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Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 1 TROMBOCITOPENIAS/PLAQUETOPENIA Redução da plaquetometria PLT < 100.000 Petequias – principal manifestação. Deficiência plaquetária, faz com que o próprio fluxo rompa o endotélio e cause pequenas hemorragias na pele. Púrpura – generalização (pequenos pontos hemorrágicos a equimoses). Extremidade MMII – lugar onde mais encontra petéquias. As petéquias de origem plaquetária não desaparecem a digitopressão (quando desaparece a digitopressão é de origem vascular). PRODUÇÃO REDUZIDA: Trombocitopenias Hereditárias: anemia de Fanconi, Sd da trombocitopenia com ausência do radio; Sd Wiskott-Aldrich- ligada ao X → grave; TMO; Trombocitopenia adquirida devido a produção reduzida de plaquetas: aplasia megacariocítica (geralmente pós- transplante/rtx); infecção viral (HIV, HCV); ocupacional (exposição a benzeno, radiação). Trombocitopena induzida por álcool e medicamentos: álcool (inibe maturação de megacariócitos); principais medicamentos: AINE, AAS, antidepressivos tricíclicos, anticonvulsivantes, quinolonas... Trombocitopenia associada à deficiência nutricional: ciacobalamina; ácido fólico. Destruição plaquetária acelerada por mecanismos não imunológicos: →PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA TROMBÓTICA (PTT): doença em que há consumo de plaquetas. Etiologias diversas, lesão endotelial difusa, exposição do FVW alterado e formação de trombos plaquetários disseminados. Sinais clínicos: Pêntade Clássica: 88-89% TROMBOCITOPENIA – ANEMIA HEMOLÍTICA MICROANGIOPÁTICA – FEBRE – ALTERAÇÕES NEUROLÓGICAS – ALTERAÇÕES RENAIS. Se não diagnosticada adequadamente e inicialmente: mortalidade chega a 90%. Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 2 Fisiopatologia: FVW envolvido. A) Ao expor o FVW, ocorre a ligação com GPIb da plaqueta e faz-se a adesão plaquetária. Diariamente, há uma secreção basal de FVW pelo endotélio, e o FVW vai sendo clivado pelo ADAMTS13. Conforme ocorre essa clivagem, vão sendo liberados monômeros de VW – importantes na hemostasia: proteínas que se ligam ao fator VIII e estabiliza o fator VIII (assim não tem onde ligar plaqueta). Ideal: nem excesso/nem falta de VW. Se faltar VW, falta fator VIII. B) Na PTT, existe um problema na clivagem do FVW pelo ADAMTS 13. Então, ocorre secreção de polímero de VW: FVW ligado ao endotélio, não liberado a circulação, ocorrendo adesão e ligação de plaquetas. Essa ligação difusa de plaquetas, causará plaquetopenia e estreitamento da luz do vaso. Hemólise intravascular (anemia hemolítica microangiopática). →TRATAMENTO: Plasmaférese. Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 3 Síndrome Hemolítica Urêmica – associação com infecção cepa enteropatogênica da E. coli, O157:H7. Destruição plaquetária acelerada por mecanismos imunológicos: →PÚPURA TROMBOCITOPÊNICA IDIOPATICA OU IMUNE – PTI: Destruição imunológica das plaquetas por autoanticorpos; Redução da produção por causa imunológica; Sequestração esplênica dessa plaqueta ligada ao Ac. MO – normal ou aumento de produção de série megacariocítica. Manifestações clínicas: dependem do nível de trombocitopenia. Diagnóstico de exclusão. Hemograma de púrpura só tem a PLAQUETOPENIA alterada. “Plaquetopenia e mais nada”. DEFINIÇÕES: Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 4 ACHADOS CLÍNICOS E EVOLUÇÃO: Autoanticorpo plaquetário: PTI SECUNDÁRIA: AUTOIMUNE: LES, SAF, GRAVES, COLAGENOSES. DOENÇA LINFOPROLIFERATIVA: LLC, LNH, WALDENSTRON. INFECÇÕES: HIV, HCV, DENGUE, H PYLORI. TRATAMENTO: Análogo de trombopoetina (TPO): Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 5 DOENÇA DE VON WILLEBRAND: Distúrbio misto da hemostasia Fator de Von Willebrand: glicoproteína multimérica, com peso molecular variando de 500.000 à 20 milhões. No plasma, os multímeros do FVW são clivados por uma protease denominada ADAMTS13 (desintegrin-like and metalloprotease with trombospondin type 1 motifs). Seus níveis plasmáticos normais estão em torno de 1 mg/dl. Este fator, sintetizado pelo endotélio e pelos megacariócitos, é responsável pela adesividade plaquetária ao colágeno do subendotélio em sítios de lesão vascular. Outra função é formar um complexo com o fator VIII, funcionando como sua proteína de transporte e impedindo que este seja rapidamente depurado da circulação por proteases. Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 6 →Herança autossômica dominante: A prevalência oscila entre 0,8-2% da população caucasiana. 13% de mulheres com menorragia apresentam DVW. Tipo O são mais sintomáticos. O distúrbio afeta basicamente o componente primário da hemostasia, pelo prejuízo à adesão plaquetária. →MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Sangramento mucocutâneo: epistaxe, equimoses, menorragia, gengivorragias, sangramento após procedimentos invasivos: extração dentária, pós-parto e pós operatório. História familiar de hemorragias. Na maioria das vezes é do tipo brando. A depleção do fator VIII ocorre pelo aumento da sua degradação enzimática, mas não a ponto de causar hemorragia por distúrbio da hemostasia secundária. →ACHADOS LABORATORIAIS: TTPA acima de 20% do controle: alteração significativa. TTPA de DVW é discretamente alargado. Contagem plaquetária: normal. (Apenas subtipo 2b tem alteração plaquetária). Atividade do fator VIII e Ag do FVW – medido pela porcentagem de atividade (entre 0-100%; necessita-se de pelo menos 50% para ter coagulação normal) Atv do cofator de ristocetina e capacidade de ligação de FVW ao colágeno – testes funcionais para dx tipo 2. Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 7 Tipo O fazem cirurgia pela manhã, pois esses pacientes têm menos FVW, e o pico de FVW ocorre pela manhã. LABORATÓRIO: SUBTIPOS DA DVW: Tipo I: 70% dos casos. Produção reduzida de uma proteína VW normal. Todos os multímeros estão presentes. Tipo IIa: 20% dos casos. Anormaliadde estrutural, com a perda de multímeros de alto peso molecular. Tipo IIb: 5% dos casos. Molécula com afinidade anormal pela GPIb das plaquetas. FVW diminuído principalmente multímeros maiores, pode haver trombocitopenia. Diagnóstico definitivo: teste de agregação plaquetária induzido pela ristocetina. Tipo III: confundido com hemofilia A; tem clínica pior. Ausência total do FVW, de atividade do cofator de multímeros no plasma. Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 8 →TRATAMENTO: HEMOFILIAS Hemofilia A: deficiência FVIII Hemofilia B: deficiência FIX Doença hereditária ligada ao X. Quase exclusivos do sexo masculino. A incidência da hemofilia A (deficiência de fator VIII) gira em torno de 1 a cada 10.000 nascidos do sexo masculino. A incidência da hemofilia B é bem menor: 1 a cada 100.000. Resultado: incapacidade de ativação do Fator X. →MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Grave: níveis de Fator ≤ 1% - sangramento espontâneo. Moderada: entre 2-5% - sangramento associado a pequenos traumas. Leve: entre 5-30% - traumas graves ou cirurgia. Portadoras ocasionais tem nível de fator menor que 30%. →Sangramentos prolongados no tecido mole profundo → hematoma e hemoartrose. Alargamento do TTPA. →Hemartroses espontâneas: principalmente em MMII, episódios de repetição levando a sinovite crônica pode evoluir para artropatia crônica. Aguda. Não drenar hemartrose. Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 9 São pontos onde há cordão vascular/nervoso, quepodem fazer síndrome compartimental (interrupção do retorno venoso). →Hematomas musculares: em geral, grandes músculos flexores panturrilha e ileopsoas podem gerar síndrome compartimental e formação de pseudotumores. Observe hematoma do m. psoas que comprime veia cava, fazendo sd compartimental. Mão com necrose por sd compartimental. →Hemorragia no SNC: causa mais comum de mortalidade. →Hematúria macroscópica. →Sangramento pós cirúrgico, em geral retardado em várias horas ou dias, associado à cicatrização deficiente de feridas. →LABORATÓRIO: Prolongamento TTPA, corrigido pela adição de plasma normal. Hemofilias A e B s]ao diferenciadas pela dosagem de fator VIII e IX. →TRATAMENTO: Fatores derivados de plasma (pdFVIII, pdFIX); Recombinantes (rFVIII, rFIX). Episódico (sob demanada): controle. Profilático: prevenção. Hematologia – FMBM Pamela Barbieri – T23 Profª Dra. Marissa Rabelo 10 DISTÚRBIOS DOS FATORES DE COAGULAÇÃO VIT-K DEPENDENTES: Vitamina K: Origem vegetal: filoquinona. Síntese bacteriana (microbiota intestinal): menaquinona. Atbterapia destruição de bactérias colônicas → deficiência de vitamina K. Deficiência de vit K provoca redução dos níveis plasmáticos dos fatores II, VII, IX, X e proteína C e S. (Marevan, varfarina são inibidores de vit K). Deficiência dos fatores vitamina K dependentes – prolongamento do TP, e em formas graves TTPA alargado. Doenças hemorrágica do recém-nascido: Deficiências nutricionais de vit K: Paciente que não come verdura e toma ATB → TP estiver prolongado. Pacientes hospitalizados. Dx diferencial CIVID e hepatopatias HEPATOPATIAS: Distúrbio hemorrágico complexo. Síntese reduzida dos fatores de coagulação. Síntese de fibrinogênio e fibrinólise anormal. Trombocitopenia. TP alargado; TTPA alargado. Anormalidades vasculares, como varizes de esôfago. Exames: albumina; TP; fibrinogênio.
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