Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FARMACOLOGIA II CAROL LESSA 5º PERÍODO Anti-Hipertensivos DEFINIÇÃO DE HAS Condição multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos > 140 e ou 90 mmHG. Associada a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e ou estruturais em órgãos-alvo. Exemplos de lesões em órgão alvo; insuficiência renal, diabetes, avc, etc. PRINCIPIOS GERAIS NO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO O tratamento medicamentoso dever ser iniciado quando houver aumento da PA persistente associado à lesão de órgão-alvo Antes do início da terapia farmacológica, deve-se tentar manejar a doença de forma não farmacológica, através de mudanças de hábitos. Havendo tal terapia, o paciente deve ser orientado sobre a importância do uso contínuo, da eventual necessidade de ajustes da dosagem, troca, associação de medicamentos e seus possíveis efeitos colaterais. Tratamento a longo prazo que exige mudanças. O tratamento tem início em menores doses e será aumentada conforme a necessidade CLASSES DE ANTI-HIPERTENSIVOS DIURÉTICOS - DIU Dividido em subgrupos; tiazidicos, diuréticos de alça e poupadores de potássio. Damos preferência aos tiazídicos devido a sua potência (clortalidona, hidroclorotiazida e indapamida, em doses baixas e têm tempo de ação prolongado). Os DIU de alça são reservados aos casos de insuficiência renal (creatinina > 2,0 mg/dl ou RFG calculado < 30 ml/min) e situações de edema (insuficiência cardíaca ou renal, edema agudo de pulmão), são esses furosemida e bumetanida. Espironolactona e amilorida são poupadores de potássio, normalmente usados juntos aos tiazídicos ou DIU de alça. Essa classe maneja a volemia, NA e K, o seu mecanismo de ação está ligado ao seu efeito natriurético, que pode ser entendido como eliminação do sódio, onde o sódio vai a água vai junto, como consequência disso vamos ter a diminuição do volume extracelular. Os DIU reduzem a PA e diminuem a morbimortalidade cardiovascular. Provocam a diurese. Aplicações clínicas na hipertensão, insuficiência cardíaca e aldosteronismo. Efeitos adversos: fraqueza, câimbras, hipovolemia e disfunção erétil, hipocalemia (K) eventualmente acompanhada de hipomagnesemia que pode induzir arritmias ventriculares, sobretudo extrassistolia. Podem provocar intolerância à glicose, tendo em vista que diminuem a liberação de insulina, aumentando o risco de DM2. Há o aumento do ácido úrico, há precipitação de crises de gota em indivíduos com predisposição a tal. Por tais efeitos adversos, deve ser usado em doses baixas e associado a outra classe. O diurético poupador de potássio pode causar uma hipocalemia ou hipercalemia, em particular em pacientes com disfunção renal. AGENTES DE AÇÃO CENTRAL - SIMPATOPLÉGICOS Reduzem a liberação de norepinefrina nas terminações nervosas noradrenérgicas Agem em receptores alfa 2, tem um efeito simpatoinibitório sobre eles. Nem todos são seletivos Exemplos: Clonidina e Metildopa Inibibidor do sistema simpático (que aumenta a PA) e diminuem os reflexos barorreceptores, o que contribui para uma bradicardia, hipotensão em ortostatismo, discreta diminuição na RVP e débito cardíaco. Acúmulo venoso em vasos de capacitância Há redução dos níveis plasmáticos de renina (diminuindo a ação do SRAA) e há retenção de flúidos. Clonidina pode utilizada em ansiedade, retirada de opióides, diarreia associada a neuropatia diabética, “flushes” da menopauda, pacientes com hiperatividade simpática em com cirrose hepática FARMACOLOGIA II CAROL LESSA 5º PERÍODO alcólica. Não interfere na resistência a insulina e nem o perfil lipídico, o que é algo bom. Efeitos adversos: Metildopa: Reações autoimunes, febre, anemia hemolícia, galactorreia, disfunção hepática (na maioria dos casos desaparecem após parar o uso). Clonidina: Apresenta risco maior de efeito rebote com a descontinuação do tratamento, principalmente se acompanhada por um beta bloqueador. Cloridina – diminui o sistema simpártico e tem efeito rebote com o parassimpático, mecanismo de compensação, nunca deve ser associado a beta bloqueador Todos os medicamentos dessa classe, por terem ação central, apresentam efeitos adversos como sonolência, sedação, boca seca, fadiga, hipotensão postural, disfunção erétil... ALFA BLOQUEADORES Antagonistas repetitivos de receptores Alfa1 pós- sinápticos Levam a redução do RVP sem maiores mudanças no débito cardíaco. Representantes da classe: doxazosina, prazosina e terazosina. Como monoterapia, o seu efeito hipotensor é discreto = não uso como monoterapia para isso. Contribuição favorável em metabolismo lipídico e glicídico. Melhora da simatologia relacionada à hipertofia prostática benigna (HPP – doxazosina muito usada para isso!) Vasodilatação e relaxamento o músculo liso. Efeitos adversos: hipotensão simatológica na primeira dose: Nessa classe, o efeito de tolerância é frequente, necessitando aumento da dose ao longo do uso. Incontinência urinária em mulheres. Há evidências que pacientes que fazem uso de doxazosina têm maior risco de incidência de ICC. BETA BLOQUEADORES - BB Bloqueio dos receptores Beta 1 Promove diminuição inicial do débito cardíaco e da secreção de renina. Readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas. Além das ações anteriores, os fármacos de terceira geração (carvediol e nebivolol), têm efeito vasodilatador. Carvediol através do bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adrenérgico e o nebivolol por aumentar a síntese e liberação de óxido nítrico no endotélio vascular. Propanolol (primeira geração) é útil também em pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia de origem vascular e hipertensão portal. Propanolol = aumenta a força de contração do coração, dando maior tempo de sístole para as artérias coronárias se encherem Efeitos adversos: broncosespasmos, bradicardia, distúrbios da condução atrioventricular, vasoconstrição periférica, insônia, depressão e disfunção sexual. Os BB de 1ª e 2ª geração são contra indicados a pacientes com asma, DPOC e bloqueio atrioventricular de segundo e terceiro grau, podem acarretar em intolerância a glicose, hipertrigliceridemia, elevação de LDL e redução de HDL. Os BB impactam mais sobre o metabolismo da glicose se estiverem associados aos DIU. Os BB de 3ª geração têm impacto neutro ou até melhoram o metabolismo da glicose, possivelmente devido ao seu efeito vasodilatador associado a diminuição da resistência a insulina e melhorando a captação de glicose por tecidos periféricos. O nebivolol apresenta uma menor disfunção erétil em decorrência do efeito sobre a síntese de óxido nítrico endotelial. Os medicamentos de primeira geração não são tão indicados para negros por eles terem concentração maior de renina, se tiver que receita BB, ideal que seja de 3ª geração para frente. VASODILATADORES DIRETOS Representantes da classe: Hidralazina e Minoxidil. Atuam de forma direta relaxando a musculatura lisa arterial, levando a redução da RVP. Hidralazina: initrópico positivo = Pré eclampsia, emergência médica. Pode causar taquicardia reflexa. Efeitos adversos da hidralazina: cefaleia, taquicardíaca reflexa (efeito inotrópico ositivo, aumenta a força de contração) e reação lúpus-like (dose-dependente). O uso deve ser cuidadoso em pacientes com DAC – doença arterial coronária, e deve ser evitado em pacientes com aneurisma dissecante da aorta e episódio recente de hemorragia cerebral. Seu uso pode causar anorexia, náusea, vômito e diarreia. FARMACOLOGIA II CAROL LESSA 5º PERÍODO Efeitos adversos do minoxidil: hirsutismo em 80% dos pacientes (crescimento excessivo de pelos terminais na mulher)BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO -BCC Promovem redução da resistência vascular periférica através da diminuição da quantidade de cálcio no interior das células musculares lisas das arteríolas, decorrente do bloqueio dos canais de cálcio na membrana dessas células. Tipos: Di-idropiridínicos e Não Di-hidropiridínicos. Di-hidropiridinos (anlodipino, nifedipino,nimodipino) tem efeito vasodilatador, pouca interferência na frequência e função sistólica = não dá pra usar como antiarrítmico. Não di-hidropiridinos como fenilalquilaminas (verapamil) e benzodiazepinas (diltazem) tem menor valor vasodilatador, podem ser bradicardizantes e antiarrítmicos. -> Podem deprimir a função cardíaca em quem já apresentava disfunção antes do início do uso. Deve-se dar preferencia aos BCC de ação prolongada para que se evitem oscilações indesejáveis na FC e na PA. São anti-hipertensivos eficazes e reduzem a morbidade CV. Bloqueadores de canais de cálcio podem ser utilizados no tratamento de hipertensão arterial em pacientes coronariopatas (DAC), sendo assim uma alternativa para os beta bloqueadores. Efeitos adversos: edema maleolar resultante da ação vasodilatadora, cefaleia latejante e tonturas, rubor facial é mais comum nos di-idropiridínicos de ação rápida, hipercromia do terço distal das pernas, hipertrofia gengival... Tais efeitos podem ser dose dependentes. Verapamil e Diltiazem podem agravar a IC, além de bradicardia e bloqueio atrioventricular, além de obstipação intestinal pelo verapamil. Se eu tenho uma insuficiência cardíaca e uso um bloqueador de canal de cálcio eu posso deprimir a atividade cardíaca, o que pode agravar a IC. O ÍON MAIS IMPORTANTE PARA A CONTRAÇÃO É O CÁLCIO. Longipina é uma boa opção para hipertrofia ventricular. INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA - IECAS Impedem a transformação da angio 1 em angio 2, a angio 2 é vasoconstrictora, sendo assim, os ieca possuem ação vasodilatadora. EX: captopril. Eficazes em IC com fração reduzida, ANTI- REMODELAMENTO VENTRICULAR CARDÍACO PÓS- INFARTO, propriedades antiateroscleróticas. Retardam o declínio da função renal em pacientes com nefropatia diabética ou de outras patologias. Efeitos adversos: tosse seca, edema angioneurótico e erupção cutânea, em paciente com insuficiência renal observa-se a elevação da ureia e creatinina sérica (reversível). Podem promover hipercalemia em pacientes com insuficiência renal, particularmente diabética. Podem promover redução da taxa de filtração glomerular e aumento de ureia, creatina e potássio em pacientes com estenose bilateral das artérias renal ou estenose da artéria renal em único rim funcionante. Uso contraindicado na gravidez pelo risco de complicações fetais (seu uso em adolescentes e mulheres em idade fértil deve ser cautelosamente monitorado). A longo prazo mostram-se eficazes em reduzir a progressão da DRC – doença renal crônica.0 BLOQUEADOR DO RECEPTOR AT1 DA ANGIO 2 - BRA Antagonistas da ação da angiotensina 2 por meio de bloqueios específicos dos receptores AT1 No tratamento de HÁ, especialmente em populações de alto risco cardiovascular ou com comorbidades, proporcionam redução da morbimortalidade cardiovascular e renal (nefropatia diabética) Efeito parecido com IECAs Efeitos adversos são extremamente raros, pela mesma razão dos IECAs, são contraindicados na gravidez, para adolescentes e mulheres em idade fértil. INIBIDORES DIRETOS DA RENINA Exemplo: Alisquirino Muito pouco utilizados FARMACOLOGIA II CAROL LESSA 5º PERÍODO REVISÃO AÇÃO NA RESISTÊNCIA VASCULAR PERÍFÉRICA → Diretamente como vasodilatador → Bloqueando o sistema nervoso simpático como beta bloqueador → Na ação central como os alfa bloqueadores ou os de ação central → Diminuindo a secreção de aldosterona como os BRA → Bloqueando a conversão de angio 1 em angio 2 como os IECAs → Inibindo diretamente a renina como os inibidores e renina → Manejando a volemia através dos diuréticos. PARTICULARIDADES → Betabloqueador ediurético deve ser feito com cautela porque muda o perfil glicêmico do paciente → IECA e BRA associados não são recomendados, há risco de efeitos adversos e não há benefícios. → Deve se aumentar a dose do primeiro medicamento antes de introduzir um segundo anti-hipertensivo – caso necessário. → Se a meta pressórica não for atingida na dose máxima, deve-se mudar a combinação. → Se tenho uma combinação de 2 medicamentos; A+ B, nenhum dos dois é diurético, e essa combinação não está fazendo o efeito desejado, o medicamento C tem que ser um diurético, pois ele potencializa o efeito anti-hipertensivo. → Se já tenho A+B+C, todos em dose máxima, e não tenho o efeito desejado, o medicamento D deve ser um espirolactona, assim vou ter 2 diuréticos no tratamento farmacológico. → Diu + bb – resistência a insulina durante o uso, suspendendo volta ao normal do paciente, se for diabético, volta a resistência anterior. → Pode ser usado um BB de 3ª geração, um bloqueador do canal de cálcio → Não usar DIU nem BB de 1ª ou 2ª geração devido a perfil glicêmico do paciente
Compartilhar