Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Farmacologia UCXVII Anti-hipertensivos Hipertensão arterial sistêmica A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada (+1 aferição) dos níveis pressóricos (≥ 140 e/ou 90 mmHg). Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos-alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. O objetivo primordial do tratamento da hipertensão arterial é a redução da morbidade e da mortalidade cardiovasculares A PA é o produto entre débito cardíaco (força de contração e volume ejetado) e resistência vascular periférica Os anti-hipertensivos devem agir ↓ débito cardíaco e/ou ↓ resistência vascular periférica Maior efetividade para diminuir HAS são os fármacos que ↓ a resistência vascular periférica (mas tem como efeito colateral o edema) o Associados com medicamentos que ↓volemia Causas da HAS: Genética/epigenética: múltiplos alelos, interação gene-gene, mecanismos epigenéticos Ambiente/comportamento: dieta rica em sódio, pobre em potássio, sedentarismo, sobrepeso Social: riqueza e renda, educação, ocupação, acesso ao sistema de saúde Diagnóstico da HAS Geralmente ocorre em consultas de rotina médica; é importante colher história clínica completa, fatores de risco e fazer verificação da PA e da FC. Exames de rotina: análise de urina, potássio, sódio, glicemia de jejum, ritmo de filtração glomerular estimado, creatinina, colesterol total, HDL, triglicerídeos, ácido úrico plasmático, ECG o Muitos medicamentos interferem em diversos sistemas Esse paciente deve ser tratado por conta das diversas comorbidades clínicas consequentes da HAS: AVC, doença cardíaca coronária, insuficiência cardíaca, IAM, fibrilação atrial, DRC, DM, etc Principais intervenções que previnem HAS: Dieta DASH: ↑frutas/verduras/fibras, ↓sódio Aumento da ingesta de potássio Controle de peso Atividade física Diminuir ingesta de álcool Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg) Normal <120 <80 Pré-HAS 121-139 81-89 HAS 1 140-159 90-99 HAS 2 160-179 100-109 HAS 3 >180 >110 O tratamento é determinado pelo estágio da HAS. Pré-hipertenso sem comorbidades clínicas: não medicamentoso Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Pré-hipertenso com comorbidades clínicas: se a doença de base (*diabetes) faz lesão em órgão- alvo, deve-se instituir monoterapia HAS 1: monoterapia + mudança de estilo de vida HAS 2: 2+ fármacos associados + mudança de estilo de vida HAS 3: 2+ fármacos associados + mudança de estilo de vida Modificações de estilo de vida podem refletir no retardo do desenvolvimento da HAS em indivíduos com pressão limítrofe. Têm também impacto favorável nos fatores de riscos envolvidos no desenvolvimento ou agravo da hipertensão Tratamento farmacológico da HAS A proteção cardiovascular consiste no objetivo primordial do tratamento anti-hipertensivo. A redução da pressão arterial (PA) é a primeira meta, com o objetivo de reduzir desfechos CV e mortalidade associados à hipertensão arterial. As cinco principais classes de fármacos anti- hipertensivos – diuréticos (DIU), bloqueadores dos canais de cálcio (BCC), inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), bloqueadores dos receptores da angiotensina II (BRA) e betabloqueadores (BB). O tratamento com medicamentos pode ser iniciado com monoterapia ou com combinação de fármacos → estratégia preferencial para a maioria dos pacientes hipertensos. Diuréticos: monoterapia ou associação (se o paciente utilizar 2+ medicamentos, 1 deles é DIU) O uso racional da associação de fármacos baseia-se no incremento do efeito anti-hipertensivo quando se atua em mecanismos fisiopatológicos distintos por ações sinérgicas e pela inibição da ativação dos mecanismos contra-regulatórios. A combinação de fármacos pode reduzir potencialmente a ocorrência de efeitos adversos, pelo uso de menor dose de cada um dos fármacos envolvidos na combinação ou pela capacidade que um dos fármacos pode antagonizar/reduzir os efeitos adversos do outro. A adesão ao tratamento da HAS é o grande desafio, visto que a maioria dos pacientes são assintomáticos e pensam que estão bem. Se utilizar mais de um medicamento: em combinação (particular – no SUS não tem) Devem ser introduzidos na rotina (ex: café da manhã, almoço) uma vez que não sofrem interferência com os alimentos (exceto captopril) o DIU: manhã São características desejáveis do fármaco anti- hipertensivo: Ser eficaz por via oral e bem tolerado; Ser administrado preferencialmente em dose única diária; Poder ser usado em associação; Utilizar por um período mínimo de 30-40 dias, antes de modificações, salvo em situações especiais; O paciente deverá ser orientado sobre a importância do uso contínuo da medicação anti- hipertensiva, da eventual necessidade de ajuste de doses, da troca ou da associação de medicamentos e ainda dos efeitos adversos; Não há evidências suficientes para a recomendação rotineira da administração noturna; Avaliar condições socioeconômicas. Referente à tabela na próxima página: Monoterapia: DIU*, IECA*, BRA o BBC não é muito utilizado por conta do EDEMA – associar com DIU 2 fármacos: o DIU + BBC o DIU + BRA o DIU + IECA 3 fármacos: o DIU + BBC + BRA o DIU + BBC + IECA Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Coração: débito cardíaco Vasos sanguíneos: resistência vascular periférica Rins: resistência vascular periférica Com base nas informações disponíveis, a proteção observada não depende do tipo de fármaco empregado, mas fundamentalmente da redução da PA. BB: menor efetividade para PA isolada (é fármaco de adição) Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Diuréticos A ação anti-hipertensiva dos DIU relacionam-se inicialmente aos seus efeitos natriuréticos, e após quatro a seis semanas, o volume circulante praticamente se normaliza e ocorre redução da resistência vascular periférica (RVP). O efeito anti-hipertensivo não está diretamente relacionado às doses utilizadas, ao contrário dos efeitos adversos. Deve-se dar preferência aos DIU tiazídicos ou similares (hidroclorotiazida) em doses baixas, reservando-se os DIU de alça (furosemida e bumetanida) aos casos de insuficiência renal e situações de edema. Os poupadores de potássio são habitualmente utilizados em associação com os DIU tiazídicos ou DIU de alça. Os DIU direcionam e bloqueiam a ação das proteínas epiteliais envolvidas no transporte de solutos. O local e mecanismo de ação de uma dada classe de DIU são determinados pela proteína específica inibida. PREFERÊNCIA DIU 1X AO DIA – MANHÃ Diuréticos de alça Uso ambulatorial e hospitalar. Furosemida (SUS) (Lasix®); Bumetanida (Burinax®). Mecanismo de ação: Os diuréticos de alça inibem o NKCC2, o transportador luminal de Na+ /K+ /2Cl– no ramo ascendente da alça de Henle (por consequência, outros transportadores também são inibidos). Ao inibir esse transportador, os diuréticos de alça reduzem a reabsorção de NaCl e também diminuem o potencial positivo no lúmen que deriva da reciclagem do K+, o qual seria importante para a reabsorção de cátions divalentes. Assim, ao reduzir esse potencial, os diuréticos de alça causam aumento na excreção de Mg2+ e de Ca2+. Diminuem a RVP. São os diuréticos mais potentes (e com mais efeitos adversos). Aumenta a eliminação do filtrado renal de 1% para 15% Excreção de ↑NaCl = excreção de ↑água Perda significativa de Ca → osteoporose Perda significativa de Mg, K → câimbras Uso agudo → aumento de excreção de ácido úricoUso crônico → aumento de ácido úrico sérico. Ao inibir os sistemas de transporte + ao competir com ácido úrico (30-40 dias) → aumento gradual das taxas de ácido úrico. Pode causar crises de gota (DIURETICOS DE ALÇA pouco frequente E TIAZIDICOS muito frequente) Farmacocinética: Os diuréticos de alça são absorvidos rapidamente. São eliminados pelos rins por filtração glomerular e secreção tubular. A duração do efeito da furosemida é habitualmente de 2 a 3 horas. Efeitos Adversos: Hipocalemia, hipocalcemia, hipomagnesemia, hiperuricemia (uso crônico), zumbido, vertigem, ototoxicidade (interações medicamentosas – sinergismo de ação ototóxica). Usos terapêuticos: Edema associado a ICC, cirrose hepática, síndrome nefrótica, edema pulmonar agudo, hipertensão, hipercalemia. Interações Medicamentosas: Potencializa ototoxicidade de aminoglicosídeos, vancomicina e cisplatina. Risco de litemia: reduz a excreção de lítio Risco de intoxicação digitálica. Aumenta a perda de potássio induzida por corticoides. Orientar que 30-40min após tomar o diurético, tem emergência urinária por 2-3h. A cada 15-20min vai precisar ir ao banheiro e eliminar um grande volume. o Por isso não é fármaco de escolha!! Diuréticos tiazídicos e compostos relacionados Fármacos: Hidroclorotiazida (SUS – 1° ESCOLHA HAS) (Clorana®); Clortalidona (Higroton®); Indapamida (Natrilix®); Bendroflumetiazida (Diserin®); Clortalidona maior ½ vida, maior potência diurética – fármaco de escolha HAS refratária Mecanismo de ação: Inibem a reabsorção de NaCl do lado luminal das células epiteliais no túbulo contorcido distal bloqueando o transportador de Na+ /Cl– (NCC). Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Promovem natriurese moderada: 5-10% do sódio filtrado. Os tiazídicos aumentam efetivamente a reabsorção de Ca2+ e podem ser usados para tratar cálculos renais causados por hipercalciúria. o Vantagem: mulheres na menopausa o Desvantagem: patologias do PTH Continua tendo perda de K e Mg (câimbras) o Suplementação: K pela dieta (banana, vegetais) e Mg por suplemento (mais difícil de obter pela dieta) Não é tão agressivo quanto os diuréticos de alça Farmacocinética: via oral com absorção variável. Todos eles são secretados pelo sistema secretor de ácidos orgânicos (hiperuricemia). Em consequência, o uso de tiazídicos pode reduzir a secreção de ácido úrico e elevar seus níveis séricos. Uso crônico → aumento de ácido úrico sérico. Ao inibir os sistemas de transporte + ao competir com ácido úrico (30-40 dias) → aumento gradual das taxas de ácido úrico. Pode causar crises de gota (DIURETICOS DE ALÇA pouco frequente E TIAZIDICOS muito frequente) o Disputa com ácido úrico pela eliminação. o Pacientes que já tem eliminação diminuída ou produção aumentada de ácido úrico, ao usarem esses antidiuréticos, terão crises de gota. Usos terapêuticos: edema associado a doenças cardíacas (ICC), doença hepática (cirrose hepática) e doença renal (síndrome nefrótica, insuficiência renal crônica e glomerulonefrite aguda). Os diuréticos tiazídicos reduzem a pressão arterial em pacientes hipertensos e são amplamente usados no tratamento da hipertensão em associação com outros agentes anti-hipertensivos. Efeitos adversos: hipocalemia; hipomagnesemia; hiperuricemia, hipercalcemia; hipotensão, alcalose metabólica; hiperglicemia, hiperlipidemia, disfunção sexual – dependente de dose. Podem desencadear distúrbios metabólicos: hiperglicemia e Hipercolesterolemia Dose de segurança: até 25mg/dia de HTZ Geralmente doses de 12,5mg ou 25mg Diuréticos poupadores de potássio Espironolactona (Aldactone®); eplerenona (Inspra®). Mecanismo de Ação: atuam como antagonistas competitivos da aldosterona (competem pelos receptores mineralocorticoides nas células do túbulo distal final e túbulo coletor cortical). Inibem a ação de retenção de Na+ pela aldosterona e diminuem a secreção de K+. Competição pelos receptores de aldosterona (Espironolactona e Eplerenona) OU bloqueio do canal que seria ativado por ela (Amilorida e Triantereno) Inibição do influxo de Na+ pelos canais iônicos na membrana luminal (Ex: amilorida (Hidroclorotiazida + amilorida), triantereno (Furosemida + triantereno – Diurana®) – comercializados em associações. Esses fármacos tem ação diurética limitada. Ao utilizar um bloqueador da aldosterona/poupador de potássio, você aumenta os níveis de K no corpo e diminui de Na. Entretanto, se associar com outro DIU, “perde” o efeito de poupar potássio. Barorreceptor nas carótidas percebe a queda na PA (hipotensão, hipovolemia, estimulo simpático) → estimula rins → secretam renina (protease) → fígado produz angiotensinogênio que é convertido em angiotensina I pela renina → angiotensina I é convertida em angiotensina II pela ECA Nas artérias e arteríolas → estimula AT1 → promove intensa vasoconstrição pelo influxo de CÁLCIO Na adrenal → liberação de adrenalina → estimula beta1 → aumento da força de contração e DC Na adrenal → libera aldosterona → se liga aos receptores mineralocorticoides → retenção de Na e secreção de K → aumenta volemia e eleva a PA No hipófise → liberação de ADH (vasopressina) Espironolactona (SUS): 25, 50 e 100 mg Mecanismo de Ação: Esprironolactona e canrenona (metabólito) são as moléculas ativas. A espironolactona é parcialmente absorvida (~65%), é extensivamente metabolizada (primeira passagem pelo fígado), sofre recirculação êntero- hepática, liga-se intensamente a proteínas e tem meia-vida curta (~1,6 h). A meia-vida é prolongada para 9 horas em pacientes com cirrose. Efeitos Adversos: náuseas e vômito, fraqueza, gosto metálico, confusão, sonolência, hipercalemia. Ação sobre receptores de esteroides em outros tecidos além do rim: ginecomastia, dor mamária, distúrbios menstruais, impotência, hipercolesterolemia. Indicações: ICC, edema causada por cirrose hepática, hiperaldosteronismo, adjuvante na hipertensão e síndrome nefrótica, e off label: acne, queda de cabelo. Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina o ICC: a aldosterona induz um processo inflamatório e fibrótico no coração, portanto, os poupadores de potássio devem estar presentes na terapêutica o Medida bem eficaz na redução da progressão da doença. Eplerenona: 25 e 50 mg (muito parecida com a Espironolactona, não SUS) Metabolizado pela CYP3A4. Em doses baixas (25 a 50 mg/dia) pode interferir em alguns dos efeitos fibróticos e inflamatórios da aldosterona. Ao fazê-lo a eplerenona pode retardar a progressão da albuminúria nos pacientes diabéticos. Reduz os defeitos de perfusão miocárdica após infarto do miocárdio. Em um estudo clínico, a eplerenona reduziu a taxa de mortalidade em 15% (em comparação com o placebo) em pacientes com insuficiência cardíaca leve a moderada, após infarto do miocárdio. Efeitos Adversos: semelhante espironolactona – predomínio dos distúrbios GI (náuseas, vômitos). Efeito nos hormônios sexuais: diminui libido, disfunção sexual, Ginecomastia o É usada off label no tratamento da acne e alopecia feminina – excesso de testosterona SEMPRE ASSOCIADOS COM OUTROS DIU Amilorida e Triantereno (não SUS): Mecanismo de Ação: atuam sobre os túbulos e ductos coletores, inibindo a reabsorção de Na+ e diminuindo a excreção de K+. Bloqueiam os canais de Na+ pelos quais a aldosterona exerce seu efeito → diminui reabsorção de Na+. Levemente uricosúricos. o São administrados juntamente com diuréticos que causam perda de K+. o Ação diurética mínima. Objetivo: menor perda de potássio (associado com outros medicamentos) Usos: hiperaldosteronismo primário e secundário (cirrose hepática). Efeitos Adversos: hipercalemia, acidose metabólica, cálculos renais - triantereno. Não tem os efeitos em hormônios sexuais Diuréticososmóticos: manitol Mecanismo de ação: quando administrados por via intravenosa, são passivamente filtrados na cápsula de Bowman nos túbulos renais - não são reabsorvidos e atuam na luz do néfron. É um soluto não reabsorvível (molécula higroscópica) que impede a reabsorção de água – opõe-se à ação do hormônio ADH. Uso terapêutico: edema generalizado, pressão intraocular, pressão intracraniana em neurocirurgia, remoção de toxinas renais (contrastes radiológicos), anúria. Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, vômitos, desidratação, hipernatremia, hipercalemia. REDUÇÃO DE VOLUME. USO HOSPITALAR. Considerações gerais dos antidiuréticos São eficazes no tratamento da hipertensão arterial, tendo sido comprovada sua eficácia na redução da morbidade e da mortalidade por doenças cardiovasculares. Para uso como anti-hipertensivos, são preferidos os diuréticos tiazídicos e similares, em baixas doses. Os diuréticos de alça são reservados para situações de hipertensão associada a insuficiência renal com taxa de filtração glomerular abaixo de 30 e na insuficiência cardíaca com retenção de volume. Em pacientes com aumento do volume extracelular (insuficiências cardíaca e renal), o uso associado de diurético de alça e tiazídico pode ser benéfico tanto para o controle do edema quanto da pressão arterial, ressalvando-se o risco maior de eventos adversos. Os diuréticos poupadores de potássio apresentam pequena eficácia diurética, mas, quando associados aos tiazídicos e aos diuréticos de alça, são úteis na prevenção e no tratamento de hipopotassemia. Seu uso em pacientes com redução da função renal poderá acarretar hiperpotassemia DOSES: HIDROCLOROTIAZIDA 25-50MG CLORTALIDONA 12,5-25MG FUROSEMIDA 20-240MG Obs.: Acetazolamida (inibidor da anidrase carbônica) – tem baixa eficácia hipertensiva, utilizada para tratamento de glaucoma e hipertensão do alpinista Anti hipertensivos de ação central Esses agentes reduzem a descarga simpática dos centros vasomotores no tronco encefálico, porém permitem que tais centros conservem ou até mesmo aumentem a sua sensibilidade ao controle barorreceptor. Podem ser úteis em associação com medicamentos de outras classes terapêuticas, Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina particularmente quando há evidência de hiperatividade simpática. Os agentes alfa-agonistas de ação central agem por meio do estímulo dos receptores α2 que estão envolvidos nos mecanismos simpato-inibitórios Os efeitos bem definidos dessa classe são: Diminuição da atividade simpática e do reflexo dos barorreceptores, contribuindo para bradicardia relativa e a hipotensão notada em ortostatismo; Discreta diminuição na RVP e no débito cardíaco; Redução nos níveis plasmáticos de renina e retenção de fluidos Metildopa (SUS) (Aldomet® 250 mg); É convertida em -metil-noradrenalina (falso neurotransmissor) por uma aromatase descarboxilase nos neurônios adrenérgicos. Inibe a corrente neuronal adrenérgica do tronco encefálico e atua como agonista de receptores 2 pré-sinápticos – reduz estímulo simpático. o Análoga à dopa o Metildopa → Metildopamina → ativa alfa2 pré sinápticos → autorregulatórios → ↓NE A metildopa é um fármaco de escolha HAS em gestantes. A dose inicial é de 250 mg, 2 vezes/dia, e existe pouco efeito adicional com doses superiores a 2 g/dia o Muito seguro, mas pouco efetivo o Não tem risco de malformação o Secreção de leite precoce por conta da interferência na prolactina o Evita-se uso de DIU em gestante Duração muito curta, as doses mais comuns são de 500mg de 3-4x ao dia, máximo 2000mg ao dia Clonidina (SUS) (Atensina®0,1; 0,15 e 0,2 mg) Diminui a liberação de noradrenalina via ativação de receptores 2 pré-sináptico e atua como agonista de receptores imidazolínicos (I2) – reduz tônus simpático medula espinhal. o Agonista alfa2 pré sinápticos → ↓NE o Agonista I2 → proteína G inibitória → reduz estimula às fibras adrenérgicas → ↓ NE Usar sempre com diuréticos, fazer o desmame lentamente Tem início de ação de 30 a 60 minutos e duração de ação de 6 a 8 horas. As doses preconizadas são de 0,1 mg a 0,2 mg por via oral, que podem ser repetidas com intervalos de 60 minutos em casos de urgências hipertensivas (tem a opção IV). O uso da clonidina pode ser favorável em situações de hipertensão associada a: síndrome das pernas inquietas, retirada de opioides, “flushes” da menopausa, diarreia associada a neuropatia diabética e hiperatividade simpática em pacientes com cirrose alcoólica. Uso em urgência e emergência hipertensiva NÃO UTILIZAR EM IDOSOS (EXCETO URGÊNCIA) Associar com DIU – EDEMA!!! Efeitos Adversos: sedação; fadiga; pesadelos; inquietação, depressão; hipotensão postural; xerostomia, secura de mucosas, disfunção erétil, bradicardia. Galactorreia, anemia hemolítica e lesão hepática (metildopa) Hipertensão rebote quando suspensão brusca – CRISE HIPERTENSIVA (clonidina). Betabloqueadores Mecanismo de ação: bloqueiam de forma competitiva os receptores beta, causando diminuição inicial do débito cardíaco, redução da secreção de renina, readaptação dos barorreceptores e diminuição das catecolaminas nas sinapses. Betabloqueadores de terceira geração (carvedilol, nebivolol) também proporcionam vasodilatação, que no caso do carvedilol decorre em grande parte do efeito de bloqueio concomitante do receptor alfa-1 adrenérgico, e no caso do nebivolol de aumento da síntese e liberação endotelial de óxido nítrico. NÃO É ESCOLHA PARA MONOTERAPIA DA HAS BAIXA EFICÁCIA BLOQ BETA 1 → AGE ↓ DC, ↓ FC, ↓SRAA o Coração BLOQ BETA 2 → ↓SRAA, ↑broncoconstrição (EA) o Artérias e pulmão BLOQ ALFA 1 → ↓vasoconstrição → ↓ RVP Antagonistas não seletivos: não diferenciam beta1 e beta2. Propranolol (SUS AMBULATORIAL) 40-80 mg/2 xdia (Inderal®) 1° ESCOLHA DESCARGA SIMPÁTICA: PERMEIA +SNC (+LIPOSSOLÚVEL) *efeito de 1° passagem* Nadolol (SUS HOSPITALAR) 40mg/dia (Corgard® - Longa Duração de Ação) Sotalol (Sotacor®) Pindolol (Visken®10 mg) - agonista parcial - reduzem a PA ao diminuírem a RVP, pouco efeito sobre DC. Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Antagonistas 1 seletivos: tem mais afinidade pelos beta1, se usados em doses menores. Metoprolol – 2x dia (Seloken® – 100 mg)+ seletivo Atenolol (SUS AMBULATORIAL) - 50-100 mg/dia (Atenol ®) Bisoprolol - 5mg/dia (Concor®) Alfa e Beta-bloqueador: bloqueia receptores beta1, beta2 e alfa1. Principal efeito colateral é edema (a depender do paciente e da sua ingesta de Na) Carvedilol (SUS) (Cardilol®- 12,5 e 25 mg) *efeito de 1° passagem* Labetalol (SUS) (20-80 mg IV – emergência hipertensiva) (Trandate® via oral 200mg) Beta-bloqueador seletivo e vasodilatador: bloqueia apenas receptores beta1. Estimula a produção de óxido nítrico → VASODILATADOR. Idealmente, associar com DIU Nebivolol (Nebilet®- 5mg) Usos terapêuticos: Tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Prevenção secundária de cardiopatia isquêmica e tratamento de angina e infarto do miocárdio (reduzem significativamente a mortalidade após IAM), arritmias, ICC. De modo geral, os betabloqueadores são eficazes em pacientes com idade até 60 anos. O propranolol mostra-se também útil em pacientes com tremor essencial, síndromes hipercinéticas, cefaleia de origem vascular, tireotoxicose e hipertensão portal. Angina: ↓ FC → ↓ demanda dos tecidos o Associar BB + DIU + BCC > 60 anos: envelhecemos, diminuímos proteínas, inclusive os receptores (são proteínas) → diminui a eficácia dos BB Principais Efeitos Adversos: Dispneia, broncoespasmos em pacientes sensíveis – não seletivos (bloqueio B2) Bradicardia, insônia, pesadelos, astenia, disfunção sexual, extremidades frias, fenômeno de Raynaud. Podem induzir a intolerânciaa glicose (RESISTÊNCIA INSULÍNICA), redução HDLc. DOSES: PROPANOLOL 40-80MG 2X AO DIA ATENOLOL 25-50-100MG 1X AO DIA METOPROLOL 50MG 1X AO DIA CARVEDINOL 25-50MG 1X AO DIA Os β-bloqueadores reduzem a taxa de mortalidade após infarto do miocárdio, e alguns deles também reduzem a mortalidade em pacientes com insuficiência cardíaca Propranolol: após uso contínuo não deve ser feito suspensão abrupta – síndrome de abstinência que se manifesta por nervosismo, taquicardia, maior intensidade da angina e elevação da pressão arterial, risco aumentado de infarto do miocárdio Mecanismo envolvido na SA: suprarregulação ou supersensibilidade dos receptores β-adrenérgicos. Bloqueadores alfa 1 Doxazosina (SUS) (Carduran); Prazosina (Minipress); Terazosina (Hytrin) Apresentam baixa eficácia como monoterapia – uso associado com outros anti-hipertensivos. Podem induzir o aparecimento de tolerância farmacológica, o que exige o uso de doses crescentes. Têm a vantagem de propiciar melhora discreta do metabolismo lipídico e da urodinâmica (sintomas) em pacientes com hipertrofia prostática benigna (HPB) Mecanismo de ação: Bloqueio seletivos de receptores 1 nas arteríolas e vênulas. A seletividade permite à NA exercer uma retroalimentação negativa sobre a liberação de NA. Reduz RVP. Ocorre retenção de sódio e água quando administrados sem diuréticos. Efeitos adversos: Hipotensão postural (1 a dose a noite). Cefaleia. Vertigens. Taquicardia reflexa. Fadiga. Dor abdominal, náuseas. Agitação, nervosismo. EDEMA 1° escolha pacientes HAS + HPB. SEMPRE associado com DIU. Bloqueadores de canais de cálcio Nifedipino (SUS) (Adalat®) Felodipino (Splendil®) Anlodipino (SUS) (Norvasc®, Pressat®) Isradipino (Lomir®) Nitrendipino (Caltren®) 1° escolha HAS idosos > 70 anos 1° escolha afrodescendentes (ANLODIPINO) 1° escolha pacientes com ANGINA SEMPRE ASSOCIADO COM DIU A afinidade por musculatura lisa ou miocárdio varia de acordo com o grupo: Diidropiridínicos → Seletivos para músculo liso (↓ RVP = ↑ EDEMA) Verapamil e Diltiazem → Ação sobre músculo cardíaco (2° escolha arritmias) Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Mecanismo de ação: Inibem o influxo de cálcio extracelular para o interior das células, resultando em redução da concentração de cálcio intracelular e dilatação de artérias e arteríolas periféricas e cerebrais. Diminuição da resistência vascular periférica. Os BCC não dihidropiridínicos, como verapamil e diltiazem, têm menor efeito vasodilatador e agem na musculatura (alfa1 e AT1) e no sistema de condução cardíacos. Por isso, reduzem a FC, exercem efeitos antiarrítmicos e podem deprimir a função sistólica, principalmente nos pacientes que já tenham disfunção miocárdica, devendo ser evitados nessa condição. Alfa 1 → estimulado pela adrenalina AT1 → estimulado pela angiotensina II o Ambos estímulos fazem abertura de canais de Ca+2 → contração Farmacocinética: Administrados via oral, sofrem extenso efeito de primeira passagem, ligação elevada às proteínas plasmáticas. Meiavida e duração de ação variam pra cada fármaco. Nifedipino: biodisponibilidade 50%, ½ vida de 2 h Anlodipino: biodisponibilidade 65%, ½ vida de 35 h Usos Terapêuticos: HAS (idosos, negros, pacientes refratários), Angina isolada ou associada a HAS, arritmias (verapamil, diltiazem – 2º escolha) Efeitos adversos: Dihidropiridínicos: palpitações, edema maleolar (membros inferiores), tonturas, hipotensão, cefaleia, rubor facial. Verapamil e Diltiazem: Constipação, Bradicardia DOSES: ANLODIPINO 2,5-5-10MG 1X DIA NIFEDIPINO 10-60MG 1-3X DIA LEVANLODIPINO 2,5-5MG 1X DIA Inibidores da ECA Captopril (SUS); Enalapril (SUS) (Renitec®), Benazepril (Lotensin®); Lisinopril (Zestril®); Quinapril (Accupril®); Ramipril (Naprix®); Perindopril (Coversyl®) Mecanismo de ação: Inibição competitiva da enzima conversora de angiotensina, resultando na inibição da conversão da angiotensina I em angiotensina II (vasoconstritora) e redução da degradação da bradicinina (vasodilatadora). Contraindicado para idosos > 60-65 anos Contraindicado para afrodescendentes 1° escolha de pacientes com ICC (aldosterona causa inflamação no músculo cardíaco) Boa escolha para MONOTERAPIA o Sua ação não é diminuindo a HAS, mas sim evitando uma crise hipertensiva Reduz vasoconstrição → reduz DC e RVP Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Barorreceptor nas carótidas percebe a queda na PA (hipotensão, hipovolemia, estimulo simpático) → estimula rins → secretam renina (protease) → fígado produz angiotensinogênio que é convertido em angiotensina I pela renina → angiotensina I é convertida em angiotensina II pela ECA Nas artérias e arteríolas → estimula AT1 → promove intensa vasoconstrição pelo influxo de CÁLCIO Na adrenal → liberação de adrenalina → estimula beta1 → aumento da força de contração e DC Na adrenal → libera aldosterona → se liga aos receptores mineralocorticoides → retenção de Na e secreção de K → aumenta volemia e eleva a PA No hipófise → liberação de ADH (vasopressina) São eficazes no tratamento da HAS, reduzindo a morbidade e a mortalidade cardiovasculares nos hipertenso, pacientes com insuficiência cardíaca, com infarto agudo do miocárdio. DM: utilizados mesmo se paciente não tem HAS, por sua ação nefroprotetora. Efeitos adversos: Tosse, Efeitos teratogênicos; hipercalemia. Angioedema, proteinúria, neutropenia, eczemas de hipersensibilidade, erupção cutânea, ECA é abundante no pulmão para degradar a bradicinina → ao inibir a ECA, aumento bradicinina → inflamação. Efeitos em pacientes com enfisema pulmonar, asma, bronquite, DPOC (TOSSE – trocar de fármaco, GERALMENTE LOSARTANA + HCTZ) Não devem ser prescritos para mulheres em idade fértil (TERATOGÊNICOS) Captopril: sofre interferência com alimentos – baixa sua biodisponibilidade (a estratégia para melhor adesão é para tomar os medicamentos com as refeições) e altera o paladar. Antagonistas de angiotensina II (bloqueador AT1) Losartana (Cozaar®), valsartana (Diovan®), candesartano (Atacand®), olmesartano (Olmetec®), irbesartano (Aprovel®) telmisartano (Pritor®). 1° escolha para substituir os IECA 1° escolha para paciente muito idoso com DM 1° escolha para paciente com doença pulmonar crônica 2° escolha ICC Contraindicado em gestantes Mecanismo de Ação: Os BRA antagonizam a ação da angiotensina II pelo bloqueio específico dos receptores AT1, responsáveis pelas ações próprias da angiotensina II (vasoconstrição, estímulo da proliferação celular e da liberação de aldosterona). Os receptores AT1 são acoplados a proteínas G cuja estimulação ativa a fosfolipase C, aumenta as concentrações de DAG e IP3, eleva a concentração de Ca++ intracelular e promove ativação de várias quinases modulando as funções celulares. O mecanismo de ação dos bloqueadores dos receptores angiotensina tipo 1, não têm qualquer efeito sobre a síntese de angiotensina 1. Estes agentes antagonizam especificamente a ligação da angiotensina II ao seu receptor tipo 1 no tecido. Indicações: No tratamento da HAS, especialmente em populações de alto risco CV ou com comorbidades, proporcionam a redução da morbidade e da mortalidade CV e renal (doença renal do diabetes - reduzem proteinúria e estabilizam função renal). Os benefícios resultam da melhoria da hemodinâmica intrarrenal, com diminuição da resistência das arteríolas eferentes glomerulares e consequente redução da pressão capilar intraglomerular. Os inibidores da ECA também são úteis no tratamento da insuficiência cardíaca e após infarto do miocárdio, e há evidencias de que reduzem a incidência de diabetes em pacientes com alto risco cardiovascular Efeitos Adversos: RAROS. Tontura, hiperpotassemia, diminuiçãoda função renal em presença de estenose bilateral de artéria renal ou unilateral em rim único, edema de MMII Menos efetivos que os IECA Tomar PELA MANHÃ DOSES: LOSARTANA 50MG, 1-2X DIA Vasodilatadores diretos Fármacos: Hidralazina cp 25-50 mg / 20 mg IV Mecanismo de Ação: Sugere-se que esteja associado à homeostase do cálcio intracelular. Especificamente, a hidralazina age inibindo a liberação de cálcio (interfere no transporte intracelular de cálcio) induzida por inositol trifosfato (IP3) do retículo sarcoplasmático das células do músculo liso e inibe a fosforilação da miosina no músculo liso artéria → diminui a RVP. Induz resposta simpática como efeito colateral. Pela vasodilatação arterial direta em casos de urgência/emergência (doses de até 200mg), promovem retenção hídrica e taquicardia reflexa, o que contraindica seu uso como monoterapia. São utilizados em associação com diuréticos e/ou betabloqueadores Emergência hipertensiva Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Efeitos Adversos: cefaleia, náuseas, vômito, diarreia, anorexia, palpitações, sudorese, edema, rubor. Doses elevadas: lúpus like Usados em qualquer idade Gestantes com pré-eclâmpsia Utilizado como estimulante do crescimento capilar em tratamento da calvície Minoxidil não é mais usado Nitratos Dinitrato de isossorbida (Isordil®); Mononitrato de isossorbida (Monocordil®); Nitroglicerina (Nitradisc®, Nitroderm TTS®), Propatilnitrato (tem VO) (Sustrate®) 1° escolha emergências hipertensivas Muito potentes Maioria tem extenso efeito de 1° passagem – não administrar VO. Mecanismo de Ação: Os nitratos orgânicos são metabolizados em óxido nítrico → ativam a guanililciclase (GMPc) → desfosforilação das cadeias leves de miosina e sequestro de Ca++ das fibras de actina e miosina intracelular com consequente relaxamento vascular (VASODILATAÇÃO). Vias: oral, SL, transdérmico, IV. Contraindicados se uso prévio de Inibidor de fosfodiesterase (ex: silfenafila.) Efeitos Adversos: cefaleia, rubor, hipotensão postural, taquicardia reflexa, carcinogenicidade (nitratos → nitrosaminas) Usos Terapêuticos: Aumentam o fluxo sanguíneo nos vasos que irrigam o coração. São usados p/ alívio ou prevenção da dor em casos de angina ANGINA: DIU + BB + BCC Em condições de isquemia tissular geral: hipertensão Em condições de isquemia tissular local: angina pectoris (alívio/ prevenção da dor) Tolerância e Dependência: Exposição contínua ou frequente aos nitratos orgânicos pode levar à tolerância. Pode levar ao desenvolvimento de dependência física NÃO são prescritos para uso diário NÃO administrar com inibidores de fosfodiesterases Inibidores de fosfodiesterases Fármacos: sildenafila, vardenafila, lodenafila e tadalafila Disfunção erétil Não são usados no dia-a-dia Não combinar com nitratos Fosfodiesterases (PDEs) são um grupo de 11 isoenzimas responsáveis pela hidrólise do monofosfato de guanosina cíclico (GMPc) e monofosfato de adenosina cíclico (AMPc), mensageiros intracelulares responsáveis por mediar vários processos fisiológicos importantes incluindo resistência vascular, débito cardíaco, motilidade visceral, resposta imune, inflamação, visão, reprodução, entre outros. A PDE5 é encontrada no corpo cavernoso peniano, nas células da musculatura lisa de artérias e veias periféricas, bem como na circulação coronariana, pulmonar e nas plaquetas e células endoteliais dos vasos sanguíneos, sendo a principal enzima responsável pela hidrólise do GMPc Mecanismo de Ação: inibem a PDE-5, promovendo o aumento da meia-vida do GMPc, – mantém vasodilatação mediada pelo NO Efeitos Adversos: rubor facial, cefaleia, taquicardia reflexa, distúrbios de visão (azul-verde), hipotensão ortostática, edema Urgências hipertensivas As urgências hipertensivas (UH) são situações clínicas sintomáticas em que há elevação acentuada da pressão arterial (PA) (definida arbitrariamente como PA sistólica (PAS) ≥ 180 e/ou diastólica (PAD) ≥ 120 mm Hg) sem lesão aguda e progressiva em órgãos- alvo (LOA) e sem risco iminente de morte. A pressão arterial, nesses casos, deverá ser tratada com medicamentos por via oral (captopril e clonidina) buscando-se redução da pressão arterial em até 24 horas. O tratamento da UH deve ser iniciado após um período de observação em ambiente calmo, condição que ajuda a afastar casos de crises hipertensivas (conduzidos somente com repouso ou uso de analgésicos ou tranquilizantes). Maria Eduarda Zen Biz – ATM 2025.1 6° fase Medicina Na urgência hipertensiva, não deve ser utilizado DIU se já foi utilizado no dia. Dá pra repetir dose de outras classes, de DIU não. Captopril é o único usado pois todos os outros são pró-fármacos (precisam ser bioativados – efeito anti-hipertensivo após 3-4h) Emergências hipertensivas Emergências hipertensivas (EH) são situações clínicas sintomáticas em que há elevação acentuada da PA com LOA aguda e progressiva, com risco iminente de morte. Tratamento deve considerar o sistema ou o órgão-alvo acometido. Pseudocrise hipertensiva (PCH) - não há LOA aguda ou risco imediato de morte, ocorre em hipertensos tratados e não controlados, ou em hipertensos não tratados, com medidas de PA muito elevadas, mas oligossintomáticos ou assintomáticos. Também se caracteriza como PCH a elevação da PA diante de evento emocional, doloroso, ou de algum desconforto, como enxaqueca, tontura rotatória, cefaleias vasculares e de origem musculoesquelética, além de manifestações da síndrome do pânico. A EH não é definida pelo nível da PA, apesar de frequentemente muito elevada, mas predominantemente pelo status clínico do paciente. Pode manifestar-se como um evento cardiovascular, cerebrovascular, renal ou com envolvimento de múltiplos órgãos ou mesmo na forma de pré- eclâmpsia com sinais de gravidade/eclâmpsia. Depois de obtida a redução imediata da pressão arterial, deve-se iniciar a terapia anti-hipertensiva de manutenção e interromper a medicação parenteral. A hidralazina é contraindicada nos casos de síndromes isquêmicas miocárdicas agudas e de dissecção aguda de aorta por induzir ativação simpática, com taquicardia e aumento da pressão de pulso. Em tais situações, indica-se o uso de betabloqueadores e de nitroglicerina ou nitroprussiato de sódio Vasodilatador direto + BB + DIU (único VO) Afrodescendentes e miscigenados Em negros, prevalência e gravidade da HAS são maiores. Os afrodescendentes em geral respondem menos à monoterapia com betabloqueadores, IECA e BRA do que aos diuréticos e BCC diidropiridínicos. A escolha do anti-hipertensivo para tratar este grupo étnico é norteada pela presença de comorbidades e pela eficácia em atingir as metas pretendidas. O uso de terapia não-medicamentosa tem apresentado melhores resultados em afrodescendentes do que em brancos. Em indivíduos com proteinúria o uso de IECA está indicado, da mesma forma que ocorre em indivíduos de cor branca. Desde que não haja contraindicações, o uso de diuréticos e bloqueadores de canais de cálcio é a opção mais racional. HAS na gestação Parto: repouso e monitoramento. Antes do parto: hidralazina e labetalol IV. Sulfato de magnésio – previne convulsões em casos de eclâmpsia. Ambulatorial: metildopa (1° LINHA), labetalol, e bloqueadores de canais de cálcio. Cálcio: a suplementação de cálcio associou-se à redução da hipertensão e da pré-eclâmpsia em pacientes de alto risco e que apresentavam dieta pobre em cálcio, sem efeito sobre a morte fetal e neonatal. Contraindicação Absoluta: IECA, e bloqueadores AT1.
Compartilhar