgésicos opióides por serem usados muitos anos antes de Cristo, o estudo de isolamento deles foi bem depois, a partir da década de 70 praticamente. Como essa dor intensa vai ser bloqueada? Eu tenho um neurônio que vai sofrer um estímulo da dor esse estímulo da dor vai passar através da fibra nervosa para a medula espinhal, lá nos estudos de AINES e AIES nós inibimos a síntese de prostaglandinas, aqui no estudo de opióides a gente vai bloquear a passagem desse estímulo para a medula espinhal, e para isso existem os receptores opióides, os principais receptores opióides são: MU, delta, kappa e se estuda o sigma (as vezes não se encontram nos livros). São receptores opióides onde esses analgésicos opióides vão se ligar, os analgésicos opióides não podem ser usados continuamente (todos os dias durante muito tempo) porque eles são analgésicos que geram alucinações, delírio e por esse motivo eles causam dependência física. Porque eles causam dependência física? principalmente porque as ligações com esses receptores são ligações fortes, gerando o quadro de alucinação e eles são basicamente considerados depressores do sistema nervoso central. Temos que saber qual a classificação dessas drogas, principalmente as drogas de abuso, porque existe uma coisa na farmacologia chamada de potencialização e incoerência, quando você associa por exemplo dois depressores do sistema nervoso central você potencializa a ação de depressão do SNC, quando você associa um depressor a um estimulante você tem uma incoerência de associação. As drogas de abuso são classificadas em depressoras do sistema nervoso central, estimulante do SNC e perturbadora do SNC. Então por exemplo o cara ta fazendo uso de rivotril que é clonazepam que é uma depressor do SNC, se ele fizer uso de analgésicos opióides ele vai potencializar uma depressão do SNC e isso pode gerar um problema grave de depressão respiratória um problema grave de perda de aspectos cognitivos até de movimentação, da parte motora então é complicado isso, por isso a gente tem que saber sempre em qual classe se encaixa a droga de abuso. Então os analgésicos opióides eles são depressores do SNC por esse motivo e por ter ligação forte aos receptores que causam a dependência física se usados continuamente. Esses receptores opióides têm sido estudados de forma exaustiva, porque não se sabe muito sobre eles, então a maioria dos fármacos quando usados em doses mais baixas têm obtido um efeito desejável, principalmente porque existe um medo desse profissional de saúde prescrever analgésicos opióides em doses mais elevadas, quando falo à doses elevadas eu me refiro a dose medida pela altura e peso do paciente, mesmo assim quando calculamos pela altura e peso esses profissionais que prescrevem opióides tem medo de prescrever a dose exata, então prescreve uma dose menor pelo medo da depressão respiratória causar uma parada cardiorespiratória. Vamos pra uma classificação mais específica aqui agora. 1º análogos da morfina - temos os agonistas como: morfina, heroína e codeína - temos as agonistas parciais como: nalorfina e levalorfan- antagonistas temos: naloxona. Vocês podem me perguntar assim “professor como vou usar antagonista de opióides?’” Normalmente os antagonistas de opióides são usados para tratamento de pacientes que são usuários já viciados em opióides. Há pacientes viciados em dolantina e fentanil por exemplo, grande parte desses viciados são profissionais de saúde, porque tem acesso fácil e acabam se viciando nesses opióides. 2º Derivados sintéticos - fenilpiperidinas (meperidina e fentanil) - metadona (metadona e dextropropoxifeno) - benzomorfano (pentazocina) - tebaína (etorfina) 3º Antagonistas - nalorfina - naloxona - naltrexona Esses daqui que são usados principalmente em tratamentos, em recuperação em pacientes que são usuários, clínicas de recuperação usam bastante os antagonistas como nalorfina, naloxona e naltrexona. Tem uma pesquisa muito legal na farmacologia que é muito legal, são com camundongos, são sobre antagonistas de drogas de abuso mas lá eles trabalham muito com cocaína e maconha, mas chegam a usar de forma comparativa esses antagonistas, pra provar que existe um bloqueio dos receptores impedindo a ação dessas drogas. Mecanismo de ação Bom todos os receptores opióides em relação ao mecanismo de ação, todos os receptores pertencem a famílias dos receptores acoplados à proteína G. A proteína G é uma proteína acoplada a membrana celular e ela é dividida em partes porque ela facilita a abertura e o fechamento, ela forma tipo um canal iônico então ela facilita isso. Eles são capazes de inibir uma enzima chamada de adenilciclase e reduzem também o AMP cíclico (segundo mensageiro na fibra pré sináptica, é o AMP cíclico que sinaliza para a mitocôndria sintetizar ATP para ativar o cálcio, para o cálcio romper as vesículas contendo os neurotransmissores, então eles são capazes de reduzir esse AMP cíclico. Outro mecanismo é que os opióides provocam abertura dos canais de potássio e bloqueiam os canais de cálcio, isso gera uma diminuição da atividade neuronal ou então aumenta quando inibe esses sistemas inibitórios, então a intenção aqui é aumentar essa atividade neuronal provoca a abertura dos canais de potássio e bloqueiam os canais de cálcio. E diminuem liberação de neurotransmissores a partir das vesículas. Nesse segundo item se reparar a ação dele de inibir adenil ciclase e reduzir AMP cíclico é a forma que ele tem de diminuir a liberação desses neurotransmissores a partir dessas vesículas, então essas são as principais ações dentro dos mecanismos de ação. agora olha que interessante, ainda dentro dos mecanismos de ação. O receptor MU quando o analgésico opióide se liga ao receptor MU gera analgesia, depressão respiratória, alucinações e bradicardia. Quando o opióide se liga ao receptor KAPPA, vai gerar analgesia, pouca depressão respiratória e nenhuma alucinação. Alguns pesquisadores ainda dizem que o DELTA não é um receptor opióide, mas outros dizem que sim e fica essa controvérsia. (a voz do professor ficou toda travada, não dá pra entender nada). Quando se liga ao delta, causa analgesia. E quando se liga ao receptor SIGMA, causa alucinações. Esses receptores opióides aí alguns autores remetem o processo de alucinação ao receptor MU, e esse receptor também gera alucinação, tem autores que falam do KAPPA, mas hoje já se sabe que o responsável principal pelas alucinações é o receptor SIGMA e a dependência física causada pelos opióides está direcionado ao receptor sigma principalmente pelo fator da alcinação. A dependência física na verdade é fisiológica, a pessoa que usa o analgésico opióide e fica dependente ele fica dependente fisiologicamente significa dizer que se ele parar o uso de forma bruta ele vai sofrer abstinência porque toda fisiologia do organismo dele está dependente daquela droga, ou seja não adianta tentar regular as funções fisiológicas naturalmente, você não vai conseguir. Como por exemplo abertura e fechamento de esfíncter fica comprometido, peristaltismo fica comprometido, alguns processos de filtração glomerular, então muita coisa muda em relação a retirada da droga, é como se a droga fizesse parte de todos os mecanismos de ação das reações bioquímicas que ocorre no organismo, por isso é chamado de dependência física. É diferente da dependência química que envolve um sistema neuroquímico que é um sistema de neurotransmissores e receptores, quando a gente fala do mecanismo de intoxicação da cocaína, a cocaína fecha a janela de recaptação de neurotransmissores, inibe a monoaminoxidase, e inibe a ponte de catecol, então você tá trabalhando com um mecanismo de intoxicação voltado para dependência química, já na física, mexe com o sistema fisiológico, então quando o paciente faz uso contínuo dos analgésicos opióides ele vai sofrer dependência física e o início dela se dá principalmente quando ocorre os efeitos de alucinação gerado pelo receptor SIGMA, porque que são sensações muito agradáveis, muita gente já fez uso de analgésico opióide e não sabe, por exemplo paciente submetidos à anestesia rackia, que é anestesia peridural, a depender da dose da anestesia ele tem queda da temperatura do corpo e pra aumentar essa temperatura vai ser administrado analgésico opióide (normalmente é a dolantina) porque ela é capaz de elevar a temperatura, no momento que ele administra a dolantina (não vai ser de uso contínuo, vai ser só naquele momento) a temperatura se eleva mas ela se liga a receptores como o SIGMA e o paciente tem alucinações, sensação de estar flutuando, então essa sensação agradável que gera a dependência física é como se fosse um estímulo pra pessoa ficar dependente dessa droga. Vamos para as ações farmacológicas Nós temos ação de euforia, essa ação ela vai ser traduzida como uma sensação poderosa de bem estar e contentamento e vai depender da situação do paciente, ela pode ser mediada pelos receptores MU e SIGMA. Temos o contrário de euforia, que é a disforia, nesse caso ela vai ser mediada pelo receptor KAPPA. OBS: os únicos analgésicos opióides que não geram esses tipos de efeito é a codeína e o tramadol. Porque a codeína e o tramadol não geram esse efeitos (principalmente o tramadol)? Pois não possuem muita afinidade pelo receptor SIGMA. Uma coisa importante: em função disso, dificilmente o tramadol causa dependência física, ele pode ser usado mais vezes, não de forma contínua mas pode ser usado mais vezes. por exemplo, se for usada a dolantina, em 3, 4 dias já tem uma capacidade de causar uma dependência física, já o tramadol pode ser usado por uma, duas ou três semanas, como ele não tem afinidade pelo receptor sigma ele não tem capacidade de causar dependência física, é muito difícil. O tramadol é o mais novo sintético e é bastante utilizado, não como sedativo mas de maneira analgésica mesmo. Depressão respiratória: está ligada diretamente ao receptor MU. Toda vez que o paciente tiver depressão respiratória, parada respiratória seguida de parada cardíaca, sempre essa depressão vai estar ligada ao receptor MU, a gente sabe que o KAPPA também pode gerar depressão respiratória mas é o receptor MU que tem o maior potencial de causar depressão respiratória. OBS (importante saber): As doses terapêuticas diminuem a sensibilidade do ritmo cardíaco,... isso eleva a concentração de CO2 na corrente sanguínea. A gente mede o nível de oxigênio e CO2 no sangue através de um exame chamado gasometria, todas as UTI’s e CTI’s possuem o aparelho de gasometria para medir a quantidade dos gases no sangue arterial. Então quando ocorrer depressão respiratória vai elevar a concentração de CO2 e diminuir a concentração de oxigênio no sangue arterial. Depressão do reflexo da tosse Vocês já ouviram falar a expressão “esse medicamento age no centro da tosse”? todo medicamento que age no centro da tosse quer dizerque ocorre uma inibição a nível de sistema nervoso central, ou seja quem é responsável por esse efeito de deprimir o reflexo da tosse é a codeína. A codeína substitui o grupo fenólico no centro da tosse. A codeína é mais usada na forma de xarope do que na de comprimido, apesar de encontrar associado ao paracetamol (tylex) excelente analgésico, mas a gente encontra muito a codeína na forma de xarope, porque tem aquele paciente que tem a tosse insistente que ja tentou tratar com expectorante, com corticóide e não cessou aquela tosse aío ele parte pra codeína, porque a codeína tem capacidade de agir no centro da tosse, ela gera a depressão do reflexo da tosse, a pessoa relaxa e para de tossir. No Brasil os opióides são vendidos sob um controle especial, uma receita especial para entorpecentes (receita amarela) são considerados entorpecentes porque eles causam torpor que é o princípio da alucinação. Então a codeína é vendida sobre controle especial da ANVISA portaria 344, não é liberado de qualquer forma, mas em alguns países da Europa são vendidos naturalmente, principalmente a codeína. No Brasil já foi liberada a venda mas tinha muita gente tomando doses elevadas de xarope de codeína para ter sensação de alucinação, então algumas pessoas estavam fazendo isso na década de 70, 80 e aí o ministério da saúde teve que regular a venda de opióides. Náusea e vômito ocorrem em cerca de 40% dos pacientes usuários. Outro efeito é a constrição pupilar (miose), esses efeitos são voltados principalmente para receptores MU e KAPPA pois estimulam o núcleo ocular motor. E aí vem a parte chatinha que é relacionada ao trato gastrointestinal. Os opióides aumentam o tônus e diminui a motilidade intestinal, isso gera constipação, prisão de ventre aumenta pressão sobre o trato biliar e essas ações são em relação aos receptores MU e KAPPA. Uma ação que não foi esperada pelos pesquisadores e estudantes da farmacologia foi a liberação de histamina nos mastócitos, que gerou um processo de hipersensibilidade, alergia, isso não era esperado e foi descoberto a pouco tempo, e aí gerou o efeito de prurido, broncoconstrição (pacientes asmáticos têm restrições para uso de medicamentos opióides principalmente porque pode gerar prurido e broncoconstrição), esses foram efeitos não esperados e são relacionados a estudos mais novos. E por último aqui a hipotensão, já foi provado que analgésicos podem gerar queda da pressão arterial sistêmica, isso é comum acontecer. Vamos falar agora sobre a tolerância, a tolerância se desenvolve rapidamente, entre 12 a 24h. O que é a tolerância? é quando você tem um efeito esperado com uma dose X, quando você usa a mesma dose X no dia seguinte ela não te leva aquele efeito esperado, então você acaba usando 2X a dose, e vai aumentando a dose até seu organismo entrar em colapso, então é comum isso acontecer usando opióides, vai desenvolver tolerância e o paciente querer ir aumentando a dose até entrar em colapso, e esse colapso é chamado de overdose. Isso aí gera euforia, depressão respiratória, miose, constipação, redução do AMP cíclico e redução da secreção de neurotransmissores e aí pode ocorrer diminuição da fosforilação e consequentemente você vai ter diminuição dos efeitos da cadeia respiratória ou seja diminuição da produção de ATP, isso gera um problema sério a nível de reações bioquímicas. Com relação à dependência os receptores principais são o MU e o SIGMA mas eu destaco o SIGMA e está relacionado principalmente a efeitos de euforia, e atua diretamente no sistema mesolímbico do dopaminérgico. Vai ver ali uma ação muito grande de dopamina se ligando à receptores dopaminérgicos. Terminando essa parte vem a síndrome de abstinência Essa síndrome é quando o paciente não faz o desmame do medicamento. O paciente está fazendo o uso do analgésico opióide e pá, para com o uso de forma bruta, como ele gera dependência física o organismo começa funcionar de forma errada principalmente a parte fisiológica e aí compromete todo o sistema fisiológico do organismo, então o ideal é que se faça o desmame do medicamento, tem que ir diminuindo as doses, passar o tempo de posologia até retirar totalmente a droga, mesmo assim é ideal que se use depois disso os antagonistas de opióides como naloxona, naltrexona, pode se usar os antagonistas opióides para evitar algum resíduo de opióide se ligando aos receptores opióides causando esses efeitos e podendo causar essa síndrome de abstinência. Farmacocinética dos opióides Bom, em relação a absorção no uso oral, a codeína ela tem uma absorção melhor que a morfina, por isso raramente você vai encontrar morfina via oral, a morfina é mais na forma injetável, pois foi descoberto experimentalmente que a morfina tem uma absorção oral irregular. Absorção oral da codeína é melhor que a absorção da morfina. A meia vida é de 3 a 6h. Maioria dos metabólitos são glicuronatos ou seja, passam pelo citocromo p450 e se conjugam a ácido glicurônico, o nível de depressão respiratória pode ser aumentada em pacientes neonatos, porque eles têm dificuldade no metabolismo, é difícil a hidro solubilização do fármaco em pacientes neonatos, não é prudente se administrar analgésicos opióides em pacientes neonatos principalmente porque aumentam esse risco de depressão respiratória, então esse é só um trecho dos efeitos farmacocinéticos. Agora vamos falar dos fármacos propriamente ditos. Principais opióides; 1) diacetilmorfina: é a heroína, que não é considerada um fármaco, é apenas uma droga. A heroína é obtida porque quando se extrai o ópio primeiro vai extrair a morfina em sua forma natural, então para obter a heroína primeiro extrai o ópio, extrai a morfina e a heroína é obtida a partir da morfina,... é mais lipossolúvel, e isso gera maior dependência. A heroína é extraída da morfina. 2) Codeína: obtida da morfina,... tem uma absorção muito boa, principalmente pela via oral , baixa potência analgésica e agem no centro da tosse. Outra coisa importante da codeína é que ela não induz a euforia. 3) Dextropropoxifeno: É um análogo da codeína, porém tem duração longa, então ele tem os mesmos efeitos da codeína só que a duração dos efeitos é maior, com relação a dependência ainda é discutido se esse fármaco gera dependência física ou não. 4) Meperidina: É um análogo da morfina porém não causa sedação, é mais analgesia do que sedação. 5) Fentanil: Esse é bastante usado para indução do coma. Ele é derivado da fenilpiperidina, tem ação similar à da morfina mas de curta duração. - Quando eu digo que o opióide têm curta duração não significa que você vai administrar o opióide e o efeito passa rápido e vai ser só isso, não é assim. Por exemplo o fentanil ele é uma droga bastante usada na sedação de pacientes que vão ser entubados, sofreu coma induzido, só que esses medicamentos têm que ser administrados constantemente nesses pacientes, são doses contínuas do fentanil, não vai ser uma dose só e ele entra em coma, vai ser administrado de dose em dose até que o paciente fique sedado. Então por isso a dose deve ser administrada mais vezes em função dessa curta duração dela. 6) Etorfina: também é um análogo da morfina, mas a etorfina é muito difícil de ser usada em humanos, é mais usado para dopar, sedar grandes animais, é mais para uso veterinário. Sabe aqueles dardos usados para sedar um felino, um elefante, vai ser usada a etorfina porque ela tem um potencial mil vezes maior que a morfina. 7) Metadona: Semelhante à morfina mas com efeito sedativo menor. 8) Pentazocina: É uma mistura de efeitos agonistas com antagonistas, então se usar em baixas doses a potência vai ser bem parecida com a da morfina, se usar em altas doses acaba antagonizando os efeitos. Agora a gente vai ver os antagonistas Antagonistas: 1) Nalorfina: tem estrutura parecidacom a da morfina e ela antagoniza MU e parcialmente DELTA. Alguns autores consideram também esse antagonismo parcial do KAPPA. A nalorfina causa depressão respiratória, e analgesia. 2) Naloxona: Considerada antagonista pura de MU e KAPPA. Uma coisa importante da naloxona é que ela reverte o efeito de depressão respiratória causada pelos opióides. 3) Naltrexona: É similar a naloxona, mas tem uma duração mais longa, tem capacidade de neutralizar os efeitos desses opióides. Agora vou dar um destaque aqui para o Tramadol (é agonista, não antagonista), que é o que vocês vão usar mais. Tramadol: É um metabólito da trazodona, ele é um agonista fraco para receptores MU e tem pouca afinidade por SIGMA. O analgésico opióide que mais vai ser usado para buco-maxilo hoje em dia é o tramadol sem sombra de dúvidas, antigamente se usava muito a dolantina mas o paciente ficava viciado, causava dependência física era o maior transtorno, hoje é o tramadol, então paciente sofreu acidente buco-maxilar cês vão operar e prescrever tramadol, pode prescrever o tylex pra ele usar em casa sem problema também. Então pode usar a princípio o tramadol no hospital e depois prescrever o tylex para uso doméstico no pós cirúrgico. Então o que vocês devem memorizar aqui que é o principal da aula de analgésicos opióides é que eles são depressores do SNC, podem causar dependência física, geram tolerância que acaba gerando a síndrome de abstinência, são divididos em naturais, semi-sintéticos e sintéticos, são usados como sedativos na indução do coma, os principais receptores são: MU, KAPPA, DELTA e SIGMA. Relacionados à efeitos de alucinação está diretamente ligado ao MU e ao SIGMA, principalmente o SIGMA. E o efeito de depressão respiratória, que é o efeito mais temido da área, principalmente quem vai fazer sedação para induzir o come, porque a maioria desses opióides gera depressão respiratória que pode seguir de parada cardíaca. Dentre esses opióides eu destaco para a área da odontologia o tramadol e a codeína, o tramadol vai ser administrado principalmente para vocês que trabalharem com a parte de buco-maxilo, vocês vão prescrever, vão administrar nos pacientes que forem submetidos à cirurgia buco-maxilar o tramadol como analgésico opióide e a codeína associada ao paracetamol para uso doméstico, que vai ser usado em casa para recuperação no pós cirúrgico. ANTIPSICÓTICOS Os antipsicóticos são fármacos usados principalmente para transtornos de psicoses, eu vou tratar de um tipo de psicose aqui que é mais comum no nosso meio que é a esquizofrenia. Essas psicoses normalmente ocorrem devido à alta atividade dopaminérgica, essa alta atividade gera esse efeito de psicose. Os antipsicóticos também são chamados de neurolépticos, então se eu sei que essas psicoses são geradas por efeitos dopaminérgicos, aumento dos efeitos dopaminérgicos obviamente eu tenho que raciocinar que os antipsicóticos vão bloquear ação dopaminérgica desse paciente, então os antipsicóticos são antagonistas, eles bloqueiam os receptores de dopamina porque é a dopamina que causa esse efeito de psicose. Em se tratando de esquizofrenia como que vai ocorrer o tratamento com esses antipsicóticos? primeiro temos que pensar o que é esquizofrenia, a esquizofrenia: esquizo significa divisão cerebral, esquizofrenia está relacionado à divisão cerebral, de um lado o cérebro raciocina o que é real e do outro o cérebro raciocina com efeitos ilusórios, acontece que o paciente com esquizofrenia ele não sabe discernir o que é ilusão e o que é real, e isso que o deixa confuso, irritado. Então esse paciente que tem esse tipo de ilusão associada a realidade ele costuma ouvir vozes, ele costuma ter mania de perseguição, achar que alguém entrou na casa dele, alguém mexeu nas coisas dele, alguns conseguem visualizar pessoas que não existem então, as vezes eu tenho joãozinho, luizinho, mariazinha e ele enxerga também um gabrielzinho, então ele consegue enxergar o lado real e o que é ilusão mas ele fica confuso, porque as pessoas que não tem esquizofrenia enxergaram apenas 3 pessoas e não enxergaram os outros dois, e então toda vez que ele vê pessoas ele fica na dúvida se elas são reais ou ilusão da cabeça dele, é isso que vai deixar o esquizofrênico transtornado, e essa ilusão é gerada por excesso de atividade dopaminérgica no cérebro dele, no SNC dele. Então os antipsicóticos vão bloquear os efeitos dopaminérgicos e vão diminuir esse efeito de ilusão. E aí vocês podem estar se perguntando assim “o que eu tenho haver, sou estudante de odontologia e porque tenho que saber sobre antipsicóticos?”. Não se esqueçam que vocês podem atender em centro de atendimentos psicossociais (CAPS), prefeituras que tem o SUS descentralizado, a gestão plena do SUS, eles trabalham com centros de atenção de psicossocial e a equipe deste centro contêm médico, enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, farmacêutico, odontologista, então esses pacientes que vão ser atendidos nos CAPS eles fazem uso de antipsicóticos e por isso vocês tem que conhecer os antipsicóticos, não que vocês vão prescrevê-los mas tem que ter conhecimento sobre as reações deles. Quem prescreve é o psiquiatra mas os dentistas precisam saber dos efeitos desse medicamento. Além de também receberem pacientes psicóticos, trabalhando em consultórios privados e também recebem pacientes psicóticos lá. Então esse paciente com esquizofrenia eu vou classificar em 3 graus, porque já foi dissociado o quarto grau e eu vou explicar porque. grau I: é o paciente que não é agressivo nem violento, nesse caso de grau um a doença é chamada de esquizopatia. É um paciente tranquilo que vive em sociedade, consegue laborar mas ele é um paciente que não tem esse aspecto agressivo mas ele tem todos os sintomas de um esquizofrênico como ilusão, ele ouve vozes, tem sensação de perseguição, ele tem toda a psicose da esquizofrenia. Uma coisa importante que temos que saber é que a esquizofrenia é uma doença sem cura, e ela surge normalmente no final da adolescência para homens e início da fase adulta para as mulheres. grau II: É um paciente agressivo mas não é violento, “como que é agressivo e não é violento?” normalmente ele é um cara explosivo que derruba cadeira, vira mesa mas ele não parte pra cima de ninguém com violência,não vai bater. grau III: É um paciente agressivo e violento. Todos eles aqui precisam fazer uso de antipsicóticos, é diferente da depressão, lembram lá quando eu falei dos antidepressivos? que o uso dos antidepressivos a depressão menor não precisa de medicamento, pois é aqui não tem isso, todos os graus eles precisam fazer o uso de antipsicóticos a diferença entre eles é o comportamento, mas todos ouvem vozes, vê pessoas que não existem, todos eles tem um processo de ilusão, então todos eles precisam diminuir a atividade dopaminérgica com antipsicóticos. PERGUNTA DE ALUNO: um esquizofrênico pode elevar o grau? por exemplo o grau I subir para grau II ou III, ou ele vai permanecer sempre no grau I? RESPOSTA: É muito difícil ele evoluir, isso vai ocorrer só se acontecer um trauma muito forte, ele vai ficar sempre no mesmo grau, e não existe ele involuir também, sair do grau II pro grau I ele vai sempre permanecer no grau que for diagnosticado. O grau I pode até evoluir pro grau II , mas só se houver um trauma muito forte. Então não existe essa coisa de “ah esse menino desde criança deu problema, por isso desenvolveu esquizofrenia” não tem nada haver, a esquizofrenia só aparece no final da adolescência e início da fase adulta, não tem nada haver com a infância, claro que pode ter haver com a infância se tiver algum trauma dele ter como se fosse um “start” para iniciar a esquizofrenia,mas por ele ser um menino malvado, travesso isso não tem nada haver com a esquizofrenia que vai surgir nafase adulta, e outra coisa não existe a esquizofrenia “ah o cara tem 35, 40 anos de idade e passou a ser esquizofrênico” isso também não existe, a esquizofrenia ela só surge no final da adolescência e início da fase adulta. Já existem estudos para tentar a cura da esquizofrenia com uso de canabidiol (extraído da cannabis sativa, a maconha), mas está em estudo ainda, a princípio o canabidiol é usado apenas como anticonvulsivante mas tem estudos para cura do alzheimer e cura da esquizofrenia a partir do canabidiol ,já tem pesquisas bem avançadas em relação a isso e vai ser um avanço muito grande principalmente com a esquizofrenia. Então vamos para alguns tratamentos aqui Temos a possibilidade de usar um antipsicótico, vou citar 3 mais prescritos na rede pública, que são clorpromazina, haloperidol e a risperidona. Todos esses antipsicóticos tanto esses 3 que citei quanto os outros, eles causam efeitos colaterais clássicos, alguns autores consideram como efeitos adversos mesmo. Porque clássicos? Porque eles são típicos desse medicamento, não ocorre em outro tipo de medicamento, são típicos de antipsicóticos. E quais são esses efeitos colaterais clássicos? 1) síndrome extrapiramidal: É bem parecido com o catatonismo, com uma diferença, o paciente caminha, fala, mas ele anda como se fosse um robô com os braços rígidos, o rosto rígido, músculos do pescoço rígidos. 2) catatonismo: é quando o paciente faz uso desse medicamentos e trava, ele não mexe nenhum membro, ele fixa o olhar e trava, não sai do lugar fica como se fosse uma estátua, não fala nada, não reage fica estático, parado sem se mover. Com o passar do tempo ele sai desse catatonismo, mas enquanto o medicamento é metabolizado ele fica no catatonismo mas quando o medicamento começa ser eliminado ele sai do catatonismo. 3) marcha contínua: É o paciente que fica parado marchando, ele movimenta as pernas como se estivesse marchando. não é que ele queira não, o paciente ele se irrita com isso, mas esse é um dos efeitos colaterais clássicos dos antipsicóticos. 4) movimento involuntário dos músculos da face: Esse é o mais comum, a pessoa fica piscando olho, movimenta a boca como se fosse um tique nervoso, mas isso é causado pelo antipsicótico Esses são os 4 efeitos colaterais clássicos causados pelo uso de antipsicóticos. Para evitar esses efeitos colaterais clássicos existe um antídoto. Então o paciente que faz o uso de antipsicóticos ele deve usar esse antídoto para evitar esses efeitos colaterais clássicos, não vou dizer que evita totalmente dificilmente vai evitar 100% mas vai diminuir bastante esses efeitos, e aí posso associar ao antídoto que é o biperideno, qualquer um (clorpromazina, haloperidol e risperidona) devem ser associados ao biperideno. Esses medicamentos têm várias concentrações, tem biperideno de 1mg, 2mg, 4mg, isso depende do grau de esquizofrenia do paciente. Aí eu tenho que analisar qual o grau do paciente e porque eu preciso analisar isso? Porque agora depois dessa associação aqui, eu preciso ver qual outra associação eu posso fazer, então por exemplo: um paciente de grau I ele pode muito bem usar uma risperidona de 1mg ou um biperideno, ele não precisa usar mais nada, pode conviver tranquilamente com esse tratamento aqui. Eu posso associar como por exemplo a um estabilizador do humor, porque normalmente um paciente que é esquizofrênico ele tem um humor desestabilizado, fica irritado, troca o dia pela noite por causa do efeito de sonolência que o antipsicótico causa, então para evitar esse tipo de comportamento eu posso associar a uma carbamazepina que é um estabilizador de humor. Eu to falando da risperidona porque desses 3 aqui ela é a que tem melhor resposta terapêutica. Mas digamos que esse paciente, mesmo que seja de grau I ele desenvolva uma hipersensibilidade à esses medicamentos, porque é comum o paciente desenvolver uma alergia a esses medicamentos antipsicóticos, já vi muito paciente surtando por hipersensibilidade, aí eu posso associar a um anti-histamínico, “ah professor então o anti-histamínico é um antipsicótico?” Não até agora os 3 antipsicóticos que citei aqui e o antídoto são da parte de antipsicóticos. Agora eu posso entrar com um anti-histamínico pra qualquer um desses medicamentos, como por exemplo a prometazina, que bloqueia receptores H1, outra coisa, agora eu vou sair do grau I, até aqui eu posso administrar pro grau I. E se o paciente for agressivo? O que eu devo fazer? e se o paciente for agressivo e violento? eu tenho que conter as atitudes desse paciente, então nesse caso aqui eu já vou partir pra uma associação mais severa e aí vou entrar com um diazepam, aí eu tô entrando com um ansiolítico, um benzodiazepínico porque preciso conter esse paciente, a depender dele se ele for grau III por exemplo eu aumento a dosagem desses antipsicóticos aqui e do diazepam, eu administro aí um diazepam de 40mg nele para manter ele dormindo, ele vai ficar mais tempo dormindo do que acordado, infelizmente é assim, é triste quando uma família tem um paciente de grau II ou III porque é um tormento pra família, então a família vai ter que administrar uma dose maior de diazepam, para ele ficar mais tempo dormindo que acordado, ele vai acordar para fazer suas necessidades fisiológicas, se alimentar mas você precisa manter esse paciente sempre dopado com o benzodiazepínico, a prometazina por ser um anti-histamínico ela também causa essa sonolência, então tem efeitos de sonolência tanto pelos antipsicóticos, como pela prometazina que é um anti-histamínico como pelo próprio diazepam que é um ansiolítico, então nesses casos aí (grau II e III) é necessário se usar o diazepam. Porque que eu não coloquei o grau IV? antes eu falava muito do grau IV, esse grau é o psicopata, na verdade era o psicopata mas a associação brasileira de psiquiatria desconsidera o psicopata como um esquizofrênico de grau IV ele é um psicótico mas não chega a ser considerado um esquizofrênico, ele tem uma psicose mas é uma psicose a parte, então o psicopata, quando a gente associa ao nome psicopata a gente sempre tá pensando em um serial killer ou estuprador, e o psicopata nem sempre é um estuprador ou serial killer, ele pode ser considerado por exemplo um estelionatário. Ele tem uma doença que ele gosta de se passar por outras pessoas, então nesse caso ele também é um psicopata, mas hoje ele não é considerado um esquizofrênico que grau IV ele é uma psicose a parte e, inclusive a mudança disso aí foi estabelecida pelos órgãos policiais porque as leis antes preconizava que ele deveria ir para um presídio psiquiátrico, e hoje ele já entra em um hall de criminoso comum, eu pessoalmente não concordo muito, ele deveria ter um tratamento diferenciado. Vocês acreditam que os esquizofrênicos podem sofrer de depressão? existe essa possibilidade de uma pessoa esquizofrênica sofrer de depressão? Esquizofrênico é uma pessoa comum como outra qualquer pessoal, então elas possuem também essa possibilidade de sofrer de depressão, e muitas delas sofrem de depressão principalmente por serem pessoas rejeitadas, se um paciente psicótico, um paciente com esquizofrenia sofrer de depressão, a hora que ele tem a (a voz dele trava e ele volta falando outra coisa) alta atividade dopaminérgica, eu estou fazendo uso de antipsicótico para bloquear receptores D2 (receptores dopaminérgicos) então eles são antagonistas, e aí o paciente sofre de depressão , e o que é depressão? diminuição dos níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina, mas ele ta tendo alta atividade dopaminérgica e entrou em depressão. Qual o antidepressivo ideal para um paciente com esquizofrenia? tenho lá os antidepressivos tricíclicos, os inibidores da monoaminoxidase, os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina,os atípicos, qual desses aí é específico para tratamento da depressão em pacientes esquizofrênicos? Vamos por eliminação, os inibidores da monoaminoxidase vão inibir a MAO e consequentemente eu vou ter secreção de neurotransmissores a vontade, mas vou ter também secreção de dopamina, então não posso aumentar minha atividade dopaminérgica, se eu já to com problema de esquizofrenia por ter alta atividade dopaminérgica eu não posso facilitar esse aumento da atividade dopaminérgica, então inibidor da MAO pula fora. Os atípicos: sei que eles funcionam com mecanismos de ação diferentes a depender do organismo, então não posso arriscar num esquizofrênico o atípico, então ele também pula fora. Sobrou quem? sobrou os inibidores seletivos da recaptação de serotonina, antidepressivos tricíclicos e os inibidores da recaptação de noradrenalina e dopamina. Eu sei que os antidepressivos tricíclicos eles inibem a recaptação de serotonina e noradrenalina, então a dopamina é recaptada e degradada, eu sei que inibidores seletivos da recaptação de serotonina inibe a recaptação apenas de serotonina, todos os outros são recaptados e degradados, aí fica entre esses dois. Muita gente erra em provas de concurso e coloca ISRS só que inibidores seletivos da recaptação de serotonina como paroxetina, fluoxetina, sertralina, eles são usados apenas para depressão compulsiva, toda depressão relacionada a quadros psicóticos você prescreve antidepressivos tricíclicos como, nortriptilina, amitriptilina, não se usa ISRS para depressão com casos psicóticos, então aprendam isso porque cai em concursos públicos e muita gente marca ISRS. toda vez que o paciente tem quadros psicóticos com depressão o antidepressivo prescritos serão os tricíclicos porque só eles tratam depressão com quadros psicóticos. O tratamento da esquizofrenia ele é realizado com esses medicamentos antipsicóticos, esses medicamentos antipsicóticos eles não são considerados de uso contínuo, de uso cotidiano, eles não são de uso contínuo como alguns outros medicamentos, e por ele fazer parte de um quadro de medicamentos que são exclusivamente para pacientes com psicoses esses pacientes vão passar usar continuamente porque vai ser preciso, e eles vão sofrer de efeitos colaterais que incomodam bastante. A gente tem antipsicóticos de primeira, segunda e terceira gerações, os de terceira geração eles têm efeitos colaterais mais brandos, em relação às outras gerações, então a gente faz o tratamento com antipsicóticos num paciente, esses antipsicóticos de primeira e segunda geração que tem os efeitos mais graves aí aparece bastante o quadro de marcha contínua, síndrome extrapiramidal, movimentos involuntários da face, catatonia, é mais comum de acontecer. Para que exista uma prescrição desses antipsicótico, não existe uma hierarquização exata para o paciente, o médico normalmente prescreve e vai adaptando para o melhor fármaco, quando a gente vai elencando esses fármacos antipsicóticos os mais preferíveis a princípio são os de segunda geração, depois passa-se para os de terceira geração, que são os mais novos, porque os de terceira geração não tem os efeitos tão desejáveis assim, os efeitos terapêuticos são mais fracos, mas pensa-se muito em relação aos efeitos colaterais. Vou colocar aqui só um classificação desses medicamentos. Antipsicóticos típicos de primeira geração: - clorpromazina - haloperidol - tioridazina Agora os antipsicóticos atípicos da segunda geração: - clozapina - olanzapina - risperidona - quetiapina - ziprasidona São os medicamentos mais usados hoje, existem os de terceira geração mas é aquilo que eu falei estão em fase de teste, o efeito terapêutico não é tão adequado então os médicos não costumam prescrever os de terceira geração. Existe uma particularidade relacionada a cada medicamento pessoa, então eles podem causar mais de um efeito adverso do que outro, a depender também do paciente porque tem pacientes que são mais sensíveis que outros Agora olha só, quando a pessoa faz uso de antipsicóticos tem uma coisa que no tratamento da esquizofrenia principalmente os efeitos de alucinações eles são banidos durante o tratamento, porém existem efeitos paralelos a isso daí que vai degradando a memória do paciente, aspectos cognitivos da pessoa, atividade do SNC relacionada principalmente ao QI da pessoa, então esses medicamentos antipsicóticos eles deterioram aspectos cognitivos da pessoa com o tempo. Efeitos ao longo do tempo: Diminuem aspectos cognitivos, diminuem a memória, baixa o QI do paciente. Então isso aqui é típico de quem faz uso contínuo do antipsicótico, e quem tá acompanhando o tratamento tem que estar ciente disso aqui, isso vai acontecer, você tem uma melhora do paciente em relação à atividade dopaminérgica mas piora outros aspectos relacionados aos aspectos cognitivos, QI e memória, então o paciente passa para um desenvolvimento de memória muito ruim, começa a ter muitos esquecimentos do que ele aprendeu na adolescência por exemplo, tudo que ele assimilou dos estudos dele na adolescência ele passa a não ter mais essa compreensão dos estudos. O QI dele diminui então ele estabiliza em uma idade, como se ele tivesse 50 anos de idade e tivesse parado no tempo como se tivesse 14, vai ter atitudes infantis, isso é comum do uso contínuo dos antipsicóticos. É legal se um dia vocês tiverem a oportunidade de visitar o centro de atendimento psicossocial de Ilhéus, tem em Itabuna também. O centro é interessante porque diminuiu, ou exterminou praticamente os manicômios no Brasil, é uma lei que surgiu a partir do SUS na nova constituição de 1988 onde não se existia, o SUS preconizou o extermínio de manicômios, hospícios e passou a implantar centro de atendimentos psicossocial para o paciente passar o dia e depois ir pra casa, ele não fica internado, e lá tem vários tipos de pacientes, alguns só vão lá pra passar no atendimento médico e vai embora, alguns passam apenas a manhã ou apenas a tarde, e tem alguns que passam o dia todo nesse tratamento, ele fica muito tempo lá. Então o paciente que frequenta o centro de atendimento psicossocial ele tem todo o respaldo de psicólogo, assistente social, médico, enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, farmacêutico vai estar lá presente para dispensar algum medicamento, tem a parte de lazer, de terapias em grupo, apresentação de palestras, filmes, o paciente lá tem todo esse suporte para passar o dia lá se ocupando, isso é legal porque o paciente começa desenvolver algumas atividades dele que a princípio estava apenas de forma intrínseca e a outra coisa boa é que ele tem uma convivência né, porque às vezes quando o paciente é esquizofrênico ele é discriminado e perde a convivência. Alguns pacientes desses que frequentam o CAPS podem surtar ou por hipersensibilidade ao medicamento ou por superdosagem ou por falta do medicamento, e ele pode gerar também o efeito rebote se ele parar o uso do medicamento, e o efeito rebote do antipsicótico é terrível, mesmo se ele voltar a usar o medicamento ele vai ter dificuldade de atingir o efeito terapêutico. Então o paciente está administrando continuamente o antipsicótico e resolve parar (muitas vezes isso acontece porque o paciente fica de saco cheio de usar e acha que está curado), ele parando o uso do medicamento este medicamento vai demorar pra fazer efeito terapêutico novamente, vai levar de 1 a 2 meses pra voltar a bloquear receptores H2, então ele vai ficar usando o medicamento e tem todos os efeitos de alucinação, ilusão, achando que tem gente perseguindo, que tem pessoas do lado dele e elas não existem, isso é chamado de efeito rebote, então é importante que se faça uma avaliação desse paciente em relação à dosagem do medicamento para que ele não surte, e é comum você ver no CAPS o paciente surtando porque não sou adequadamente,ou teve efeito de hipersensibilidade ou também faltou o medicamento, isso acontece muitas vezes na rede pública. Acontece muito do paciente fazer o uso do antipsicótico e do antídoto que é o biperideno, aí ele precisa usar clorpromazina mas esse medicamento está em falta, aí o paciente vai usando sem o anti histamínico e aí gera um problema sério que é a hipersensibilidade que pode levar à um surto desse paciente. Existem alguns efeitos ao longo do tempo como esses aí que eu coloquei e tem outros efeitos também mas não são tão graves mas acontecem como por exemplo o aumento do colesterol e triglicérides, com isso pode gerar aumento de pressão arterial, isso é comum de acontecer, o paciente ganha peso, então os médicos psiquiatras aconselham que esse paciente pratique atividade física, que ele tenha uma dieta regrada, e aí já vai ter mais um problema além da esquizofrenia. PERGUNTAS DA AULA Resposta: Esse paciente estava usando apenas risperidona associada ao biperideno, ele não estava usando nenhum anti-histamínico, então nos casos de surto ele vai ser contido com a prometazina, e aí vai se administrar prometazina injetável, para diminuir a hipersensibilidade dele e ele parar de surtar, e depois desse tratamento imediato, dessa contenção com a prometazina ele vai fazer uso de prometazina na forma de comprimido de forma contínua. Pacientes que surtam por hipersensibilidade vai ter que fazer obrigatoriamente o uso de anti- histamínico de forma contínua, não necessariamente a prometazina, mas ela é a mais indicada, porém existem outros que também bloqueiam H1. Não tem necessidade de um ansiolítico, porque o fato dele ter surtado aí não tem nada haver com ansiedade, ele surtou por hipersensibilidade ao antipsicótico, a ansiedade é outro problema e não tem nada haver com esse surto. O que eu quero que vocês gravem sobre antipsicóticos que é importante. Eles são bloqueadores de receptores dopaminérgicos, porque as psicoses são o aumento de atividade dopaminérgica, por isso a gente usa bloqueador de receptor dopaminérgico. Que eles causam efeitos colaterais como síndrome extrapiramidal, marcha contínua, movimento involuntário dos músculos da face e catatonismo. E que esses efeitos podem ser contidos ou diminuídos com o uso de um antídoto (biperideno). Os efeitos de hipersensibilidade são diminuídos ou evitados com uso de anti-histamínicos do tipo bloqueador de H1 e a ansiedade com uso de benzodiazepínico.
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