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Semiologia do Envelhecimento e Avaliação Geriátrica Ampla

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Semiologia do envelhecimento e Avaliação geriátrica ampla 
 
Alan Paz – Passo Fundo 2021 
As projeções da composição populacional por grupos de idade apontam para o envelhecimento demográfico 
brasileiro e isso causa o incremento na prevalência de doenças crônicas (demência senil, vascular, Alzheimer, 
Parkinson, etc). Dito isso, é importante que seja aplicado um instrumento de avaliação multidimensional 
durante a consulta na APS para aumentar a eficácia diagnóstica para detecção de problemas de saúde na 
população idosa. Atentar sempre para o fato de que a multimorbidades tem manifestações diferentes nos 
idosos. 
Os objetivos da promoção da saúde e de prevenção de doença nos idosos consistem na redução da 
mortalidade prematura por doenças agudas ou crônicas, manutenção da independência funcional, extensão da 
expectativa de vida ativa e melhora na qualidade de vida. Para isso, é preciso entender que velhice não é uma 
enfermidade, ao envelhecer perdemos a capacidade de nos recuperarmos das doenças de forma rápida ou 
completa. 
Como o médico pode atuar para melhorar a relação com o paciente x cuidador? Estabelecer uma boa 
relação, sem preconceitos e estereótipos, quando necessário conversar sozinho com o paciente e depois com 
o cuidador, avaliar o grau de estresse do cuidador pois esse acentua o risco de violência (física, psicológica), 
orientações gerais sobre divisão das tarefas, atentar para déficit cognitivos e afetivos pois podem trazer 
fantasias para a história clínica, estar preparado para as múltiplas queixas dos idosos mas sem taxa-los de 
poliqueixosos. 
Avaliação geriátrica ampla: 
 
• É importante por conta da complexidade do idoso → doenças ocultas, multimorbidade (é a 
coesxistência de duas ou mais doenças crônicas, sem relação de causa e efeito entre elas e sem que 
nenhuma delas possa ser considerada como problema principal, com dificuldade de elencar a 
principal), apresentações atípicas, polifarmácia, incapacidade e perda funcional, síndromes geriátricas, 
fragilidade, maior probabilidade de morte/final da vida/doenças sem perspectiva de cura. 
A multimorbidade consiste em uma única alteração que resulta em múltiplos fenômenos clínicos e múltiplas 
alterações que concorrem simultaneamente para um único fenômeno clínico. Torna-se progressivamente mais 
comum a medida que a idade avança, está associada a elevada mortalidade, declino funcional e aumento do 
uso de serviços de saúde ambulatoriais e hospitalares. Causa procura ao serviço de saúde pelo idoso para seus 
vários problemas e não apenas para uma doença especial. 
Já as apresentações atípicas são sinais e sintomas que trazem pistas de uma ou mais doenças que podem estar 
envolvidas no processo, nem sempre clássicas ou associadas a eles. É necessário um alto índice de suspeição, 
pois geralmente são responsáves por diagnósticos tardios e atrasos no tratamento. 
É muito comum que, na prática clínica, encontremos idosos polifarmácia. Esse termo é definido pelo uso 
concomitante de 4 ou mais medicamentos. 
MULTIMORBIDADE + ENVELHECIMENTO + VÁRIOS PRESCRITORES + POLIFÁRMACIA 
→ Problemas na dispensação e administração → dificuldade de prescrição e orientação → problemas na 
monitoração. Isso tudo aumenta o risco de terapêutica inadequada aumentando as interações medicamentosas 
indesejadas, as reações adversas, a não adesão e a submedicação. 
A incapacidade funcional é definida como a dificuldade para realizar atividades típicas e pessoalmente 
desejadas na sociedade. A avaliação da capacidade funcional dos idosos é importante para se conhecer 
como eles vivem os anos adicionais ganhos com o aumento da longevidade. A incapacidade funcional implica 
em comprometimento da qualidade de vida e pode indicar a presença de doenças ainda não diagnosticadas. 
Além disso, a incapacidade funcional prévia é fator preditivo independente de desfecho desfavorável em 
idosos com doenças agudas. É importante a avaliação dessa capacidade pois faz muita diferença na avaliação 
clínica dos idosos com comorbidades, por ex pneumonia. 
A avaliação geriátrica ampla também é importante para prevenir ou impedir os 7is da geriatria, que são: 
 
• Insuficiência cognitiva 
• Incontinência urinária ou fecal 
• Instabilidade postural e quedas 
• Imobilidade 
• Iatrogenia 
• Insuficiência familiar 
• Incapacidade comunicativa 
A AGA é definida como um processo diagnóstico multidimensional, interdisciplinar que serve para 
determinar as deficiências ou habilidades dos pontos de vista médico, psicossocial e funcional, com o objetivo 
de formular um plano terapêutico e de acompanhamento, coordenado e integrado, a longo prazo, visando a 
recuperação e/ou manutenção da capacidade funcional. Difere do exame clínico padrão por enfatizar a 
avaliação das capacidades cognitivas funcionais e dos aspectos psicossociais do idoso e permitem quantificar 
o grau de incapacidade. É aplicada no contexto hospitalar, em ILPI, emergências, ambulatórios e atendimento 
domiciliar. 
É sempre multidimensional e utiliza instrumentos (escalas e testes) para quantificar a capacidade funcional e 
avaliar parâmetros psicológicos e sociais. Os instrumentos são capazes de detectar sinais de demência, 
delirium, depressão, efeitos colaterais medicamentosos, fragilidade, déficits visuais e auditivos, síndromes 
geriátricas (7is) e perda do equilíbrio e da capacidade funcional. 
Um dos benefícios da AGA é que complementa a avaliação clínica tradicional e melhora a precisão 
diagnóstica. Define se há diminuições da capacidade e limitações das atividades, sejam elas de causa motora, 
mental ou psíquica. Detecta problemas médicos inaparentes e identifica o risco de declínio funcional. 
Identifica riscos de iatrogenia, prediz desfechos desfavoráveis, orienta para medidas de preservação e 
restauração da saúde, define os parâmetros de acompanhamento do paciente, direciona para as modificações e 
adaptações ambientais, define critérios para hospitalização e institucionalização. 
As desvantagens da AGA consistem na imprecisão quando é realizada isolada do exame clínico tradicional, 
para diagnosticar dano ou lesão responsável por elas. Sempre deve ser complementada com exame físico. 
A AGA tem a capacidade de avaliar os domínios físicos, mentais, sócio-ambientais e funcionais. A escala 
mental é avaliada a partir do minimem e da escala de depressão no idoso. O genograma, ecomapa e escala 
do estresse do cuidador avaliam os fatores sócio-ambientais e os testes de romberg, time up and GO avaliam 
a capacidade funcional. 
Os parâmetros avaliados na AGA são: 
 
1. Equilibrio, mobilidade e risco de quedas 
2. Função cognitiva 
3. Condições emocionais 
4. Deficiências sensoriais 
5. Capacidade funcional 
6. Estado e risco nutricional 
7. Condições socioambientais 
8. Polifarmácia e medicações inapropriadas 
9. Comorbidades e multimorbidade 
10. Outros parâmetros 
 
Equilibrio, mobilidade e risco de quedas: 
 
A. Get up and GO teste: teste de levantar e andar: é realizado com o paciente se levantando de uma cadeira 
reta e com encosto, sem apoio lateral, caminhando 3 metros, voltando, após girar 180 graus para o 
mesmo local e sentando-se; avaliamos o equilíbrio sentado, durante a marcha e transferência. Escore 
de mais de 3 pontos indica maior risco de queda. 
 
B. Timed get up and GO teste - teste de levantar da cadeira cronometrado: avalia os mesmos itens do 
aterior mas adiciona o tempo de realização da tarefa. Se levar menos ou 10 segundos, o idoso é 
independente, sem alterações. Se levar entre 11 e 20 segundos, independente em transferências básicas, 
baixo risco de quedas. Mais de 20 segundos é considerado dependente em várias atividades de vida 
diária e na mobilidade, alto risco de quedas. 
C. Teste de equilíbrio e marcha de Tinet (Escala de avaliação) 
D. Avaliação de sarcopenia: mensuração da massa muscular feita por métodos antropométricos, 
bioimpedância e/ou densitometria corporaltotal 
E. Velocidade da marcha: medida pelo tempo em que o individuo leva para percorrer 4 metros depois de 
3 tentativas. O desempenho é considerado normal se >0,8m/s. 
F. Força de preensão palmar: força total do corpo, utiliza-se um dinamômetro. O resultado é a média de 
3 medidas realizadas no membro dominante com intervalo de 60s entre cada uma. Normal para 
mulheres >= 16 - 20kg e para homens >= 26-30kg. 
Funções cognitivas e condições emocionais: 
 
A. MEEM: aborda questões sobre memória, demência. 
B. Teste de fluência verbal: avalia a linguagem e a memória, solicita-se ao paciente que possa relacionar 
o maior número de itens de ma categoria semântica ou fonética. O normal para indivíduos com 
escolaridade menor que 8 anos é de no mínimo 9 itens e com escolaridade de mais de 8 anos é de no 
mínimo 13 itens. 
C. Teste do desenho do relógio: avalia as funções executivas, memória, habilidades visuconstrutivas, 
abstração e compreensão verbal. É de fácil aplicação. 
D. GDS-15: serve para rastreio de quadros depressivos em idosos, é e fácil aplicação, são 30 questões que 
tem que ser respondidas com sim e não, mas no Brasil se usa a versão com 15 questões. Tem caráter 
de rastreio e não de diagnóstico. 
Deficiências sensoriais: os déficits sensoriais são muito comuns nos idosos e representam motivo de perda 
de qualidade de vida, tornando-se empecilho para a realização de atividades. Isso pode levar ao isolamento 
social, risco maior de quadros confusionais e a quedas. 
Capacidade funcional: se avaliam as atividades de vida diária através de índices (Katz), instrumentos (escala 
de Lawton, Barthel e questionário de Pfeffer) e avançadas. A medida da independência funcional é feita 
através de B.MIF 
 
Estado e risco nutricional: 
 
A. MAN (mini avaliação nutricional): avaliar o risco de desnutrição para pode realizar intervenção se 
necessário, inclui 18 itens atingindo um escore de 30 pontos. Abaixo de 17 caracteriza desnutrição, 
acima de 24 em bom estado nutricional e entre esses valores considera-se que há risco nutricional. 
B. Medidas antropométricas: para idosos os cortes são diferentes do que para adultos. 
Condições socioambientais: suporte social, familiar e financeiro, apgar familiar, 
genograma e ecomapa; 
 
Polifarmácia e medicações inapropriadas: critérios de Stopp, beers e testa da sacola 
dos remédios (pedir para o paciente trazer todos remédios em uma sacola) 
Outros parâmetros: 
 
• Autoavaliação de saúde 
• Sexualidade do idoso 
• Avaliação de presença de maus tratos e violência intrafamiliar contra o idoso 
• Avaliação do risco cardiovascular 
• Inquérito do idoso vulnerável 
• Estresse do cuidador 
Plano de cuidado: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
	Semiologia do envelhecimento e Avaliação geriátrica ampla
	Alan Paz – Passo Fundo 2021
	Avaliação geriátrica ampla:
	Equilibrio, mobilidade e risco de quedas:
	Funções cognitivas e condições emocionais:
	Estado e risco nutricional:
	Outros parâmetros:

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