Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Amanda Freitas—MED 5°P APG 14 1 @amandacfdias Definição Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool, considerada doença pela Organização Mundial da Saúde. O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a consequências irreversíveis. Epidemiologia Causas do alcoolismo As causas do alcoolismo podem ser didaticamente divididas em: (1)ocasionais – quando o consumo ocorre devido o ambiente externo; (2)secundárias – quando ocorre por conseqüência de um transtorno mental; (3) psicopática – devido à características congênitas, que facilitam o vício e (4) conflitos neuróticos – traços da personalidade condicionam a fixação do hábito. Efeitos do álcool O termo álcool se refere a um grande grupo de moléculas orgânicas que têm um grupo de hidroxila (–OH) ligado a um átomo saturado de carbono. Álcool etílico, também denominado etanol, é a forma comum do álcool; às vezes referido como álcool potável, o álcool etílico é utilizado para ingestão. A fórmula química do etanol é CH3–CH2–OH. Absorção O álcool é absorvido das mucosas da boca e esôfago (em pequenas quantidades), do estômago e intestino grosso (em quantidades modestas) e da parte proximal do intestino delgado (o principal local). Aproximadamente 10% do álcool consumido é absorvido a partir do estômago e o restante a partir do intestino delgado. O auge da concentração de álcool no sangue é atingido após 30 a 90 minutos e normalmente entre 45 e 60 minutos, dependendo se o álcool foi ingerido com o estômago vazio (o que intensifica a absorção). O tempo até o pico de concentração sanguínea também depende do tempo que levou para o álcool ser consumido; a ingestão rápida reduz o tempo até a o pico de concentração, e a ingestão lenta aumenta. A absorção é mais ~~~~Alcoolismo~~~~ Amanda Freitas—MED 5°P APG 14 2 @amandacfdias rápida com bebidas que contêm de 15 a 30% de álcool. O corpo dispõe de mecanismos de proteção contra grandes quantidades de álcool. Por exemplo, se a concentração de álcool no estômago se torna elevada demais, o corpo secreta muco e a válvula pilórica se fecha. Essas ações reduzem a absorção e impedem que o álcool passe para o intestino delgado, onde não há obstáculos significativos para a absorção. Dessa forma, uma grande quantidade de álcool pode permanecer sem absorção no estômago durante horas. Ademais, piloroespasmo costuma resultar em náusea e vômito. Assim que o álcool é absorvido na circulação, ele é distribuído para todos os tecidos do corpo. Como ele se dissolve uniformemente na água corporal, tecidos contendo uma grande proporção de água recebem uma concentração elevada de álcool. Os efeitos intoxicantes são maiores quando a concentração de álcool no sangue aumenta. Metabolismo Aproximadamente 90% do álcool absorvido é metabolizado por meio de oxidação no fígado; os 10% restantes são excretados inalterados pelos rins e pulmões. A taxa de oxidação pelo fígado é constante e independe das exigências de energia do corpo. O corpo pode metabolizar cerca de 15 mg/dL por hora, com uma variação de 10 a 34 mg/dL por hora. Ou seja, uma pessoa comum oxida 22 mL de 40% de álcool em uma hora. Em indivíduos com história de consumo excessivo de álcool, a suprarregulação das enzimas necessárias resulta em rápido metabolismo da substância. O álcool é metabolizado por duas enzimas: álcool desidrogenase (ADH) e aldeído desidrogenase (ALDH). A ADH catalisa a conversão de álcool em acetaldeído, que é um composto tóxico; a aldeído desidrogenase catalisa a conversão de acetaldeído em acetato. O acetato se transforma em acetilcoenzima A que participa do ciclo de Krebs, liberando gás carbônico e água. Uma segunda via nos microssomos do retículo endoplasmático liso (o sistema microssômico de oxidação de etanol ou MEOS) é responsável por 10% ou mais da oxidação do etanol em concentrações sanguíneas de álcool elevadas. Obs1: A aldeído desidrogenase é inibida por dissulfiram, frequentemente utilizado no tratamento de transtornos relacionados ao álcool. Obs2: Alguns estudos demonstraram que mulheres apresentam uma concentração sanguínea de ADH menor do que homens, o que pode explicar a tendência de uma mulher ficar mais intoxicada que um homem após ingerir a mesma quantidade de álcool. Efeitos sobre o cérebro Bioquímica. Em contraste com a maioria das outras substancias de abuso as quais contem receptores alvos, não foi identificado nenhum alvo molecular com mediador para os efeitos do álcool. A antiga teoria sobre os efeitos bioquímicos do álcool é voltada para seus efeitos sobre as membranas dos neurônios. Dados apoiam a hipótese de que o álcool produz seus efeitos ao se intercalar nas membranas e, desse modo, aumentar a fluidez das membranas com o uso de curto prazo. Com o uso prolongado, no entanto, a teoria postula que as membranas se tornam rígidas ou endurecidas. A fluidez das membranas é essencial para o funcionamento normal dos receptores, dos Amanda Freitas—MED 5°P APG 14 3 @amandacfdias canais iônicos e de outras proteínas funcionais ligadas a membranas. As atividades nos canais iônicos associadas aos receptores de acetilcolina nicotínica, serotonina 5-hidroxitriptamina3 (5-HT3) e GABA tipo A (GABAA) são intensificadas pelo álcool, enquanto atividades dos canais iônicos associadas aos receptores de glutamato e canais de cálcio disparados por voltagem são inibidas. Esse é o princípio básico da ação nociva do álcool sobre o Sistema Nervoso Central. Efeitos agudos X Efeitos crônicos Álcool → intensifica o GABA → depressão do SNC → inibe transmissão de glutamato → pouca excitação do SNC. (agudo) Álcool → aumenta liberação de dopamina no núcleo acumbens → prazer → sistema recompensa → dependência. (agudo) Álcool → menor oxigenação no sistema límbico → diminuição da circulação → desornamento dos processos neurológicos (córtex) → problemas no controle de treinamento, autocontrole, memória e concentração. (crônico) Tolerância Os efeitos intoxicantes do álcool consistem na potencialização do fluxo de cloro nos canais dos neurônios que utilizam o receptor GABA. A tolerância deve ser entendida como uma tentativa do cérebro de compensar os efeitos da droga por meio de dois tipos de mecanismos. O primeiro mecanismo refere-se a uma diminuição da eficácia da droga por meio de uma dessensibilização destes receptores ou reduzindo os efeitos sobre os processos fisiológicos nas células onde o álcool atua. O segundo mecanismo de tolerância envolve o condicionamento, uma forma de aprendizagem. Este mecanismo acontece quando o dependente do álcool entra em contato com estímulos associados a sua ingestão, como o bar, copo, as pessoas; vivencia um conjunto de sintomas de abstinência influenciando para que o consumo ocorra. A tolerância pode ser causada pela adaptação do canal proteico (ou na membrana que o envolve) por onde ocorre o fluxo de Cl-, tornando-o indiferente e insensível à presença do álcool. Uma vez instalada a tolerância ao álcool o consumidor terá que aumentar a ingestão da bebida para obter as mesmas perturbações funcionais que foram produzidas na primeira exposição da célulaà droga. A tolerância metabólica ocorre devido o aprimoramento dos mecanismos de destruição (metabolização) e eliminação da droga, diminuindo, assim, seu tempo de ação sobre o cérebro, ou seja, a ingestão abusiva do álcool levaria ao aumento na velocidade de biotransformação. Já a tolerância funcional ocorre pelo desenvolvimento de neuroadaptações, que são responsáveis por deixar os neurônios menos sensíveis à ação da droga. Efeitos comportamentais. Como resultado final das atividades moleculares, o álcool funciona como depressor, assim como os barbitúricos e benzodiazepínicos, com os quais o álcool apresenta, parcialmente, tolerância cruzada e dependência cruzada. » Em um nível de 0,05% de álcool no sangue, pensamento, discernimento e inibição são relaxados e às vezes perturbados. » Em uma concentração de 0,1%, atos motores voluntários normalmente se tornam perceptivelmente desajeitados. » Em 0,2%, a depressão da função de toda a área motora do cérebro pode ser medida, e as partes do cérebro que controlam o comportamento emocional também são afetadas. » Em 0,3%, o indivíduo normalmente fica confuso ou entra em estupor. » Em 0,4 a 0,5%, entra em coma. Em níveis mais elevados, os centros primitivos do cérebro que controlam a respiração e a frequência cardíaca são afetados, e ocorre Amanda Freitas—MED 5°P APG 14 4 @amandacfdias morte secundária a depressão respiratória direta ou a aspiração de vômito. Indivíduos com histórias antigas de abuso de álcool, no entanto, podem tolerar concentrações muito mais elevadas do que pessoas com baixo consumo de álcool; sua tolerância à substância pode causar a impressão errônea de que estão menos intoxicados do que de fato estão. Outros efeitos fisiológicos Fígado. O álcool pode provocar lesões no fígado. Acúmulo de gorduras e proteínas, as quais produzem a aparência de um fígado gorduroso, às vezes encontrado em exames físicos como um fígado aumentado (hepatomegalia). Pode provocar hepatite alcoólica e cirrose hepática. Sistema gastrintestinal. A curto prazo pode haver náuseas, sede e vômitos. O consumo intenso de álcool em longo prazo está associado ao desenvolvimento de esofagite, gastrite, acloridria e úlceras gástricas. O desenvolvimento de varizes esofágicas pode acompanhar abuso de álcool particularmente intenso; a ruptura dessas varizes é uma emergência médica que costuma resultar em morte por hemorragia (Hemorragia Digestiva Alta). Distúrbios do intestino delgado ocorrem eventualmente, e pancreatite, insuficiência pancreática e câncer pancreático também estão associados ao uso intenso da substância. A ingestão intensa de álcool pode interferir nos processos normais de digestão e absorção dos alimentos; como resultado, os alimentos consumidos são digeridos de forma inadequada. Diminuição da absorção de vitaminas e aminoácidos. Sistema hematopoiético O etanol aumenta o tamanho dos eritrócitos [volume corpuscular médio (VCM)]. Se a ingestão contumaz de álcool for acompanhada por deficiência de ácido fólico, também poderá haver neutrófilos hipersegmentados, reticulocitopenia e medula óssea hiperplásica. O consumo maciço crônico pode diminuir a produção dos leucócitos, a mobilidade e aderência dos granulócitos, bem como prejudicar a resposta de hipersensibilidade tardia a novos antígenos. Outros sistemas corporais. Agudamente ocorre a diminuição da contratilidade miocárdica e causa vasodilatação periférica. Com o uso crônico ocorre aumento da pressão arterial, desregulação do metabolismo de lipoproteínas e triglicerídeos e aumento do risco de infarto do miocárdio e de doença cerebrovascular. O álcool relaxa os músculos na faringe, o que pode causar roncos e exacerbar a apneia do sono. Afeta o sistema hematopoiético, aumenta a incidência de câncer, especialmente na cabeça, no pescoço, no esôfago, no estômago, no fígado, no colo e no pulmão. Pode gerar quadros graves de hipoglicemia (A hipoglicemia aparece porque o álcool inibe a neoglicogênese, que é um processo hepático necessário para manter a glicemia, na falta de carboidrato). Fraqueza muscular, cefaleia, perda de discernimento e coordenação e alteração de marcha. Doses altas cônicas podem ocasionar neuropatia periférica → dormência, formigamentos e parestesias nos membros. No sistema esquelético pode haver alterações no metabolismo do cálcio, densidade óssea mais baixa e menor crescimento nas epífises, com risco aumentado de fraturas e osteonecrose da cabeça do fêmur. Interações medicamentosas: Determinadas substâncias, como álcool e fenobarbital, são metabolizadas pelo fígado, e seu uso prolongado pode levar à aceleração do metabolismo. Quando o indivíduo com transtorno relacionado ao álcool está sóbrio, esse metabolismo acelerado o deixa excepcionalmente tolerante a vários fármacos, como sedativos e hipnóticos; durante a intoxicação, no entanto, esses fármacos competem com o álcool pelos mesmos mecanismos de desintoxicação, e concentrações potencialmente tóxicas de todas as substâncias envolvidas podem se acumular no sangue. Dependência química e Depressão O uso abusivo do álcool provoca estresse, comportamentos de rebeldia, aborrecimento, redução da autoestima, além do surgimento de distúrbios psicoafetivos, entre eles a depressão. Durante o consumo de drogas o cérebro libera uma quantidade de neurotransmissores Amanda Freitas—MED 5°P APG 14 5 @amandacfdias maior do que o normal. Quando esse consumo é exagerado, chega em um ponto em que não há mais o que ser liberado. Assim, os sentimentos que restam após o uso de drogas são cansaço, tristeza e indisposição, característicos do estado depressivo. Então, como o cérebro demora para voltar a liberar neurotransmissores, normalmente, o indivíduo costuma permanecer deprimido por um determinado tempo. Transtornos por uso de álcool Uma necessidade de uso diário de grandes quantidades de álcool para o funcionamento adequado, um padrão regular de consumo intenso limitado a fins de semana e longos períodos de sobriedade intercalados por consumo compulsivo de ingestão intensa de álcool com duração de semanas ou meses são fortes indicativos da possibilidade de dependência e abuso de álcool. Os padrões de consumo costumam estar associados a determinados comportamentos: incapacidade de reduzir ou interromper o consumo; esforços repetidos para controlar ou reduzir o consumo excessivo mantendo-se abstêmio temporariamente ou para restringir a ingestão de álcool a determinados horários durante o dia. Consumo compulsivo (permanecer intoxicado durante o dia por pelo menos dois dias); consumo eventual de um quinto de destilados (ou seu equivalente em vinho ou cerveja). Subtipos de dependência de álcool A dependência de álcool tipo A se caracteriza por início tardio, poucos fatores de risco na infância, dependência relativamente leve, poucos problemas relacionados ao álcool e pouca psicopatologia. A dependência de álcool tipo B se caracteriza por muitos fatores de risco na infância, dependência grave, início precoce de problemas relacionados ao álcool, muita psicopatologia, história familiar de abuso de álcool, abuso frequente de várias substâncias, longa história de tratamento para o uso de álcool e várias situações de vida estressantes graves. O transtorno por uso de álcool pode não ser descoberto até que o indivíduo precise interromper o consumo por algum motivo e passea exibir sintomas de abstinência. O álcool produz na região do núcleo acumbens um estímulo de reforço para a atitude compulsiva de beber. O etanol promove a liberação de dopamina no núcleo acumbens, promovendo a sensação de prazer. Um sistema de reforço deve desempenhar duas funções: detectar a presença de um estímulo e fortalecer as conexões entre os neurônios que detectam os estímulos significativos (como ver um copo com pinga) e aqueles que produzem a resposta instrumental (beber a pinga). Intoxicação por álcool Abstinência de álcool A abstinência de álcool, mesmo sem delirium, pode ser grave; ela inclui convulsões e hiperatividade autonômica. Condições que podem predispor a sintomas de abstinência ou agravá-los incluem fadiga, desnutrição, doença física e depressão. Amanda Freitas—MED 5°P APG 14 6 @amandacfdias Os critérios do DSM-5 para abstinência de álcool requerem a cessação ou redução do uso pesado e prolongado de álcool, bem como a presença de sintomas físicos ou neuropsiquiátricos específicos. Pode haver “perturbações da percepção”. O sinal clássico de abstinência de álcool é tremor, embora o espectro de sintomas possa se expandir para incluir sintomas psicóticos e de percepção (p. ex., delírios e alucinações), convulsões e os sintomas de delirium tremens (DTs), denominado delirium por álcool no DSM-5. Tremores (normalmente chamados de “tremedeira”) se desenvolvem de 6 a 8 horas após a interrupção do consumo, convulsões, em 12 a 24 horas, e DTs, a qualquer momento durante as primeiras 72 horas, embora médicos devam estar atentos para o desenvolvimento de DTs durante a primeira semana de abstinência. Outros sintomas de abstinência incluem irritabilidade geral, sintomas gastrintestinais (p. ex., náusea e vômito) e hiperatividade simpática autonômica, incluindo ansiedade, excitação, sudorese, rubor facial, midríase, taquicardia e hipertensão leve. Pacientes que passam por abstinência de álcool estão, de modo geral, alertas, mas podem se sobressaltar facilmente. Convulsões de abstinência Convulsões associadas à abstinência de álcool têm características estereotipadas, generalizadas e são tônico-clônicas. Os pacientes costumam ter mais de uma convulsão 3 a 6 horas após a primeira ocorrência. Embora anticonvulsivantes não sejam necessários para o manejo de convulsões de abstinência, a causa da convulsão é difícil de estabelecer durante a primeira avaliação do paciente na sala de emergência; portanto, muitos pacientes com convulsões de abstinência recebem medicamentos anticonvulsivantes, os quais são descontinuados assim que a causa das convulsões é identificada. Tratamento→ a primeira medicação usada são os benzodiazepínicos. Eles ajudam a controlar a atividade convulsiva, delirium, ansiedade, taquicardia, hipertensão, diaforese e tremor associado à abstinência de álcool. Delirium Constitui a forma mais grave da síndrome de abstinência, conhecido por DTs. Esses pacientes podem ser agressivos ou suicidas, ou podem agir em resposta a alucinações ou pensamentos delirantes como se fossem perigos genuínos. Sem tratamento, o DTs tem um índice de mortalidade de 20%, geralmente como resultado de uma doença médica intercorrente, como pneumonia, doença renal, insuficiência hepática ou insuficiência cardíaca. A característica fundamental da síndrome é delirium com ocorrência no período de uma semana depois da cessação ou redução da ingestão de álcool. Além dos sintomas de delirium, as características de delirium por intoxicação de álcool incluem hiperatividade autonômica, como taquicardia, diaforese, febre, ansiedade, insônia e hipertensão; distorções da percepção, mais frequentemente alucinações visuais ou táteis; e níveis flutuantes de atividade psicomotora, que vão de hiperexcitabilidade a letargia. Demência persistente induzida por álcool Observam-se reduções globais do funcionamento intelectual, das capacidades cognitivas e da memória, mas dificuldades na memória recente são consistentes com o prejuízo cognitivo global, uma observação que ajuda a distinguir essa condição do transtorno amnésico persistente induzido por álcool. Amanda Freitas—MED 5°P APG 14 7 @amandacfdias Transtorno amnésico persistente induzido por álcool É uma perturbação na memória de curto prazo causada pelo uso intenso de álcool. Síndrome de Wernicke-Korsakoff→ A denominação clássica para transtorno amnéstico persistente induzido por álcool é composta por encefalopatia de Wernicke (um conjunto de sintomas agudos) e síndrome de Korsakoff (uma condição crônica). A conexão fisiopatológica entre as duas síndromes é deficiência de tiamina (vitamina B1), causada por maus hábitos nutricionais ou por problemas de absorção. A tiamina é um cofator de várias enzimas importantes e também pode estar envolvida na condução do potencial de ação ao longo do axônio e na transmissão sináptica. As lesões neuropatológicas são simétricas e paraventriculares, envolvendo corpos papilares, o tálamo, o hipotálamo, o mesencéfalo, a ponte, a medula, o fórnice e o cerebelo. A encefalopatia de Wernicke, também chamada de encefalopatia alcoólica, é um transtorno neurológico agudo caracterizado por ataxia (que afeta principalmente a marcha), disfunção vestibular, confusão e uma variedade de anormalidades de motilidade ocular, incluindo nistagmo horizontal, paralisia orbital lateral e paralisia do olhar conjugado. Pode haver aniocoria. Apagões→ constituem episódios distintos de amnésia anterógrada que ocorrem em associação com intoxicação por álcool. Transtorno psicótico induzido por álcool Presença de alucinações auditivas ou delírios paranoides no contexto do consumo pesado ou abstinência ao álcool. Transtorno do humor induzido por álcool A ingestão intensa de álcool ao longo de vários dias resulta em vários dos mesmos sintomas observados no transtorno depressivo maior, mas a intensa tristeza melhora acentuadamente no prazo de vários dias até um mês de abstinência. Transtorno de ansiedade induzido por álcool Queixas de ansiedade no contexto de abstinência de álcool aguda e prolongada. Os pacientes podem ter ataques de pânico. Outras disfunções podem ser: • Disfunção sexual induzida por álcool • Transtorno do sono induzido por álcool • Síndrome alcoólica fetal. Referências Bibliográficas Compêndio de Psiquiatria 11°ed 2017 O álcool e seus efeitos no Sistema Nervoso: Rita Mara Reis Costa, 2003 Neurologia Clínica Harrison 3°ed 2015 Espaço para anotações... Amanda Freitas—MED 5°P APG 14 8 @amandacfdias
Compartilhar