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- Índice Fundamental do Direito Legislação - Jurisprudência - Modelos - Questionários - Grades Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz - Art. 15, Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz - Crime - CP - Código Penal - DL-002.848-1940 - Art. 31, Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz - Crime - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969 "Art. 15: O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados" "São espécies de tentativa abandonada ou qualificada. Como o próprio nome diz, havia uma tentativa, que foi abandonada. Em outras palavras, o agente pretendia produzir o resultado consumativo, mas acabou por mudar de idéia, vindo a impedi-lo por sua própria vontade. Desse modo, o resultado não se produz por força da vontade do agente, ao contrário da tentativa, na qual atuam circunstâncias alheias a essa vontade. Tentativa abandonada e crimes culposos: é incompatível com os crimes culposos, pois, como se trata de uma tentativa que foi abandonada, pressupõe um resultado que o agente pretendia produzir (dolo), mas, posteriormente, desistiu ou se arrependeu, evitando-o. Natureza jurídica: trata-se de causa geradora de atipicidade (relativa ou absoluta). Provoca a exclusão da adequação típica indireta, fazendo com que o autor não responda pela tentativa, mas pelos atos até então praticados, salvo quando não configurarem fato típico. Em sentido contrário, para Nélson Hungria, "trata-se de causas de extinção da punibilidade, ou seja, circunstâncias que, sobrevindo à tentativa de um crime, anulam a punibilidade do fato a esse título. Há uma renúncia do Estado ao jus puniendi, ... como diz Von Liszt, 'a lei, por considerações de política criminal, pode construir uma ponte de ouro para a retirada do agente que se tomara passível de pena' . O fato não deixa de ser um crime tentado: somente desaparece a possibilidade de aplicação da pena, a título de conatus" (Comentários, cit., 4, ed., v. 1, t. I, p. 93.). Elementos da tentativa abandonada: são três: a) início de execução; b) não-consumação; c) interferência da vontade do próprio agente. Distinção com a tentativa: a diferença está no terceiro elemento: vontade do agente. Na tentativa, o resultado não se produz em face da interferência de circunstâncias alheias a essa vontade, enquanto na tentativa abandonada é a vontade do próprio agente que impede o resultado. Se o sujeito não mata a vítima porque não consegue, é tentativa; se não mata porque mudou de idéia e abandonou a execução, é tentativa abandonada ou qualificada. Como bem sintetizava Frank, na tentativa o agente diz: "eu quero, mas não consigo", enquanto na tentativa abandonada ele diz: "eu consigo, mas não quero". Espécies de tentativa abandonada: são duas: Referências e/ou Doutrinas Relacionadas: Analogia Aplicação da Pena Arrependimento Arrependimento Eficaz Arrependimento Posterior Causas de Extinção da Punibilidade Circunstâncias Comunicabilidade e Incomunicabilidade de Elementares e Circunstâncias Concepção do Direito Penal Concurso de Crimes Concurso de Pessoas Conduta Contagem do Prazo Crime Crime Consumado Crime Continuado Crimes Culposos Crime Doloso Crime Impossível Crime Preterdoloso Crime Unissubsistente Culpabilidade Descriminantes Putativas Desistência Voluntária da Prática de Delito Direito Penal no a) desistência voluntária; b) arrependimento eficaz. Conceito de desistência voluntária: o agente interrompe voluntariamente a execução do crime, impedindo, desse modo, a sua consumação. Nela dá-se o início de execução, porém o agente muda de idéia e, por sua própria vontade, interrompe a seqüência de atos executórios, fazendo com que o resultado não aconteça. Exemplo: o agente tem um revólver municiado com seis projéteis. Efetua dois disparos contra a vítima, não a acerta e, podendo prosseguir atirando, desiste por vontade própria e vai embora. Crimes unissubsistentes: não admitem desistência voluntária, uma vez que, praticado o primeiro ato, já se encerra a execução, tomando impossível a sua cisão. Conceito de arrependimento eficaz: o agente, após encerrar a execução do crime, impede a produção do resultado. Nesse caso, a execução vai até o final, não sendo interrompida pelo autor, no entanto, este, após esgotar a atividade executória, arrepende-se e impede o resultado. Exemplo: o agente descarrega sua arma de fogo na vítima, ferindo-a gravemente, mas, arrependendo-se do desejo de matá-Ia, presta-lhe imediato e exitoso socorro, impedindo o evento letal. Crimes de mera conduta e formais: não comportam arrependimento eficaz, uma vez que, encerrada a execução, o crime já está consumado, não havendo resultado naturalístico a ser evitado. Só é possível, portanto, nos crimes materiais, nos quais o resultado naturalístico é imprescindível para a consumação. Arrependimento ineficaz: irrelevante. Não traz qualquer conseqüência, devendo o agente responder pelo crime praticado. Como diz o velho ditado: "De boas intenções ... ". Distinção: na desistência voluntária, o agente interrompe a execução; no arrependimento eficaz, ela é realizada inteiramente, e, após, o resultado é impedido. A desistência equivale à tentativa inacabada, pois a execução não chega ao final, ao passo que o arrependimento eficaz é o sucedâneo da tentativa perfeita ou crime falho, pois encerra-se a atividade executória. Em ambos os casos, a diferença é a de que o resultado não se produz em razão da vontade do próprio agente. Conseqüência: em nenhuma dessas formas de tentativa abandonada atuam circunstâncias alheias à vontade do agente, ao contrário, é a sua própria vontade que evita a consumação. Assim, afasta-se a tentativa, e o agente só responde pelos atos até então praticados (no exemplo da desistência voluntária, pelo delito de periclitação da vida - art. 132 do CP - ou disparo de arma de fogo - art. 15 da Lei n. 10.826/2003; no exemplo do arrependimento eficaz, responde por lesões corporais de natureza grave art. 129, § 1º, do CP). Ponte de ouro: a tentativa abandonada é assim chamada porque provoca uma readequação típica mais benéfica para o autor. Para outra corrente, essa expressão foi atribuída não em face da atipicidade da conduta, mas devido à exclusão da punibilidade ditada por motivos de política criminal (Luiz Régis Prado, Curso, cit., p. 225.). Distinção entre ato voluntário e ato espontâneo: a desistência e o Estado Democrático de Direito Efeitos da Condenação Eficácia Eficácia de Sentença Estrangeira Elementares Erro de Tipo Estado de Necessidade Estrito Cumprimento de Dever Legal Excesso Punível Exercício Regular do Direito Exigibilidade de Conduta Diversa Extraterritorialidade da Lei Penal Brasileira Fato Típico Fontes do Direito Penal Função Ético-Social do Direito Penal Ilícito Penal Ilicitude Imputabilidade Interpretação da Lei Penal Irretroatividade da Lei Penal Legítima Defesa Leis de Vigência Temporária Limites de Penas Livramento Condicional Lugar do Crime Medida de Segurança Nexo Causal Objeto do Direito Penal Pena de Multa Pena de Tentativa Potencial Consciência da Ilicitude Prescrição arrependimento não precisam ser espontâneos, bastando que sejam voluntários. Por conseguinte, se o agente desiste ou se arrepende por sugestão ou conselho de terceiro, subsistem a desistência voluntária e o arrependimento eficaz. Do mesmo modo "não se faz mister que o agente proceda virtutis amore ouformidine poence, por motivos nobres ou de índole ética (piedade, remorso, despertada repugnância pelo crime) ou por motivos subalternos, egoísticos (covardia, medo, receio de ser eventualmente descoberto, decepção com o escasso proveito que pode auferir): é suficiente que não tenha sido obstado por causas exteriores, independentes de sua vontade. É indiferente a razão interna do arrependimento ou da mudança de propósito" (Nélson Hungria, Comentários, cit., 4. ed., v. I, t. I, p. 95.).Distinção entre ato voluntário e ato involuntário: voluntário é tudo aquilo que fazemos por nossa vontade, sem que ninguém nos obrigue. Se, por exemplo, o sujeito, mesmo tendo todas as condições de consumar o crime, fica com medo de, futuramente, ser descoberto e preso, e, então, desiste de prosseguir na execução, estará caracterizada a desistência voluntária, já que, sendo livre para decidir, optou pela interrupção do crime. Em contrapartida, se, durante a prática delituosa, "o ladrão ouve o rumor de uma porta que se abre e põe-se em retirada, temendo alguém que se aproxime e venha surpreendê-Io, não há desistência voluntária" (Nélson Hungria, Comentários, cit., 4. ed., v. I, t. I, p. 96.). Neste último caso, o larápio gostaria de ter prosseguido, mas teve medo de ser preso e fugiu, interrompendo a execução por circunstâncias alheias à sua vontade. Na primeira hipótese, ao contrário, não havia qualquer perigo para que o crime fosse levado até as suas últimas conseqüências, mas ele, voluntariamente, sopesando os prós e contras, decidiu parar, evitando problemas futuros. Como lembra Nélson Hungria, "segundo Frank, a desistência é voluntária quando o agente pode dizer: 'não quero prosseguir, embora pudesse fazê-Io', e é involuntária quando tem de dizer: 'não posso prosseguir, ainda que o quisesse" (Comentários, cit., 4. ed., v. 1, p. 96.). Capez, Fernando, Curso de Direto Penal, parte geral, vol. 1, Saraiva, 10ª ed., 2006 (Revista Realizada por Suelen Anderson - Acadêmica em Ciências Jurídicas - 18 de novembro de 2009) Agravação pelo resultado - Arrependimento Posterior - Coação irresistível e obediência hierárquica - Crime Consumado - Crime culposo - Crime Doloso - Crime Impossível - Descriminantes Putativas - Erro determinado por terceiro - Erro sobre a ilicitude do fato - Erro sobre a pessoa - Erro sobre elementos do tipo - Estado de Necessidade - Excesso Punível - Exclusão de ilicitude - Legítima Defesa - Pena de Tentativa - Relação de causalidade - Relevância da Omissão - Superveniência de causa independente - Tentativa Ação Penal - Aplicação da Lei Penal - Concurso de Pessoas - Crimes contra a administração pública - Crimes contra a existência, a segurança e a integridade do Estado - Crimes Contra a Família - Crimes contra a fé pública - Crimes Contra a Incolumidade Pública - Crimes Contra a Princípio da Legalidade Reabilitação Reincidência Relevância da Omissão Resultado Sanção Penal Suspensão Condicional da Pena Tempo do Crime e Conflito Aparente de Normas Tentativa Teoria do Crime Territorialidade da Lei Penal Brasileira Tipicidade Tipo Penal nos Crimes Culposos Tipo Penal nos Crimes Dolosos Voluntário Organização do Trabalho - Crimes Contra a Paz Pública - Crimes Contra a Pessoa - Crimes Contra a Propriedade Imaterial - Crimes Contra o Patrimônio - Crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos - Crimes Contra os Costumes - Extinção da Punibilidade - Imputabilidade Penal - Medidas de Segurança - Penas Normas Relacionadas: Art. 15, Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz - Crime - CP - Código Penal - DL-002.848-1940 Art. 31, Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz - Crime - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969 Desistência Voluntária da Prática de Delito - Art. 15, Desistência voluntária e arrependimento eficaz - Crime - CP - Código Penal - DL-002.848-1940 - Art. 31, Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz - Crime - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969 Exclusão da tipicidade de delito, na qual o agente desiste, voluntariamente, da prática da ação criminosa. Tendo iniciado a execução desta, acaba por desistir, sem concluí-la. Vale lembrar, conseqüentemente, que não há desistência voluntária, mas tentativa punível se, p. ex., a vítima resiste ao criminoso ou ocorre intervenção de um terceiro para impedir o crime. O agente responderá, em qualquer caso, pelos atos já praticados que tipifiquem condutas criminosas, p. ex., o ladrão que, adentrando uma residência, não consegue consumar o furto, pratica, desde logo, violação de domicílio. Mirabete, Júlio Fabrini, Manual de Direito Penal, São Paulo, Parte Geral, 1º v., Atlas, 2ª ed., 1985, p. 160. obs.dji: Art. 31, Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz - Crime - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969; Delito; Desistência voluntária e arrependimento eficaz; Prática (s); Voluntário (a) (s) Arrependimento Eficaz - Art. 15, Desistência voluntária e arrependimento eficaz - Crime - CP - Código Penal - DL-002.848-1940 Exclusão da tipicidade do delito, pela qual o agente arrepende-se eficazmente, impedindo que ocorra o resultado da ação criminosa. No arrependimento eficaz, a ação deve ser voluntária, como ocorre na desistência voluntária; entretanto o agente desenvolve uma ação para evitar o resultado. Indispensável lembrar que a ação desencadeada pelo arrependimento deve ser frutífera, eficaz, pois a consumação do delito desnaturaliza o arrependimento. A exemplo da desistência voluntária, no arrependimento eficaz o agente responde pelos atos já praticados. Exemplos de arrependimento eficaz: o agressor leva para o hospital sua própria vítima para ser medicada; o envenenador ministra à sua vítima o antídoto que irá salvá-la; o ladrão restitui à vítima a coisa furtada antes que seja percebida a subtração. Mirabete, Júlio Fabbrini, Manual de Direito Penal, São Paulo, Atlas, 1º v., 2ª ed., 1985, pp. 161-2. obs.dji: Arrependimento; Art. 31, Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz - Crime - Código Penal Militar - CPM - DL-001.001-1969; Tentativa; Desistência Voluntária e Arrependimento Eficaz Ir para o início da página Ir para o início da página
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