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Histologia do aparelho respiratório @study.sakata GENERALIDADES O aparelho respiratório é dividido em duas porções, de acordo com sua funcionalidade, sendo elas: porção condutora e respiratória O aparelho respiratório ao longo da sua estrutura vai sofrendo modificações histológicas e anatômicas de acordo com a sua necessidade funcional De maneira geral, o epitélio ideal para a realização das funções de condução do sistema respiratório seria o epitélio pseudoestrarificado colunar ciliado, enquanto na porção de troca gasosa é ideal que seja um epitélio simples, para facilitar a hematose PORÇÃO CONDUTORA Composta por: Vestíbulo nasal Cavidade nasal Seios paranasais Nasofaringe Orofaringe Laringe Traqueia Brônquios Bronquíolos Bronquíolos terminais Por diferença de pressão do ar, há uma tendência de colabamento das vias respiratórias na porção condutora, mas isso não ocorre devido à presença de cartilagem Tem como função principalmente o transporte, a umidificação, o aquecimento, remoção de partículas presentes no ar. Ou seja, além de conduzir o ar, a porção condutora é responsável pela preparação do ar para que sejam feitas de forma efetiva as trocas gasosas PORÇÃO RESPIRATÓRIA Composta por Bronquíolos respiratórios (resistentes) Ductos alveolares Alvéolos Tem como função realizar a troca gasosa PELE E MUCOSA PELE Se trata de um órgão integrado ao sistema tegumentar, composto principalmente pela epiderme, derme e anexos epidérmicos Tem como principal função a proteção, termorregulação, excreção, síntese e atividade sensorial MUCOSA Membrana que realiza o revestimento de cavidades úmidas e em contato com o meio externo Composto por um tecido epitelial e sustentado por um tecido conjuntivo propriamente dito (lâmina própria) Sofre alterações histológicas de acordo com a região que se encontra, e varia de acordo com o epitélio que se encontra constituinte MUCOSA – ASPECTOS HISTOLÓGICOS A mucosa nasal é uma região com alta especialidade, responsável pela percepção olfatória, se encontra no teto da cavidade nasal Na imagem é possível a visualização do tecido epiltelial pseudoestratificado colunar ciliado como revestimento, o tecido conjuntivo frouxo (lâmina própria), a gândula, tecido linfóide, cartilagem e as fibras musculares lisas @study.sakata EPITÉLIO Epitélio pseudoestratificado (diferença de altura que cria uma falsa impressão de estratificação, mas possui somente uma camada de célula, que estão apoiadas na mesma membrana basal) colunar ciliado Constituição celular do epitélio das mucosas : Células colunares altas ciliadas: é o tipo celular mais comum na mucosa, de maneira que os cílios se tratam de especializações da membrana que estão acopladas no citoesqueleto por conta da função de movimentação (por isso os cílios também estão relacionados com a defesa mucociliar) Células caliciformes: responsáveis pela produção de muco, são morfologicamente semelhantes ao formato de cálice Células basais: núcleos na porção mais basal do epitélio, são as células tronco do aparelho respiratório Células neuroendócrinas/Kulchitsky: responsáveis pela produção de substancias que controlam a atividade de outras células, como por exemplo a secreção de serotonina, a qual age sobre as células ciliadas e sobre o musculo liso, induzindo sua contração. São por atividade parácrina Células em escova/sustentação: são células de região exclusivas olfatórias, especializadas na percepção das moléculas de cheiro. São colunares altas Células olfatórias: estão presentes no epitélio, mas não são epiteliais, são neurônios especializados LÂMINA PRÓPRIA – TECIDO CONJUNTIVO Se trata da denominação do tecido conjuntivo presente nas membranas mucosas A lâmina própria mantém o tecido epitelial colado aos tecidos profundos Constituído pelo tecido conjuntivo frouxo SUBMUCOSA É comum encontrar as glândulas seromucosas, as quais auxiliam na produção do muco, tecido linfoide, cartilagem hialina e músculo liso CAVIDADE NASAL Representa a porção inicial do aparelho respiratório, constituído por um arcabouço de osso e cartilagem No teto da cavidade nasal é onde se inicia o processo de percepção do olfato, uma região altamente especializada Possui áreas morfológicas e fisiológicas distintas, sendo classificadas como: Vestíbulo Área respiratória Área olfatória VESTÍBULO É constituído principalmente por pele Histologicamente: Tecido epitelial pavimentoso estratificado queratinizado Tecido conjuntivo frouxo denso Glândulas sebáceas É pavimentoso pois possui as células superficiais mais achatadas @study.sakata Na imagem, é possível identificar o epitélio pavimentoso queratinizado, o tecido conjuntivo frouxo denso, as glândulas sebáceas e os folículos pilosos ÁREA RESPIRATÓRIA É constituída pela mucosa respiratória Histologicamente: Tecido epitelial pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes Células caliciformes e basais Tecido cartilaginoso Tecido ósseo: matriz extracelular bem eosinofílica; osteótcito; osteoblastos que depositam a fração orgânica do osso, principalmente o colágeno I Leucócitos: plasmócitos (produção de imunoglobulinas)e os eosinófilos OBS: Células em escova e olfatória não estão presente, apesar de ser uma mucosa respiratória, é uma área não especializada em olfato Não é possível identificar visualmente as células neuroendócrinas, pois não apresentam particularidade morfológica PLEXO ARTERIAL DE KISSELBACH Localizada na região anterior do septo nasal Constituído por anastomose das artérias esfenopalatina, labial superior, palatina maior e ramos septais das aa. Etmoidais anterior e posterior Possui uma importância clinica por conta da epistaxe ÁREA OLFATÓRIA Localizada no teto nasal, com uma mucosa altamente especializada NEUROEPITÉLIO OLFATÓRIO A maior parte das células do tecido, não são células epiteliais e sim neurônios modificados – convertem estimulo químico em elétrico que é convertido em informação olfatória. Histologicamente: Células olfatórias (neurônios bipolares, dois polos – ciliados) Células em escova de sustentação (síntese de proteínas de ligação á moléculas odoríferas) @study.sakata Geralmente as células em escova possuem o núcleo mais alto, as olfatórias contem seus núcleos mais basais Na superfície basal tem microvilosidades que se assemelham a cerdas de uma escova, produzem substancias que facilitam a ligação entre moléculas odoríferas com os receptores específicos nas células olfatórias Células basais (células-tronco) LÂMINA PRÓPRIA Histologicamente: Tecido conjuntivo frouxo Glândulas mucosas (de Bownman) – o produto de secreção é rico em substancias químicas que diluem as moléculas odoríferas, auxiliando na dispersão Na imagem não é fácil a diferenciação das estruturas da lâmina própria SEIOS PARANASAIS Cavidades naturais são denominados de seios paranasais, que possuem como principal função a aeração do crânio, preparação do ar Histologicamente: Revestimento pelo tecido epitelial pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes O muco é drenada para a cavidade nasal através da atividade ciliar Sinusite: produção excessiva de muco nos seios paranasais, não é drenado de forma eficiente, ocorrendo a proliferação de microorganismos, causando a inflamação NASOFARINGE Tubo muscular que une o aparelho respiratório e o digestório Contínua à orofaringe no sentido caudal, incompletamente separadas pelo palato mole Mucosa revestida predominantemente por epitélio respiratório Presença de folículos, do tecido linfoide, porconta da presença da tonsila faríngea @study.sakata LARINGE Tubo irregular que une a hipofaringe com à traqueia Composta por estruturas cartilaginosas irregulares unidas por um tecido conjuntivo ferroelástico A mucosa laríngea forma dois pares de pregas: a prega vocal falsa e a verdadeira, que contribuem para a fonação Principal função: fonação Classificado em 3 regiões Supraglótica Glótica Infraglótica Histologicamente: Revestimento epitelial variável entre o respiratório (tecido epitelial pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes) e o estratificado pavimentoso As cartilagens mantêm a laringe aberta, permitindo a passagem do ar e, em virtude da ação dos músculos intrínsecos e extrínsecos da laringe, de músculo estriado esquelético, podem se mover, impedindo a entrada de alimento durante a deglutição REGIÃO SUPRAGLÓTICA Caracterizada pela presença da epiglote Constituída principalmente de tecido cartilaginoso Fibras elásticas REGIÃO GLÓTICA Caracterizada pela presença das pregas vocais, que são dobramentos da mucosa laríngea, sendo ‘separadas’ pelo ventrículo laríngeo Epitélio que reveste a laringe é altamente variável, de pessoa para pessoa, de região para região, por ser uma área de transição Prega verdadeira: tecido muscular esquelético – músculo vocal (inferior) Prega falsa: ausência do tecido muscular esquelético, há uma abundância de glândulas (superior) REGIÃO SUBGLÓTICA Histologicamente: Tecido epitelial estratificado pavimentoso NÃO queratinizado Epitélio respiratório apoiado sobre um tecido conjuntivo frouxo denominado de lâmina própria, não há grande variação que nem a região glótica Presença de glândulas seromucosas, e de grandes peças de cartilagens hialinas Muita semelhança histológica com a traqueia @study.sakata TRAQUÉIA Representada por um tubo fibricartilaginoso cérvico-torácico Compartimento visceral do pescoço Localizado no mediastino superior Se ramifica em dois brônquios na região da carina (cartilagem em formato de V, localizada internamente na traqueia) A abundancia do tecido cartilaginoso em formato de ferradura é algo característica a ser identificado na lamina da traqueia A região em que não há o completo anel de cartilagem é denominado de parede membranácea, importante pois se fosse um anel completo de cartilagem não teria espaço para a movimentação peristáltica do esôfago Composta por 4 principais camadas, já na parede membranácea, há somente as 3 camadas pois não há a camada cartilaginosa CAMADA MUCOSA Camada mais interna da traqueia, em contato com a luz da via Epitélio respiratório + lâmina própria (tc. Cnj frouxo) CAMADA SUBMUCOSA Glândulas mucosas,, fibras musculares lisas (parede membranácea) e fibras elásticas região da parede membranácea CAMADA CARTILAGINOSA Cartilagem hialina @study.sakata CAMADA ADVENTÍCIA Tecido conjuntivo frouxo RAMIFICAÇÕES INTRAPLULMONARES À medida que vai ocorrendo as ramificações da arvore brônquica, ocorre a simplificação histológica como forma de facilitar a hematose Condução Traqueia Brônquio fonte Brônquio lobar Brônquio segmentar Brônquio subsegmentar Bronquíolo Bronquíolo terminal Transição Bronquíolos respiratórios Respiratória Ductos alveolares Sacos alveolares BRÔNQUIOS SEGMENTARES E INTRASEGMENTARES Brônquios ramificados já no interior do pulmão Presença da cartilagem hialina nos intrapulmonares, percebe-se que é intrapulmonar por conta da presença dos alvéolos O que facilita na diferenciação entre um brônquio e um bronquíolo é que no bronquíolo há a presença de cartilagem Possui 3 camadas: Camada mucosa Camada submucosa Camada adventícia Camada mucosa Os espaços em branco são os alvéolos CAMADA MUCOSA Epitélio respiratório + lâmina própria + glândulas seromucosas CAMADA SUBMUCOSA Músculo liso – fibras musculares lisas e elásticas + glândulas + cartilagens hialinas CAMADA ADVENTÍCIA É a mais delgada, sendo caracterizada pelo tecido mais fino que empacota toda a estrutura do brônquio Tecido conjuntivo frouxo BRONQUÍOLO @study.sakata Ausência de cartilagem hialina Composto também por 3 camadas: Camada mucosa Camada submucosa Camada adventícia CAMADA MUCOSA Epitélio simples colunar com algumas células caliciformes (na porção inicial) ou cúbico (porção terminal) Região mais variável, por conta da poção inicial e terminal Coexistência de um tecido colunar ciliado e um colunar cuboide Porção inicial da traqueia Porção final da traqueia Células de clara: Localizadas na porção terminal da traqueia secretam agentes tensoativos que impede que os bronquíolos colabem, mas não é um surfactante, possui uma substancia química diferente – diminui a tensão superficial. Os brônquios possuem a cartilagem como meio de impedir o colabamento, no caso dos bronquíolos o que impede é a secreção do produto das células clara CAMADA SUBMUCOSA Fibras elásticas + feixes de músculo liso entremeados A presença do músculo liso sinaliza que é a região submucosa do bronquíolo CAMADA ADVENTÍCIA Tecido conjuntivo frouxo – delicado Asma: hipertrofia e super contração do músculo liso, o qual está presente nos brônquios e bronquíolos, as medicações broncodiladoras são indicadas pois, ao serem absorvidas agem no musculo liso, relaxando-os, permitindo o aumento da luz dos brônquios/bronquíolos Adenocarcinoma pulmonar: Os adenocarcinomas começam nas células que revestem os alvéolos e produzem substâncias como muco BRONQUÍOLOS RESPIRATÓRIOS É a ultima porção do bronquíolo, é a porção final do bronquíolo terminal que passará a se ramificar Porção de transição da região de condução com a de respiração Cada bronquíolo respiratório se ramifica dá origem ao saco alveolar -> alvéolo Ramificação: @study.sakata DUCTOS ALVEOLARES Ramificações que ocorrem a partir dos bronquíolos respiratórios Formação de canais ao final do bronquíolo respiratórios, que são denominados de ductos alveolares Nos ductos alveolares já ocorre a troca gasosa pois a parede é delgada, então há a passagem de gases Estrutura microscópica do septo ou parede interalveolar (barreira hematoárea): Epitélio simples pavimentoso (pneumócitos tipo I) + pneumócitos do tipo II + membrana basal + interstício (fibras elásticas e reticulares) + capilares sanguíneos SACOS ALVEOLARES E ALVÉOLOS Cada alvéolo representa uma curva – uma esfera, e o conjunto é denominado de saco alveolar O alvéolo é a porção final do aparelho respiratório Cada bronquíolo respiratório forma vários ductos alveolares e cada ducto forma um saco alveolar, o qual é composto por diversos alvéolos Revestido pelo epitélio simples pavimentoso, sendo cada célula denominada de pneumócito do tipo I A presença de fibras elásticas é importante para a expansão e relaxamento da estrutura alveolar PNEUMÓCITO DO TIPO I Célula epitelial simples pavimentosa Mais abundante do alvéolo Realiza a difusão dos gases para a hematose Unidos pelos desmossomos e apresentam zônulas de oclusão, a qual impedem a passagem de fluido do interstício para o espaço alveolar Capilar de caráter continuo, ou seja, sem poro e as células estão altamente unidas – zônulas de oclusão PNEUMÓCITO DO TIPO II Isolado ou formando grupos de até 3 ou 4 células, de modo que não é encontrado em abundância Responsável pela produção do surfactante Corticoide estimula a produção do surfactante Fácil de reconhecimento pois é mais robusta, com um maior volume Covid19/SARSCOV2: Processo inflamatório na parede do alvéolo, deixando as paredes mais espessas,impedindo que a troca gasosa ocorre. @study.sakata Pós síndrome: o paciente continua sem conseguir respirar, pois durante o processo de recuperação ocorre a proliferação dos pneumócitos do tipo II, dificulta a troca gasosa pois é mais volumosa. Além de que pode ocorrer a fibrose do tecido, comprometendo ainda mais a capacidade respiratória do paciente MACRÓFAGOS ALVEOLARES Difíceis de serem reconhecidos Fagocitam partículas presentes na superfície alveolar ou que foram incorporados ao interstício por pinocitose pelos pneumócitos do tipo I Antracose: pigmento de carbono que é fagocitado pelos macrófagos, é uma pigmentação patológica BARREIRA HEMATOAEREA Componentes da barreira hematoárea: Pneumocito do tipo I Membrana basal Tecido conjuntivo Parede do capilar PLEURA Membrana que reveste os pulmões externamente e internamente a cavidade torácica Mesotélio + tecido conjuntivo com fibras colágenas e elásticas Igual ao pericárdio
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