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CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS 
 
Apostila de Introdução a Sociologia – Módulo I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Salvador / Bahia - Brasil, 28 de Junho de 2021 
 
 
• Polícia Militar da Bahia - PMBA
• Centro de Formação e Aperfeiçoamento 
de Praças - CFAP
• Divisão de Ensino
 
 
 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 2 
 
 
 
 
Direitos desta edição reservados ao 
 
CENTRO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DE PRAÇAS - CFAP © 
ESTABELECIMENTO CEL PM JOSÉ IZIDRO DE SOUZA NETO 
 
Criado em 06/03/1922, com missão de formar exclusivamente Graduados instituída 
através de publicação do Estado da BAHIA, Lei nº 20.508 de 19/12/1967. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direção do CFAP 
 
Diretor - Cel PM Alfredo José Souza Nascimento 
Diretor Adjunto -Ten Cel PM Lucas Miguez Palma 
 
Equipe Pedagógica 
 
Chefe da Divisão de Ensino: Maj PM Helena Carolina Jones da Cunha 
Coordenadora dos Batalhões-Escola: Maj PM Karina Silva Seixas 
Instrutor–Chefe: Cap PM Guttemberg Loiola de Carvalho dos Santos 
Seção Técnica Pedagógica e Design: Sub Ten PM Karina da Hora Farias 
Seção Técnica Pedagógica: Sub Ten PM Lindinalva Brito da Silva 
 
 
Créditos de Autoria e Atualização 
 
Apostila Revisada e atualizada pelo Cap PM José Barbosa dos Santos e a Subten PM 
Karina da Hora Farias - Colaboradores CFAP. 
 
 
VENDA PROIBIDA. A reprodução e divulgação do material é permitida mediante citação da fonte;nenhuma 
parte desta obra poderá ser reproduzida, copiada, transcrita ou mesmo transmitida por meios eletrônicos ou 
gravações, para fins não educacionais, comerciais ou ilícitos. Os infratores serão punidos com base na Lei nº 
9.610/98. 
 
 Impresso no Brasil / Printed in Brazil 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 3 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 04 
2. CONCEITO DE SOCIOLOGIA .................................................................................................. 04 
2.1 OUTROS CONCEITOS DE SOCIOLOGIA .............................................................................. 04 
2.2 OBJETIVO DA SOCIOLOGIA ................................................................................................... 05 
2.3 PAPEL DO SOCIÓLOGO ............................................................................................................ 05 
3. HISTÓRICO DA SOCIOLOGIA ................................................................................................ 05 
3.1 RENASCIMENTO ....................................................................................................... .......................06 
3.2 ILUMINISMO OU ÉPOCA DAS LUZES ......................................................................................10 
4. OS AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA ...................................................................... 11 
5. CONCEITOS UTILIZADOS PELA SOCIOLOGIA. ................................................................ 14 
6. OS AGRUPAMENTOS SOCIAIS. .............................................................................................. 15 
6.1. GRUPO SOCIAL E NATUREZA HUMANA ............................................................................ 15 
6.2. TIPOS DE AGRUPAMENTOS. .................................................................................................. 15 
6.3. MULTIDÃO.................................................................................................................................. 15 
6.4. PÚBLICO ...................................................................................................................................... 16 
7. INSTITUIÇÕES SOCIAIS. .......................................................................................................... 17 
7.1 INSTITUIÇÃO FAMILIAR .......................................................................................................... 18 
7.2 INSTITUIÇÃO RELIGIOSA. ....................................................................................................... 19 
8. ESTRATIFICACÃO SOCIAL ...................................................................................................... 20 
9. CLASSE SOCIAL .......................................................................................................................... 22 
10. MOBILIDADE SOCIAL ............................................................................................................... 22 
11. MUDANÇA SOCIAL ................................................................................................................... 22 
12. ELITES............................................................................................................................................ 22 
12.1. TIPOS DE ELITES ....................................................................................................................... 23 
13. PROCESSOS SOCIAIS. ............................................................................................................... 24 
14. COMPORTAMENTO SOCIAL ................................................................................................... 24 
15. ISOLAMENTO SOCIAL .............................................................................................................. 25 
15.1 ISOLAMENTO ESPACIAL ......................................................................................................... 26 
15.2 ISOLAMENTO ESTRUTURAL .................................................................................................. 26 
15.3 ISOLAMENTO HABITUDINAL ................................................................................................ 26 
15.4 ISOLAMENTO PSÍQUICO ........................................................................................................ 27 
15.5 MECANISMOS QUE REFORÇAM O ISOLAMENTO SOCIAL ............................................ 27 
16. INTEGRAÇÃO SOCIAL .............................................................................................................. 28 
17. CONTROLE SOCIAL ................................................................................................................... 28 
17.1 A IMPORTÂNCIA DOS CONTROLES INFORMAIS................................................................30 
17.2 CONTROLE DE POLÍCIA NO BRASIL.......................................................................................31 
18. CAPITALISMO ............................................................................................................................. 37 
19. GLOBALIZAÇÃO E MISÉRIA SOCIAL ................................................................................... 37 
20. O NEOLIBERALISMO ................................................................................................................. 38 
20.1 O DESEMPREGO ......................................................................................................................... 39 
21. PROBLEMAS SOCIAIS ............................................................................................................... 40 
21.1 A FOME. ........................................................................................................................................ 40 
21.2 O DESEMPREGO. ........................................................................................................................ 41 
21.3 DISCRIMINAÇÃO.............................................................................................................................42 
21.4 DELINQÜÊNCIA JUVENIL................................................................................................... ...........44 
 21.5 CRIMINALIDADE E VIOLÊNCIA.................................................................................................4521.6 ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA ..................................................................................................... 47 
21.7 ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA ................................................................................................. 48 
21.8 O PROBLEMA E A ILEGALIDADE DAS MÍLICIAS .............................................................. 49 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 52 
 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 4 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
O presente trabalho como objetivo trazer para ao Aluno do Curso de 
Formação de Soldado os conceitos básicos da Sociologia para operacionalizar a teoria 
com a realidade social. 
Na primeira parte deste trabalho, iniciaremos o estudo da sociologia a partir 
do seu conceito, sua história e objetivo, tomando como ponto de partida da 
contribuição de diferentes estudiosos no campo das ciências sociais. Em seguida, 
teremos uma visão dos principais cientistas sociais, em especial os chamados 
“clássicos” da sociologia como: Karl Marx, Emile Durkheim e Max Weber, com uma 
breve análise de suas principais obras. 
Em segundo momento, abordaremos diversos conceitos utilizados na 
sociologia como isolamento, classe social, instituições e agrupamentos sociais, dentre 
outros, possibilitando ao aluno a partir destes compreender diferentes fenômenos da 
realidade social. 
Ao final debateremos diferentes fatos sociais como a globalização, 
desemprego, fome e violência e a nocividade da ação das milícias, procurando 
desconstruir os determinismos que são trazidos pelo senso comum que distorcem a 
realidade social. 
 
 
2. CONCEITO DE SOCIOLOGIA 
 
 
 A Sociologia tem por função estudar as relações sociais e a forma de 
associação entre as pessoas no âmbito de convivência. É uma disciplina que 
considera as interações em sociedade, envolvendo grupos de pessoas e fatos do 
cotidiano, analise das divisões de classes e camadas sociais, sendo uma ciência que 
estuda as situações da sociedade por meio da observação do comportamento 
humano. 
Trata-se a Sociologia de ser uma Ciência Social, portanto, seus métodos são 
diferentes dos métodos utilizados nas ciências naturais; enquanto a ciência social 
emprega processos e análises predominantemente qualitativas de observação dos 
fenômenos, de modo o mais objetivo possível, as ciências naturais estão voltadas ao 
emprego de métodos precisos, quantitativos, cálculos, previsibilidade, e das 
demonstrações empíricas para comprovação dos fenômenos. 
 Assim, a sociologia se baseia em estudos objetivos que melhor podem revelar a 
verdadeira natureza dos fenômenos sociais. Ela é desta forma, o estudo e o 
conhecimento objetivo da realidade social. Como exemplos, podemos citar a 
formação e desintegração de grupos, a divisão da sociedade em camadas, a 
mobilidade de indivíduos e grupos nas camadas sociais, processos de competição e 
cooperação. 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 5 
 
 
 
 
Não obstante, o conceito acima, para Lakatos (1999,p.25), sociologia “É o 
estudo científico das relações sociais, das formas de associação, destacando-se os 
caracteres gerais comuns a todas as classes de fenômenos que se produzem nas 
relações de grupo entre seres humanos”. 
Enquanto Demo, entende que “(...) que sociologia é o tratamento teórico e 
prático da desigualdade social. Por Tratamento teórico entendemos a produção de 
teorias explicativas do fenômeno fundamental que formam um corpo sistematizado 
de enunciados. (LAKATOS, 1985,p.13) 
Ademais, Mauss constata que é “tudo o que a sociologia postula é simplesmente 
que os fatos chamados sociais na natureza, isto é, acham-se submetidos ao princípio da ordem 
e do determinismo universais, sendo por conseqüência inteligíveis”. (MAUSS, 2001,p. 4). 
 
 
2.2 OBJETIVO DA SOCIOLOGIA 
 
Apresentar a vida social dos homens em sua totalidade e as interações que realiza, 
revelando no plano real, como as situações sociais ocorrem de fato e não como 
deveria ser, visando contribuir com a sociedade na tomada de decisões que 
melhorem a vida dos que fazem parte dela, a partir deste conhecimento. 
 
2.3 PAPEL DO SOCIÓLOGO 
 
O sociólogo é o estudioso desse ramo do conhecimento humano, que se Poe a 
observar os fenômenos sociais para descrevê-lo, objetivando explicar cientificamente 
tais fenômenos, sem perder de vista que o imprevisível é um dos dados mais 
constantes no mundo do ser humano, que o sociólogo deve sempre ter em vista 
quando planifica, planeja ou faz previsões. 
 
 
3. HISTÓRICO DA SOCIOLOGIA 
 
 
A Sociologia propriamente dita é fruto da Revolução Industrial, e nesse sentido é 
chamada de "ciência da crise" - crise que essa revolução gerou em toda a sociedade 
européia. Ela é fruto de toda uma forma de conhecer e pensar a natureza e a 
sociedade, que se desenvolveu a partir do século XV, quando ocorreram 
transformações significativas como a expansão marítima, reformas protestantes, a 
formação dos Estados nacionais, as grandes navegações e o comércio ultramarino, 
bem como o desenvolvimento científico e tecnológico que desagregaram a sociedade 
feudal, dando origem à sociedade capitalista. 
No séc. XVI desenvolve-se um outro movimento, o da Reforma Protestante, que 
propicia uma tendência que contribuiu de modo significativo para a valorização do 
conhecimento racional. Com essa nova maneira de se relacionar com as coisas 
sagradas, há também um outro movimento no sentido de analisar o universo de 
outra forma. A razão passa a ser soberana e é colocada como elemento essencial para 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 6 
 
 
 
 
se conhecer o mundo. Essa nova forma de conhecimento da natureza e da sociedade, 
na qual a experimentação e a observação são fundamentais, aparece nesse momento, 
representada pelo pensamento e pelas obras de diversos pensadores, entre os quais 
Nicolau Maquiavel, Galileu Galilei, Thomas Hobbes, Francis Bacon, René Descartes. 
Outros dois fariam a ponte entre esses novos conhecimentos e os que se 
desenvolverão no século seguinte: John Locke e Isaac Newton. 
No séc. XVIII, a burguesia comercial, torna-se uma classe com muito poder, 
devido, na maior parte das vezes, às ligações que mantinha com os monarcas, em 
questões econômicas. 
O capital mercantil vai se expandindo em diversos ramos de atividade. Ao se 
desenvolver a manufatura, torna-se necessário o desenvolvimento de novas técnicas 
de produção. Surgem máquinas de tecer, descaroçar algodão, bem como a aplicação 
industrial da máquina a vapor. O trabalho antes realizado com as mãos ou com 
ferramentas passa agora a ser feito por meio de máquinas, elevando o volume de 
produção. A máquina a vapor incentivou o surgimento da indústria construtora de 
máquinas. 
Essas alterações no processo produtivo, somadas a herança cultural e intelectual 
do séc. XVII irão definir o séc. XVIII como um século explosivo, servindo de exemplo 
e parâmetro para as revoluções políticas posteriores. Pensadores como Montesquieu, 
David Hume, Jean-Jacque Rousseau, Adam Smith e Emmanuel Kant entre outros, 
procurarão refletir sobre a realidade, na tentativa de explicá-la. 
No séc. XIX, a consolidação do sistema capitalista na Europa contribuirá para o 
surgimento da sociologia como ciência particular. O pensamento de Saint-Simon, 
Hengel, David Ricardo, Auguste Comte e Karl Marx desenvolveram reflexões sobre a 
sociedade de maneiras radicalmente divergentes. 
 
 
3.1. FASE DO RENASCIMENTO 
 
 
Renascimento ou Renascença é o nome dado ao movimento de reforma 
artística, literária e científica que teve origem no século XIV na Itália e se espalhou 
para o resto da Europa, estando em vigor até o século XVI. Esta palavra 
também significa o ato de renascer epode ser sinônimo de reformulação. 
Período também conhecido como “Renascença ou Renascentismo”, ocorrido no 
final do século XIII e meio do século XVII, cujas transformações em diversas áreas da 
vida humana, desencadearam o fim da Idade Média e conseqüentemente o início da 
Idade Moderna, aniquilando assim o feudalismo e surgindo com todo vigor o 
capitalismo. Primeiramente manifestou-se na Itália, nas cidades de Florença e Siena, 
indo para toda península italiana, posteriormente se desenvolveu para todos os 
países da Europa Ocidental. 
De acordo com alguns autores, o Renascimento foi um movimento de ruptura, 
que surgiu em oposição à "escuridão cultural e intelectual" verificada na Idade 
Média. Enquanto alguns autores defendiam que o Renascimento foi um movimento 
de separação de muitas filosofias da época medieval, outros indicam que foi um 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 7 
 
 
 
 
movimento de continuidade e que por isso está inevitavelmente relacionado com a 
Idade Média. 
Durante o Renascimento surgiu o Humanismo, que substituiu o teocentrismo 
(uma das características da Idade Média) pelo antropocentrismo, que colocou o 
Homem no centro do universo. 
O Renascimento abriu caminho para o desenvolvimento de vários estilos 
artísticos e correntes filosóficas. Alguns se desenvolveram em concordância com o 
Renascimento, enquanto outros se definiram pela distanciação. Este é o exemplo do 
Barroco, um estilo oposto ao Renascimento (valorizava a simplicidade), caracterizado 
pelo exagero de enfeites e grandiosidade. 
A redescoberta e a revalorização das referências culturais da antiguidade 
clássica serviram como parâmetros de mudanças para os princípios de ideais 
humanistas e naturalistas. A partir do livro “A Cultura do Renascimento na Itália”, 
escrito pelo intelectual Jacob Burckhardt, em 1867, no qual descrevia o renascimento 
como a “descoberta do mundo e do homem”. O Ser homem desperta e descobre que 
existe um mundo e que ele como homem também existe e está inserido neste próprio 
mundo. Surgem aí, então, as percepções do entendimento racional com maior 
evidência. 
 
 
3.1.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
 
 
a) HUMANISMO – É entendido como um conjunto de valores filosóficos, 
morais e estéticos que focam no ser humano, daí o seu nome. Do latim, o termo 
humanus significa “humano”. Trata-se de uma ciência que permitiu ao homem 
compreender melhor o mundo e o próprio ser. 
O movimento humanista surge como mote para a valorização do ser humano e 
da natureza humana, donde o antropocentrismo (homem no centro do mundo) foi 
sua principal característica. O humanismo foi uma corrente intelectual que se 
destacou na filosofia e nas artes, e que desenvolveu o espírito crítico do ser humano. 
 
b) RACIONALISMO – Tratava-se de uma corrente filosófica que atribui 
particular confiança à razão humana, ao passo que acredita que é dela que se obtém 
os conhecimentos. 
Saber de onde vinha o conhecimento era uma preocupação da Filosofia. A tentativa 
de responder a essa questão resulta no aparecimento de pelo menos duas correntes 
filosóficas: a) Racionalismo, que do latim ratio significa "razão"; e b) Empirismo, que 
do grego empeiria significa “experiência”. 
Ao defender a razão humana, essa corrente filosófica foi importante para 
desenvolver diversos aspectos do pensamento renascentista em detrimento da fé 
medieval. Com ele, o empirismo ou a valorização da experiência, foram essenciais 
para a mudança de mentalidade no período do renascimento. Note que o 
racionalismo está intimamente relacionado com a expansão científica de forma que 
https://www.todamateria.com.br/humanismo-renascentista/
https://www.todamateria.com.br/racionalismo/
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 8 
 
 
 
 
busca uma explicação para os fatos, baseada na ciência. Em outras palavras, a razão é 
o único caminho para se chegar ao conhecimento. 
 
c) INDIVIDUALISMO – Era a idéia de que cada um seria responsável pela 
condução de sua própria vida, com a possibilidade de fazer opções e manifestar-se 
sobre diversos assuntos, e acentuar-se gradualmente o individual. É importante 
entender, que essa característica não implicava no isolamento do homem, que 
continuava a viver em sociedade com relação direta entre outros homens, porem, 
tinha a possibilidade de tomar suas próprias decisões. 
 
d) ANTROPOCENTRISMO – Vem do grego, anthropos "humano" e kentron 
"centro" que significa homem no centro. É um conceito, oposto ao Teocentrismo, que 
ressalta a importância do homem como um ser dotado de inteligência e, portanto, 
livre para realizar suas ações no mundo. 
 
e) CIENTIFICISMO – Também chamado de cientismo, é uma doutrina dos 
que consideram o conhecimento científico como definitivos. Nesta concepção, se tem 
a razão como base, onde a doutrina pode ser considerada semelhante ao 
racionalismo. O Cientificismo ou Cientismo pode ser resumido na seguinte 
afirmação: “Tudo é explicável pela Ciência”. 
 
f) UNIVERSALISMO – É a doutrina filosófica que afirma a existência de certos 
princípios, os quais seriam universalmente incontestáveis. Portanto, tais princípios, 
deveriam ser admitidos por todas as pessoas e grupos culturais, como um guia para 
suas condutas, de forma que venha distinguir as boas das más obras. 
Desenvolvido, sobretudo, na educação renascentista e corroborada pelo 
desenvolvimento do conhecimento humano em diversas áreas do saber. Vale 
ressaltar que no período renascentista, houve uma expansão de escolas, faculdades e 
universidades, bem como, a inclusão de disciplinas relacionadas às humanidades 
(línguas, literatura, filosofia, dentre outras.) 
 
g) ANTIGUIDADE CLÁSSICA – Foi a época que legou um riquíssimo 
repertório de informações ao mundo civilizado de modo que a cultura clássica, 
continua ainda considerada fundamental para a construção de toda a cultura 
ocidental contemporânea. 
A retomada dos valores clássicos foi essencial para o estudo dos humanistas. 
Segundo os estudiosos da época, a filosofia e as artes desenvolvidas durante a Grécia 
e a Roma antiga possuíam grande valor estético e cultural, em detrimento da Idade 
das Trevas (Idade Média) em que foram relegadas. Entretanto, as maiores 
características do renascimento se pautavam em quatro pontos principais: 
a) No Racionalismo, onde os renascentistas eram convictos de que a razão era o 
único caminho para se chegar ao conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela 
razão e pela ciência; 
b) No Experimentalismo, onde para eles todo conhecimento deveria ser 
demonstrado através da experiência científica; 
https://www.todamateria.com.br/antropocentrismo/
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 9 
 
 
 
 
c) No Individualismo, que parte do princípio do homem conhecer a si próprio, 
buscando afirmar sua própria personalidade, talentos e satisfazer suas ambições. Esta 
concepção se baseia no princípio que o direito individual estaria acima do direito 
coletivo; 
d) No Antropocentrismo, que colocava o homem como a suprema criação de 
Deus e como o centro do universo. 
 
 
3.1.2. PRINCIPAIS NOMES DO RENASCIMENTO CIENTÍFICO 
 
 
Nicolau Copérnico (1437-1534) – Astrônomo polonês, na sua obra Da Revolução 
das Esferas Celestes combateu a teoria geocêntrica, propondo a teoria heliocêntrica – o 
Sol como o centro do nosso sistema planetário. 
Leonardo da Vinci (1452-1519) – Empreendeu diversas realizações, entre as 
quais se destaca o desenho do primeiro mapa-múndi focalizando a América, e 
projetos de engenhos voadores. Estudou profundamente a anatomia humana, a fim 
de expressar com maior rigor as formas humanas na pintura e na escultura. 
 Francis Bacon (1561-1626) – É considerado o fundador da ciência moderna, 
pois, foi o primeiro a expor em seu livro “Novum Organum”, que o estudo da indução 
e do método experimental, ensinaque se deve descobrir os fenômenos da natureza 
pela observação, e reproduzi-los pela experiência. Saber é poder, afirmava ele. 
Galileu Galilei (1564-1642) – Natural de Pisa, na Itália, foi matemático, físico e 
astrônomo. Aperfeiçoou o telescópio a fim de se aprofundar nos estudos 
astronômicos. Confirmou a Teoria Heliocêntrica de Copérnico. Descobriu as leis da 
queda dos corpos e anunciou o princípio da inércia e o da composição dos 
movimentos. Inventou o termômetro e a balança hidrostática e estabeleceu os 
princípios da dinâmica moderna. 
Johannes Kepler (1571-1630) – Astrônomo alemão que apresentou as leis 
referentes ao movimento dos planetas em torno do Sol (leis de Kepler). Além disso, 
dedicou-se a estudos de óptica. 
René Descartes (1596-1650) – Filósofo francês, autor do Discurso sobre o método, 
onde expõe o critério científico de verificação e conclusão. Sugeriu a fusão da álgebra 
com a geometria, o que deu origem à geometria analítica. 
Isaac Newton (1643-1727) – Matemático, físico e astrônomo inglês, que 
descobriu as leis da gravitação universal e da decomposição da luz. 
Leibniz (1646-1716) – Filósofo, cientista e matemático alemão, é creditado a ele 
e a Newton o desenvolvimento do cálculo moderno. 
Neste contexto renascentista, é importante lembrar que, a reação da Igreja 
Católica ao pensamento e às descobertas dos cientistas renascentistas, nem sempre 
foram pacíficas. 
 
Apesar de todo o avanço intelectual e científico registrado no Renascimento, 
não devemos esquecer que somente as elites tinham acesso a ele. Contraditoriamente, 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 10 
 
 
 
 
persistiam — sobretudo nas camadas populares — crenças no sobrenatural e na 
magia, herdadas dos alquimistas e feiticeiros da Idade Média. 
 
 
3.2 FASE DO ILUMINISMO OU ÉPOCA DAS LUZES 
 
 
A Revolução Inglesa do século XVII e a Revolução Industrial do século XVIII 
foram conduzidas pela burguesia inglesa, o objetivo desses movimentos 
revolucionários era destruir as estruturas econômicas, sociais e políticas que 
sustentavam o Antigo Regime, tais como o direito divino dos reis, a política 
econômica mercantilista e o poder político da Igreja Católica. 
 A crise do Antigo Regime foi acompanhada por um conjunto de novas idéias 
filosóficas e econômicas que defendiam a liberdade de pensamento e a igualdade de 
todos os homens perante as leis. As idéias econômicas defendiam a prática da livre 
iniciativa. Esse movimento cultural, político e filosófico que aconteceu entre 1680 e 
1780, em toda a Europa, sobretudo na França, no século XVIII, ficou conhecido como 
Iluminismo, Ilustração ou Século das Luzes. 
 Os iluministas caracterizavam-se pela importância que davam à razão. 
Somente por meio da razão, afirmavam ser possível compreender perfeitamente os 
fenômenos naturais e sociais. Essas idéias baseavam-se no racionalismo. Defendiam 
a democracia, o liberalismo econômico e a liberdade de culto e pensamento. Na 
verdade, o Iluminismo foi um processo longo do qual as transformações culturais 
iniciadas no Renascimento prosseguiram e se estenderam pelo século XVII e século 
XVIII. 
 As idéias iluministas influenciaram movimentos como a Independência dos 
Estados Unidos, a Inconfidência Mineira e a Revolução Francesa. O Iluminismo 
iniciou-se na Inglaterra, mais foi na França, que atingiu seu maior desenvolvimento. 
Foi na França que viveram os maiores pensadores iluministas, Voltaire, 
Montesquieu, Rousseau, Diderot e D´Alembert. 
 
 
3.2.1. CARACTERÍSTICAS DO ILUMINISMO 
 
 
Como eu já disse, o Iluminismo valoriza a razão (ao contrário da fé, 
predominante na Idade Média). A razão deve substituir a crença religiosa e o 
misticismo (pois isso prejudicava o progresso do homem), ou seja: a razão ilumina a 
sociedade que vive nas trevas (daí vem o termo "Iluminismo"). 
Os iluministas defendiam a liberdade econômica (pois o Estado interferia muito 
na economia com o Mercantilismo) e eram contra o Absolutismo dos reis (defendiam 
uma sociedade livre). Ou seja: eles eram a favor da liberdade econômica, política e 
também religiosa. Essas idéias influenciaram a Revolução Francesa (liberdade, 
igualdade e fraternidade) e se espalharam rapidamente pelo mundo. 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 11 
 
 
 
 
Os filósofos iluministas reuniram suas idéias num livro chamado 
"Enciclopédia" (para facilitar a disseminação do conhecimento). Alguns reis 
absolutistas ficaram intimidados com essas ideias liberais (já que essas idéias 
entravam em conflito com o Absolutismo e tinham a simpatia do povo) e passaram a 
aceitar algumas idéias do Iluminismo. Esses reis passaram a ser conhecidos como 
Déspotas Esclarecidos. 
 
 
3.2.2. PRINCIPAIS FILÓSOFOS ILUMINISTAS 
 
 
a) John Locke: é considerado o "Pai do Iluminismo". Dizia que o homem 
adquire conhecimento com o passar do tempo por meio da experiência (empirismo). 
b) Montesquieu: afirmava que o poder político deveria ser dividido em três 
(Legislativo, Executivo e Judiciário). Principal obra: "O Espírito das Leis". 
c) Russeau: defendia a democracia e um Estado que pudesse garantir a 
igualdade para todos. Principal obra: "Do Contrato Social". 
d) Voltaire: foi um polêmico crítico do clero (Igreja) e da prepotência dos reis, 
além de defender a liberdade de pensamento. Principal obra: "Cartas Inglesas". 
e) Adam Smith: defendeu o liberalismo econômico. 
 
 
4. AUTORES CLÁSSICOS DA SOCIOLOGIA 
 
 
 AUGUSTE COMTE: (1798 -1857) Filosofo Francês – Considerado o pai da 
Sociologia como ciência. Criador da doutrina positivista. Segundo Comte existia na 
historia três estados: um teológico, outro metafísico e finalmente o positivo - crença 
no poder exclusivo e absoluto da razão humana em conhecer a realidade e traduzi-la 
sob a forma de leis naturais. Essas leis seriam à base de regulamentação da vida do 
homem - Este último representava o coroamento do progresso da humanidade. 
 
Obras: a) Curso de filosofia positiva – em seis volumes – publicada entre 1830 e 1842; 
b) Discurso sobre o espírito positivo; e c) Discurso sobre o conjunto do positivismo. 
 
 KARL HEINRICH MARX: (1818-1883) Filósofo Alemão – Fundador do 
movimento comunista internacional alemão. Teve como companheiro de idéias 
Friedrich Engels e juntos escreveram O Manifesto do Partido Comunista, obra 
fundadora do “marxismo” enquanto movimento político e social a favor do 
proletariado. 
Marx desenvolveu vários conceitos importantes, tais como: alienação – 
separação do trabalhador dos seus meios de produção, que se tornaram propriedade 
privada do capitalista. O trabalhador perdeu o controle do produto do seu trabalho. 
Na noção de classes sociais – as desigualdades sociais provocadas pelas relações de 
 
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produção do sistema capitalista, as quais dividem os homens em proprietário e não-
proprietários dos meios de produção são a base da formação das classes sociais. 
Em seu trabalho ele considera a política ou o Estado como fenômeno secundário 
em relação aos fenômenos essenciais, econômicos ou sociais, como era próprio dos 
pensadores do começo do século XIX. Nesse sentido verifica o poder político como a 
expressão dos conflitos sociais. O poder político neste sentido será o meio pelo qual a 
classe dominante (classe exploradora), mantém sua hegemonia e sua forma de 
exploração. Portanto, neste raciocínio, a supressão das contradições de classe deve 
levar logicamente ao desaparecimento da política e do Estado, visto que, política e 
Estado são, em conseqüência, o subproduto ou a expressão dos conflitos sociais. 
Ele divide a história da civilização a partir dos regimes econômicos, como 
sejam: o modo de produção asiático, o antigo, o feudal e o burguês. O modo de 
produção antigo é caracterizado pela escravidão; o modo de produçãofeudal pela 
servidão; o modo de produção burguês pelo trabalho assalariado que é constituído 
da última formação social antagônica pois quando da associação dos produtores 
(modo de produção socialista) não implicará mais na exploração do homem pelo 
homem, neste instante a propriedade dos meios de produção e do poder político 
ficará com o proletário. 
O Capital – a principal obra, traz uma análise do desenvolvimento e da história 
do capitalismo através de uma visão econômica, sociológica e mesmo filosófica numa 
tentativa do autor de mostrar o devanir (sonho ou imaginação) da sociedade ocidental. 
Obras: a) O Manifesto do Partido Comunista; b) A ideologia alemã; c) O capital; 
d) Contribuição à crítica da economia política; e, e) Miséria da filosofia. 
 
 ÉMILE DURKHEIM (1858-1917) Filósofo Francês – Fundador da escola 
sociológica francesa. Durkheim formulou com clareza o tipo de acontecimentos sobre 
os quais o sociólogo deveria se debruçar: os fatos sociais. Na obra Da divisão do 
trabalho social (1893), o autor distingue na sociedade duas formas de solidariedade. 
Uma é a solidariedade mecânica, que segundo sua expressão seria a partir das 
semelhanças, e significa que os indivíduos diferem poucos uns com os outros – em 
sentimentos, valores, reconhecem os mesmo objetos como sagrados. A sociedade tem 
uma coerência em decorrência da não individualização, são inerentes as sociedades 
primitivas, arcaicas, formadas por clãs. 
Enquanto na solidariedade orgânica está baseada na diferenciação dos 
indivíduos, por analogia aos órgãos humanos, cada um exerce uma função própria, 
entretanto, todos são indispensáveis à vida. É o resultado da diversidade e 
complexidade das atividades que historicamente as sociedades segmentárias vão 
apresentando. 
Nas sociedades mecânicas a consciência coletiva é mais presente, os valores 
estão presente na média de seus indivíduos exercendo uma coerção nas suas 
individualidades (imperativos e proibições); enquanto nas sociedade orgânicas na 
medida que se especializa menor será o número de pessoas que têm uma consciência 
comum, no caso de violação das regras sociais a sanção universal será restitutiva da 
ordem violada pois o modo de agir e as preferências estão diferenciadas. No caso das 
atividades produtivas, o trabalho social é mais dividido, temos deste modo uma 
 
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maior especialização criando uma dependência entre as pessoas. Obras: a) As regras 
do método sociológico; b) O suicídio; e, c) Da divisão do trabalho social. 
 
 
MAX WEBER: (1864-1920) Sociólogo Alemão – figura dominante na sociologia 
alemã. 
Weber tem como objeto de investigação a ação social, a conduta humana dotada 
de sentido. O homem dá sentido à sua ação social: estabelece conexão entre o motivo 
da ação propriamente dita e seus efeitos. Ao contrário de Durkheim, para Weber a 
ordem social não difere nem se opõe aos indivíduos como força exterior a eles,ou 
seja, as normas sociais só se tornam concretas quando se manifestam em cada 
indivíduo sob a forma de motivação. 
Em seus estudos Weber parte da distinção entre quatro tipos de ação: a ação 
racional com relação a um objetivo (zweckrational), a ação racional com relação a um 
valor (wertrational), a ação afetiva ou emocional e, por fim, a ação tradicional. 
A ação racional com relação a um objetivo (zweckrational) é definida pelo fato de 
que o ator (pessoa) concebe claramente seu objetivo e combina os meios dispensáveis 
para atingi-lo. A ação racional com relação a um valor (wertrational) pode ser 
ilustrado quanto ao ato de um capitão, que vendo a inevitabilidade do navio afundar 
não o abandona. Esta ação é racional não porque tende a alcançar um objetivo 
definido e exterior, mas decorre do comportamento que caso assim não procedesse 
seria desonroso, o ato aceita todos os risos, sabe da proximidade da morte, mas 
mantém-se fiel a noção de honra. 
A ação afetiva ou emocional, é resultado do estado de consciência ou do humor 
do ator, resulta, pois de uma reação emocional, de circunstâncias e não como um 
objetivo ou de um sistema de valores. A ação tradicional é ditada pelos hábitos, 
costumes, crenças, pois agir segundo a tradição não precisa uma racionalização 
quanto ao fim nem por uma emoção, não existe uma racionalização quanto ao 
objetivo. 
Um exemplo quanto à investigação de Weber é quanto à investigação científica. 
Nela há uma relação a um objetivo – a verdade científica, todavia nela está contido 
um juízo de valor (um julgamento sobre o valor da verdade) este valor baseia-se em 
fatos ou argumentos válidos e reconhecidos universalmente. 
Em sua sociologia, Weber (1999, p.447-491) procura compreender as regras que 
levam o homem de ação a obedece, o que move as leis da vida política,com que 
sentido o homem pode dar a sua existência neste mundo.Quanto a análise científica, 
ele entende que a conduta racional, se orienta pelo valor da verdade universalmente 
válida. 
Para Weber (2003, p.111-113), o capitalismo, só se realizou plenamente nas 
sociedades ocidentais modernas. Os tipos ideais dos elementos característicos da 
sociedade se situam em diferentes níveis de abstração. Num nível inferior, aparecem 
conceitos tais como burocracia ou feudalismo. Em nível elevado de abstração, 
figuram três tipos de dominação: racional, o tradicional e o carismático. 
Obras: a) A ética protestante e o espírito do capitalismo e, b) Economia e 
sociedade. 
 
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5. CONCEITOS UTILIZADOS PELA SOCIOLOGIA 
 
 
 PESSOA: Criatura de Deus, constituída de corpo e alma, dispondo de 
faculdades que lhe são próprias (razão, vontade, amor), titular de direitos e sujeita a 
deveres. Note-se direitos e deveres. 
 INDIVÍDUO: Pessoa livre, autônoma, consciente do seu "status" e do seu 
"papel", integra-se naturalmente no corpo social, onde busca realizar-se, cônscia dos 
seus direitos e também de seus deveres. 
 POVO: Conjunto de pessoas conscientizadas de seus direitos e 
responsabilidades, integradas em seus grupos sociais. 
 POPULAÇÃO: O conjunto de habitantes de um território, de um país, de uma 
região, de uma cidade, etc. 
 GRUPO SOCIAL: É o conjunto de pessoas, unidas por idéias, sentimentos e 
fins em comum. 
 SOCIEDADE: Corpo orgânico estruturado em todos os níveis da vida social, 
com base na reunião de indivíduos que vivem sob determinado sistema econômico 
de produção, distribuição e consumo, sob um dado regime político, e obedientes a 
normas, leis e instituições necessárias à reprodução da sociedade como um todo; 
coletividade. 
 COMUNIDADE: Agrupamento que se caracteriza por forte coesão baseada no 
consenso espontâneo dos indivíduos. 
ACOMODAÇÃO: Forma de convivência social cessadora de conflitos sociais, 
capaz de reajustar indivíduos e grupos sociais. 
ACULTURAÇÃO: Processo de modificação das culturas de grupos sociais 
provocado pelo contato, direto e indireto, prolongado entre culturas diferentes, pela 
assimilação da cultura destes últimos. 
ACUMULAÇÃO: Processo de desenvolvimento das culturas por acumulação 
de experiências do passado e do presente. 
ADAPTAÇÃO: Processo pelo qual os indivíduos ou grupos se acomodam ao 
meio físico em que se encontram ou ao novo espaço social em que se acham. 
 
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ASSIMILAÇÃO: Absorção por parte de grupos e de indivíduos, de elementos 
culturais da sociedade na qual aderiram, com perda parcial dos de origem. Assim, 
nesse processo, há substituição de elementos culturais ou enriquecimento dos de 
origem, isto é, substituição dos originários pelos da sociedade da qual se integram. 
ASSOCIAÇÃO: Processo social de identificação de interesses de indivíduos ou 
grupos, que podem ou não ter sido anteriormente antagônicos.Pessoa coletiva. Em 
Direito, pessoa jurídica, ou, melhor, sociedade, resultante da união de vontades e 
esforços de várias pessoas para atingir uma finalidade comum, não-lucrativa. 
 
6. AGRUPAMENTOS SOCIAIS. 
 
6.1. GRUPO SOCIAL E NATUREZA HUMANA 
 
 
A vida humana é uma vida coletiva. Sejam selvagens ou civilizados, caçadores, 
pescadores, fazendeiros ou habitantes do deserto ou das coxilhas, os homens vivem 
juntos com outros homens. Compreender os grupos em que vivem é, portanto de 
crucial importância para a compreensão do seu comportamento. (CHINOY, 1971). 
O conceito de grupo social é um dos conceitos fundamentais em sociologia. Nas 
sociedades há dois tipos de forças: umas que aproximam os indivíduos uns dos 
outros (são as forças de integração) e outras que joguem os indivíduos uns contra os 
outros (são as forças de repulsão). Á mercê destes dois tipos de forças os indivíduos 
se agrupam ou ficam separados. 
Em todo grupo há sempre um “cimento” que estabelece uma ligação dos 
indivíduos dele participantes. Uma família, um clube social, uma associação de 
amigos ou de parentescos, um sindicato, uma nação, tudo isto, pode ser identificado 
como grupo social. Os apreciadores da música de determinado cantor (fã-clube) 
formam um clube. Os leitores de um escritor em moda podem constituir-se num 
grupo que durará tanto quanto o interesse pelos livros do romancista persistir. Em 
todos estes exemplos, vamos encontrar forças de integração que ligam os indivíduos 
num grupo. 
 
 
6.2. TIPOS DE AGRUPAMENTOS 
 
Se passarmos por uma grande avenida de uma metrópole moderna, veremos 
uma imensa quantidade de pessoas indo e vindo. 
Não formam nenhum agrupamento em si. Apresentam-se como uma massa. A 
massa se caracteriza por ser um aglomerado de pessoas sem nenhuma interação ou 
com o mínimo de interação. 
 
 
 
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6.3. MULTIDÃO 
 
Pode ser definida como agregado compacto de pessoas em contato direto e 
temporário e não organizado, reagindo todos de um mesmo modo, a um estímulo. 
Seu tipo de ligação é “aberto”. Para que haja multidão é necessário que concorram 
três fatores: certo número de pessoas, que não pode ser determinado, mas que 
indiscutivelmente influi; interestímulo e resposta a certo nível de excitação e 
emotividade. 
Há uma profunda diferença, por exemplo, entre uma multidão e um público 
que também é do tipo “aberto“. Na multidão é importante o efeito da presença dos 
outros sobre cada um. No público a atenção se concentra num fato exterior e os 
indivíduos não têm consciência senão remota da presença dos outros. Os sociólogos 
classificam quatro tipos de multidão: as multidões casuais em que o comportamento 
coletivo tem organização frouxa e momentânea; por exemplo, um grupo de pessoas 
diante de uma vitrine; as multidões convencionais em que o comportamento coletivo 
se exprime de modo habitual de acordo com regras preestabelecidas, mas tem 
duração limitada. 
Temos como exemplo: os espectadores de um jogo de futebol; as multidões 
agressivas ou mobs, onde o objetivo da interação é a agressão, agindo subitamente 
em direção a algum objetivo. A psicologia social estuda muito esse tipo de multidão 
para aplicações práticas. Um orador que se apresenta diante de um mob dificilmente 
terá êxito para dispersar seus componentes. O problema é dispersar o centro de 
interesse, como única maneira de fazê-la perder a força. Exemplo: multidão 
linchadora ou criminosa. 
Além dessa, temos as multidões ‘expressivas’. Os jovens norte-americanos se 
reúnem em certos lugares com roupas exóticas. Gritam slogans, pulam, se congraçam 
etc., são os ‘bein’. Formam assim uma multidão expressiva que tem por finalidade 
descarregar tensões. As bancantes gregas e as multidões dançantes medievais faziam 
parte deste tipo de multidão. Em todas as multidões ocorrem dois fatores principais: 
desaparecimento da personalidade individual ou da consciência individual; 
orientação de emoções, idéias e atos num mesmo sentido. 
 
 
6.4. PÚBLICO 
 
É uma forma de agrupamento. O público é uma interação de muitas pessoas 
que não está baseada na interação pessoal, mas apenas unida pela reação comum aos 
mesmos estímulos. Então integrados pelo fato de serem afetados por estímulos 
idênticos. Há certo tipo de indivíduos que vibram com determinadas telenovelas, 
que lêem e absorvem certos editoriais de jornal, que ouvem música de certos cantores 
(o fã-clube) etc. Esses não formam uma multidão, formam um público. Vivem 
dispersos, mas convergem e integram num ponto, e isto é, o essencial para haver um 
público. 
Observa-se que a diferença entre multidão e público se refere que na multidão, 
os indivíduos estão uns agindo sobre os outros, em contato direto. No público não há 
 
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esse tipo de contrato. Enquanto a multidão tem por função primordial a ação 
conjugada, o público está preso pela discussão, ou pelo interesse em algo, intelectual 
ou emocional. A multidão se baseia em formas elementares de comportamento que 
exprimem emoção e ação. 
 O público se baseia em emoção controlada bem como em reflexão e critica. A 
multidão não tem história, costume nem tradições. O público tem mais duração. A 
multidão é limitada em número, o público pode incluir um sem – número de 
pessoas, até um país inteiro, ou o mundo todo. A área da multidão é delimitada pelo 
alcance das notícias. Á constituição do público depende do grau de desenvolvimento 
dos meios de comunicação e da liberdade de discussão. 
 
 
7. INSTITUIÇÕES SOCIAIS 
 
 
Segundo Ogburn e Nimkoff, (apud LAKATOS,1999, p. 168) as instituições 
sociais são um dos diversos tipos de organização social. Como todas as organizações, 
constituem sistemas sociais. Outro tipo de organização são as associações. 
As associações são organizações sociais cuja característica é ser mais 
especializada e menos universal do que as instituições; em conseqüência, 
apresentam, em geral, determinada adaptação às classes sociais. Clubes, e outras 
associações especificas, limitam, geralmente, a participação de seus membros de 
acordo com sua posição social. Por exemplo: clubes recreativos, sociedades secretas, 
sociedades beneficentes e filantrópicas, irmandades. 
Outras organizações baseiam-se em igualdade de profissão ou interesse 
específico como: sindicatos, associações comerciais, associações de proprietários de 
imóveis, sociedades científicas, artísticas e literárias, clubes de jardinagem, clube 
filatélico. 
A limitação também pode ser causada por sexo e idade como as sociedades 
masculinas, organizações femininas, grupos juvenis. Algumas associações não têm 
limitação de classe social, mas não deixam de fazer certas restrições, por sua própria 
natureza, como no caso das organizações de veteranos de guerra. 
Enquanto que para Fichter, (apud LAKATOS, 1999,168), o conceito de 
instituição é “‘uma estrutura relativamente permanente de padrões, papéis e relações 
que os indivíduos realizam segundo determinadas formas sancionadas e unificadas, 
com o objetivo de satisfazer necessidades sociais básicas”. Estas instituições têm 
como características: 
 
►Finalidade – Satisfação das necessidades sociedade. 
►Conteúdo Relativamente Permanente – Padrões, papéis e relações entre 
indivíduos da mesma cultura. 
►Serem Estruturadas – Há coesão entre os componentes, em virtude de 
combinações estruturais de padrões de comportamento. 
 
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►Estrutura Unificada – Cada instituição, apesar de não poder ser 
completamente separada das demais, funciona como uma unidade. 
►Possuem Valores – Código de conduta. 
►Função – Todas devem ter esta característica. 
 ►Estrutura – Função é a meta ou o propósito do grupo, cujo objetivo seria 
regular suas necessidades.A estrutura é composta de pessoal (elementos 
humanos); equipamentos (aparelhamento material ou imaterial); organização 
(disposição do pessoal e do equipamento, observando-se uma hierarquia – 
autoridade e subordinação); comportamento (normas que regulam a conduta e 
as atitudes dos indivíduos). 
 
Exemplo: empresa industrial. Possui função, produção de bens; e estrutura, que 
se subdividem em pessoal – direção, funcionários e operários, equipamento – imóvel, 
máquinas e equipamentos (materiais) organização – democrática, ou autocrática 
centralizada ou descentralizada, comportamento – normas para a constituição e 
funcionamento, direitos e deveres regulados por leis vigentes e estatutos. 
As instituições podem ser espontâneas (família) e criadas (Igrejas). Além disso, 
apresenta-se como regulativas (Estado) e operativas (Departamento Estadual de 
Trânsito). 
 
 
QUADRO 1 – ESTRUTURA DAS PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES SOCIAIS 
 
Fatores da 
estrutura 
Família Igreja Estado Empresa 
 
 
Modelos de 
Atitudes e 
Comportamentos 
 
Afeto 
Amor 
Lealdade 
Respeito 
Reverência 
Lealdade 
Temor 
Devoção 
Subordinação 
Cooperação 
Temor 
Obediência 
Trabalho 
Economia 
Cooperação 
Lealdade 
 
 
Traços Culturais 
Simbólicos 
(Símbolos) 
 
Aliança 
Brasão 
Escudo de armas 
Bens móveis herdados 
Cruz 
Imagens 
Relicários 
Altar 
Bandeira 
Selo 
Emblema 
Hino 
Marca 
Comercial 
Patente 
Emblema 
 
 
Traços culturais 
Utilitários (Bens 
Imóveis) 
 
Lar 
Habitação 
Propriedades 
Igreja 
Catedral 
Templo 
Edifícios 
Públicos 
Obras Públicas 
Loja 
Armazém 
Fabrica 
Oficina 
 
 
Códigos Orais ou 
Escritos 
 
Certidão de casamento 
Testamento Genealogia 
Credo 
Doutrina 
Bíblia 
Hinos 
Constituição 
Tratados 
Leis 
Estatutos 
Contratos 
Licença 
Franquia 
Estatutos 
 
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Fonte: F.S. Chapin (apud OGBURN E NIMKOFF, 1971: 480) 
 
 
 
 
 7.1 INSTITUIÇÃO FAMILIAR 
 
 
Partiremos do conceito de instituição que se refere exclusivamente a modelos 
de comportamento aprovados ou sancionados no aspecto organizacional de um 
grupo de pessoas. No caso específico da família que traz de forma imutável o 
fenômeno biológico de conservação para em seguida a relevância do fenômeno 
social, sofreu considerável modificação nas suas bases desde os aspectos conjugais, 
de crenças religiosas e morais. 
A família tem diferentes funções que se conjugam como a sexual, reprodutiva, 
econômica e educacional. De forma resumida, a família institucionalizou a coabitação 
a fim de dar vazão aos impulsos sexuais com o estabelecimento de um pai legal para 
a prole e uma espécie de “monopólio sexual entre os parceiros”. 
Outro aspecto se refere na enculturação das crianças a partir da noção de staus 
em estas passam se preparar para ser herdeira legal de sues pais. Podemos também 
verificar que a parti da organização familiar existe a divisão dos trabalhos entre os 
membros a partir do casal em que se define certo direito, o acesso aos bens e herança 
da propriedade. 
Pode-se verificar que as sociedades apresentam diferentes maneiras em que 
organizam seus grupos familiares, os quais variam com o tempo e no espaço. Temos 
a família elementar ou natal-conjugal cuja união inicia com um par casado e 
termina com a dispersão dos filhos, para tanto existe um reconhecimento pelos 
outros membros de sua sociedade. A família extensa é uma unidade composta de 
duas ou mais famílias nucleares, ligadas por laços consangüíneos, que abrangem aos 
avós, tios, sobrinhos, afilhados. 
Outra forma de organização é a família composta, que se refere a um núcleo de 
famílias separadas, porém, estão ligadas pela sua relação com um pai comum. Estes 
tipos são encontrados em sociedades poligâmicas, onde duas ou três famílias 
conjugadas têm como centro um homem ou uma mulher. Por exemplo, em Bagandas 
na África. E as sociedades monogâmicas em que é permitido um casamento como entre 
os índios pueblos orientais do sudoeste do Novo México. 
Temos ainda a família conjugada-fraterna, que se refere a uma unidade 
composta de dois ou mais irmãos, suas respectivas esposas e filhos. Enquanto que a 
família fantasma consiste em uma unidade familiar formada por uma mulher casada e 
seus filhos e o fantasma, pois ele não desempenha o papel de pai, mas apenas de 
genitor (pai biológico) cabendo ao irmão mais velho da mulher o fantasma o 
exercício do pai social. 
 
 
 
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7.2 .INSTITUIÇÃO RELIGIOSA 
 
Alguns autores verificam que as instituições religiosas surgem como o desejo 
do homem em atender as suas inquietações espirituais. Sabemos que na sociedade 
existem níveis de organizar a vida no ambiente como o natural, o social e o 
sobrenatural. 
CHINOY (1971,p.492), personagem citando Durkheim a partir de As formas 
elementares da vida religiosa em que diz que a religião é “sistema unificado de crenças e 
práticas relativas a coisas sagradas, isto é, a coisas colocadas à parte e proibidas – 
crenças e práticas que unem numa comunidade moral única todos os que as 
adotam.” 
Percebemos a partir deste conceito que a partir das praticas e crenças sagradas 
que os homens se organizaram a fim de arrostar o próprio destino e o destino de 
outros fundados na fé e, posteriormente a partir do racionalismo buscam explicar 
justificativas para fenômenos da vida social como a morte. 
É partir das teorias do medo: temer das forças naturais que levou o homem a 
crer em divindades, forças misteriosas e sobrenaturais para justificar certos 
acontecimentos do mundo físico e dado a fragilidade e efemeridade deste mundo na 
visão de Durkheim (Chinoy (1971,p.492) se dá a solidariedade social e a crença 
coletiva. 
Neste sentido a religião e a magia fundamentam-se ma crença no sobrenatural e 
são fundamentalmente questões de ideologia e de diferentes formas de sensações que 
os homens trazem e partilham. 
 
 
 
8. ESTRATIFICACÃO SOCIAL 
 
 
 
Esta é uma das manifestações sociais de grande interesse da sociologia, pois se 
verifica como um dos princípios básicos da organização social. Ela traz a noção de 
distribuição hierárquica, de diferenciação social dentro de diferentes sistemas. 
Um sistema de castas compõe-se de um número muito grande de grupos 
hereditários, geralmente locais, rigidamente endogâmicos, dispostos numa 
hierarquia de inferioridade e superioridade; correspondem geralmente a 
profissionais, são impermeáveis a movimentos de mobilidade social, são 
reconhecidos por lei e possuem quase sempre um fundo religioso. 
Características: participação hereditária na casta; participação atribuída por 
toda vida; casamento endogâmico; contato limitado com outras castas; identificação 
do indivíduo com a casta; profissão ou ocupação que caracterizam a casta; cada casta 
possui um grau de prestígio próprio. 
Os indivíduos e grupos de uma sociedade diferenciam-se entre si em 
decorrência de vários fatores, formando uma hierarquia de posições, estratos ou 
camadas mais ou menos duradouros. Este fato real, observado em todas as 
 
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sociedades, significa que nelas os indivíduos e grupos não possuem a mesma posição 
e os mesmos privilégios, mas, sob esses aspectos, diferem entre si. Portanto, 
inexistem sociedades igualitárias puras. A esta diferenciação de indivíduos e grupos 
em camadas hierarquicamente sobrepostas é que denominamos de estratificação. 
Karl Marx (1975) um dos primeiros autores a tratar do problema de 
estratificação, considerava o fator econômico como determinante da estratificação. 
Fazia uma estreita correlação com o conceito de classe social. 
Já Max Weber (apud LAKATOS, 1999,p. 269-270) fez uma distinção entre as três 
dimensões da sociedade: a ordem econômica, representada pela classe, a ordemsocial, pelo status ou “estado”, e a ordem política, pelo partido. Possuindo cada uma 
delas estratificação própria: o interesse econômico é fator que cria uma classe, 
podendo-se até considerar que as classes estão estratificadas segundo suas relações 
com a produção e a aquisição de bens e serviços que o indivíduo possui ou de que 
dispõe. 
Os grupos de status estratificam-se em função do princípio de consumo de 
bens, representados por estilos de vida específicos; a estratificação social é, portanto, 
evidenciada pelo prestígio e honra desfrutados. A dimensão política manifesta-se 
através do poder; a estratificação política é, assim, observada através da distribuição 
do poder entre grupos e partidos políticos, entre indivíduos no interior dos grupos e 
partidos, assim como entre os indivíduos na esfera da ação política. 
Outro sociólogo que abordou a questão foi Sorokin (1969), para ele as formas 
concretas de estratificação apresentam-se interdependentes e, por este motivo, 
podem ser reduzidas a três tipos fundamentais: 
 
→ ESTRATIFICAÇÃO ECONÔMICA – a desigualdade da situação 
econômica ou financeira dos indivíduos dá origem a uma divisão em ricos e pobres, 
significando a existência da estratificação econômica. Onde há desigualdade 
econômica, esta estratificação real, concreta, se manifesta no nível de vida, na posse 
de bens, pode surgir, portanto, nos diferentes tipos de sociedade, capitalista ou 
socialista, independente do tipo de organização política e forma de governo. 
 
→ ESTRATIFICAÇÃO POLÍTICA – da mesma forma que há a 
desigualdade econômica entre os indivíduos, há a diversidade política em uma 
mesma sociedade, decorrente da distribuição não uniforme de poder, de autoridade 
(dirigentes e dirigidos), de prestígio, de honras e de títulos. Essa estratificação ocorre 
independentemente da constituição particular da sociedade ou da inexistência dela. 
 
→ ESTRATIFICAÇÃO PROFISSIONAL – se as diferentes ocupações dos 
indivíduos na sociedade se apresentam hierarquizadas no que diz respeito à 
valorização social, ao grau de prestígio, significa que a sociedade possui 
estratificação profissional. Esta diferenciação em profissões mais ou menos 
apreciadas independe do fato de seus titulares ocuparem tal posição por nomeação 
ou eleição, por herança social ou por capacidade pessoal. 
 
 
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O valor que se confere às diferentes ocupações varia no tempo e no 
espaço: atualmente na maioria das sociedades ocidentais, determinadas profissões, 
ganham mais prestígios em detrimento de outras, em conseqüência da 
industrialização e das novas tecnologias que criam uma série de funções novas que 
vão adquirindo importância. 
9. CLASSE SOCIAL 
 
 
Este conceito é de grande importância nos estudos sobre a dominação e poder. 
Será a partir da noção de Castas e de Estado, que a posição será geralmente atribuída 
por ambos aos atores sociais e que resulta em pressões que tendem a fomentar o 
valor do mérito individual e sua recompensa à mobilidade. 
Segundo Aron (2000,p.165-167), Marx define as classes de acordo com a sua 
relação com os instrumentos de produção e a distribuição de riqueza. 
Nesse sentido uma característica da sociedade ocidental a partir do século XVIII 
é ter classe social multivinculado, unidos por dois liames, o ocupacional e o 
econômico e por um vínculo da estratificação social no sentido da totalidade dos seus 
direitos e deveres essenciais, em contraste com os direitos e deveres basicamente 
diferentes das outras classes. 
As classes sociais são conjuntos de agente sociais determinados principalmente, 
mas não exclusivamente, por seu lugar no processo de produção, isto é na esfera 
econômica. 
Marx vem revolucionar com sua análise as ciências sociais a partir da noção de 
Luta de Classes, em que reconhece no capitalismo duas classes a burguesia (os 
donos dos meios de produção) e os proletários (trabalhadores), sendo um esforço de 
uma classe para conseguir uma posição ou condição de maio bem-estar na 
comunidade, com respeito aos direitos, privilégios e oportunidades de seus membros 
(ARON,2000). 
 
 
10 . MOBILIDADE SOCIAL 
 
Toda passagem de um indivíduo ou de um grupo de uma posição para outra, 
dentro de uma constelação de grupos e de estratos sociais. 
 
 
11 . MUDANÇA SOCIAL 
 
Para Lakatos (apud Rocher,1971IV 92 e 95), mudança social é toda 
transformação, observável no tempo, que afeta, de maneira que não seja provisória 
ou efêmera a estrutura ou o funcionamento da organização social de dada 
coletividade e modifica o curso da história. É a mudança de estrutura resultante da 
ação histórica de certos fatores ou de certos grupos no seio de dada coletividade. 
 
 
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12. ELITES 
 
Pessoas ou grupos que graças ao poder que detêm ou à influencia que exercem, 
contribuem para a ação histórica de uma coletividade, seja pelas decisões tomadas, 
seja pelas idéias, sentimentos ou emoções que exprimem ou simbolizam. 
 
12.1. TIPOS DE ELITES 
 
 
 
♦ ELITES TRADICIONAIS: possuem autoridade ou influencia decorrente 
de idéias, crenças ou estruturas sociais, baseadas no passado e reforçadas 
pela tradição. São tradicionais as elites aristocráticas, cuja nobreza tem 
tanto mais prestígio, quanto mais antiga for a sua linhagem. Ex. o chefe de 
uma tribo considerado descendente direto de um deus mitológico; 
 
 ♦ ELITES TECNOCRÁTICAS: detém autoridade racional, legal ou 
burocrática. Sua escolha, nomeação ou eleição baseia-se em competência, 
determinada através de provas, concursos, experiência ou resultados 
escolares. Ocupam sua posição de acordo com leis ou normas, conhecidas 
e aceitas, possuem importância determinada segundo critérios 
reconhecidos. Ex. altos funcionários do governo e de empresas; 
 
♦ ELITES CARISMÁTICAS: para o sociólogo Max Weber, os lideres 
carismáticos são portadores de dons específicos (do corpo ou do espírito) 
considerados sobrenaturais, não acessíveis a todos, e cujo exercício 
corresponde às necessidades do grupo. Encontramos muito mais 
comumente o carisma ligado a uma pessoa do que ao grupo; entretanto, o 
poder de um líder carismático pode, até certo ponto, se estendido à sua 
equipe. Ex. religiosos famosos; 
 
♦ ELITES DE PROPRIEDADES: sua autoridade ou poder decorre da 
posse de capitais ou de bens, em virtude dos quais podem exercer 
pressões sobre as elites tecnocráticas ou tradicionais. Ex. industriais, 
banqueiros, grandes proprietários de terra; 
 
♦ ELITES IDEOLÓGICAS: são formadas pelas pessoas que concebem 
uma ideologia, que a difundem ou representam. Constituem a elite do 
poder, se a ideologia que representam é a oficial; por outro lado, quando 
se opõem à elite do poder, formam as elites de influencia, ou “contra-
elites”; 
 
♦ ELITES SIMBÓLICAS: quase todas as elites possuem um caráter 
simbólico à medida que representam uma causa, valores, idéias, modos de 
viver, qualidades ou virtudes. Entretanto existem indivíduos ou grupos 
 
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cuja função é, mais do que tudo, simbólica. Ex. artistas, mulheres de 
políticos famosos. 
 
Entre todos os tipos de elites, as ideológicas e as carismáticas são geralmente as mais 
dinâmicas e inovadoras. 
 
13. PROCESSOS SOCIAIS 
 
 
São diversas maneiras pelas quais os indivíduos e os grupos atuam, uns sobre os 
outros, estabelecendo relações sociais. Os Processos Sociais estão classificados em: 
Associativos (cooperação, acomodação e assimilação) e Dissociativos (competição e 
conflito). 
 
 
13.1. ASSOCIATIVOS 
 
 
 Cooperação: é a forma de interação na qual diferentes pessoas, grupos ou 
comunidades trabalham juntos para um mesmo fim. Ex. um grupo de pessoas 
que se organiza para fazer uma festa. Ela pode ser direta ou indireta. Direta – são atividades que as pessoas realizam juntas 
 Indireta – É aquela em que ás pessoas mesmo realizando trabalhos diferentes, 
necessitam indiretamente umas das outras, por não serem auto-suficientes. 
 Acomodação: é o Processo social em que o indivíduo ou o grupo se ajustam a 
uma situação de conflito sem que tenham sofrido transformações internas. 
 Assimilação: É a solução definitiva e tranqüila do conflito social. O aspecto 
importante da assimilação é que ela implica uma modificação sensível da 
personalidade, isto é, atinge áreas profundas e extensas da personalidade, 
envolvendo valores e atitudes fundamentais, onde ocorrem modificações na 
maneira de pensar, sentir e agir. 
 
 
13.2 .DISSSOCIATIVOS 
 
Competição é uma força que leva os indivíduos a agirem uns contra os outros, 
em busca de um melhor lugar na sociedade, enquanto que Conflito é um processo 
social básico que provoca mudanças sociais. 
Nota-se que a competição pode se transformar em um conflito, ou seja, a 
competição toma forma de luta pela existência e o conflito toma formas de 
rivalidade, discussão e até mesmo a guerra. 
 
 
 
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14. COMPORTAMENTO SOCIAL 
 
Os seres humanos por viverem em sociedade, são induzidos a uma certa 
padronização da conduta, gerando comportamentos sociais. 
 
 
▪ OS MODAIS – os mais comuns em um grupo. 
▪ MULTIMODAIS – Quando há mais de um comportamento frequente, como 
ocorre nas complexas sociedades atuais. 
▪ COLETIVOS – São condutas massificadas, pouco diferenciadas entre os 
indivíduos. 
 
 
15. ISOLAMENTO SOCIAL 
 
 
A distância social pode ser definida como o maior ou menor afastamento, ou 
ainda aproximação dos indivíduos ou grupos no espaço social. O patrão e o emprego 
de uma empresa podem estar próximos fisicamente, mas entre eles há grande 
distância social, porque ocupam posições diferentes e estas determinam relações 
sociais – no caso, de mando (patrão) e subordinação (empregado). 
Sendo o homem um ser social, que só sobrevive em sociedade, o isolamento 
absoluto de indivíduos ou mesmo grupos não ocorre comumente. Vamos estudar 
aqui apenas os isolamentos não absolutos, e estes variam em graus. Por isso, 
podemos nos referir ao maior ou menor isolamento social. 
Vários fatores ocasionam a baixa comunicação entre grupos e indivíduos, 
contribuindo, portanto, para certo isolamento social: 
 
▪ FATORES GEOGRÁFICOS 
Barreiras naturais (montanhas, florestas, oceano, distância e ausência de meios 
de transportes etc.) 
▪ FATORES BIOLÓGICOS 
Sexo, idade, cor da pele (em sociedades onde existe preconceito, a exemplo da 
nossa), incapacidades fisiológicas. 
▪ FATORES HABITUDINAIS 
Hábitos diversos, costumes, crenças, língua, educação diferentes. 
▪ FATORES PSICOLÓGICOS 
Interesses, sentimentos, atitudes e gostos diversos. Tomando por base esses 
fatores, foi possível estudar quatro tipos fundamentais de isolamento social. Embora 
se tratem de tipos exclusivos, um pode determinar os outros. 
 
 
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15.1. ISOLAMENTO ESPACIAL 
 
É o impedimento de comunicação ou baixa comunicação devido a fatores 
geográficos. Estes fatores separam grupos de indivíduos de outros, impedindo 
contatos e comunicação. Os grupos isolados muito tempo vão assumindo forma 
própria, caracterizada pelas suas condições naturais e , ao mesmo tempo pela ação do 
meio que os obriga a determinadas atividades. 
O homem do campo, no Brasil, vive num semi-isolamento junto com sua 
família, pois as fazendas são, em geral, afastadas umas das outras, com poucas 
estradas, distantes dos centros urbanos e sem meios de comunicação. O isolamento 
espacial também pode consistir numa privação de contatos que acontece quando 
alguém é aprisionado ou expulso de sua comunidade. O isolamento espacial, quando 
prolongado, leva aos isolamentos estruturais e habitudinais (costumes culturas 
diversas). O isolamento espacial determina, pois, diversidades entre indivíduos e 
grupos. 
 
 
15.2 . ISOLAMENTO ESTRUTURAL 
 
 
É o impedimento de comunicação ou a baixa comunicação devido a diferença 
na estrutura biológica, proporcionando às pessoas experiências diferentes. Entre os 
indivíduos de idade e sexo diferentes existe certo isolamento estrutural. O homem e a 
mulher, por exemplo, não participam das mesmas experiências, pois nem todas elas 
são comuns a ambos os sexos. 
O mesmo acontecendo com os grupos de idades diversas: crianças, jovens, 
adultos e velhos.Onde, porém, mais se observa o isolamento estrutural é nos casos de 
algumas incapacidades biológicas. Os deficientes físicos e mentais (cegos, os surdos, 
os mudos) não podem compartilhar das experiências dos indivíduos comuns. O 
mundo mental dos pigmeus é diverso do dos homens de maior estatura. 
As diferenças de cor da pele, quando significam status social, são meios de 
isolamento: há povos que se isolam por preconceito. 
 
 
15.3. ISOLAMENTO HABITUDINAL 
 
 
As diferenças de costumes, línguas, credo, religião, levam os indivíduos ao 
impedimento ou à baixa comunicação, determinando o isolamento habitudinal. 
Pessoas que não falam a mesma língua ficam impossibilitadas de se comunicarem, a 
não ser por gestos ou por intérpretes, por isso as pessoas se isolam. 
Também é difícil para as pessoas criadas na cultura ocidental considerar o 
mundo do mesmo ponto de vista dos povos que praticam costumeiramente o 
infanticídio, eliminam os membros mais velhos das tribos, comem minhocas, 
gafanhotos ou praticam o canibalismo. 
 
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O isolamento habitudinal existe entre o primitivo e o “civilizado”, entre 
ocidental e o oriental, entre o cristão e o budista etc. 
 
 
15.4. ISOLAMENTO PSÍQUICO 
 
 
É o sutil impedimento de comunicação devido à participação nas experiências 
de grupos diversos dentro da mesma cultura. É um isolamento produzido pelas 
diferenças de atitudes, sentimentos, pontos de vista, interesses dos indivíduos 
pertencentes a uma mesma cultura. É o isolamento que ocorre entre pessoas de 
classes e grupos sociais diversos. 
 
 
15.5 . MECANISMOS QUE REFORÇAM O ISOLAMENTO SOCIAL 
 
 
Atitudes sociais e particulares, bem como arranjos grupais, funcionam como 
mecanismos que reforçam o isolamento social: 
Entre as atitudes sociais e particulares podemos citar o egoísmo, o 
etnocentrismo, preconceitos, timidez, pedantismo, retraimento, aversão suspeita. 
Podem produzir isolamentos parciais semelhantes ao ocasionado pelos defeitos 
orgânicos. 
Entre os arranjos grupais enumeram-se os sistemas de castas, classes, 
sociedades secretas, partidos, seitas e as organizações profissionais. 
 As conseqüências do isolamento social é que os indivíduos ou grupos, uma vez 
isolados da convivência dos demais por muito tempo, tendem a individualizar-se. 
 
 
 16 . INTEGRAÇÃO SOCIAL 
 
 
Interação social é a ação social mutuamente orientada de dois ou mais 
indivíduos em contato. Distingue-se da mera interestimulação em virtude de 
envolver significados e expectativas em relação às ações de outras pessoas. Podemos 
dizer que a interação é a reciprocidade de ações sociais. 
Existe um sistema criado por Robert Bales, que pode ser registrada e medir a 
interação de um grupo. Inicialmente determina-se qual dos indivíduos envolvidos dá 
origem á ação e, depois ela é dirigida. Esse autor apresenta ainda uma classificação 
das ações em doze categorias: 
a) Socialização – valoriza o status dos outros, ajuda, recompensa. 
b) Relaxamento da tensão – brinca, ri, demonstra satisfação. 
c) Aceitação – demonstra aceitação passiva, entende, coopera, obedece. 
d) Dá sugestões – dirige, dá autonomia a outros. 
e) Dá opiniões – avalia, analisa, expressa sentimentos, deseja. 
 
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f) Dá orientação – informação, repetição, confirmação. 
g) Pede orientação – informação, repetição, confirmação. 
h) Pede opiniões – avaliações, análise, expressão de sentimentos. 
i) Pede sugestões – orientação, possíveis modos de ação. 
j) Rejeição – demonstra resistência passiva, cerimônia, recusa ajuda. 
l) Atenção – pede ajuda, retrai-se. 
m) Antagonismo – diminui o status dos outros, defende-se ou afirma-se a 
si próprio. 
 
 
Esta classificação permite verificar o significado das ações que vivem à solução 
de um problema enfrentado pelo grupo ou que se realizam para aumentar a 
solidariedade do mesmo. Deste ponto de vista, as três primeiras ações de apoio, 
positivas e, em conseqüência, integradoras, ao passo, que as três ultimas são ações 
negativas. 
A interação pode ser simbólica, quando ocorre intencionalmente entre pessoas, 
através de estímulos significativos, isto é, símbolos. Exemplos: acenos de mão, 
sorrisos, trocas de palavras, e não simbólica que se dá sem o uso de estímulos 
significativos, não sendo intencional. Por exemplo: a presença de outra pessoa altera 
o nosso comportamento, modificando a postura e atitudes. 
 
 
17. CONTROLE SOCIAL 
 
 
A regulação do comportamento na sociedade, quer por indivíduos ou por 
grupos, é empreendida de duas formas: pelo uso da força e pelo estabelecimento de 
valores e normas que podem ser aceitos mais ou menos integralmente pelos 
membros da sociedade como “normas de conduta” obrigatórias. 
A expressão “controle social” é geralmente usada pelos sociólogos para 
denominar esse segundo tipo de controle, onde o recurso a valores e normas resolve 
ou minoria as tensões e conflitos entre os indivíduos e grupos, a fim de manter a 
solidariedade de algum grupo mais inclusivo. A expressão é também utilizada para 
se referir às disposições pelas quais os valores e normas são comunicados e 
instilados. Podemos, portanto, distinguir entre os tipos de controle social 
(LAKATOS, 1999,p.227-241). 
Os principais tipos controle são o costume e a opinião, a lei, a religião, a moral 
e a educação (conhecimento, ciência). O sistema educacional também figura como 
agencia de controle social, juntamente com o sistema político, igrejas e outros órgãos 
religiosos, a família (onde a socialização inicial tem lugar), e muitas outras 
organizações especializadas. Todo grupo social, na realidade, pode ser estudado do 
ponto de vista do controle social que exerce sobre seus membros, e a contribuição 
que se faz à regularização do comportamento na sociedade em geral (CHINOY, 
1967). 
 
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O controle social, nesse sentido, deve ser contrastado com a regulamentação 
pela força. Essas duas formas, não são, de certo, totalmente separáveis na vida social 
prática. A sanção final da lei é a coação física, e a força física pode entrar de forma 
mais ou menos destacada em todos os tipos controle social; a opinião publica pode 
transformar-se em violência da multidão, o sentimento religioso pode transformar-se 
na perseguição religiosa e na queima de hereges. 
Por outro lado, a coação física em si é mais efetiva a quando pode ser justificada 
em termos de valores aceitos por todos e, mesmo no caso mais extremo, do governo 
pela força (por exemplo, numa ditadura militar), o grupo dominante deve estar 
unido por outro meio qualquer. Mas a distinção é valiosa e importante. 
Na filosofia política, há muito foi representada pela oposição entre os 
pensadores que o consideram como baseado no consentimento. A análise social está, 
aqui, ligada às concepções do que deveria ser a base da obrigação política. 
As pesquisas sociológicas lançaram nova luz sobre os processos reais pelos 
quais a ordem é mantida, e talvez por terem sido feitas sobre sociedades primitivas, 
de um lado, ou sobre sociedades democráticas modernas, do outro, houve uma forte 
ênfase sobre os aspectos normativos do controle social. Em algumas teorias 
sociológicas modernas, o elemento de coação física nas relações sociais é quase 
totalmente desprezado. 
 Não obstante, é contrário, até a nossa experiência das sociedades 
contemporâneas, subestimar o papel da força; no mundo moderno, há Estados 
policiais e regimes coloniais (sob várias formas), bem como democracias. E na 
história das sociedades humanas, a significação da violência, da conquista e da 
opressão é demasiado evidente. 
As teorias sociológicas que acentuam a regulação do comportamento por 
valores e normas, também tendem a se preocupar com essa regulamentação ao nível 
de uma sociedade mais ampla, e a pintar o controle social como um sistema 
relativamente harmonioso, unificado e estável, ao passo em que tratam os conflitos 
entre valores como fenômenos secundários, sob a denominação de “desvios. 
Essa moldura só é aplicável à sociedade muito pequenas e simples. Sabe-se que 
todo grupo social regula o comportamento de seus membros, e em sociedades 
complexas os diferentes grupos sociais podem estar em conflito entre si, buscando 
cada qual ampliar seus próprios valores e normas sobre a totalidade da sociedade. Os 
exemplos dessas situações encontram-se nos conflitos entre classes sociais, entre 
diferentes grupos religiosos e entre grupos étnicos ou nacionalidades. 
 
 
Os conflitos violentos entre grupos sociais tem tido grande influência sobre a 
forma das sociedades humanas, estendendo-as, destruindo-as, ou modificando-
lhes modos de vidas particulares. 
 
Temos como principais exemplos de conflitos: Conflito violento entre 
sociedades inteiras (guerras); conflito violento dentro de uma sociedade 
(revolução, contra-revolução, guerra civil). 
 
 
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17.1. A IMPORTÂNCIA DOS CONTROLES INFORMAIS 
 
 
Muito se discute hoje sobre o que pode ser feito em face da onda de 
criminalidade que vem assolando o Brasil. O crime é um fenômeno complexo e 
plurifatorial. A Criminologia moderna estendeu o foco inicial do estudo do 
fenômeno criminal (centrado inicialmente no crime e no delinqüente) e hoje trabalha 
com quatro pilares básicos: crime, delinqüente, vítima e o controle social. 
Chegou-se a conclusão que para conhecer melhor o fenômeno criminal seria 
necessário, além de estudar o crime e a figura do delinqüente, trazer para as 
investigações científicas a pessoa da vítima e os mecanismos que a sociedade utiliza 
para controlar a criminalidade. 
 Para García-Pablos de Molina o controle social é entendido como o conjunto de 
instituições, estratégias e sanções sociais, que pretendem promover e garantir 
referido submetimento do indivíduo aos modelos e normas comunitários (RT, 2002, 
p.133). Segundo a Criminologia, o controle dos crimes ocorre também pela integração 
da atuação social de dois tipos de controles: o informal e o formal. 
 O controle informal é o do dia-a-dia das pessoas dentro de suas famílias, 
escola, profissão, opinião pública etc. A imensa maioria da população não delinqüe, 
pois sucumbe ás barreiras desse primeiro controle. O sistema informal vai 
socializando a pessoa desde a sua infância (ex: âmbito familiar), e ele é, em geral, 
sutil e não possui uma pena, além de ser mais ágil na resolução dos conflitos que os 
mecanismos públicos. 
O desprezo social (ex: a punição informal com o afastamento das amizades ou 
de alguns membros da própria família) são sanções que para a grande maioria são 
mais que suficientes para inibir a prática de um crime. 
 Como segundo obstáculo para a prática do delito temos os controles formais; 
são assim designados em virtude de serem elaborados com a “intenção expressa de 
produzir a conformidade social”; exercidos pelos diversos órgãos públicos que 
atuam na esfera criminal, como as polícias, Ministério Público, sistema 
penitenciário etc.Aquelas pessoas que não respeitam as regras sociais e cometem uma infração 
criminal passam a serem controladas pôr essas instâncias, bem mais agressivas e 
repressoras que as instâncias informais. Notem que atualmente com o advento da 
tecnologia, os recursos de informática, inteligência artificial e recursos de 
identificação digital começam a realizar esse controle social por parte do Estado que 
trabalha para prevenir o aumento da criminalidade. 
O aumento da repressão do sistema formal não significa que automaticamente 
irá ocorrer a redução dos índices de criminalidade. O sistema só funciona 
corretamente com uma melhor distribuição de funções entre os mecanismos 
informais e formais no controle da criminalidade, portanto, os controles informais a 
 
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partir da própria conscientização, da educação pessoal (que reflete os valores da 
ética, família, religião etc), já atua como enorme auxílio e limitador de condutas 
ilegais, e quando estes falham o mecanismo formal é obrigado a atuar, através dos 
órgãos de controle. 
O que existe hoje é um excesso de atribuições para demover as pessoas à não 
cometerem delitos sobrecarregando o sistema de controle formal. Isso fica patente 
quando se aprova uma lei penal desproporcionalmente severa e o resultado prático é 
nulo, continuando a espécie de delito tratado pela nova lei penal a ser praticado na 
mesma velocidade pelos infratores, inclusive, pela demora em que as normas são 
criadas e seus tramites burocráticos. 
Daí a importância de se fortalecer os chamados porquanto o sistema de controle 
formal acaba sobrecarregado de uma missão que, em tese, deveria ser mais bem 
compartilhada com o sistema informal, porém, que deve ser exercido com 
parcimônia, dentro das regras democráticas consolidadas do atual estado de direito, 
cujo agente deve conhecer e aplicar. 
A família é uma peça fundamental nesse intricado problema e auxiliar a 
enfrentar a complexidade da convivência social, em especial diante de jovens que 
estão em contato com as drogas e o alcoolismo, fato que possibilita o aparecimento 
de oportunidades para a prática de delitos ou ainda, que facilitam sua cooptação pelo 
trafico de drogas, normalmente consubstanciado em organizações criminosas 
poderosas e com poder financeiro para tal intento, vitimando facilmente jovens de 
todas as classes sociais. 
 Nesse contexto, a aplicação efetiva das normas de proteção de crianças e 
adolescentes da Lei Federal 8069/90, com o acompanhamento de psicólogos, 
assistentes sociais, e outros profissionais, impediria que muitos adolescentes 
optassem posteriormente pelo caminho do crime, contudo, na prática a efetividade 
dessa norma ainda deixa a desejar. 
Portanto, deve haver um esforço de todos para que haja a integração dos 
controles sociais, informal (prévio) e formal (posterior-estatal), com uma equilibrada 
divisão dessas missões, para que resulte na redução dos índices de criminalidade de 
forma mais eficiente. 
 
 
 
17. 2. CONTROLE DE POLÍCIA NO BRASIL 
 
 
Todas as agências públicas precisam de controle social para garantir o 
cumprimento de suas funções de forma satisfatória. No caso da polícia, depositária 
do monopólio estatal da violência legítima, esta necessidade é ainda mais 
peremptória, pois um desvio de conduta pode ter conseqüências dramáticas. 
Podemos entender o controle da polícia de duas formas: controle sobre a 
instituição policial e controle sobre a conduta dos seus agentes individuais. Ambos os 
tipos são interdependentes e complementares. 
 
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Uma força policial não submetida ao controle da sociedade pode perseguir 
objetivos próprios, nem sempre coincidentes com os dos cidadãos. Nesse sentido, há 
uma polaridade estratégica entre autonomia e controle político, na qual é preciso 
atingir um ponto de equilíbrio. Entretanto, toda instituição policial aspira 
legitimamente a se ver livre da interferência política, de forma que ela possa servir 
aos interesses da sociedade e não aos do governo, nessa concepção, o controle interno 
existe justamente para isso. 
Em dada medida o controle interno realizado pela própria polícia possibilita 
analisar os fatos do cotidiano envolvendo seus agentes, a partir do olhar da realidade 
da sua função, conhecendo pormenorizadamente suas peculiaridades e suas nuances, 
inclusive, especificidades legislativas. Note que um controle externo realizado por 
outro órgão ou instituição não pode precisar, por exemplo, as características do 
trabalho policial. 
No entanto, um cenário de autonomia policial ampla demais não existe, todos 
os governos controlam suas polícias, assim, a polícia deve estar inequivocamente 
submetida ao controle do executivo, mas, ao mesmo tempo, deve ter a capacidade de 
resistir a pressões para agir em função dos interesses do governante pois tem um 
fundamento voltado ao interesse público, esse paradoxo só pode ser resolvido com a 
participação ativa da sociedade, de forma que ela possa controlar simultaneamente o 
governo e a polícia. 
No Brasil, a noção de controle da atividade policial costuma ser entendida como 
a capacidade de coibir abusos cometidos pela polícia, seja através da prevenção ou 
da repressão desses desvios. No entanto, a idéia de controle não deve ser limitada à 
punição de irregularidades, mas deve incluir, entre outros elementos, o 
conhecimento, por parte do público, do funcionamento das polícias e a capacidade 
de propor medidas e de influenciar as decisões tomadas pelas corporações policiais, 
em parceria que a perspectiva comunitária. 
O controle depende em boa medida da transparência institucional, pois não é 
possível que a sociedade controle uma organização que desconhece. Assim, a 
transparência é condição necessária para o controle. O controle é dividido entre 
interno, desenvolvido pela própria corporação policial, e externo, quando exercido 
por qualquer outro agente. A modalidade do controle pode ser formal ou informal, 
sendo importante conhecê-los. 
 
 
a) CONTROLE INTERNO 
 
 
O controle interno formal dos agentes é exercido, em primeiro lugar, pela 
própria LINHA DE COMANDO, com as limitações decorrentes da 
discricionariedade anteriormente mencionada e da dispersão espacial com que a 
polícia realiza o seu trabalho. Na verdade, não é fácil para o comando ter uma noção 
exata do que acontece no trabalho policial nas ruas, a pesar dos mecanismos 
rotineiros de prestação de contas (relatórios, supervisão direta pelos superiores, etc.), 
 
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a medida do limite precisa ser de cada agente policial sob uma consciência de 
correção própria, em primeiro momento. 
Em segundo lugar, instituições policiais de certos tamanhos, possuem órgãos 
específicos para fiscalizar a atividade policial e para coibir os desvios de conduta. No 
Brasil, esses órgãos recebem o nome de CORREGEDORIAS. 
Elas possuem simultaneamente competências para corrigir e orientar as práticas 
policiais, de forma a torná-las mais eficientes, e competências para investigar e punir 
condutas irregulares. A investigação abrange tanto as esferas administrativa, quanto 
judicial, enquanto a punição está restringida, naturalmente, à área administrativa, 
sendo a legal exclusiva do judiciário. 
Em conseqüência, a Corregedoria tem o duplo mandato de fiscalizar a 
qualidade do trabalho e ao mesmo de encarnar o papel do que poderíamos chamar 
de “polícia da polícia”. 
Na prática, as Corregedorias brasileiras mal conseguem dar conta de missão tão 
abrangente. A sua atuação tende a ser reativa, mais do que pró-ativa, e costuma estar 
mais centrada na investigação e castigo dos abusos cometidos pelos policiais, do que 
na implementação de um controle de qualidade, que seria a ação proativa ideal.O controle interno informal, exercido pelos próprios colegas, é muito 
importante para inibir desvios. Uma cultura profissional rigorosa com os abusos é 
provavelmente o controle mais efetivo que possa existir sobre a atividade policial. No 
entanto, ainda se verifica atitudes tolerantes ou, inclusive, incentivadoras dos desvios 
de conduta. 
Em geral, o tratamento outorgado pelos sistemas de controle interno no Brasil é 
focalizado quase exclusivamente na punição dos policiais que cometem crimes, ao 
invés de privilegiar a prevenção. 
Inclusive, há setores sociais que demandam uma abordagem preventiva e 
abrangente da criminalidade em geral, mas voltam para o paradigma meramente 
punitivo quando se trata de abusos policiais. Na verdade, para diminuir o crime 
cometido por policiais, como qualquer tipo de crime, é mais barato e eficiente pensar 
em termos de prevenção. 
Dada a frequência com que acontecem casos de desvio de conduta policial no 
país, é preciso reagir com uma abordagem sistêmica, repensando os critérios de 
formação, seleção e fiscalização, bem como a cultura profissional no qual o policial 
precisar sair do espaço de formação conhecendo a lei e sabendo exatamente todas as 
suas limitações legais na atividade policial, sob pena de pagar com a própria perda 
da liberdade pessoal. 
Não basta se limitar à punição ou expulsão daqueles indivíduos 
comprovadamente desviados, considerado-os como ‘maças podres’ que poderiam 
‘contaminar’ o conjunto, contudo, é exatamente isso que ocorre no âmbito 
profissional e o agente policial precisa aprender suas limitações para não ser 
alcançado pelas vias da ilegalidade da sua conduta profissional. 
 
 
 
 
 
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b) CONTROLE EXTERNO 
 
 
O controle externo formal da atividade policial compete, por imperativo 
constitucional, ao MINISTÉRIO PÚBLICO, entretanto, existe certo paradoxo em 
relação ao controle que se reclama dessa instituição em relação ao trabalho da Polícia 
Civil, pois, exige-se também que os promotores colaborem efetivamente com os 
delegados no trabalho de investigação para evitar a morosidade no infindável 
percurso dos inquéritos entre uma e outra instituição. 
No tocante a Polícia Militar o Ministério Público tem sido cada vez mais atuante 
no tocante às intervenções policiais em favelas e comunidades populosas, bem como, 
na morte de civis por intervenção estatal (agentes de segurança), inclusive tendo em 
2015 estabelecido uma resolução interna que reforça as ações de controle envolvendo 
as Polícias Militares. 
Com base nos artigos 3º e 9º da Lei Complementar nº 75, de 20 de maio de 1993 
(norma subsidiária) e, por força do disposto no artigo 80 da Lei nº 8.625, de 12 de 
fevereiro de 1993, cabe ao Ministério público COIBIR A LETALIDADE POLICIAL, 
devendo atuar proativamente no caso de morte decorrente de intervenção policial e 
adotar medidas garantidoras, com fulcro na Resolução n° 129, de 22 de setembro de 
2015, do Conselho Nacional do Ministério Público. 
 
Art. 1º Compete ao Ministério Público, no âmbito institucional e 
interinstitucional, no caso de morte decorrente de intervenção 
policial, adotar medidas para garantir: 
 
I- que a autoridade policial compareça pessoalmente ao local dos 
fatos tão logo seja comunicada da ocorrência, providenciando o seu 
pronto isolamento, a requisição da respectiva perícia e o exame 
necroscópico (CPP, art. 6º, I); 
II- que seja realizada perícia do local do suposto confronto, com ou 
sem a presença física do cadáver (CPP, art. 6º, VII); 
[...] 
V- que seja instaurado inquérito policial específico, sem prejuízo de 
eventual prisão em flagrante; 
VI– que o inquérito policial contenha informações sobre os registros 
de comunicação, imagens e movimentação das viaturas envolvidas 
na ocorrência; 
 VII- que as armas de todos os agentes de segurança pública 
envolvidos na ocorrência RESOLUÇÃO Nº 129, DE 22 DE 
SETEMBRO DE 2015 2/3 CONSELHO NACIONAL DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO sejam apreendidas e submetidas à perícia 
específica; 
VIII- que haja uma denominação específica nos boletins de 
ocorrência policial para o registro de tais fatos; 
 
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 [...] 
X- que seja designado um órgão ou setor no âmbito do Ministério 
Público capaz de concentrar os dados relativos a tais ocorrências, 
visando alimentar o “Sistema de Registro de Mortes Decorrentes de 
Intervenção Policial”, criado pelo Conselho Nacional do Ministério 
Público; (BRASIL, 2015) 
Art. 4º É recomendável que o órgão de execução do Ministério 
Público: 
I- atente-se para eventual ocorrência de Fraude Processual (CP, art. 
347) decorrente da remoção indevida do cadáver e de outras formas 
de inovação artificiosa do local do crime; 
II- requisite a reprodução simulada dos fatos (CPP, art. 7º), 
sobretudo na ausência de perícia do local; 
III- observe a necessidade de se postular, administrativa e 
judicialmente, a suspensão do exercício da função pública do 
agente (CPP, art. 319, VI); 
IV- diligencie no sentido de ouvir familiares da vítima e 
testemunhas eventualmente não arroladas nos autos; 
V- adote procedimentos investigativos próprios, caso necessário. grifo 
nosso (BRASIL, 2015) 
 
Assim, a polícia está submetida, como qualquer outra instituição pública, ao 
Ministério Público, bem como, ao controle externo formal do legislativo e do 
judiciário, que atua a partir da Comissão Parlamentar de Inquérito ou audiência 
pública, em casos de escândalos públicos. 
Obviamente, o judiciário representa um controle imprescindível no caso 
extremo de ilícito penal. No entanto, diversas pesquisas mostram que os abusos 
policiais, em relação ao abuso da força, costumam ficar impunes na justiça. Seria 
desejável esclarecer até que ponto isso é fruto das baixas taxas de esclarecimento 
reinantes no país, e até que ponto é resultado do corporativismo ou da capacidade 
das corporações policiais. 
Um tipo particular de controle externo formal é o exercido por uma corporação 
policial sobre as outras, às vezes, em função do antagonismo entre elas. Assim, há 
registros de casos em que a intervenção de uma polícia conseguiu limitar os abusos 
cometidos pela outra. 
A Polícia Civil, como polícia judiciária, deve investigar as denúncias contra 
todos os cidadãos, incluindo os membros de outras forças policiais. No entanto, a 
existência de jurisdição militar para os crimes cometidos por policiais militares — 
com exceção dos crimes contra a vida — limita essa possibilidade. 
As deficiências tradicionais dos controles internos levaram vários estados 
brasileiros a criarem Ouvidorias de Polícia, órgãos de controle externo que recebem 
denúncias e as encaminham às Corregedorias para a sua investigação, 
acompanhando o andamento das mesmas. As Ouvidorias apresentam relatórios 
 
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periódicos à sociedade e têm servido como elementos de mobilização do debate e da 
conscientização pública em relação ao tema. 
Os CONSELHOS COMUNITÁRIOS DE SEGURANÇA PÚBLICA são órgãos 
que se situam entre o controle formal e o informal. A sua função é justamente 
representar a comunidade na sua interlocução com o poder público e com as 
instituições de segurança pública, permitindo que as últimas incorporem as 
prioridades e preocupações da sociedade. 
Nesse sentido, eles permitem um controle mais propositivo e participativo da 
sociedade, que não se limite à inibição dos abusos, mas podem com o poder da mídia 
ter um alcance grande, logo, esses conselhos são ótimos em alguns em que a parceria 
pode produzir bons frutos,m as também há casos problemáticos, que dificultam a 
implementação de projetos sérios e que visam a coletividade. 
 Entre os problemas relatados estão: a) a interferência de interesses partidários; 
b) o monopóliode determinados setores sociais, com mais recursos materiais ou 
simbólicos, no funcionamento dos conselhos; c) a falta de participação dos grupos 
que têm justamente uma relação mais conflituosa — como jovens de baixa renda — 
com a polícia; d) a utilização do conselho por alguns membros como trampolim para 
candidaturas políticas; e) a predominância de conselheiros que são sempre 
favoráveis às posições da polícia; f) tentativas de abuso de autoridade cometidas por 
membros dos conselhos em função do seu cargo; g) a sua utilização, por parte da 
polícia, como uma forma de obter recursos da comunidade. Apesar dos riscos e dos 
descaminhos ocasionais, trata-se de um mecanismo de participação social de extrema 
importância. 
O CONTROLE EXTERNO INFORMAL é mais difuso, mas não por isso menos 
eficiente. Entre os diversos atores que desempenham essa função, a imprensa possui 
um papel central. Até os anos 60, a cobertura da imprensa brasileira sobre segurança 
pública limitava-se a relatar os crimes acontecidos, sempre de acordo com a versão 
da polícia. Havia casos, inclusive, de jornalistas que eram ao mesmo tempo policiais. 
Essa abordagem pontual, descontextualizada e parcial começou a mudar a partir da 
redemocratização nos anos 80. 
No entanto, pesquisas recentes mostram que, ainda hoje, a maioria das matérias 
é relativa a fatos de violência concretos, enquanto que os artigos reflexivos, 
propositivos ou, simplesmente, dedicados à questão de forma mais abrangente, são 
ainda minoria. A maioria dos órgãos de imprensa brasileiros dá destaque à 
criminalidade no Rio de Janeiro e, em ocasiões, há uma tendência a tratar a violência 
carioca como um espetáculo. Por outro lado, ataques recentes a jornalistas em favelas 
têm aumentado o temor a entrar nessas áreas e, dessa forma, recrudescido a 
dependência das fontes policiais. A despeito de todos os problemas, a imprensa 
desempenha uma função essencial de denúncia de desvios cometidos por policiais. 
Nos casos em que há uma pressão da imprensa, as chances de impunidade são muito 
mais reduzidas. 
Em última instância, há um controle espontâneo exercido pelos cidadãos de 
forma individual no seu contato com a polícia. Entretanto, a capacidade de controle 
efetivo depende da posição do indivíduo na estrutura social. A população de classe 
baixa, particularmente os moradores de áreas carentes, não recebe o mesmo 
 
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tratamento dispensado pela polícia as classes mais favorecidas, ficando claro a 
necessidade de se criar mecanismos para reverter esse quadro. 
 
 
18. CAPITALISMO 
 
 
 
 
É um sistema em que os meios de produção são de propriedade privada, 
pertence a uma pessoa ou grupo de pessoas, que investe; o proprietário dos meios de 
produção (capitalista) contrata o trabalho de terceiros que vendem a sua força de 
trabalho para produção de bens, este, depois de vendidas permitem ao capitalista 
não apenas a recuperação do capital investido, mais a obtenção do excedente – lucro. 
Tanto a compra dos meios e fatores de produção quanto a venda dos produtos, 
resultantes da atividade empresarial, se realizam no mercado de oferta e procura de 
bens e serviços existente na sociedade capitalista. 
A concepção de uma sociedade em que o sistema abarca a totalidade das 
atividades econômicas do país é teórica: ao lado desse tipo de atividade geralmente 
encontra-se artesões, pequenos comerciantes e agricultores, que exercem uma 
atividade econômica, ou produzem bens ao se utilizar do trabalho de terceiros 
fazendo ao contrário, ou seja, uso exclusivo do seu próprio trabalho. 
Dessa forma nos países considerados capitalistas, o meio de produção é 
predominante, mas de forma alguma o único. Principalmente nos países 
subdesenvolvidos, coexistem formas pré-capitalistas de exploração econômica, ao 
lado do sistema capitalista de produção. 
O modelo capitalista mostra que o mercado da oferta e da procura não se 
estabiliza por si só, mas forças estranhas a ele interferem na ficção dos preços dos 
produtos. 
Desta forma o surgimento do capitalismo industrial tem as seguintes 
características: a) Produção de bens e manufaturas em larga escala; b) Grandes 
desenvolvimentos científicos e tecnológicos, com a decorrente utilização maciça de 
maquinário na produção industrial; c) Introdução da economia do mercado; d) 
Divisão social do trabalho; e, e) O surgimento da economia de mercado. 
Para os trabalhadores o capitalismo trouxe conseqüências negativas visto que o 
assalariado não possuía mais os meios de produção, portanto, não domina as técnicas 
usadas na indústria; a criação de duas novas classes sociais (a burguesia industrial e 
o operariado); 
 No início da industrialização os trabalhadores foram submetidos a duras 
condições de vida e trabalho como: longas jornadas, salários muitos baixos, fábricas e 
condições insalubres, exploração do trabalho de mulheres e crianças e ameaça 
constante de dispensa sem nenhum amparo ou direito. 
 
 
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19. GLOBALIZAÇÃO E MISÉRIA SOCIAL 
 
 
A Globalização permeada por tensões corresponde a uma nova fase de 
expansão do capital, não sendo processo homogêneo e sequer inexorável, como se 
quer fazer crer. Nesse processo, a hegemonia do capital financeiro influencia o 
comportamento de empresas e governos, favorecendo o curto prazo e o combate à 
inflação em detrimento do progresso econômico-social e das políticas de longo prazo. 
Nesse contexto, o mercado único do dinheiro é operado não somente por bancos e 
empresas, mas, sobretudo, por investidores institucionais (fundos de pensão e 
investimentos). O trabalho, não acompanha esse ritmo sofre as dramáticas 
conseqüências da mobilidade dos investimentos e da internacionalização do capital. 
A não homogeneidade desse processo importa, para os Estado - nação, amplos 
espaços de escolhas e possibilita sejam construídas formas de inserção não passiva no 
mundo globalizado. Isso, porém passa, necessariamente, pela reconstrução de um 
projeto de Estado nacional, cujos objetivos estratégicos devem ser construídos 
coletiva e democraticamente,com base numa lógica cooperada e cidadã. 
Uma nova agenda mundial é necessária para os países, quando consideramos 
aos níveis internacional, nacional e regional, através dos quais serão definidas 
prioridades e especificadas as características básicas dos mecanismos a serem 
utilizados para um projeto de crescimento econômico. 
Tal projeto deve ser sustentável e apto a equalizar as condições sociais, tendo 
por base a cooperação e coordenação de políticas econômicas de crescimento de 
longo prazo possibilitando o resgate de milhões de pessoas da miséria. 
 
 
20. O NEOLIBERALISMO 
 
 
É o ideário que fragmenta, flexibiliza, desregulamenta e precariza o mundo do 
trabalho, não é a única forma de inserção dos Estados – nação no mundo globalizado. 
Wallerstein (2002) vai buscar as raízes do liberalismo na forma aglutinadora da 
ideologia capitalista internacional em 1889 (Revolução Francesa) e em 1989 (Queda 
do Muro de Berlim), momentos históricos que marcam o cenário internacional. 
Verifica que o liberalismo como ideologia traz consigo um projeto de longo prazo 
que busca mobilizar grande quantidade de pessoas. 
O termo liberal como substantivo, só veio a surgir na primeira década do 
século XIX, quando um grupo impreciso de pessoas apoiavam os ideais da 
Revolução Francesa, como republicanos, jacobinos, reformistas sociais, socialista e 
liberais. Somente depois de 1848 o socialismo surgiu como ideologia verdadeira 
diferenciada e oposta ao liberalismo. 
O que diferenciaria estas duas correntes era na forma e não na essência. Os 
liberais desejavam que o processo de melhoramento social, deveria ser conduzido 
 
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por especialista e de forma constante, já os socialistas queriam avançar com a pressão 
popular, pois sem eles o processo não traria o progresso. 
Wallerstein (2002, p.101-115) entende que estas correntes estavam convergindo 
para a concepção liberal de mudança continua, dirigida e racional. Teríamos assim 
três vertentes ideológicas - conservadora, liberal e socialista, as quais visando à 
autodeterminação (libertação nacional) e o desenvolvimento econômico. No caso 
bloco socialista, suas ações serviram apenas para mascarar o capitalismo mundial e 
reforçando o triunfo da ideologia liberal. 
 
 
20.1. O DESEMPREGO NO NEOLIBERALISMO 
 
 
Não é gerado exclusivamente pela implementação de novas tecnologias, mas 
sobretudo, pela não implementação de políticas estratégicas de incentivo ao 
crescimento econômico voltado a socialização das riquezas produzidas. 
Geradas em nome de uma suposta modernidade (inseguranças na contratação, 
aumento do desemprego, redução dos postos de trabalho formal, subcontratação, 
insegurança na renda e representação do trabalho), representam retorno à barbárie, 
com produção de um conhecimento que busca incorporar o velho ao moderno e, 
assim, a flexibilidade e a precarização do mundo do trabalho passa a ser apresentada 
como “modernidade”. 
No plano neoliberal, a resistência a este é condição necessária, mas não 
suficiente para (re) construção de novas identidades sociais, passando também por 
uma crítica construtiva no sentido da formulação de projetos alternativos que 
possam dar conta das necessidades hoje colocadas no sentido da construção de uma 
nova sociedade e de um Estado nacional que possa ingressar soberanamente no 
mundo globalizado. 
Num contexto de aumento do trabalho informal e de exclusão, pensar um 
Direito do Trabalho que de conta dessa realidade é pensar na formulação de pautas 
que ampliem a tutela para incorporar novas categorias não mais protegidas pelo 
Direito Tradicional em face das profundas alterações que se operam no processo 
produtivo de uma sociedade cujas relações de trabalho de flexibilizam. 
Todas as proposições anteriores passam pela formulação do conceito de Estado, 
articulando-se democracia participativa e democracia representativa, para que o 
Estado permeado pelas pressões da sociedade civil se democratize. 
 
 
21. PROBLEMAS SOCIAIS 
 
 
21.1. A FOME 
 
 
 
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Este é um dos problemas mais graves que as nações enfrentam no planeta. Na 
realidade a fome não é um fenômeno social e econômico novo. Este problema não 
pode ser analisado sob a ótica da escassez dos produtos, do mercado de consumo, do 
crescimento da população, isto é, de conseqüência macro ou micro-econômica. 
Um dos economistas que alegava que com o crescimento geométrico da 
população haveria retração na produção, segundo Malthus, surgindo a lei dos 
rendimentos decrescentes. Contudo, tais teorias como a de Malthus falhou pela 
imprevisibilidade do aperfeiçoamento da tecnologia (SAMUELSON, 1975,p.780-787). 
Assim, observamos que mesmo com toda tecnologia nos implementos, insumos 
agrícolas, grande parte da população brasileira não tem direito a três refeições 
diárias. 
Surge, em conseqüência da desnutrição, um novo tipo de brasileiro, que é 
resultado da degradação alimentar. As análises antropométricas mostram que a cada 
geração que surge nas regiões norte e nordeste, as crianças nos três primeiros anos 
estão muito abaixo da média nacional, pois, segundo Batista Filho ( 1987), nas 
últimas décadas, na região nordeste, foram registrados de 50 a 55% de todos os 
desnutridos do país. 
A fome já representa no Brasil uma endemia, segundo a FAO (Food and 
Agriculture Organization), organismo das Nações Unidas responsável pelo exame dos 
problemas concernentes à nutrição, alimentação e agricultura; o Brasil teria um 
déficit de 421 calorias para a população urbana, e 350 calorias para população rural. 
Esta realidade é vista no progressivo emagrecimento do trabalhador nordestino na 
sua fase economicamente mais produtiva. Se esta realidade é extensiva a toda 
família, mulheres desnutridas passam a gerar crianças que morrem nos primeiros 
meses de vida aumentando assim a mortalidade infantil. 
No Brasil são 22 milhões de pessoas indigentes (pessoa com renda mensal que 
não ultrapassa R$ 60,00, esta triste realidade está demonstrada que nas últimas 
décadas e especificamente em 1999, cerca de 14% da população brasileira cujas 
famílias viviam com renda inferior à linha de indigência enquanto 34% sobreviviam 
abaixo da indigência. 
O tema da fome (desnutrição) requer das autoridades e do povo brasileiro um 
debate urgente, visto que, o ser humano em condições normais precisa em média de 
3.000 calorias diárias, no entanto, em alguns países dado a mecanização do trabalho 
alguns estudiosos apontam que 2.200 calorias/dia seriam suficientes para 
sobrevivência do trabalhador, todavia, no Brasil, esta realidade está longe de 
acontecer. 
A questão da renda está associada à fome, pois sem uma forma de comprar seus 
alimentos a população deixa de consumir os nutrientes necessários para sua 
sobrevivência e reprodução. 
Em 2001, o último PNAD - Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar - na 
Região Metropolitana do Salvador (RMS), vivem 1.010.782 pessoas, acima de 10 anos, 
que sobrevivem sem qualquer rendimento mensal; outras 139.353 vivem com renda 
de até meio salário mínimo, enquanto 379.854 detêm uma renda entre meio e um 
salário mínimo. 
 
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As conseqüências da fome são demonstradas nos índices de mortalidade 
infantil. Muito embora, no ano 2000, se teve uma significativa melhora, onde 29,6 
crianças mortas para cada mil nascidas vivas, que faleceram antes de completar um 
ano de idade. 
 O quadro desnutricional é retratado no surgimento de doenças que a mais de 
uma década foram controladas, a exemplo da tuberculose, onde o Brasil ocupa a 13ª 
posição entre as 22 nações, com 37.957 caso no ano de 2000. Na Bahia foram 170 mil 
casos. 
 
21.2. O DESEMPREGO 
 
 
Não buscaremos aqui analisar apenas aspectos econômicos, sabemos que a 
maneira como a economia do país esta estrutura podemos perceber qual a ênfase que 
é dada a setores produtivos ou não de uma economia. 
Na visão de Marx, (ARON, 2000,p.174-180), o modo de produção determinará a 
forma de organização econômica e social de uma dada sociedade. No Brasil, nos 
últimos anos, a partir do modelo econômico-político e social imposto pela Inglaterra 
e EUA organizado em blocos de interesses econômicos, passaram a adoção de um 
motor único, ou seja uma mais-valia universal, isto é, um padrão de lucro feroz, 
principalmente pela volatilidade do capital especulativo financeiro aplicado nos 
países emergentes, cujas economias, passaram a sofrer sistemáticos abalos em 
decorrência dos “mercados de capitais” (SANTOS, 2000). 
Esta nova forma de atuar do capitalismo resultou na obrigação do Estado em 
reformular o modelo e o seu tamanho. Desregulamentação (relação capital/trabalho), 
abertura de barreiras restritivas às importações, ampliação do programa de 
privatização, foram alguns dos pressupostos para que o Fundo Monetário 
Internacional (FMI) e o Banco Mundial, impuseram para cessão de empréstimos aos 
países com dificuldades financeiras. 
Foi a partir do governo Collor em 1991, que tais modificações se processaram 
culminado com o governo de Fernando Henrique Cardoso, com a privatização de 
empresas controladas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento social) e 
Banco do Brasil, como a Companhia Vale do Rio Doce, Eletrobrás e Telebrás, 
salvando apenas a Petrobrás deste programa ( SANTOS,1997,p.11). 
A argumentação da ineficiência do Estado nos setores de produção, serviram de 
motivo para se redesenhar a estrutura estatal, trazendo a visão “moderna”do núcleo 
estratégico e atividades exclusivas a ser exercida por agências incumbidas da 
previdência básica, cobrança e fiscalização de impostos, saúde, educação, segurança 
pública, possibilitando uma administração com redução de custos, aumento da 
produtividade e melhoria na qualidade dos serviços prestados, o chamado de 
“Estado Mínimo”, (SANTOS,1997,p.11-12). 
Atualmente, entretanto, o maior impacto que se está sofrendo e tende a 
aumentar foi o advento da pandemia, uma questão sanitária (de saúde) foi a grande 
responsável pelo maior índice de desemprego em caráter global. 
 
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Em razão do distanciamento social para a prevenção do Sars Covid-19, doença 
viral responsável pela morte de milhões de pessoas no mundo e, não diferente no 
Brasil, provocou o fechamento dos estabelecimentos comerciais em Março de 2020 
até 2021, desencadeando questões sociais preocupantes, grande vulnerabilidade 
social e alimentar e, também, o desemprego em massa, potencializando esse 
problema social que já era um grande desafio. Apesar das ações governamentais e 
auxílios para enfrentar essa fase que impactou a vida de todos socialmente e 
economicamente, será um grande desafio para a história futura. 
 
 
21.3. DISCRIMINAÇÃO SOCIAL, PRECONCEITO, RACISMO 
 
 
“Ninguém nasce odiando o outro pela cor de sua pele, ou por sua 
origem, ou sua religião. Para odiar as pessoas precisam aprender, e se 
elas aprendem a odiar, podem ser ensinadas a amar”. 
 (Nelson Mandela, 1994). 
 
 
O Estado brasileiro foi constituído a partir de diferentes matrizes étnicas e 
culturais, formando, assim, uma sociedade multicultural. As desigualdades sociais, 
construídas historicamente com base na exploração econômica, na violência e na 
escravidão, geraram-se um modo de pensar e de agir desiguais. Várias são as 
incompreensões existentes entre os termos Preconceito, Racismo e Discriminação. O 
documento Brasil, Gênero e Raça, lançado pelo Ministério do Trabalho, define: 
 
 
Racismo – "a ideologia que postula a existência de hierarquia entre grupos 
humanos"; 
Preconceito – “é uma indisposição a um julgamento prévio negativo que se faz 
de pessoas estigmatizadas por estereótipos"; 
Estereótipo - "atributos dirigidos a pessoas e grupos, formando um julgamento 
a priori, um carimbo. Uma vez ‘carimbados’ os membros de determinado grupo 
como possuidores deste ou daquele ‘atributo’, as pessoas deixaram de avaliar 
os membros desses grupos pelas suas reais qualidades e passam a julgá-las pelo 
carimbou"; 
Discriminação – "é o nome que se dá para a conduta (ação ou omissão) que 
viola direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais 
como: a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e outros". 
 
 
Racismo é crime inafiançável e imprescritível. (Art. 5.º, XLII, CF) 
 
 
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Segundo a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de 
qualquer natureza. 
 
A Carta diz, também, que constituem princípios fundamentais da Republica 
Federativa do Brasil o de promover o bem comum, sem preconceitos de origem, 
raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação. 
 
 
 
(Balize suas ações nos Estatutos da Igualdade Racial Federal, Estadual e 
Municipal) 
 
Dentre os crimes resultantes de preconceitos de raça ou de cor, punidos pela lei (Leis 
n.º 7.716/89 e 9.459/97), estão os seguintes: 
 
1 – Impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer 
cargo da Administração Pública, bem como negar ou impedir emprego em 
empresa privada. 
2 – Recusar, negar ou impedir a inscrição de aluno em estabelecimento de 
ensino público de qualquer grau; 
3 – Impedir o acesso ou recusar o atendimento nos seguintes locais: a) 
Restaurantes, Bares e Confeitarias; e, b) Estabelecimentos esportivos, casas de 
diversões e clubes sociais abertos ao público; c) Hotéis, pensões e estalagens; 
4 – Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e 
respectivos elevadores ou escadas de acesso. 
 
Não esqueça! 
 
Quando se ofende a raça de modo COLETIVO – é CRIME de racismo; 
 
Quando se ofende a raça de modo INDIVIDUAL - é INJÚRIA racial. 
 
 
Nesse sentido, a importância da sociologia pode ser observada como no contexto que 
envolveu uma decisão relativamente nova exarada pelo Supremo Tribunal Federal 
(STF), julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) nº 
26, que privilegiou a análise e dimensão social dos fatos, estendendo o conceito de 
racismo e o interpretando para a proteção e prevenção da vitimização do público 
homossexual no Brasil, público LGBTI+, passando a considerar a homofobia e a 
transfobia como crime de racismo, como se observa: 
 
 
 
 
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Segundo o STF – ADO 26 
 
Práticas HOMOFÓBICAS E TRANSFÓBICAS configuram atos delituosos 
passíveis de repressão penal [...] por traduzirem EXPRESSÕES DE RACISMO em 
sua DIMENSÃO SOCIAL. 
 
“É dever estatal de reprimir práticas ilícitas contra membros integrantes do grupo 
LGBTI+ [...] A busca da felicidade como derivação constitucional implícita do 
princípio fundamental da dignidade da pessoa humana”. 
 
http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15344606459&ext=.pdf 
 
 
21.4. DELINQÜÊNCIA JUVENIL 
 
 
A delinqüência juvenil refere-se aos atos criminosos cometidos pôr menores de 
idade. Muitos países possuem procedimentos legais e punições diferentes (no geral 
mais atenuados) em relação aos delinqüentes juvenis, em relação a criminosos 
maiores de idade. 
A delinqüência juvenil tem-se tornado num problema muito grave e com 
conseqüências preocupantes na sociedade brasileira nos últimos anos. Talvez pôr 
existir cada vez mais informação sobre as práticas destes jovens, na sua grande 
maioria inadaptados ou simplesmente necessitados, aparecem agora vozes que 
tentam sensibilizar a opinião pública para a solução desta questão, tarefa tremenda 
quando não existe vontade nem sensibilidade pôr parte do Governo e das outras 
instituições competentes. 
Os tribunais registram cada vez mais casos de furto, posse de armas e de 
drogas, agressão e abuso sexual praticados pôr jovens que ainda não atingiram a 
idade adulta. 
Na sua grande maioria provenientes de bairros degradados e de famílias não 
acompanhantes, os jovens delinqüentes vão formando idéias e adquirindo 
comportamentos agressivos e condenáveis do ponto de vista ético-social. 
A escola poderia suprir, em parte, a deficiência da família, desempenhando um 
papel importante, não só na formação cultural dos alunos, como também na 
formação do seu próprio comportamento moral e social. Entretanto, o que se percebe 
é uma carência, em todos os sentidos, nas instituições de ensino público, atingindo 
também o ensino particular. 
Esta é uma realidade preocupante, que em vez de estar a ser combatida e 
prevenida, está, pelo contrário, a ser desvalorizada pelos responsáveis institucionais, 
com o objetivo de não quererem admitir o que já se tornou óbvio. A delinqüência 
juvenil no Brasil tem de ser combatida, não apenas através de meios de repressão, 
mas também, e acima de tudo, com medidas preventivas eficazes no combate à 
pobreza, à exclusão social e ao analfabetismo. 
 
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Não é reduzindo cada vez mais a idade em que um jovem pode ser responsável 
criminalmente pelos seus atos que se vai solucionar este problema. Veja-se o exemplo 
dos Estados Unidos da América em que, apesar de crianças com 14 anos serem 
julgadas como adultos, assistimos a casos de assassínios perpetrados por jovens 
adolescentes,muitas vezes nas escolas onde estudam. 
È indiscutível que precisamos de leis mais eficazes e de tribunais mais duros, no 
entanto a repressão não é o caminho ideal. O que precisamos é de políticas públicas 
eficientes, que contemplem os jovens e lhes dê oportunidades para uma vida digna, 
com um futuro em que se possa acreditar. 
 
 
 
 
 
21.5. CRIMINALIDADE E VIOLÊNCIA 
 
 
Este é um tema de fundamental importância nos debates diários das pessoas. 
As ações criminosas tomam novas configurações na sociedade mundial. A 
internacionalização do crime reflete na vida e no comportamento das pessoas 
principalmente na desenvoltura do segmento do narcotráfico, segundo o DEA 
(Agência Antidroga Americana), o dinheiro do tráfico empregado nas Bolsas de 
Valores significa mais de 400 bilhões que foram “lavados” e transformados em 
dinheiro legal. 
O desafio atual das polícias está centrado no combate a venda de drogas 
(maconha, cocaína e seus derivados, anfetaminas). A sociologia toma como critério 
de crime a “conduta desviada” (deviant behavoir) baseado no critério de que a 
sociedade estabelece modelos e padrões de conduta que surgem das expectativas 
sociais, isto é, de condutas sociais “esperadas” (CARNEIRO,2001,p. 197-235) 
Segundo Durkheim o crime é uma condição humana quando analisou este 
fenômeno com o suicídio (1984,p.123-143), significa que nunca teremos uma 
sociedade sem crime, todavia, as taxas das condutas socialmente desviantes quando 
ultrapassam taxas consideradas como tolerantes ou aceitas podem transforma-se 
numa patologia (doença). 
Nesse sentido, o impacto da violência com ênfase nos crimes ocupam um 
grande espaço na mídia conjugando produtos comercializáveis e traz uma exposição 
midiática de ocorrências policiais principalmente pela publicidade dos faits divers 
como “Cidade Alerta”, da Rede Record, “Aqui Agora” do SBT, “Linha Direta” da 
Rede Globo, de modo que afetado as relações inter pessoais tornando a vida urbana 
e, nos últimos anos, as comunidades rurais mais intolerantes ao estranho 
(MARTUCELLI,1999,p.157-175). 
Os estudos sobre violência e criminalidade demonstram algumas contradições 
quanto a percepção do cotidiano. Algumas correntes de pensamento tentam mostrar 
que a pobreza seria um fator de correlação com a violência, na prática, pesquisadores 
 
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como Zaluar (1985;1992;1994), que conseguiu demonstrar onde o narcotráfico atua 
com grande força, a taxa de participação de pessoas da comunidade não chega a 1%. 
Minayo (1993;1994), mostrou que a violência privada é resultado da ineficiência 
do Estado em criar as condições de inserção social dos segmentos mais carentes, este 
quadro se agrava principalmente nas regiões metropolitanas. 
Enquanto que Caldeira (2000), em “Cidade de Muros: crime, segregação e 
cidadania”, explícita que em decorrência da violência e do modelo arquitetônico 
globalizado, a cidade de São Paulo e outras capitais passam a tomar novas formas de 
organização espacial como largas avenidas, edifícios de serviços, shoping, 
condomínios, fechados; que por sua vez mudou o comportamento e a visão das 
pessoas frente as outras, prejudicando as relações inter pessoais e por conseqüência a 
sociabilidade. 
Quanto a violência, os indicadores demonstram que medidas urgentes e sérias 
por parte das autoridades políticas devem ser tomadas a fim de fazer frente a esta 
moléstia social; nos últimos 20 anos (1980 a 2000), 598.367 brasileiros foram 
assassinados (BRASIL,2004). Muito embora a população tenha crescido a uma taxa 
de 43%, de 119 milhões para 170 milhões, este fenômeno da natalidade não explica 
tais números de mortes por homicídio, outros fatores contribuem para este 
expressivo dado tais como: inquéritos policiais inconsistentes; sistema de justiça 
oneroso e lento; estratégias de segurança pública cuja aplicação dos recursos 
humanos são desviados. 
O perfil das taxas de mortes externas modificou na última década. Nos anos 
oitenta as mortes tinham um registro maior nas mortes em acidentes de trânsito, 
agora, na década de noventa o perfil passou para as mortes por homicídios. 
Verificamos que 600 mil brasileiros foram assassinados (62%) na década de 90, destes 
a maioria eram homens na faixa etária de 15 a 24 anos. 
O resultado é a baixa expectativa de vida que afetam os jovens do sexo 
masculino. No caso do Rio de Janeiro as mortes violentas reduzem em 4,1 anos a 
expectativa dos homens segundo o IBGE, enquanto as mulheres vivem 7 (sete) anos a 
mais no Brasil. 
Em pesquisa do Atlas da violência 2020, por sua vez, houve redução de 12%, 
das taxas de homicídio no país, entre 2017 e 2018, “que passou de 31,6 para 27,8 por 
100 mil habitantes, levando ao questionamento: quais fatores poderiam explicar essa 
notável diminuição? 
Trata-se de alguma mudança institucional súbita ocorrida a partir de 2017? Ou 
a redução das mortes violentas, nesse ano, pode ser explicada pela própria dinâmica 
da criminalidade que já vinha se desenrolando nos anos anteriores? 
Do ponto de vista institucional, elementos importantes surgiram, em 2018, no 
tema das políticas públicas de segurança pública: a criação do Ministério da 
Segurança Pública, a aprovação da legislação criando o Sistema Único de Segurança 
Pública2 (Susp), e a instituição do Plano Decenal de Segurança Pública3 (PDSP). 
Ainda que a Lei no 13.675/2018( Lei de criação do sistema Único de Segurança 
Pública ( SUSP) , não fosse a solução para o problema da integração e governança 
federativa no setor, uma vez que não teria como equacionar as várias restrições 
 
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constitucionais sobre o tema, foi um passo importante na direção correta para a 
imposição de maior racionalidade à política de segurança pública. [...] 
De outro modo, no Atlas da Violência 2019, já havíamos chamado a atenção 
para a tendência de queda de homicídios que abrangia gradualmente cada vez mais 
Unidades da Federação (UFs), nos dez anos anteriores a 2017. Naquele documento, 
apontamos as principais razões que estariam influenciando a queda dos homicídios 
pelo país afora até 2017, a saber: i) a mudança no regime demográfico, que fez 
diminuir substancialmente, na última década, a proporção de jovens na população; 
ii) o Estatuto do Desarmamento, que freou a escalada de mortes no Brasil e que 
serviu de mecanismo importante para a redução de homicídios em alguns estados, 
como” 
 Note-se que nesse modelo de enfrentamento da violência o Estado utiliza o 
monopólio legítimo da força, mas a carência de recursos financeiros e tecnologias de 
prevenção e repressão não permitem maiores investimentos a contento em segurança 
pública. 
O sucesso do “Tolerância Zero” implementado em Nova York pelo prefeito 
republicano Rudolf Giuliani, que tomou como base as conclusões de James Wilson, 
George Kelling e Catherine M. Colles, publicado sob o título Fixing broken Windows 
(Consertando janelas quebradas), (SOARES, 2002) com base neste trabalho buscou-se 
evitar o cometimento de pequenos delitos criando uma percepção social de resgate a 
insegurança coletiva, porém, muito criticado pela sociedade brasileira. 
 Esta atitude permitiu resgatar espaços públicos e serviços oferecidos que 
tinham sido degradados, simbolicamente, impediam a freqüência da população 
como o “metrô 9”, (SOARES,2002 p. 227-237). Não podemos deixar de destacar, que 
naquela oportunidade, o governo Clinton conseguiu baixar as taxas de desemprego, 
aumentar a renda e principalmente reduzir a participação dos jovens do sexo 
masculino na criminalidade, algumas modificações estruturais serviram de 
precursores na nova estratégia policial , um foi a fusão do Departamento de Polícia 
da cidade de Nova York com o Departamento de Trânsito e o Transit e Housing Police 
Department. 
Outra novidade foi introdução da Compstat(computorized statistics), esta 
metodologia tecnológica através de um software geo-referenciado permite a 
visualização das ocorrências criminais (com ênfase em sete crimes), quando eram 
debatidos semanalmente e a forma de seu enfrentamento (padrões de ação criminal, 
migrações, etc). 
 Desta maneira, pontos importantes na estrutura da polícia foram 
fundamentais como: inteligência acurada, tática flexível e adequada; deslocamentos 
rápidos de recursos e pessoal; acompanhamento, avaliação e monitoramento 
serviram dentro outros aspectos para melhoria da segurança na cidade, um conjunto 
de ações de levou a queda dos índices de criminalidade e tornou a qualidade de vida 
melhor naquela cidade. 
Na contramão, entretanto, o Brasil apesar da redução considerável e importante 
nos anos de 2019 e 2020 e principalmente, é necessário estabelecer novas ações e 
mentalidade para redução dos homicídios e da violência que infelizmente ainda 
atinge um alto nível, também relativa a letalidade policial nas ocorrências, fato que 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 48 
 
 
 
 
ainda deve ser objeto de atenção da corporação e dos policiais militares para que se 
possa alcançar índices mais adequados e coerentes com as premissas constitucionais 
dos direitos humanos e fundamentais estabelecidos no país. 
 
 
21.6. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA 
 
 
É a capacidade que os agentes possuem de se associar para praticarem 
atividades ilícitas, logo, eles se unem com vistas ao auxílio mútuo para produzir um 
resultado que fere o ordenamento jurídico, uma ação que vai de encontro ao 
interesse da coletividade, por isso não é uma associação legítima, lícita e permitida. 
A característica marcante é a natureza associativa, permanente e estável dos 
agentes do grupo para o fato delituoso, logo, é um crime em abstrato e não pode ser 
tentado (ou há associação ou não há), deste modo, como consta no artigo 288 do 
Código Penal Brasileiro, é a conduta de “associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para 
o fim específico de cometer crimes, com pena que está em torno de um a três anos. 
A associação criminosa é nociva a sociedade, pois permite a união de esforços 
para cometer ações que vulnerabilizam a segurança pública de modo amplo, logo, 
atinge a todos passando ao largo do interesse público, não obstante, se o agente é 
funcionário público esta associação se torna ainda mais perigosa devido ao 
conhecimento de peculiaridades da sua função, fragilizando ainda mais o sistema de 
controle do sistema de segurança do país. 
Assim, qualquer ação de agentes nesse sentido deve ser debelada e 
responsabilizada de imediato para coibir tais práticas nocivas, nessa esfera, é 
importante que cada policial tenha uma conduta ilibada e tenha uma observação 
apurada para não se deixar levar pelos artifícios de criminosos disfarçados de 
amigos, solicitando tarefas ou pedindo auxílios diversos que lhes trarão prejuízos 
irreparáveis do ponto de vista social e funcional. 
 
 
21.7 ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS 
 
 
Organizações Criminosas constituem a união de pessoas com condutas 
voltadas a promover, constituir, financiar ou integrar, diretamente ou através de 
outras pessoas uma organização voltada ao cometimento de crime. 
A lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, é a norma que define 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA e dispõe sobre a investigação criminal, os meios de 
obtenção da prova, infrações penais correlatas e o procedimento criminal. 
 
De modo formal para o artigo 1º da lei, em seu primeiro parágrafo, considera-se 
organização criminosa a associação DE 4 (QUATRO) OU MAIS pessoas 
estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que 
informalmente, para obter vantagens, mediante a prática de infrações penais que 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2012.850-2013?OpenDocument
 
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tenham PENAS SUPERIORES A 4 (QUATRO) ANOS, podendo ou não ser de 
caráter transnacional, inclusive, ou que se configurem como organizações terroristas. 
 
No caso de haver indícios de que o funcionário público integra organização 
criminosa, poderá o juiz determinar seu afastamento cautelar do cargo, emprego ou 
função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida se fizer necessária à 
investigação ou instrução processual (§5º) e em caso de condenação, com trânsito em 
julgado, acarretará ao funcionário público a perda do cargo, mandato eletivo, 
interdição para o exercício de função ou cargo público por 8 (oito) anos 
subsequentes ao cumprimento da pena.(§6) 
Assim, notem que a organização criminosa se diferencia da associação pelo 
fato de exigir quatro pessoas ou mais e ainda ser relativo a condutas que ocasionam 
crimes mais graves, com penas superiores a quatro anos, logo sua pena também é 
maior, enquanto que a associação tem menos participantes e é voltada a qualquer 
ação ilícita mais simples. 
No Brasil a atuação das organizações criminosas tem ocorrido de modo maciço 
nas áreas consideradas de risco para a vulnerabilidade social, como as favelas e 
comunidade na qual a população honesta possui baixo poder aquisitivo, muitas 
carências e está submetida ao julgo do domínio de criminosos e seu poderio 
econômico e de fogo, sendo este um dos grandes desafios da segurança pública. 
Notadamente, a Polícia Militar e os demais órgãos de segurança, possuem 
enorme dificuldade de atuação nesses espaços comunitários, visto que nas 
comunidades não existem apenas criminosos, mas também, pessoas inocentes que já 
vivem sob o jugo da criminalidade diuturnamente e deve ser objeto também, de 
proteção estatal e dos agentes policiais que devem prezar nas operações policiais, 
pela vida e incolumidade dessa população vulnerável. 
 
 
 
 
21.8. O PROBLEMA E A ILEGALIDADE DAS MÍLICIAS 
 
 
 
A expressão milícias se incorporou ao vocabulário da segurança pública no 
Estado do Rio e começou a ser usada freqüentemente por órgãos de imprensa 
quando as mesmas tiveram vertiginoso aumento, a partir de 2004, entretanto, sendo 
necessário distinguir que Milícias não se confunde com a instituição das Polícias. 
O termo milícia foi utilizado durante uma seção jornalística de “O Dia”, durante 
a produção de uma matéria sobre o tema da criminalidade nas comunidades 
carentes, na qual populares haviam sido barbaramente torturados por milicianos, 
fato que gerou comoção pública e repercutiu em toda a mídia nacional e 
internacional, reacendendo o interesse pelo tema e levando a Assembléia Legislativa 
do Estado do Rio de Janeiro a aprovar a criação da comissão Parlamentar de 
Inquérito (CPI das Milícias), traçando um perfil sobre essa atuação ilegal no Brasil. 
 
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Para o delegado Marcus Neves - da 35ª DP, milícias são grupos armados 
compostos por agentes do Poder Público e pessoas cooptadas nas comunidades 
carentes, inclusive ex-traficantes, que usam a força e o terror para dominar uma 
determinada região e explorar de maneira ilegal as atividades de transporte 
alternativo, gás e tevê acabo. Seu mote é a questão financeira, o lucro farto e fácil. 
O estudioso Domício, por sua vez, informa que o conceito de milícia é o arranjo 
de gente armada querendo prover segurança fora da lei todo e qualquer grupo que 
age de forma ilegal; logo, não importando se é agente público ou não. 
 Enquadrando as milícias como organização criminosa, o delegado Cláudio 
Ferraz - da Delegacia Regional de Ações Criminosas Organizadas (Draco), informa 
que estas se enquadram no conceito internacional de crime organizado, sendo 
caracterizada por: padrão organizativo; atuação empresarial; métodos violentos; 
corrupção das forças de segurança e do poder judiciário; relação direta com o poder 
público e intimidação, ameaças e homicídios para alcance de objetivos.Não obstante, a participação de policiais atuando de modo corrupto nessas 
organizações não é verdade que ela reflete a atuação maciça de policiais, sendo 
composta em sua maioria por pessoas civis, normalmente traficantes e criminosos 
que já atuavam no âmbito do crime, sendo necessário distinguir que essa não é uma 
atividade que está diretamente relacionada à ação de policiais como se tenta travar 
no âmbito midiático. 
O que há de fato é a similitude do termo, em razão desses criminosos utilizarem 
do uso ILEGÍTIMO da força sobre a população na qual atua, cuja autorização legal é 
exclusiva das Polícias, fundamentadas na Constituição Federal (art144), devidamente 
instituída pelos órgãos estatais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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As milícias possuem como modus operandi o exercício da vigilância da 
comunidade, através de guardas armados que se revezam em turnos, com grupos 
maiores durante a noite, revelando um tipo de dominação moderna que para manter 
o domínio, expulsa pessoas ligadas ao crime, às facções 
criminosas e familiares de traficantes que não aderiram à causa da criminalidade. 
 
 
 
 
Denúncias mais recorrentes sobre ação das Milícias – RJ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
No tocante ao envolvimento de policiais militares em práticas ilegais das 
milícias, muitos se corrompem deixando de lado as premissas constitucionais e os 
valores de sua Corporação e se envolvem nesta prática delituosa. De modo ilegal, 
policiais oferecem serviços de segurança à população, aumentando as práticas de 
justiçamento nos moldes das milícias já em atuação. 
Reconhece-se, nesta dimensão, que a cúpula da Segurança Pública tem 
empenhado esforços e atuado fortemente para coibir a ação dos grupos criminosos e 
seus integrantes. No âmbito interno as Corregedorias estão, também, aptas a atuar de 
modo contundente contra o envolvimento de policiais em tais práticas ilegais que por 
fim vulnerabilizam seus próprios pares, que com honestidade e altruísmo, vão às 
ruas expondo suas vidas em risco em prol da sociedade. 
 
 
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Sendo esta prática ilegal, os órgãos de controle interno e externo das Polícias 
Militares e Civis, vêem utilizando instrumentos para responsabilizar servidores que 
agem para extorquir, intimidar e subjugar milhares de cidadãos de comunidades 
populares, com pena prevista de exclusão na Corporação e restrição da liberdade na 
Justiça Penal, com todos os agravantes que a lei impõe, haja vista, que a função 
primordial dos policiais é justamente repelir tais crimes, sob o critério da ética e da 
postura de legalidade, que é o norte condutor de cada policial militar no Brasil. 
 
 
 
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EDIÇÃO E ATUALIZAÇÃO 
 
CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS - PMBA - JUNHO/ 2021 54 
 
 
 
 
 
Apostila confeccionada pelos Professores: Tenente Coronel PM JAIME PINTO 
RAMALHO NETO - Graduado em Ciências Sociais – Antropologia, pela UFBA: 2003; Pós-
graduando em Direitos Humanos FESMIP/BA & FDJ; SubtenentePM ALEX GOMES 
FREITAS- Graduado em Filosofia (Licenciatura) pela UCSAL em 2001; Funcionária Civil 
SANDRA MUNFORD – ASSISTENTE SOCIAL- Graduada em Serviço Social pela UCSAL 
em 1980; e 1º Sargento PM EDILENO GUILHERME SANTOS- Bacharel em Teologia pela 
FBB – Batista Brasileira (1996 – 2000); Pós-Graduado em Gestão da Segurança Pública (2005-
2007) UNIME - União Metropolitana de Educação; Bacharel em Direito pela FBB – Faculdade 
Batista Brasileira (2013 – 2017). 
 
Revisada e atualizada em 28/06/2021, pelos Professores: Capitão PM JOSE BARBOSA DOS 
SANTOS - Graduado em Filosofia pela FBB – Faculdade Batista Brasileira (2005 – 2008). 
Subtenente PM KARINA DA HORA FARIAS - Graduada em Direito (UESC), Especialista 
em Gestão da Segurança Pública (UFBA), Mestranda em Direito pela UFBA (2021). 
	ESTABELECIMENTO CEL PM JOSÉ IZIDRO DE SOUZA NETO
	1. INTRODUÇÃO
	2. CONCEITO DE SOCIOLOGIA
	2.3 PAPEL DO SOCIÓLOGO
	3. HISTÓRICO DA SOCIOLOGIA
	3.1.2. PRINCIPAIS NOMES DO RENASCIMENTO CIENTÍFICO
	3.2.2. PRINCIPAIS FILÓSOFOS ILUMINISTAS
	5. CONCEITOS UTILIZADOS PELA SOCIOLOGIA
	6. AGRUPAMENTOS SOCIAIS.
	6.1. GRUPO SOCIAL E NATUREZA HUMANA
	6.2. TIPOS DE AGRUPAMENTOS
	6.3. MULTIDÃO
	6.4. PÚBLICO
	Observa-se que a diferença entre multidão e público se refere que na multidão, os indivíduos estão uns agindo sobre os outros, em contato direto. No público não há esse tipo de contrato. Enquanto a multidão tem por função primordial a ação conjugada,...
	7. INSTITUIÇÕES SOCIAIS
	►Estrutura – Função é a meta ou o propósito do grupo, cujo objetivo seria regular suas necessidades. A estrutura é composta de pessoal (elementos humanos); equipamentos (aparelhamento material ou imaterial); organização (disposição do pessoal e do eq...
	7.1 INSTITUIÇÃO FAMILIAR
	7.2 .INSTITUIÇÃO RELIGIOSA
	8. ESTRATIFICACÃO SOCIAL
	9. CLASSE SOCIAL
	10 . MOBILIDADE SOCIAL
	11 . MUDANÇA SOCIAL
	12. ELITES
	12.1. TIPOS DE ELITES
	13. PROCESSOS SOCIAIS
	13.1. ASSOCIATIVOS
	13.2 .DISSSOCIATIVOS
	14. COMPORTAMENTO SOCIAL
	15. ISOLAMENTO SOCIAL
	Interesses, sentimentos, atitudes e gostos diversos. Tomando por base esses fatores, foi possível estudar quatro tipos fundamentais de isolamento social. Embora se tratem de tipos exclusivos, um pode determinar os outros.
	15.1. ISOLAMENTO ESPACIAL
	15.2 . ISOLAMENTO ESTRUTURAL
	15.3. ISOLAMENTO HABITUDINAL
	15.4. ISOLAMENTO PSÍQUICO
	15.5 . MECANISMOS QUE REFORÇAM O ISOLAMENTO SOCIAL
	As conseqüências do isolamento social é que os indivíduos ou grupos, uma vez isolados da convivência dos demais por muito tempo, tendem a individualizar-se.
	16 . INTEGRAÇÃO SOCIAL
	Os conflitos violentos entre grupos sociais tem tido grande influência sobre a forma das sociedades humanas, estendendo-as, destruindo-as, ou modificando-lhes modos de vidas particulares.
	Temos como principais exemplos de conflitos: Conflito violento entre sociedades inteiras (guerras); conflito violento dentro de uma sociedade (revolução, contra-revolução, guerra civil).
	18. CAPITALISMO
	19. GLOBALIZAÇÃO E MISÉRIA SOCIAL
	20. O NEOLIBERALISMO
	20.1. O DESEMPREGO NO NEOLIBERALISMO
	21. PROBLEMAS SOCIAIS
	21.1. A FOME
	Segundo a Constituição Federal, todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.
	A Carta diz, também, que constituem princípios fundamentais da Republica Federativa do Brasil o de promover o bem comum, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade ou quaisquer outras formas de discriminação.
	2 – Recusar, negar ou impedir a inscrição de aluno em estabelecimento de ensino público de qualquer grau;
	3 – Impedir o acesso ou recusar o atendimento nos seguintes locais: a) Restaurantes, Bares e Confeitarias; e, b) Estabelecimentos esportivos, casas de diversões e clubes sociais abertos ao público; c) Hotéis, pensões e estalagens;
	4 – Impedir o acesso às entradas sociais em edifícios públicos ou residenciais e respectivos elevadores ou escadas de acesso.
	21.4. DELINQÜÊNCIA JUVENIL
	21.5. CRIMINALIDADE E VIOLÊNCIA

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