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AÇÃO ANULATÓRIA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE... DO ESTADO Z SOCIEDADE EMPRESÁRIA BETA S/A., pessoa jurídica de direito privado, situado no endereço... Município Y, Estado Z, inscrita no CNPJ/MF sob o nº..., devidamente representada por seu administrador... por meio de seu procurador, infra-assinado, com procuração em anexo, vem, respeitosamente, a presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA Com base no artigo 38 da Lei nº 6.830/80, em face da FAZENDA PÚBLICA DO MUNICÍPIO Y, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos. I – DOS FATOS A Sociedade Empresária Beta S/A, foi autuada por ter deixado de recolher o Imposto Sobre Serviços (ISS), sobre as receitas oriundas de sua atividade principal, tal qual, a de locação de veículos automotores. Cumpre salientar que sua atividade é exercida exclusivamente no território do Municipio Y, no Estado Z, e não compreende qualquer outro serviço acessório á locação dos veículos automotores. Quanto a lavratura do Auto de Infração, além do montante principal exigido, o fisco lançou uma multa punitiva correspondente a 200% do valor do imposto, além dos respectivos encargos relativos á mora. Por conseguinte, mesmo após o oferecimento de impugnação e de recursos administrativos, o lançamento foi mantido e o débito foi inscrito na divida ativa. Todavia, ao analisar o Auto de Infração, verifica-se que a autoridade fiscal deixou de inserir em seu bojo os fundamentos legais indicativos da origem e natureza do respectivo crédito. A execução fiscal não foi ajuizada até o presente momento. Por fim, levando em conta que a Sociedade Empresária Beta S/A pretende obter certidão de regularidade fiscal, sem prévio depósito, que já se passaram mais de seis meses da decisão do recurso administrativo, enseja assim, o ajuizamento da presente demanda, a fim de afastar a exigência fiscal. II – DA TUTELA ANTECIPADA No caso em comento, o Auto de Infração insurgiu por conta do não recolhimento do Imposto Sobre Serviços (ISS) sobre as receitas oriundas de sua atividade principal, qual seja, a de locação de veículos automotores. Dispõe o artigo 151, inciso V da Lei nº 5.172/66 (CTN) que a concessão de tutela antecipada suspende a exigibilidade do crédito tributário, sendo que há tremendo receio de dano irreparável se sem os efeitos da antecipação da tutela, o Réu irá ajuizar a Execução Fiscal do respectivo débito inscrito na Divida Ativa do Estado e realizará a penhora dos bens da parte Autora, gerando enormes prejuízos a ela. E nesse mesmo sentido, caso efetue o pagamento do débito e, posteriormente, a presente ação venha ser julgada procedente, a parte Autora terá de se sujeitar ao caminho de repetição do indébito. Resta assim, a necessidade de concessão da tutela antecipada a fim de suspender a exigibilidade do referido crédito tributário considerando a necessidade de obtenção de certidão de regularidade fiscal. III – DO DIREITO De acordo com o artigo 142 do CTN a autoridade administrativa ao constituir o crédito tributário para lançamento precisará: verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Situação que evidentemente, não ocorreu, uma vez que se verifica do Auto de infração que a r. autoridade fiscal deixou de inserir em seu bojo os fundamentos legais indicativos da origem e natureza do crédito, tornando, assim, o auto de infração nulo, por vicio formal. Ainda mais, a atividade principal da parte autora é a de locação de veículos automotores, não realizando qualquer outro serviço acessório a locação de veículos automotores, situação sobre a qual não incide o Imposto Sobre Serviços (ISS) autuado pelo fisco, nos termos da Súmula Vinculante 31, senão vejamos: É inconstitucional a incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISS sobre operações de locação de bens móveis. No mesmo sentido, quanto a lavratura do Auto de Infração além do montante principal exigido, também foi lançada multa punitiva correspondente a 200% do valor do imposto, além dos respectivos encargos relativos à mora, todavia, conforme entendimento consolidado do Supremo Tribunal Federal, a imposição de multa que ultrapassa o valor do tributo é inconstitucional, pois viola o princípio do não confisco, previsto no artigo 150, inciso IV da Constituição Federal de 1988. IV – DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer: a) Seja concedida a tutela antecipada presente no artigo 151, V do CTN, a fim de suspender a exigibilidade do crédito tributário; b) A procedência do pedido para que sejam anulados os créditos tributários aqui referidos; c) A citação da autoridade administrativa para apresentar contestação; d) Subsidiariamente, seja reduzida o valor da multa punitiva para o patamar não superior a 100% do valor do tributo; e) A condenação ao ressarcimento de custas e pagamento de honorários A parte Autora não tem o interesse de realizar a audiência de conciliação e/ou mediação, conforme artigo 319, VII do CPC. Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, mormente pelo depoimento pessoal da parte ré, sob pena de confissão, sem exceção das provas posteriores que eventualmente poderão surgir, tais como, novos documentos, ofícios, oitiva de testemunhas, prova pericial e inspeção judicial, se necessárias. Dá-se a causa o valor de... Nestes termos, Pede deferimento Local..., data... ADVOGADO OAB
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