Buscar

Comunicação entre Neurônios e Farmacologia Antiepilética

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
Antiepiléticos 
COMUNICAÇÃO ENTRE NEURÔNIOS 
A comunicação entre neurônios ocorre através da 
SINAPSE, com passagem de IMPULSO ELÉTRICO pela 
liberação de neurotransmissores (NT) na fenda 
sináptica para outro neurônio 
 Primeiro o neurônio está em repouso → K+ 
está em equilíbrio entre as forças elétricas e 
osmóticas e está eletricamente negativo no 
interior (-90mV); e eletricamente positivo por 
fora, pela concentração de Na+ 
▪ As membranas do neurônio e células 
são permeáveis ao potássio (K+), 
assim, consegue entrar e sair 
▪ Quando o K+ para de sair e entrar e fica 
em equilíbrio (força elétrica = pressão 
osmótica), o K+ fica mais concentrado 
do lado de dentro e fica negativo no 
interior e o neurônio fica em repouso 
▪ O K+ quer sair pela força osmótica, por 
estar mais concentrado no interior e o 
K+ quer entrar pela força elétrica, por 
 estar negativo no interior, mas 
isso não ocorre pelo equilíbrio entre as 
forças = REPOUSO 
 Ocorre a despolarização = entrada de Na+ no 
neurônio = fica mais positivo no interior (passa 
de -90mV para +30mV) 
▪ Quando passa da negatividade para a 
positividade = abre canal de Ca+ 
▪ Abre canal de Ca+ na positividade → 
entra Ca+ no neurônio e se liga nas 
vesículas sinápticas → vão para a 
fenda sináptica → libera 
neurotransmissores 
 Ocorre a repolarização = perda de K+ 
(membrana é permeável ao potássio) = 
neurônio volta para a negatividade 
 No final fica tudo ao contrário e bagunçado: K+ 
pra fora e Na+ pra dentro → necessário a ação 
da bomba Na+/K+ para reorganizar 
▪ Joga 3K+ para dentro e retira 2Na+ 
para fora 
COMO OCORRE A LIBERAÇÃO DO NEUROTRANSMISSOR? 
Através da entrada de Ca+ no neurônio, que se liga 
nas vesículas sinápticas e libera na fenda 
COMO PODEMOS INTERVIR FARMACOLOGICAMENTE 
IMPEDINDO A LIBERAÇÃO DOS NT E O POTENCIAL DE 
AÇÃO? 
Para impedir que libere neurotransmissores → usar 
bloqueadores de canal de Ca+ e bloqueadores de 
canal de Na+ 
 Se o neurônio não libera NT = ↓ atividade do 
SNC 
 
 
 
 
 
 
 
2 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
QUAIS OS CAMINHOS DO NEUROTRANSMISSOR NA FENDA 
SINÁPTICA? 
 Se ligar a um receptor pós-sináptico 
 Ser recaptado para o neurônio pré-sináptico 
 Ficar na fenda sináptica 
 Se liga a receptor pré-sináptico (controla a 
liberação por feedback negativo) 
 Ser degradado por enzimas (MAO, 
acetilcolinesterase, COMT) 
 Etapas de biossíntese 
OBS: normalmente os medicamentos não atuam na 
etapa de ficar na fenda sináptica 
OBS: OUTRA MANEIRA DE IMPEDIR O POTENCIAL DE AÇÃO: 
deixar o neurônio mais negativo → fica mais difícil 
despolarizar, demora mais tempo → 
HIPERPOLARIZAÇÃO (neurônio mais negativo que o 
normal, assim, o potencial de ação fica mais lento). 
Mas como fazer isso? 
 Aumentar a quantidade de K+ no interior do 
neurônio = deixar o neurônio mais negativo 
 Aumentar a entrada de Cl- no SNC (ácido-
gama amino butírico – GABA) 
▪ GABA se liga aos receptores GABA-A, 
assim, abrindo canal de Cl- → entra Cl- 
no neurônio e causa hiperpolarização 
= neurotransmissor inibitório 
▪ Benzodiazepínicos e Barbitúricos = 
agonistas GABA-A 
NEUROTRANSMISSORES 
AMINOÁCIDOS 
 Ácido-gama amino butírico (GABA) 
 Glutamato 
 Glicina 
 Aspartato 
AMINAS 
 Dopamina 
 Norepinefrina 
 Serotonina 
 Acetilcolina 
 Histamina 
PURINAS 
 Adenosina 
 Trifosfato de adenosina (ATP) 
 
ORIGEM NT FUNÇÕES 
Substância negra 
(mesencéfalo) 
DOPAMINA 
Possibilita o 
movimento voluntário, 
emoção, pensamento, 
armazenamento da 
memória 
Locus ceruleus (ponte) NOREPINEFRINA 
Vigilância, 
responsividade a 
estímulos inesperados 
Núcleos da rafe 
(medula oblonga, 
ponte e mesencéfalo) 
SEROTONINA 
Percepção da dor, 
responsividade dos 
neurônios corticais, 
humor (?) 
Núcleo basal de 
Meynert 
ACETILCOLINA Estado de alerta 
Núcleo tegmental 
pedunculopontino 
ACETILCOLINA Ciclo de sono/vigília 
Núcleo túbero-mamilar 
(hipotálamo) 
HISTAMINA 
Reatividade do 
prosencéfalo 
 
EXCITATÓRIOS: Norepinefrina, Serotonina, Dopamina 
INIBITÓRIOS: GABA 
Rápida propagação sincrônica e descontrolada da 
atividade elétrica → CONVULSÃO 
 Está tendo muito potencial de ação 
 Como controlar os potenciais de ação? 
Bloqueador de canal de Ca+, bloqueador de 
canal de Na+, hiperpolarização (agonistas 
GABA e os que aumentam a condutância de 
K+) 
 
SINTOMAS: 
 Sintomas motores (convulsão) 
 Perda de consciência (crise de ausência) 
 Alterações paroxísticas (sensação, olfato, 
visão, emoção, memória, linguagem e 
discernimento) 
 
3 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
OBS: EM UM SNC NORMAL SEM LESÃO, PODE OCORRER 
CONVULSÃO? SIM, ou seja, a convulsão não é exclusiva 
da epilepsia. Pode ocorrer também nos casos: 
 Ingestão de glutamato (toxina domoato) → NT 
excitatório 
 Injeção de penicilina e antagonistas GABA-a → 
NT inibitórios 
TIPOS DE EPILEPSIA: 
 EPILEPSIA PARCIAL: acometimento de uma 
parte do SNC (somente 1 hemisfério) 
 EPILEPSIA GENERALIZADA: ambos hemisférios 
 
 
 
 
 
 
 
EPILEPSIA PARCIAL/FOCAL 
• Ocorre: alterações nas membranas, ↑ de NT 
excitatórios, alterações dos canais, degeneração dos 
neurônios GABAérgicos e alterações nos receptores 
GABAérgicos 
 
• Classificada em simples (consciência mantida) e 
complexa (perda de consciência) 
 Não há diferença de tto entre os tipos da 
epilepsia parcial 
 
PARCIAL SIMPLES: 
 Córtex motor: movimentos repetitivos 
involuntários (braço, mão, perna); 
 Córtex sensorial: parestesias 
 Córtex visual: luzes piscando 
 Consciência mantida 
PARCIAL COMPLEXA: 
 Automatismo involuntários: repetição de 
movimentos involuntários 
 Memória comprometida 
 Alteração de consciência 
 Perda de contato com a realidade 
*A complexa pode evoluir para a generalizada 
(tônico-clônica) 
 
EPILEPSIA GENERALIZADA SECUNDÁRIA 
SECUNDÁRIA POIS SE ORIGINOU DE UMA PARCIAL 
COMPLEXA 
• Afeta: fibras de U, corpo caloso e projeção tálamo-
corticais 
• 3 tipos: tônico-clônica, mioclônica, ausência 
 O tto é diferente entre os tipos 
 
4 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
 
 
 
 
 
 
TÔNICO-CLÔNICA: contrações sustentadas seguidas de 
movimentos rítmos 
 
 
 
 
 FASE TÔNICA: enrijecimento de músculos 
▪ ↑ canais de Na+ e Ca+ = ↑ entrada de 
Na+ e Ca+ = ↑ potencial de ação e 
rápido 
 FASE CLÔNICA: entrada de Na+ e GABA 
(intercalando) 
 FASE PÓS-ICTAL: ↑ GABA = potencial de ação 
inibido 
MIOCLÔNICA: contrações musculares mais breves 
CRISE DE AUSÊNCIA: sintoma de ausência, como se 
estivesse “dormindo” acordada; sem convulsão 
 Alteração no tálamo nos canais de Ca+ do tipo 
T = superatividade dos canais = 
hiperpolarização dos neurônios 
 
 
 
 
 
 
 
EPILEPSIA GENERALIZADA PRIMÁRIA 
 
 
 
 
Afeta: regiões centrais do cérebro 
• Convulsão mioclônica: contração muscular breve 
• Convulsão tônico-clônica 
• Crise de ausência (pequeno mal) 
CRISE DE AUSÊNCIA 
 
A crise de ausência é gerada por um ciclo 
autossustentado de atividade entre o tálamo e o 
córtex. A sincronicidade é iniciada pela 
hiperpolarização dos neurônios retransmissores do 
tálamo (cinza claro). 
Isso ocorre normalmente durante o sono de ondas 
lentas e é causado pelo influxo GABAérgico do núcleo 
talâmico reticular (cinza escuro). 
1) A hiperpolarização dos neurônios 
retransmissores induz uma atividade em rajada do 
canal de cálcio do tipo T, resultando em despolarização 
sincrônica do córtex através de conexões excitatórias. 
Essa grande despolarização no córtex é registrada 
como padrão de ponta e onda no EEG. 
2) O influxo excitatório do córtex ativa os 
neurônios talâmicos reticulares. 
3) Os neurônios reticulares GABAérgicos ativados 
hiperpolarizam os neurônios retransmissores 
talâmicos e reiniciam o ciclo 
 
OBS:As crises de ausência resultam da ativação 
anormal do canal de cálcio do tipo T durante o estado 
de vigília, resultando em um padrão EEG com as ondas 
semelhantes ao sono com ondas lentas
Neurônios 
GABAérgicos 
Neurônios talâmicos 
reticulares 
Hiperpolarização dos 
neurônios reles 
 
5 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Ocorre: 
 Hiperpolarização dos neurônios relés (lapsos de memória) 
 Despolarização de neurônios GABAérgicos 
 Inibição dos neurônios talâmicos reticulares 
• Características da crise de ausência: 
 Interrupção súbita na consciência 
 Olhar fixo e perplexo 
 Piscar os olhos rapidamente 
 Estalar os lábios 
OBS: na crise de ausência NÃO pode usar bloqueador de canal de sódio, pois piora a epilepsia nesse caso, já que sua 
fisiopatologia é diferente, onde a alteração é nos canais de cálcio tipo T do tálamo 
AGENTES ANTIEPILÉTICOS (AAE) 
• Fármacos que aumentam a inibição mediada por canal de sódio (inibidores de canais de Na+) 
• Fármacos que inibem canais de cálcio (inibidores de canais de Ca+) 
• Fármacos que aumentam a inibição mediado pelo GABA (agonistas GABA) 
• Fármacos que inibem os receptores de glutamato 
FÁRMACO CANAIS DE Na+ 
CANAIS DE Ca+ 
TIPO T 
CANAIS DE Ca+ 
ATIVADOS POR 
VOLTAGEM 
SISTEMA GABA 
RECEPTORES DE 
GLUTAMATO 
FENITOÍNA 
CARBAMAZEPINA 
LAMOTRIGINA 
ZONISAMIDA 
ETOSSUXIMIDA 
BENZODIAZEPÍNICOS E BARBITÚRICOS 
TIAGABINA 
ÁCIDO VALPROICO 
GABAPENTINA 
LEVETIRACETAM 
TOPIRAMATO 
FELBAMATO 
FENOBARBITAL 
 
 
Modo de transmissão 
Hiperpolarizada ↑ K+ intracelular 
↑ GABA 
↓ excitatório 
Ondas se assemelham 
 
6 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
QUAL O PRINCIPAL FATOR DE ESCOLHA DE UM 
ANTIEPILÉTICO? 
 Risco de recorrência de crises 
 Consequências da continuação de crises para o 
paciente 
 Eficácia e efeitos adversos do fármaco 
escolhido para o tratamento 
PRINCIPAIS REAÇÕES ADVERSAS DOSE-
DEPENDENTES DE TODOS AAE 
↓ ATIVIDADE DO SNC 
(LETARGIA, SONOLÊNCIA E DIMINUIÇÃO DA 
COORDENAÇÃO MOTORA) 
1ª GERAÇÃO: Fenobarbital, Diazepam, Clonazepam 
Carbamazepina, Valproato (Ácido valproico), 
Etossuximida 
 Muito fortes, com reações adversas muito 
graves e “bagunça” no mecanismo de ação 
(falta de especificidade) 
2º GERAÇÃO: Lamotrigina, Topiramato, Gabapentina, 
Pregabalina, Oxcarbamazepina, Felbamato 
 Maior especificidade e menores reações 
adversas; mas são menos potentes, quando 
comparados aos de 1ª geração 
3ª GERAÇÃO: Vigabatrina, Clobazam... 
 Usados nas crises refratárias, em associação 
 
QUANDO ASSOCIAR OS AAE? Na epilepsia refratária! 
Deve-se evitar fazer a associação dos AAE, somente 3% 
das epilepsias resolvem com associações. O ideal é 
substituir por outro e manter monoterapia, pois possui 
maior efetividade 
 Os de 3ª geração são muito úteis na epilepsia 
refratária, em associações 
EPILEPSIA PARCIAL / FOCAL 
DIRETRIZ BRASILEIRA 
ADULTOS 
CARBAMAZEPINA, 
FENITOÍNA, 
ÁCIDO VALPROICO 
(VALPROATO DE 
SÓDIO) 
CRIANÇAS CARBAMAZEPINA 
IDOSOS 
LAMOTRIGINA, 
GABAPENTINA 
 A maioria dos AAE são indutores enzimáticos, e 
deve-se evitar eles em idosos, por conta da 
interação medicamentosa, já que idosos tomam 
muitos medicamentos 
 Além disso, idosos possuem mais depressão e a 
lamotrigina ajuda pois é estabilizante de humor 
 Maiores indutores enzimáticos: carbamazepina, 
ácido valproico, fenitoína e fenobarbital 
DIRETRIZ AMERICANA 
PRIMEIRA LINHA 
CARBAMAZEPINA, 
FENITOÍNA, 
ÁCIDO VALPROICO 
(VALPROATO DE 
SÓDIO), 
LAMOTRIGINA 
SEGUNDA LINHA 
PRIMIDONA, 
FENOBARBITAL, 
TOPIRAMATO E 
GABAPENTINA 
EPILEPSIA GENERALIZADA 
Nas crises generalizadas, para evitar → Ácido Valproico 
permanece como fármaco de primeira escolha 
GENERALIZADA TÔNICO-CLÔNICA 
PRIMEIRA LINHA 
VALPROATO DE 
SÓDIO (ÁCIDO 
VALPROICO), 
LAMOTRIGINA 
SEGUNDA LINHA 
FENITOÍNA, 
CARBAMAZEPINA, 
TOPIRAMATO, 
PRIMIDONA, 
FENOBARBITAL 
GENERALIZADA MIOCLÔNICA 
PRIMEIRA LINHA 
VALPROATO DE 
SÓDIO (ÁCIDO 
VALPROICO) 
SEGUNDA LINHA 
LAMOTRIGINA, 
TOPIRAMATO 
CLONAZEPAM 
 
 
7 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
CRISE DE AUSÊNCIA 
DIRETRIZ BRASILEIRA: recomenda a Lamotrigina 
(Lamictal) como 1ª escolha 
 Ácido valpróico e a etossuximida podem ser 
usados, mas são inferiores comparados a 
lamotrigina 
o Por mais que a Etossuximida seja 
específica como bloqueador de canal 
de cálcio tipo T (crise de ausência) 
DIRETRIZ AMERICANA 
PRIMEIRA LINHA 
ETOSSUXIMIDA, 
VALPROATO DE 
SÓDIO 
SEGUNDA LINHA 
LAMOTRIGINA, 
CLONAZEPAM 
 
CASOS ESPECIAIS 
IDOSOS ACIMA DE 60 ANOS 
• Recomendam-se antiepilépticos não indutores do 
metabolismo hepático (como a gabapentina e 
lamotrigina) 
• Evitar fármacos antiepilépticos indutores enzimáticos 
clássicos (como a carbamazepina, fenitoína, ácido 
valproico e fenobarbital) 
• O escalonamento de dose deve ser lento, e a dose 
máxima a ser atingida deve ser menor do que a 
normalmente recomendada para os medicamentos 
• Nesta população, deve-se tentar evitar o uso de 
politerapia medicamentosa anticonvulsivante 
 
DEPRESSÃO E ANSIEDADE 
• Preferir usar a lamotrigina, que pode ter efeito 
estabilizador do humor 
• Evitar fenitoína e fenobarbital → podem induzir 
transtornos afetivos 
• Seguro utilizar tanto medicamentos inibidores da 
recaptação sináptica da serotonina como ansiolíticos 
 
EPILEPSIA MIOCLÔNICA JUVENIL (EMJ) 
• Inicia na adolescência 
• Evitar fatores precipitantes das crises → epilepsia 
fácil de controlar 
 Privação do sono 
 Ingestão de álcool 
 Má adesão ao tratamento 
 Uso de substâncias estimulantes (café) 
 
MULHERES NA IDADE FÉRTIL 
• Indutores enzimáticos: carbamazepina, ácido 
valproico, fenitoína e fenobarbital 
 Também são teratogênicos! 
• Fármacos indutores aumentam o metabolismo dos 
contraceptivos orais (ACO), podendo reduzir os 
níveis séricos destes em até 50% → ACO não 
funcionam → gravidez 
• Usar DIU e diafragmas, como alternativas 
• O ácido valproico é associado a síndrome de ovários 
policísticos 
 
OBS: SE A MULHER É DIAGNOSTICADA COM EPILEPSIA 
GENERALIZADA TÔNICO-CLÔNICA, SENDO CONTROLADA 
COM ÁCIDO VALPROICO (TERATOGÊNICO). A MULHER 
ENGRAVIDA, A TERAPIA FARMACOLÓGICA É MANTIDA 
IGUAL? 
 SIM! Não deve trocar a medicação antiepilética 
durante a gravidez 
 O certo é não usar os AAE durante a gravidez e 
retirar / substituir os medicamentos antes da 
gravidez; 
 Se engravidou tomando AAE, não deve trocar 
a medicação, pois pode ocorrer crise 
convulsiva (sendo piores que as mal-
formações causadas pelo uso dos fármacos 
teratogênicos) 
 
TERAPIA MEDICAMENTOSA 
A SUBSTITUIÇÃO É MELHOR E MUITO MAIS BENÉFICA QUE 
A ASSOCIAÇÃO 
• Apenas 3% dos pacientes possuem 
benefícios/melhoras com associação de dois 
fármacos 
 
 
No momento da crise (estabilizar) → usar 
benzodiazepínicos 
1ª escolha = DIAZEPAM 
2ª escolha = MIDAZOLAM 
Para evitar as crises generalizadas → ÁCIDO 
VALPROICO 
 
8 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
FÁRMACOS QUE AUMENTAM A 
INIBIÇÃO MEDIADA POR GABA 
BENZODIAZEPÍNICOS (Diazepam, Lorazepam, 
Midazolam) – CRISES AGUDAS 
 Exceções: clobazam e clonazepam – usados no 
controle 
 Clobazam: Adjuvante de controle nas crises 
parciais e generalizadas refratárias 
 Clonazepam: 
▪ 4º escolha na crise de ausência 
▪ Tolerância – 40% 
▪ Abstinência 
BARBITÚRICOS (Fenobarbital)- CONTROLE 
 Potencializa GABA endógeno 
 
MECANISMO DE AÇÃO 
Agonistas dos receptores GABA-A = entra Cl- = ↑Cl- = 
hiperpolarização do neurônio 
 10 subtipos de GABA-A 
 Benzodiazepínicos não se ligam em todos os 
subtipos, por isso possuem menos RAM → 
potência menor; 
 Já os barbitúricos se ligam em todos os 10 
subtipos, tendo maiores RAM → potência 
maior 
 
REAÇÕES ADVERSAS 
BENZODIAZEPÍNICOS:Ataxia (perda da coordenação 
motora), sonolência, tontura, fadiga 
BARBITÚRICOS: Sedação, ataxia, confusão, tontura, 
diminuição da libido, depressão, Síndrome de Stevens 
Johnson, Supressão da medula óssea 
 
DIAZEPAM E MIDAZOLAM 
 Para estabilizar as crises de epilepsia a 1ª 
escolha é o DIAZEPAM, e a 2ª escolha é o 
MIDAZOLAM 
▪ Vias: IV ou retal 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLOBAZAM 
Indicações: 
 Terapia adjuvante para crises parciais e 
generalizadas refratárias; 
 Terapia intermitente 
Dose: comprimidos de 10 e 20 mg 
Dose inicial: 5-10 mg/dia. 
Escalonamento: 5 mg/dia/semana. 
Dose máxima: 40 mg/dia. Intervalo de dose: 1 
administração/dia (à noite). 
 
 
9 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
FENOBARBITAL 
Indicação: 
 Tratamento de crises focais e generalizadas de 
pacientes de qualquer idade, inclusive recém-
nascidos 
Dose: comprimidos de 10 e 20 mg 
Dose inicial: 5-10 mg/dia. 
Escalonamento: 5 mg/dia/semana. 
Dose máxima: 40 mg/dia. Intervalo de dose: 1 
administração/dia (à noite). 
BLOQUEADORES DE CANAIS DE 
SÓDIO 
FENITOÍNA 
CARBAMAZEPINA 
LAMOTRIGINA 
ÁCIDO VALPROICO 
Usados em convulsões parciais e generalizadas 
secundárias 
 
INDUTORES ENZIMÁTICOS MAIS FORTES: Fenitoína, 
Carbamazepina, Ácido valproico e Fenobarbital 
 ↑ as enzimas de metabolização = metaboliza 
os outros medicamentos = ↓ os efeitos dos 
outros medicamentos 
Exemplo: Paciente tomava fenobarbital há muito 
tempo, mas como estava apresentando muita 
sonolência decidiu-se trocar pela Fenitoína, só que ele 
apresentou convulsão e observou-se que o nível 
plasmático de fenitoína estava baixo. O que 
aconteceu? 
 Como o fenobarbital é indutor enzimático, e o 
paciente usada a muito tempo, aumentou as 
enzimas de metabolização e causa 
metabolização mais rápida da fenitooína, 
assim, diminuiu os níveis de fenitoína, ficando 
em níveis subterapêuticos, causando a 
convulsão 
FENITOÍNA 
FARMACOCINÉTICA: 
 Adulto: 300-500mg - Criança: 4-8mg/Kg 
 95% ligam-se a proteína plasmática 
 Meia Vida: 24 horas 
 Metabolizada: Sistema P450 
 Indutor enzimático 
 Muitas interações medicamentosas: 
 
 Inibidores enzimáticos: cloranfenicol, cimetidina, 
siddulfiram, isoniazida 
▪ Aumenta a concentração de Fenitoína, pois 
metaboliza menos 
 Indutores enzimáticos: fenobarbital 
▪ Diminui a concentração de Fenitoína, pois 
metaboliza mais 
Dose: Comprimidos de 100 mg, suspensão oral 20 
mg/mL 
Dose inicial: 100 mg/dia 
 Sempre tentar iniciar já com as doses iniciais 
determinadas pela diretriz, para não iniciar 
com doses altas 
Escalonamento: 100 mg/dia/semana 
Dose máxima: 500 mg/dia Intervalo de dose: 1-2 
administrações/dia 
Indicações: 
 Tratamento monoterapia de Crises 
Generalizada Tônico-Clônica, focais (parciais) 
complexas, ou combinação de ambas, em 
crianças, adolescentes e adultos; 
 Prevenção e tratamento de crises epilépticas 
durante ou após procedimento 
neurocirúrgico; 
 
10 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
 Tratamento das crises tônicas, próprias da 
síndrome de Lennox-Gastaut (crises 
epilépticas, comprometimento cognitivo, 
anormalidade ECG). 
RAM: ataxia (diminuição da coordenação motora), 
nistagmo, confusão, leucopenia, anemia, Síndrome de 
Stevens Johnson (eritema de mucosa oral, genital, anal 
e ocular) 
OBS: fenobarbital, carbamazepina e ácido valproico 
são MUITO indutores enzimáticos 
CARBAMAZEPINA 
Farmacocinética: 
 Adulto: 800-1600mg - Criança: 10-20mg/Kg 
 74% ligam-se a proteína plasmática 
 Meia Vida: 10 a 20 horas 
 Indutor Enzimático – Aumento da dose no uso 
crônico 
▪ Intenso indutor enzimático = com o 
tempo será necessário aumentar a 
dose, pois vai perdendo efetividade 
Indicações: 
 Monoterapia ou terapia adjuvante de crises 
focais (parciais), com ou sem generalização 
secundária; 
 Crises Generalizada Tônico-Clônica em 
pacientes com > 1 ano de idade 
Dose: comprimidos de 200 e 400mg, suspensão oral de 
20 mg/mL. 
Dose inicial: 
 Adultos: 200 mg/dia 
 Crianças de 6-12 anos: 100 mg/dia 
 Crianças < 6 anos: 5-10 mg/kg/dia 
Escalonamento: 
 Adultos: 200 mg/dia/semana 
 Crianças de 6-12 anos: 100 mg/dia/semana 
 Crianças < 6 anos: 5-10 mg/kg/dia/semana 
Dose máxima: 
 Adultos: 1.800 mg/dia 
 Crianças de 6 a 12 anos: 600-1.000 mg/dia 
 Crianças < 6 anos: 35 mg/kg/dia 
 Intervalo de dose: 2 a 3 administrações/dia. 
RAM: Confusão, nistagmo, visão turva, Anemia 
aplásica, agranulocitose, Síndrome de Stevens Johnson 
OXCARBAZEPINA 
• Derivado da carbamazepina, mas com eficácia 
parecida 
• Não é melhor por conta das RAM (maior risco de 
causar hiponatremia, cefaleia, vômito, sonolência, 
tontura) 
Terapia adjuvante em uma dose de 6-51 mg/k/dia em 
crianças com crises focais 
Monoterapia inicial para crianças com epilepsias 
focais recém diagnosticadas ou não tratadas. 
LAMOTRIGINA 
É bloqueador de canal de sódio, mas deve ter outro 
mecanismo de ação que faça ser eficaz para crise de 
ausência → mecanismo de ação indeterminado 
 Usado para crise de ausência (escolha) 
 Não é indutor enzimático 
 Menor risco de teratogenia, pode usar com 
ACO e menor ganho de peso – usado em 
epilepsia mioclônica juvenil 
 Uso em idosos = efeito estabilizante de humor 
junto 
Indicações: 
 Monoterapia para crise focal (parcial) em 
pacientes > 12 anos, com ou sem 
generalização secundária, em situações de 
intolerância ou refratariedade a 
medicamentos de primeira linha; 
 Monoterapia para crises primariamente 
generalizadas em pacientes > 12 anos em 
situações de intolerância ou refratariedade a 
medicamentos de primeira linha 
 Terapia adjuvante para crises focais em 
pacientes > 2 anos de idade; 
o Terapia adjuvante com ácido valproico 
e indutores enzimáticos 
 Terapia adjuvante para crises generalizadas da 
síndrome de Lennox-Gastaut em pacientes > 2 
anos de idade 
Farmacocinética: 
 Adulto: 75-200mg 
 55% ligam-se a proteína plasmática 
 Meia Vida 30 horas 
Dose: comprimidos 25, 50 e 100 mg 
 
 
11 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
• MONOTERAPIA: 
 Dose inicial: 25 mg/dia por 2 semanas; 50 
mg/dia por mais 2 semanas 
 Escalonamento: 50-100 mg a cada 1-2 
semanas 
 Dose máxima: 500 mg/dia (1-5 mg/kg/dia) 
 Intervalo de dose: 1 a 2 administrações/dia 
• TERAPIA ADJUVANTE COM ÁCIDO VALPROICO: 
 Dose inicial: 25 mg a cada 2 dias por 2 semanas 
(0,15 mg/kg/dia); 25 mg/dia por mais 2 
semanas (0,3 mg/kg/dia) 
 Escalonamento: 25-50 mg a cada 1-2 semanas 
(0,3 mg/kg) 
 Dose máxima: 500 mg/dia (1-5 mg/kg/dia) 
 Intervalo de dose: 1 a 2 administrações/dia 
• TERAPIA ADJUVANTE COM FÁRMACOS 
ANTICONVULSIVANTES INDUTORES ENZIMÁTICOS: 
 Dose inicial: 50 mg/dia por 2 semanas (0,6 
mg/kg/dia); 100 mg/dia por mais 2 semanas 
(1,2 mg/ kg/dia) 
 Escalonamento: 100 mg a cada 1-2 semanas 
(1,2 mg/kg) 
 Dose máxima: 700 mg/dia (5-15 mg/dia) 
 Intervalo de dose: 2 administrações/dia 
RAM: Ataxia, sonolência, visão turva, Exantema, 
Síndrome de Steven Johnson 
 
ÁCIDO VALPROICO (VALPROATO DE SÓDIO) 
MECANISMOS DE AÇÃO: 
• Bloqueia canal de sódio (↓ a velocidade de 
recuperação do canal de Na+) 
• Bloqueia canal de cálcio tipo T 
• Aumenta a atividade da enzima que ativa o GABA (↑ 
ácido glutâmico descarboxilase – GAD = ↑ GABA) e 
diminui a enzima que degrada o GABA 
 Assim, ↑ concentração de GABA no SNC 
 
 
 
 
 
 
 
 
Farmacocinética: 
 Adulto: 1000-3000mg 
 Criança: 10-60mg/Kg 
 93% ligam-se a proteína plasmática 
 Meia Vida: 14 a 20 horas 
Indicação: Monoterapia e terapia adjunta de 
pacientes > 10 anos de idade e com qualquer forma de 
epilepsia 
 É a 1ª escolha, mas somente para > 10 anos 
RAM: Irritação Gastrointestinal, ganho de peso, ataxia 
(diminuição da coordenação motora), sedação, visão 
turva, tremor, hepatotoxicidade, alteraçãohormonal, 
ganho de peso e teratogênico 
 Irritação TGI → tomar junto com alimentos 
para melhorar ou tomar após a alimentação 
Dose: 
 Comprimidos ou cápsulas de 250 mg, 
 Comprimidos de 500 mg e solução e 
 Xarope de 50 mg/mL. 
Dose inicial: 250 mg/dia. 
Escalonamento: 250 mg/dia a cada 3 dias. 
Dose máxima: 3.000 mg/dia. 
Intervalo de dose: 2 administrações/dia. 
 
BLOQUEADOR DO CANAL DE CÁLCIO 
TIPO T 
ETOSSUXIMIDA 
Farmacocinética: 
 Adulto: 250 mg 2 vezes/dia; aumentar de 250 
mg/dia com intervalos de 4 a 7 dias, até obter-
se controle das convulsões ou até a dose total 
de 1,5 g/dia. 
 Meia Vida: 56 a 60 horas 
 Metabolizada: Sistema P450 
RAM: Irritação gastrointestinal, ataxia, sonolência, 
Síndrome de Stevens Johnson 
Indicações: 
 Tratamento de crises de ausência em 
pacientes > 3 anos de idade; 
 Tratamento adjuvante de mioclônicas 
Dose: xarope de 50 mg/mL 
 
12 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
Dose inicial: 250mg/dia 
 Se for usado um comprimido liberação 
controlada 300 mg, por exemplo, por mais que 
não esteja na diretriz, na prática clínica é útil, 
pois como é liberação controlada há uma 
diminuição na absorção e ocorre perda, assim, 
já inicia com uma dose um pouco maior 
 Sempre que vai mudar a dosagem de um 
comprimido normal para um de liberação 
prolongada, é comum ter que aumentar a dose 
para ter o mesmo efeito 
Escalonamento: 250 mg/dia/semana 
Dose máxima: 1.500 mg/dia Intervalo de dose: 2-3 
administrações/dia 
**Não é efetiva em convulsões parciais e 
generalizadas secundárias 
 
OUTROS 
 
GABAPENTINA 
MECANISMOS DE AÇÃO: 
 Aumenta o GABA 
 Bloqueador do canal de cálcio 
Farmacocinética: 300mg, 3 vezes ao dia, iniciando com 
uma dose no 1º dia 
Indicação: Terapia adjunta para crises focais (parciais) 
com ou sem generalização secundária em pacientes > 
3 anos de idade. 
Dose: cápsulas de 300 e 400 mg 
Dose inicial: 15 mg/kg/dia ou máximo de 300 mg/dia 
Escalonamento: 300 mg/dia (15 mg/kg/dia) 
Dose máxima: 3.600 mg/dia (50-100 mg/kg/dia) 
Intervalo de dose: 3 administrações/dia 
RAM: Sedação, tontura, ataxia, fadiga, irritação 
gastrointestinal, Agressividade e irritabilidade 
(crianças com deficiência mental), Síndrome de 
Stevens Johnson 
Pouco efetiva na maioria dos casos 
Terapia adjunta das crises epilépticas parciais 
 
 
 
FELBAMATO 
Pouco usado 
MECANISMO DE AÇÃO: 
INIBIDOR DE RECEPTORES DE GLUTAMATO 
 Pouco efeito sedativo 
 Risco elevado anemia aplásica e insuficiência 
hepática 
 Usado em Epilepsia refratária e Convulsões 
parciais e tônico-clônica 
PRIMIDONA 
MECANISMO DE AÇÃO: 
 Bloqueia canais de sódio 
 É convertida em fenobarbital (metabólito) → 
mecanismo semelhante 
Indicação: 
 Tratamento de crises focais e generalizadas 
em pacientes refratários ou intolerantes aos 
fármacos de primeira linha 
RAM: alta sedação 
Dose: comprimidos de 100 e 250 mg 
Dose inicial: 100 mg/dia 
Escalonamento: 100 mg/dia/semana 
Dose máxima: 750 mg/dia Intervalo de dose: 3 
administrações/dia. 
TOPIRAMATO 
NÃO SE SABE O VERDADEIRO MECANISMO DE AÇÃO: 
 Bloqueia canais de sódio 
 Modulação negativa dos canais de cálcio tipo L 
 Ativação da condutância do K+ 
 Potencialização da ação inibitória GABAérgica 
 Antagonismo a receptores glutamatérgicos 
Indicações: 
 Monoterapia para crises focais/parciais ou 
primariamente TCGs (tônico-clônicas) em 
pacientes > 10 anos de idade com intolerância 
 
13 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
ou refratariedade a outros medicamentos de 
primeira linha; 
 Terapia adjuvante para crises focais, 
primariamente generalizadas ou crises 
associadas com a síndrome de Lennox-Gastaut 
em pacientes mais de dois anos de idade. 
Dose: comprimidos 25, 50 e 100 mg 
Adultos: 
 Dose inicial: 25 mg/dia 
 Escalonamento: 25-50 mg/semana 
 Dose máxima: 300 mg/dia 
 Intervalo de dose: 2 administrações/dia 
Crianças e adolescentes de 6-16 anos: 
 Dose inicial: 1-3 mg/kg/dia 
 Escalonamento: 1-3 mg/kg/semana 
 Dose máxima: 9 mg/kg/dia 
 Intervalo de dose: 2 administrações/dia 
Crianças de 2-6 anos: 
 Dose inicial: 0,5-1 mg/kg/dia 
 Escalonamento: 1-3 mg/kg/semana 
 Dose máxima: 9 mg/kg/dia 
 Intervalo de dose: 2 administrações/dia 
 
OBS: em pacientes com IR (insuficiência renal) → 
utilizar metade da dose 
RAM: Sedação, retardo psicomotor, fadiga, problemas 
na fala ou linguagem, cálculos renais 
VIGABATRINA 
MECANISMO DE AÇÃO: 
Inibe irreversivelmente a GABA-transaminase (GABA-
T) = enzima que degrada o GABA = aumenta os níveis 
de GABA 
Indicações: 
 Monoterapia no tratamento de espasmos 
infantis; 
 Terapia adjunta para crises focais com ou sem 
generalização secundária em pacientes de 
qualquer idade 
RAM: fadiga, sonolência, irritabilidade, insônia, 
distúrbios psiquiátricos, alterações no campo visual 
(40%) 
Dose: comprimidos de 500 mg 
Dose inicial: 500 mg/dia. 
Escalonamento: 500 mg/semana. 
Dose máxima: 3.000 mg/dia (150-200 mg/kg/dia). 
Intervalo de dose: 1 a 2 administrações/dia 
LOCASAMIDA 
MECANISMO DE AÇÃO: 
Inibe canais de sódio dependentes de voltagem, mas 
acredita-se que possui outros mecanismos, pois é 
muito forte (uso em epilepsia refratária) 
Indicações: Terapia adjuvante no tratamento de crises 
parciais com ou sem generalização secundária em 
pacientes a partir de 16 anos de idade com epilepsia. 
RAM: Depressão, estado de confusão, insônia, 
distúrbio cognitivo, nistagmo, distúrbio de equilíbrio, 
coordenação anormal (↓), falha de memória, tremor, 
sonolência, disartria, distúrbio de atenção, hipoestesia, 
parestesia 
 Muitos efeitos colaterais 
Dose inicial: 200 mg/dia 
LEVETIRACETAM 
MECANISMO DE AÇÃO: 
Interfere com a exocitose e liberação de 
neurotransmissores na fenda sináptica 
Indicações: 
 Monoterapia no tratamento de crises 
focais/parciais, com ou sem generalização 
secundária, em pacientes > 16 anos 
 Terapia adjuvante: 
▪ crises focais/parciais em adultos, 
crianças e bebês com idade superior a 
1 mês com epilepsia; 
▪ crises mioclônicas em adultos e 
adolescentes com idade superior a 12 
anos com epilepsia mioclônica juvenil; 
▪ crises tônico-clônicas primárias 
generalizadas em adultos e crianças 
com mais de 6 anos de idade com 
epilepsia idiopática generalizada 
RAM: Nasofaringite; Sonolência (vontade de dormir), 
dor de cabeça; Anorexia; Depressão, hostilidade ou 
agressividade, insónia, nervosismo ou irritabilidade; 
Convulsões, alterações do equilíbrio, tonturas 
(sensação de instabilidade), letargia, tremor (tremuras 
 
14 FARMACOLOGIA 6ª ETAPA – M1 EDUELY TURBINO 
involuntárias; Vertigem (sensação de estar a rodar); 
Tosse; Dor abdominal, diarreia, dispepsia (indigestão), 
vómitos, náuseas; Erupção cutânea; Astenia/fadiga 
(cansaço). 
Dose habitual: entre 1.000 mg e 3.000 mg por dia 
 
CANABINOIDES – CANNABIS SATIVA 
THC e CBC 
9-TETRAIDROCANABINOL (THC) = efeitos psicoativos 
 Agonista parcial dos receptores CB1/CB2 
 Estimular o apetite e manter o peso, atenuar 
náuseas e vômitos, analgésico de uso oral 
 
CANABIDIOL (CBD) = 40% dos extratos da planta 
 Antagonista dos receptores CB1/CB2 
 Analgésica, imunossupressora, distúrbios de 
ansiedade, do sono e do movimento (epilepsia, 
esquizofrenia, doenças de Parkinson e 
Alzheimer 
 
OBS: Usa o extrato com os 2 misturados, mas 
atualmente há empresas que estão purificando para 
produzir separado o CBD sem o THC, diminuindo os 
efeitos adversos (Aprovado pela ANVISA). Também há 
estudos para CBD sintético, sem ser extraído da 
Cannabis sativa, tendo uma molécula mais pura 
 Um é agonista parcial e o outro é antagonista, 
ocorrendo um sinergismo

Continue navegando