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HISTOLOGIA DO SISTEMA GENITAL FEMININO

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Julia Franco Fernandes – 2˚ PERÍODO 
MEDICINA – FASA 2021.2 
 
 
 
• A partir do nascimento, os órgãos reprodutores 
encontram-se incompletamente desenvolvidos e 
permanecem em estado de repouso até que os 
hormônios gonadotróficos, secretados pela 
glândula hipófise, sinalizem o início 
da puberdade. Tal período tem como marca inicial 
a menarca, isto é, a primeira menstruação. Depois 
disso, o sistema reprodutor sofre modificações 
cíclicas em sua estrutura e em sua atividade 
funcional, controladas por mecanismos 
neurohormonais. A menopausa é um período 
variável durante o qual as modificações cíclicas 
tornam-se irregulares e acabam cessando. Após a 
menopausa, há uma lenta involução do sistema 
reprodutor; 
 
OVÁRIOS 
• O epitélio germinativo é uma camada de epitélio 
simples (prismático baixo ou escamoso) que 
recobre a superfície do ovário. As células que 
produzem os óvulos surgem a partir do saco 
vitelino e migram para os ovários durante o 
desenvolvimento embrionário; 
 
• A túnica albugínea é uma cápsula esbranquiçada 
de tecido conjuntivo denso irregular localizada 
imediatamente profunda ao epitélio germinativo; 
 
• O córtex do ovário é a região imediatamente 
profunda à túnica albugínea. Ele consiste em 
folículos ovarianos (descritos adiante) circundados 
por tecido conjuntivo denso irregular que contém 
fibras colágenas e células semelhantes a 
fibroblastos chamadas células estromais; 
 
• A medula do ovário é profunda ao córtex do 
ovário. A margem entre o córtex e a medula não 
pode ser distinguida, mas a medula é constituída 
por tecido conjuntivo mais frouxamente disposto e 
contém vasos sanguíneos, vasos linfáticos e nervos; 
 
• Os folículos ovarianos estão no córtex e 
consistem em oócitos em várias fases de 
desenvolvimento, além das células que os 
circundam. Quando as células circundantes 
formam uma única camada, são chamadas células 
foliculares; mais tarde no desenvolvimento, 
quando se formam diversas camadas, elas são 
chamadas células granulosas. As células 
circundantes nutrem o oócito em desenvolvimento 
e começam a secretar estrogênios conforme o 
folículo cresce; 
 
• O folículo maduro é um folículo grande, cheio de 
líquido, que está pronto para romper e expulsar 
seu oócito secundário, em um processo conhecido 
como ovulação; 
 
 
Julia Franco Fernandes – 2˚ PERÍODO 
MEDICINA – FASA 2021.2 
 
 
• O corpo lúteo contém os restos de um folículo 
maduro após a ovulação. O corpo lúteo produz 
progesterona, estrogênios, relaxina e inibina, até 
que se degenera em um tecido cicatricial fibroso 
chamado corpo albicante; 
• Os folículos primordiais, os mais primitivos, 
formados durante a vida fetal, são constituídos por 
um ovócito primário, circundado por uma única 
camada de células foliculares achatadas aderidas 
umas às outras através de desmossomos. Ao 
nascimento, esses ovócitos encontram-se parados 
na fase de diplóteno da prófase da meiose I. O 
ovócito primário é uma célula esférica que 
apresenta um núcleo grande e excêntrico com um 
único nucléolo bem evidente. Contém numerosas 
mitocôndrias, abundantes aparelhos de Golgi e 
retículo endoplasmático rugoso contendo poucos 
ribossomos. A maioria desses folículos se localiza 
na região cortical, próximo à túnica albugínea. 
Uma lâmina basal envolve as células foliculares e 
marca o limite entre o folículo e o estroma 
conjuntivo adjacente; 
 
 
• A partir da puberdade, a cada dia um pequeno 
grupo de folículos primordiais inicia um processo 
de crescimento folicular – modificações do 
ovócito, das células foliculares e dos fibroblastos 
do estroma que envolve cada um desses folículos. 
Inicialmente, o ovócito aumenta de tamanho e 
ocorre proliferação das células foliculares 
achatadas circundantes, que se tornam cuboides. 
Neste estágio, o folículo passa a ser identificado 
como folículo primário. Dentre a grande população 
de folículos primordiais, não se sabe como são 
selecionados os folículos que abandonam seu 
estado de repouso e entram na fase de 
crescimento. O crescimento folicular é estimulado 
pelo FSH secretado pela hipófise; 
• Na fase de crescimento, além do aumento de 
diâmetro do ovócito, o núcleo aumenta de volume, 
vários aparelhos de Golgi estão dispersos por toda 
a célula, o retículo endoplasmático rugoso torna-se 
rico em ribossomos, além de abundantes 
ribossomos livres e mitocôndrias dispersas por 
toda a célula; 
• Enquanto uma única camada de células 
foliculares cúbicas circunda o ovócito, o folículo é 
denominado folículo primário unilaminar. Quando 
as células foliculares proliferam e se estratificam, 
formando várias camadas de células ao redor do 
ovócito primário que se comunicam por junções 
comunicantes, o folículo passa a ser denominado 
folículo primário multilaminar ou folículo pré-
antral. Neste caso, esta camada de células 
foliculares recebe o nome de células da granulosa. 
A lâmina basal se mantém entre a camada mais 
externa de células foliculares e o estroma de tecido 
conjuntivo; 
 
• A atividades proliferativa das células granulosas 
é induzida pela ativina, uma molécula de 
sinalização produzida pelo ovócito primário. 
Além disso, uma espessa camada amorfa, chamada 
zona pelúcida, composta de várias glicoproteínas 
(que atribuem acidofilia a esta zona) é secretada e 
envolve todo o ovócito. Acredita-se que o ovócito e 
as células foliculares contribuam para a síntese da 
zona pelúcida. Delgados prolongamentos de 
células foliculares e microvilos do ovócito 
penetram a zona pelúcida e estabelecem contato 
entre si por junções comunicantes; 
 
TUBAS UTERINAS 
• As tubas uterinas são compostas por três 
camadas: túnica mucosa, túnica muscular e túnica 
serosa; 
• A túnica mucosa é composta por epitélio e 
lâmina própria (tecido conjuntivo areolar). O 
epitélio contém células colunares ciliadas simples, 
que atuam como uma “esteira transportadora 
ciliar” que ajuda a mover um óvulo fertilizado (ou 
oócito secundário) do interior da tuba uterina em 
direção ao útero, e células não ciliadas chamadas 
células intercalares, que contêm microvilosidades 
e secretam um líquido que fornece nutrição para 
o óvulo; 
• A camada do meio, a túnica muscular, é 
composta por um anel circular interno espesso de 
músculo liso e uma região externa fina de músculo 
liso longitudinal. As contrações peristálticas da 
túnica muscular e a ação ciliar da túnica mucosa 
 
Julia Franco Fernandes – 2˚ PERÍODO 
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ajudam a mover o oócito ou óvulo fertilizado para 
o útero. A camada exterior das tubas uterinas é 
uma membrana serosa, a túnica serosa; 
• Após a ovulação, os movimentos das fímbrias da 
tuba uterina produzem correntes locais, que 
circundam a superfície do folículo maduro 
imediatamente antes de ocorrer a ovulação. Estas 
correntes movem o oócito secundário ovulado da 
cavidade peritoneal para a tuba uterina. Um 
espermatozoide geralmente encontra e fertiliza 
um oócito secundário na ampola da tuba uterina, 
embora a fertilização na cavidade peritoneal não 
seja incomum. A fertilização pode ocorrer até 
aproximadamente 24 h após a ovulação. Algumas 
horas após a fertilização, os materiais nucleares 
do óvulo haploide e o espermatozoide se unem. O 
óvulo fertilizado diploide é agora chamado de 
zigoto e começa a sofrer divisões celulares 
enquanto se move em direção ao útero. Ele chega 
ao útero 6 a 7 dias após a ovulação. Os oócitos 
secundários não fertilizados se desintegram; 
 
 
 
 
 
 
ÚTERO 
• O útero é composto por três camadas de tecido: 
perimétrio, miométrio e endométrio; 
• A camada exterior – o perimétrio ou túnica 
serosa – é parte do peritônio visceral; é composta 
por epitélio escamoso simples e tecido conjuntivo 
areolar. Lateralmente, tornase o ligamento largo 
do útero; 
• Anteriormente, recobre a bexiga urinária e 
forma uma escavação rasa, a escavação 
vesicouterina; 
• Posteriormente, recobre o reto e forma uma 
escavação profunda entre o útero e a bexiga 
urinária, a escavação retouterina – o pontomais 
inferior da cavidade pélvica; 
• A camada intermediária do útero, o miométrio, 
é constituída por três camadas de fibras 
musculares lisas que são mais espessas na região 
do fundo e mais finas no colo do útero. A camada 
intermediária mais espessa é circular; as camadas 
interna e externa são longitudinais ou oblíquas. 
Durante o trabalho de parto e parto, as contrações 
coordenadas do miométrio em resposta à 
ocitocina da neurohipófise ajudam a expelir o feto 
do útero; 
 
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• A camada interna do útero, o endométrio, é bem 
vascularizada e tem três componentes: (1) uma 
camada mais interna composta por epitélio 
colunar simples (células ciliadas e secretoras) 
reveste o lúmen. (2) Um estroma endometrial 
subjacente é uma região muito espessa de lâmina 
própria (tecido conjuntivo areolar). (3) Glândulas 
uterinas se desenvolvem como invaginações do 
epitélio luminal e se estendem quase até o 
miométrio. O endométrio é dividido em duas 
camadas. O estrato funcional (camada funcional) 
reveste a cavidade uterina e descama durante a 
menstruação. A camada mais profunda, o estrato 
basal (lâmina basal), é permanente e dá origem a 
um novo estrato funcional após cada 
menstruação; 
• Ramos da artéria ilíaca interna chamados 
artérias uterinas fornecem sangue para o útero. As 
artérias uterinas emitem ramos chamados artérias 
arqueadas que estão dispostas em formato circular 
no miométrio. Estas artérias se ramificam em 
artérias radiais, que penetram profundamente no 
miométrio. Pouco antes de os ramos entrarem no 
endométrio, eles se dividem em dois tipos de 
arteríolas: as arteríolas retas irrigam o estrato 
basal com os materiais necessários para regenerar 
o estrato funcional; as arteríolas espirais irrigam o 
estrato funcional e se alteram acentuadamente 
durante o ciclo menstrual. O sangue que deixa o 
útero é drenado pelas veias uterinas para as veias 
ilíacas internas. A substancial irrigação sanguínea 
do útero é essencial para possibilitar o 
crescimento de um novo estrato funcional após a 
menstruação, a implantação de um óvulo 
fertilizado e o desenvolvimento da placenta; 
• Muco cervical = As células secretoras da 
túnica mucosa do colo do útero produzem uma 
secreção chamada de muco cervical, uma mistura 
de água, glicoproteínas, lipídios, enzimas e sais 
inorgânicos. Durante seus anos férteis, as 
mulheres secretam 20 a 60 ml de muco cervical 
por dia. O muco cervical é mais propício aos 
espermatozoides próximos ou no momento da 
ovulação, porque é menos viscoso e mais alcalino 
(pH 8,5). Em outros momentos, um muco mais 
viscoso forma um tampão cervical que impede 
fisicamente a penetração dos espermatozoides. O 
muco cervical suplementa as necessidades de 
energia dos espermatozoides, e tanto o colo do 
útero quanto o muco cervical protegem o 
espermatozoide dos fagócitos e do ambiente 
hostil da vagina e do útero. O muco cervical 
também pode atuar na capacitação – várias 
mudanças funcionais pelas quais os 
espermatozoides passam no sistema genital 
feminino antes de serem capazes de fertilizar um 
oócito secundário. A capacitação faz com que a 
cauda de um espermatozoide se mova ainda mais 
vigorosamente, e prepara a membrana 
plasmática do espermatozoide para se fundir 
com a membrana plasmática do oócito; 
 
VAGINA 
• A túnica mucosa da vagina é contínua com a do 
útero; 
• O epitélio escamoso estratificado não 
queratinizado e tecido conjuntivo areolar que se 
encontra em uma série de pregas transversais 
chamados rugas vaginais. As células dendríticas 
na túnica mucosa são células apresentadoras de 
antígeno. (Infelizmente, também participam na 
transmissão de vírus – como por exemplo o HIV (o 
vírus que causa a AIDS) – para uma mulher 
durante a relação sexual com um homem 
infectado); 
• A túnica mucosa da vagina contém grandes 
estoques de glicogênio, cuja decomposição produz 
ácidos orgânicos. O meio ácido resultante retarda 
o crescimento microbiano, mas também é 
prejudicial ao espermatozoide. Componentes 
alcalinos do sêmen, principalmente das glândulas 
seminais, elevam o pH do líquido na vagina e 
aumentam a viabilidade do espermatozoide; 
• A túnica muscular é composta por uma camada 
circular externa e uma camada longitudinal 
interna de músculo liso, que pode se distender 
consideravelmente para acomodar o pênis 
durante a relação sexual e a criança durante o 
parto; 
• A túnica adventícia, a camada superficial da 
vagina, é constituída por tecido conjuntivo 
 
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areolar. Ela ancora a vagina aos órgãos 
adjacentes, como a uretra e a bexiga urinária 
anteriormente e o reto e o canal anal 
posteriormente; 
• Uma fina prega de túnica mucosa vascularizada, 
chamada hímen, forma uma margem em torno da 
extremidade inferior da abertura vaginal para o 
exterior (o óstio da vagina), fechando-a 
parcialmente; 
• Depois de sua ruptura, geralmente após a 
primeira relação sexual, permanecem apenas 
remanescentes do hímen. Às vezes, o hímen 
recobre completamente o óstio da vagina, em uma 
condição chamada hímen imperfurado. Pode ser 
necessária uma cirurgia para abrir o óstio da 
vagina e possibilitar a saída do fluxo menstrual;

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