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149 Benchmarking O conceito de benchmarking Benchmarking é a atividade de busca das melhores práticas para conduzirem a um desem- penho superior. É uma pratica fundamental entre as organizações, que examina como as outras organizações realizam uma função específica a fim de melhorar a forma como realizam a mesma função ou uma função semelhante. O benchmarking é considerado por muitos como a prática de copiar um processo ou função empresarial, mas ele não significa uma cópia e sim a avaliação das melho- res práticas para que possam ser melhoradas ainda mais. Logo, ele é a mais poderosa forma das organizações evoluirem e entregarem mais valor agregado aos clientes e ao mercado em geral. A análise de um processo industrial requer uma metodologia, pois se ocorrer de forma aleatória e amadora não trará resultados de forma superior e que possibilitem a melhoria contínua. A metodologia do benchmarking é formada por um sistema estru- turado, cujas etapas são analisadas uma a uma, com o objetivo de avaliar os métodos de trabalho no mercado. É um processo gerencial permanente, que requer atualiza- ção constante das melhores práticas e da sua comparação com as práticas internas à empresa. O benchmarking exige que a empresa esteja preparada para ele. Isto é, que esteja aberta à aprendizagem e à gestão do conhecimento. Também é necessário que a em- presa possua boas práticas de gestão de pessoas e esteja aberta às mudanças, pois de nada adiantará a empresa mapear as empresas líderes se não estiver disposta a mudar seus conceitos, valores e rotinas. Ninguém pode ser melhor em tudo. Logo, o benchmarking permite que se ganhe tempo na evolução industrial, ou seja, possibilita que as empresas desenvolvam apenas alguns setores de sua atividade de forma inédita e busquem processos consolidados de outras empresas. Isso significa economia de tempo, dinheiro e recursos como um todo. IE SD E Br as il S. A . 150 O benchmarking pode estar focado apenas nos resultados de determinadas em- presas com análise dos indicadores daquelas organizações. Por exemplo, empresas líderes em vendas terão seus indicadores comercais analisados, podendo haver seg- mentação por tipos de clientes, setor geográfico e aplicação do produto. Pode também estar focado na empresa como um todo, que envolve sua cultura, gestão de pessoas, tecnologia e sistemas de aprendizagem. Japão, o exemplo clássico de benchmarking O modelo de administração ja- ponês é considerado atualmente o modelo universal, mas nem sempre foi assim. Após a derrota na Segun- da Guerra, o Japão teve que recons- truir sua sociedade. Após os acor- dos de paz realizados com os países ocidentais, o Japão teve acesso aos mercados americano e europeu e definiu como seu objetivo principal entender as melhores práticas da indústria ocidental e superá-la, que são os princípios do benchmarking. Os produtos japoneses eram baratos e ruins. O povo japonês também possuía um grande déficit educacional que dificultava a evolução tecnológica do país. Com a ajuda financeira dos Estados Unidos e apoio tecnológico, o Japão partiu para a sua arrancada histórica. A partir dos anos 60, enviou comissões de cientistas e empresários para a Europa e Estados Unidos para visitas às principais plantas fabris do ocidente. A partir das visitas, os técnicos e engenheiros japoneses redesenharam seus projetos industriais e mudaram a concepção dos seus produtos, com ganhos significativos em produtividade e qualidade. O Japão também utilizou a consultoria das maiores autoridades americanas em qualidade, entre eles, William Edwards Deming, que em 1950 foi convidado para União Japonesa de Cientistas e Engenheiros para ministrar um curso de estatística aplicada ao controle de qualidade. As palavras de Deming fizeram muito sucesso e os dirigentes das empresas japonesas adotaram seus princípios que previam a melhoria da quali- dade por meio da redução dos erros, aumento da produtividade, redução de custos e expansão da qualificação dos trabalhadores. Deming introduziu a ideia do conceito de “corrente de clientes”, onde cada estágio do processo produtivo era fornecedor do processo seguinte que era seu cliente. Essa Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . Tó pi co s Av an ça do s em R ec ur so s H um an os 151 Benchm arking corrente começa com os fornecedores externos, passa pelos fornecedores e clientes internos da própria empresa e termina com o cliente externo, que é quem paga a conta e sustenta a empresa. Essa filosofia representou uma revolução na economia mundial, pois até aquele momento, o foco estratégico estava na empresa produtora de bens e serviços e não no cliente final. A nova filosofia industrial japonesa atacava diretamente os desperdícios, a ocio- sidade, operações desnecessárias, estoques e os déficits educacionais dos seus traba- lhadores. O modelo japonês também previa a administração participativa, pois através de grupos da qualidade, os trabalhadores poderiam contribuir de forma eficaz para os ganhos em qualidade e produtividade e, dessa forma, o Japão posicionou-se como a segunda potência industrial mundial, estando atrás apenas dos Estados Unidos. Atualmente, a situação se inverte. O ocidente faz benchmarking no Japão e repro- duz as suas práticas de economia, austeridade, administração participativa e elimina- ção dos erros. Fica claro que o benchmarking é um processo dinâmico e as melhores práticas mudam de um setor ou país para outros de forma rápida e as empresas devem estar atentas a essas mudanças para não ficarem obsoletas. Benchmarking e evolução tecnológica Um dos fundamentos do benchmarking é a busca da tecnologia de ponta para os proces- sos industriais. Entretanto, atualmente existem dezenas de conceitos e centenas de aplicações ligadas à tecnologia. Dentre as tecnologias líde- res na indústria, pode-se destacar a tecnologia da informação ou simplesmente TI. Essa tecnologia é composta por sistemas de armazenamento, pro- cessamento, disseminação e transformação da informação e é um dos principais alvos do benchmarking entre as empresas. A seguir, encontra-se o detalhamento das princi- pais aplicações da TI nas empresas. Enterprise Resource Planning (ERP) ou Sistemas de Gestão e Planejamento de Recursos Esses sistemas surgiram para integrar as informações dentro da empresa e tiveram seu auge nos anos 80 e 90, nos quais as grandes corporações investiram milhões de dó- lares para integrar seus sistemas e ganhar competitividade. O objetivo era integrar a área Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . 152 de compras, com planejamento, finanças, produção, vendas, recursos humanos, entre outros. Na prática, além do custo elevado, esses sistemas demonstraram sua complexi- dade de implantação e muitas empresas gastaram anos e muito esforço para sua com- pleta implantação. Durante o processo, muitas delas tiveram queda na qualidade dos seus serviços e chegaram a perder clientes. Sistemas ERP representam ainda hoje um dos principais segmentos do uso de TI pelas empresas. No boom de sua disseminação, era comum a prática de benchmarking entre as empresas, que buscavam entender os ganhos e dificuldades que as empresas que já os tinha implantado conseguiam obter. Missões de executivos visitaram empresas e relataram suas observações, que foram fundamentais para que cada empresa pudesse escolher a solução mais adequada pelo seu porte, custo e nível de complexidade. Customer Relationship Management (CRM) ou Gestão do Relacionamento com Clientes Após as empresas resolverem a integração dos seus sistemas básicos, possibilitada pelas soluções ERP, vistas anteriormente, buscaram integrar e melhorar a forma como se relacionavam com seus clientes. Surgiram então os sistemas CRM, prometendo incremen- tar a relação entre clientes e fornecedores com a criação de diferenciais competitivos. Dentre as funções do CRM é possível destacar a integração entre as áreas de vendas, marketinge pós-vendas para que o cliente seja entendido da mesma forma pelos profissionais que criam as políticas de preços, promoção, campanhas e que pres- tam atendimento às suas necessidades após se tornar cliente. As soluções CRM criam uma visão única do cliente e seu histórico de compras e de interações fica disponível para as empresas, a fim de que entendam seu comportamento de compra e ofereçam novos produtos e serviços. Os sistemas CRM também permitem que as empresas explorem as informações dos seus clientes com a geração de relatórios gerenciais que serão utilizados pela área de marketing para o envio de promoções, criação de campanhas de relacionamento, nas quais os clientes são premiados pelas compras feitas. Surgem então os famosos cartões de fidelidade com o acúmulo de pontos a cada compra realizada. Business Intelligence (BI) ou Sistemas de Apoio à Decisão Após as empresas terem resolvido suas deficiências em sistemas operacionais e de relacionamento com seus clientes, elas buscaram melhorar a forma como tomavam Tó pi co s Av an ça do s em R ec ur so s H um an os 153 Benchm arking decisões estratégicas. Surgem os chamados sistemas de BI, que podem ser definidos como aplicações de aquisição, tratamento e análise de informações, visando facilitar a tomada de decisão. Todas as informações geradas pelo ERP e CRM são migradas para uma grande base de dados que irá fazer cruzamentos que facilitem a tomada de decisão. Por exem- plo, dados de vendas do ERP são analisados em conjunto com informações de clientes do CRM para que a empresa possa saber qual produto está sendo consumido por tipo de cliente, qual tipo de cliente possui maior inadimplência ou ainda, o perfil do cliente como, por exemplo, que compra produtos esportivos ou de ginástica. Knowledge Management (KM) ou Sistemas de Gestão do Conhecimento Esses sistemas são baseados no uso de aplicações acessadas via inter- net para a coleta, geração, organização e disseminação da informação dentro da empresa, isto é, a partir do trata- mento inteligente da informação ela se transforma em conhecimento, que está impregnado pela cultura da empresa e pela forma como faz negócios, busca novos clientes e trata seus funcionários. A transformação de informações em conhecimento leva em consideração as informações explícitas da empresa, como seus manuais, procedimentos e suas in- formações tácitas, que são aquelas de posse das pessoas, mas nem sempre regis- tradas. Por exemplo, um vendedor pode ter uma técnica vencedora de abordagem de clientes e essa informação está apenas registrada na cabeça dele. Ao estimular que registre num sistema de informação suas melhores práticas de venda, a infor- mação é disseminada e a organização aprende novos processos e se torna mais competitiva. Os sistemas mostrados são alguns exemplos de alvo do benchmarking. Empresas pioneiras no uso das tecnologias de ponta tornam-se referência e são procuradas pelo mercado como um todo. Certamente, algumas práticas são consideradas estratégicas e não são divulgadas, mas a filosofia da empresa e a forma como conduz suas práticas de negócio já são uma importante fonte de benchmarking. In m ag in e. 154 Benchmarking e mudança organizacional Benchmarking sig- nifica buscar e aplicar as melhores práticas de negócios. Contudo, para que isso ocorra é obriga- tório que a organização esteja preparada para as- similar os novos conceitos e transformá-los em me- lhorias em seus produtos e serviços. Isso significa estar pronta para rever suas verdades e concei- tos. Organizações que sempre trataram seus clientes formalmente e com pouca interatividade e fazem bench- marking em organizações com postura arrojada, informal e com estímulo ao relaciona- mento com seus clientes, deverão rever suas práticas, caso mostrem-se ultrapassadas. O problema central é saber quando as práticas das organizações estão ultrapas- sadas. Quando a empresa está acostumada a fazer suas práticas sempre da mesma forma e são atingidas por uma inércia que impede a mudança. Mudar pode significar incomodar grupos de pessoas que estão confortáveis na sua posição, mesmo que estejam prejudicando o desempenho total da organização. Mudar requer esforço e comprometimento da organização e deve ocorrer de forma planejada para que não seja danosa à estrutura organizacional. Segundo Rego e Cunha (2005), a mudança é um processo que deve ocorrer de cima para baixo e sustentado na liderança e no sistema de gestão. Isto é, caso a empresa queira que seus colaboradores adotem a prática do benchmarking para melhorar seus proces- sos, deverá fazer com que a iniciativa parta da sua alta gerência e que ocorra de forma planejada. Kotter (apud REGO; CUNHA, 2005) criou os oito passos para a mudança planejada. Os primeiros quatro passos confrontam a situação atual da organização. Os três passos seguintes introduzem novas práticas e o último passo consolida a mudança na organi- zação. A lógica é remover a antiga lógica de atuação para permitir que surja uma nova forma de trabalhar e que permita a consolidação. Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . Tó pi co s Av an ça do s em R ec ur so s H um an os 155 Benchm arking O processo de mudança é algo contínuo e aquilo que é novidade atualmente, trazida pelo benchmarking, irá se tornar obsoleto futuramente e as pessoas terão a mesma resistência em adotar essa prática. Os oito passos da mudança planejada Ação Detalhamento (K O TT ER a pu d RE G O ; C U N H A , 2 00 5) Estabelecer um sentido de urgência O benchmarking deve conduzir à identificação e à discus- são das crises reais, potenciais e principais oportunidades. É importante que todos os membros da organização sejam imbuídos de um espírito dinâmico e adquiram a consciência da necessidade de mudança. Criar uma poderosa equipe dirigente A criação de uma equipe com poder suficiente para pôr a mudança em marcha é essencial. Equipes fracas ou sem re- presentatividade não são capazes de remover obstáculos. Desenvolver visão e estratégia Articular uma visão forte (compreensível, atraente e realizá- vel), que ajude a direcionar o esforço de mudança e inspire a ação dos colaboradores. Então são definidas as estratégias que permitam alcançar a visão da mudança. Estabelecer uma comunicação eficaz A nova visão e as respectivas estratégias devem ser comu- nicadas continuamente e por todos os meios possíveis. A liderança deve funcionar como um modelo de ação para os colaboradores. Remover obstáculos e passar à ação Devem ser removidos os obstáculos à mudança, alteradas as estruturas e os sistemas que a dificultem, além de ser en- corajada a aceitação do risco e das ações heterodoxas. Os comportamentos consistentes com a nova visão devem ser recompensados e encorajados. Gerar ganhos de curto prazo Deve ser assegurado o alcance de ganhos de curto prazo e recompensados os colaboradores que os facilitem. Caso contrário, os atores organizacionais podem adquirir senti- mentos de descrença diante da mudança. Consolidar ganhos e produzir mais mudança A credibilidade gerada pela obtenção de resultados deve ser usada para mudar todos os aspectos da organização que não se conformam à nova visão. O projeto deve ser constantemente revigorado com a introdução e novos te- mas e objetivos. Ancorar novas abordagens na cultura da organização A cultura organizacional deve preservar e reforçar as novas maneiras de pensar e agir. Enquanto a mudança não tiver penetrado na cultura da empresa, as celebrações de vitória podem ser precitadas, podendo haver retrocessos no pro- cesso de transformação. 156 O processo de benchmarking Esse processo pode ser dividido em cinco fases que são: planejamento, coleta interna de informações, coleta externa de informações, melhoria do desempenho e melhoria contínua (CAMP, 1993). Planejamento A fase de planejamento significa identificar inicialmente qual processo da empre- sa ou prática denegócio deve ser comparada com outras empresas. Essa identificação é fundamental, pois a empresa precisa ter consciência das suas fragilidades. O problema pode ser no processo de vendas, atendimento, desenvolvimento de produtos, logística ou produção. Após identificar o processo crítico, os responsáveis pela atividade de bench- marking deverão obter o apoio da direção da empresa. De nada adianta executar um benchmarking criterioso e detalhado se a direção da empresa não acredita que seja necessário mudar algo. Em seguida, a empresa deverá planejar como irá registrar e analisar as informa- ções obtidas no benchmarking. Por exemplo, se a empresa irá avaliar o processo de vendas de outras empresas, deverá definir quais indicadores irá comparar o desem- penho da outra empresa com o seu. Quantidade de vendas realizadas? Vendas por vendedor? Vendas por forma de pagamento? Será necessário também definir o formulário de coleta de informações com os dados a serem preenchidos na visita a ser realizada, como o nome da empresa, pessoa de contato, data da visita, segmento de mercado da empresa, indicadores de desem- penho, sistemas utilizados, faturamento, quantidade de funcionários etc. Coleta interna de informações Antes de partir a campo para buscar as informações de outras empresas, é preci- so coletar as informações internas de desempenho. A empresa deverá detectar a área alvo do benchmarking e coletar suas informações de desempenho. Isso é fundamental para que possa se comparar com outras empresas. Tó pi co s Av an ça do s em R ec ur so s H um an os 157 Benchm arking Os responsáveis pelo benchmarking deverão quebrar resistências internas ao pro- cesso, pois as áreas alvo poderão se sentir ameaçadas pela comparação que será reali- zada com outras empresas. É necessário que todos entendam que o benchmarking visa a melhorias que serão benéficas para todos. Todos os dados internos devem ser coletados numa planilha que será utilizada posteriormente para registrar os dados das outras empresas e facilitar a comparação do desempenho interno e externo. Deve-se buscar a criação de uma planilha simples e que não contenha informações desnecessárias que dificultarão a análise. Coleta externa de informações Após terem sido definidas quais informações serão coletadas externamente e de terem sido registradas as informações internas, a empresa irá a campo, buscar melho- res práticas em outras empresas. Essa é uma fase delicada do processo, pois a empresa deverá obter o consetimento de outras empresas para conseguir visitá-las e conseguir as informações de que precisam. Aconselha-se o envio de uma carta ou e-mail suscinto solicitando a visita para coleta de informações. É importante que a empresa explica que o motivo do benchma- rking, o nome e cargos das pessoas que farão a visita e principalmente, não devem ser procuradas empresas concorrentes por uma questão de ética nos negócios. A coleta de dados externos não é realizada apenas com visitas e entrevistas. Muitos dados encontram-se publicados pela imprensa ou disponíveis na internet, faci- litando o trabalho de busca. Contudo, a visita é mais eficiente para o entendimento do processo da empresa pela troca de experiências que ocorrerá. Melhoria do desempenho Nessa fase, a empresa analisá as informações obtidas e decidirá quais ações de melhoria irá implantar. Por exemplo, se o processo de emissão de pedidos de venda é muito mais eficaz nas empresas pesquisadas, a empresa deverá avaliar se é convenien- te mudar o seu processo e se a tecnologia atual suportará essa mudança. Após a definição do que mudar, a empresa deverá elaborar um plano de ação e definir quem será responsável pela mudança. Áreas de qualidade e processos são can- didatas a conduzir as mudanças pela sua capacitação para tal. 158 Melhoria contínua Após terem sido alcançados os objetivos de melhoria, a organização tem duas alternativas: direcionar os esforços para a melhoria de outro processo, ou continuar a monitorar o primeiro processo. Na prática, todos os processos revistos devem ser monitorados continuamente, pois as mudanças perdem sua validade em função da dinâmica de mercado. Certificações de qualidade, como a ISO 9001, preveem auditorias periódicas para acompanhar se o processo implantando está realmente sendo utilizado. A empresa necessita de mudanças geridas como um sistema para que as melhorias ocorram de forma contínua e não apenas pontualmente. Benchmarking não é... um processo fácil... um evento isolado... respostas simples e “receitas”... cópia, imitação... um modismo... Ju pi te r I m ag es / D PI Im ag es . Texto complementar O que é benchmarking? (SORIO, 2004) Os japoneses têm uma palavra chamada dantotsu que significa lutar para tor- nar-se o “melhor do melhor”, com base num processo de alto aprimoramento que consiste em procurar, encontrar e superar os pontos fortes dos concorrentes. Esse conceito enraizou-se numa nova abordagem de planejamento estratégico. Durante a última década, ele tem produzido resultados impressionantes em companhias como a Xerox, a Ford e a IBM e é conhecido como benchmarking. Ben- chmarking é um processo contínuo de comparação dos produtos, serviços e práticas Tó pi co s Av an ça do s em R ec ur so s H um an os 159 Benchm arking empresariais entre os mais fortes concorrentes ou empresas reconhecidas como lí- deres. É um processo de pesquisa que permite realizar comparações de processos e práticas “companhia-a-companhia” para identificar o melhor do melhor e alcançar um nível de superioridade ou vantagem competitiva. Benchmarking surgiu como uma necessidade de informações e desejo de apren- der depressa, como corrigir um problema empresarial. A competitividade mundial aumentou, acentuadamente nas últimas décadas, obrigando as empresas a um con- tínuo aprimoramento de seus processos, produtos e serviços, visando oferecer alta qualidade com baixo custo e assumir uma posição de liderança no mercado onde atua. Na maioria das vezes o aprimoramento exigido, sobretudo pelos clientes dos processos, produtos e serviços, ultrapassa a capacidade das pessoas envolvidas, por estarem elas presas aos seus próprios paradigmas. Na aplicação do benchmarking, como todo processo, é preciso respeitar e seguir algumas regras e procedimentos para que os objetivos sejam alcançados e exista uma constante melhoria do mesmo. Nesse processo existe um controle cons- tante desde sua implantação (plano do processo) até a sua implementação (ação do processo). A empresa interessada em implantar benchmarking deve analisar os seguintes fatores: ramo, objetivo, amplitude, diferenças organizacionais e custos, antes da definição ou aplicação do melhor método, pois cada empresa individual- mente tem as suas necessidades que devem ser avaliadas antecipadamente à apli- cação do processo. Outra vantagem do benchmarking é a mudança da maneira de uma organi- zação pensar sobre a necessidade para melhoria. Benchmarking fornece um senso de urgência para melhoria, indicando níveis de desempenho atingidos previamente num processo de parceiro do estudo. Um senso de competitividade surge à medida que, uma equipe, reconhece oportunidades de melhorias além de suas observações diretas, e os membros da equipe tornam-se motivados a se empenhar por excelên- cia, inovação e aplicação de pensamento inovador a fim de conseguir sua própria melhoria de processo. É necessário que as organizações que buscam o benchmarking como uma fer- ramenta de melhoria, assumam uma postura de “organização que deseja aprender com os outros” para que possa justificar o esforço investido no processo, pois essa busca das melhores práticas é um trabalho intensivo, consumidor de tempo e que requer disciplina. Portanto, benchmarking é uma escola onde se aprende a aprender. Saber fazer e adaptar benchmarking no processo da organização pode nos permitir vislumbrar oportunidades e também ameaças competitivas,constituindo um atalho 160 seguro para a excelência, com a utilização de todo um trabalho intelectual acumula- do por outras organizações evitando os erros é armadilhas do caminho. Mais do que uma palavra mágica, o benchmarking é um conceito que está alterando considera- velmente o enfoque da administração, onde o mesmo é composto de atributos que determinarão o sucesso ou ainda a sobrevivência das empresas. A área de Recursos Humanos pode aplicar o benchmarking para obter respos- tas a questões como: Como “aprender” a realizar mudanças de sucesso nos seus próprios proces- sos de trabalho. O que priorizar? Como realizar projetos considerados bem sucedidos ou exemplares, conhe- cidos em inglês como best practices. Que desafios o time gerencial enfrentará para implantar as mudanças necessárias? Que ferramentas tecnológicas e gerenciais os nossos concorrentes já im- plantaram com sucesso? Que aspectos priorizaram? Que resultados os líderes do seu setor estão obtendo em relação aos inves- timentos em modernização? A adoção de uma metodologia estruturada de benchmarking pode ser extre- mamente útil na facilitação desse processo de troca e interação, possibilitando a mensuração, análise e comparação das práticas adotadas pelas diferentes Recursos Humanos das organizações. Os profissionais de Recursos Humanos, ao empregar o benchmarking como uma ferramenta de desenvolvimento da Gestão de RH, adqui- rem conhecimentos importantes para aperfeiçoar seus processos de trabalho, sem ter que “reinventar roda”. Atividades O 1. benchmarking pode ser considerado como a ação de copiar alguma coisa? Tó pi co s Av an ça do s em R ec ur so s H um an os
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