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Camila Shelly de V. Ramos AFECÇÕES PLEURAIS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM OBS:TRANSUDATO X EXSUDATO -Transudato = líquido pobre em proteínas, pouco inflamatório -Exsudato = líquido rico em proteínas, inflamatório ↳Proteína >50% da proteína sérica total • REVISÃO DA ANTOMIA DAS PLEURAS →PLEURA PARIETAL -Recobre a caixa torácica, diafragma e mediastino -Formada por uma camada de células mesoteliais = parede do espaço pleural ↳Abaixo dessa camada há: camada subpleural de tecido conjuntivo com vasos intercostais (artérias, veias, linfáticos) -Presença de estômatos ↳´´Buracos´´ que servem para drenagem do líquido pleural -> para linfonodos paraesternais e periaórticos -Única pleura que dói ↳Possui inervação somática →PLEURA VISCERAL -Recobre o pulmão (alvéolos) e as fissuras -Camada de células mesoteliais ↳Abaixo dessa camada há: camada subpleural de tecido conjuntivo com elastina, colágeno, capilares das artérias brônquicas (drenam para em veias pulmonares), linfáticos (não se conectam com a superfície pleural; não atuam na drenagem) -Sem inervação somática OBS:FUNÇÃO CÉLULAS MESOTELIAIS -São presentes na pleura, pericárdio, peritônio -Tem função de ↳Produção de moléculas da matriz extracelular e tecido conjuntivo ↳Fagocitose in vitro ↳Recrutar inflamação e fibroblastos ↳Atividade coagulante e fibrinolítica local Camila Shelly de V. Ramos OBS:IMAGEM DAS PLEURAS EM MICROSCÓPIA ELETRÔNICA -É importante ressaltar a proximidade dos alvéolos e a pleura visceral ↳Qualquer acometimento/rompimento da pleura visceral é capaz de ´´vazar´´ para o espaço pleural = pneumotórax, derrame parapneumônico →LÍQUIDO PLEURAL -Formado pelos vasos sistêmicos pleurais (0,26ml/kg de peso corporal) ↳Líquido dentro dos vasos -> extravasa -> líquido pleural (entre pleura parietal e visceral) -Por onde o líquido pleural será reabsorvido? ↳Vasos linfáticos pleurais -Qual a composição do líquido pleural? ↳Baixo teor de proteínas (transudato) #15% da proteína sérica total ↳Geralmente apresenta leucócitos (75% macrófagos, 23% linfócitos) *presença de neutrófilos no líquido pleural -> possível derrame causado por pneumonia #infecção bacteriana -Reabsorção e formação do líquido pleural = necessitam estar em equilíbrio ↳Reabsorção *Varia conforme o acúmulo *Dependente de: forças físicas (pressão hidrostática, oncótica), fluxo em massa, linfáticos (contratilidade intrínseca variando com hormônios, citocinas, estímulos adrenérgicos), movimentos respiratórios (expandir e contrair estômatos) ↳Formação OBS:RELEMBRANDO CIRCULAÇÃO PULMONAR -Circulação pulmonar -> derivada da artéria pulmonar (sangue não oxigenado) -Circulação brônquica -> derivada da aorta (sangue oxigenado) OBS:ENTENDENDO FORMAÇÃO E REABSORÇÃO DO LÍQUIDO PLEURAL -A formação do líquido pleural é feita por: Circulação pulmonar (artéria pulmonar) + circulação brônquica (artéria aorta) = pleura visceral ↳Vasos intercostais = pleura parietal -A reabsorção do líquido pleural é feita por: ↳Estômatos da pleura parietal -> líquido drenado para linfáticos OBS:DISTÚRBIOS DO LÍQUIDO PLEURAL -Originados do desequilíbrio entre formação e absorção do líquido pleural -Aumento na entrada de líquido no espaço pleural -> causado por ↳Aumento da permeabilidade da pleura *barreira endotelial da pleura mais permeável -> pode passar qualquer coisa para dentro do espaço pleural, incluindo líquido -> exsudato (líquido rico em proteína) ↳Aumento na pressão microvascular *pode ser do lado da pleura visceral (↑ pressão pulmonar) ou do lado da pleura parietal (↑ pressão sistêmica) -> passagem de líquido através Camila Shelly de V. Ramos dos vasos pelo aumento da pressão -> transudato (líquido pobre em proteína) *insuficiência cardíaca -> situação exemplo: falha VE -> sobrecarga AE -> sobrecarga pulmonar -> ↑ pressão pulmonar -> ↑ pressão microvascular -> ↑ líquido pleural sendo formado, ´´vazando´´ do vaso sanguíneo -> derrame pleural ↳Diminuição da pressão pleural (pressão negativa = suga líquido para dentro do espaço pleural) *atelectasia -> derrame passivo (líquido ocupa local onde pulmão ficava antes) -> só há passagem de líquido = transudato (líquido pobre em proteínas) ↳Diminuição da pressão oncótica plasmática *↓proteínas plasmáticas (hipoalbuminemia -> cirrose) -> ↓ pressão oncótica -> tendência do líquido é sair do vaso -> aumento do líquido no espaço pleural (transudato) + edema de membros inferiores + ascite -Diminuição da saída de líquido no espaço pleural = falha na drenagem ↳Interferência na contratilidade linfática *citocinas inflamatórias (endotoxinas da sepse) *anormalidade endócrina (hipotireoidismo) *radiação e/ou drogas (quimioterapia) *câncer com disseminação linfática *anormalidades anatômicas (síndrome da unha amarela) ↳Fatores extrínsecos *limitação da respiração (doenças neuromusculares) *compressão dos linfáticos (granulomas) *bloqueio dos estômatos (metástases) *diminuição da pressão pleural (atelectasia) OBS:MECANISMO DA PLEURISIA (INFLAMAÇÃO DO LÍQUIDO PLEURAL) -Pneumonia acometendo alvéolos próximos a pleura -> inflamação da pleura -> aumento da permeabilidade da pleura visceral -> extravasamento de líquido e proteínas (exsudato) • DERRAME PLEURAL →O QUE FAZER MEDIANTE DIANTE DE UM DERRAME PLEURAL? -Punção da pleura (desde que o derrame não tenha uma causa bem definida, e seja volumoso) ↳Análise do líquido pleural *pus -> empiema *células oncóticas -> câncer *BAAR -> tuberculose *alto triglicerídeos -> quilotórax OBS:EMPIEMA -Infecção dentro de uma cavidade -Raio x de tórax ↳Obliteração do seio costofrênico ↳Curva de damoiseau ↳Incidência de Laurell (decúbito lateral com raios horizontais) = muito utilizada para diferenciar derrame de espessamento pleural *deitar do lado do derrame Camila Shelly de V. Ramos • ANÁLISE DO LÍQUIDO PLEURAL →TORACOCENTESE -Procedimento padrão para análise do líquido pleural -Quando realizar? ↳Quando não souber a causa do derrame *principalmente em derrames volumosos -Contraindicações ↳Paciente com problemas/distúrbios de coagulação *sempre avaliar a coagulação básica do paciente (Ex: INR) ↳Pacientes em ventilação mecânica (alto valor de pressão expiratória positiva – PEEP) *alvéolos mais distendidos pela pressão positiva da ventilação = maior chance de atingir alvéolos no momento da punção -> pneumotórax ↳Pacientes com derrame loculado -> necessitam de punção guiada com US ↳Pacientes com infecção de pele (Ex:Herpes zoster OBS:DERRAME LOCULADO -Como identificar o local a ser puncionado? ↳Guiado pela ausculta -> derrame = sem murmúrio vesicular universal ↳Guiado pela percussão -> derrame = maciço -Aonde introduzir a agulha? ↳Rente a borda superior da costela -Retirada de no máximo 1,5L ↳Evitar expansão anormal dos alvéolos -> pressão negativa no tecido pulmonar -> ´´puxar´´ do líquido dos vasos para dentro dos alvéolos -> edema pulmonar de reexpansão -Riscos do procedimento ↳Pneumotórax ↳Sangramento →ANALISAR O QUÊ NO LÍQUIDO PUNCIONADO? ✓ DOSAGEM DAS PROTEÍNAS -Proteína total do líquido pleural/proteína total do sangue ↳Se for > 0,5 = exsudato -LDH (lactato desidrogenase) da pleura/LDH (lactato desidrogenase) sérico ↳Se for > 0,6 = exsudato -LDH (lactato desidrogenase) da pleura > 2/3 do limite superior do LDH do sangue = exsudato OBS:TRANSUDATO X EXSUDATO -Transudato = todos os testes de análise de proteínas negativos ↳Geralmente bilateral Camila Shelly de V. Ramos *com exceção da insuficiência cardíaca -> derrame na direita ↳Causa principais = atelectasia, insuficiência cardíaca, hipoalbuminemia, síndromenefrótica, diálise peritoneal -Exsudato = pelo menos um dos testes de análise de proteínas positivo ↳Geralmente unilateral ↳Causas principais = derrame parapneumônico, tuberculose pleural, derrame neoplásico, embolia pulmonar (necrose do tecido pulmonar) ✓ DOSAGEM DO COLESTEROL PLEURAL REGRA DOS 2 TESTES REGRA DOS 3 TESTES ✓ DOSAGEM DOS TRIGLICERÍDEOS -Realizada em situações em que houver possibilidade de quilotórax (derrame riso em gordura, geralmente causado por linfomas) -Se triglicerídeos ↳> 110 mg/dL = quilotórax ↳< 50 mg/dL = praticamente descarta quilotórax ✓ ANÁLISE DO PH ✓ ADENOSINA DEAMINASE (ADA) ✓ CITOLOGIA -Pesquisa de células normais (linfócitos, macrófagos, neutrófilos) ↳Linfocitose pode ser indicativo de: *tuberculose, linfoma *neoplásico ↳Eosinofilia *doenças parasitárias *toxicidade por drogas ↳Células mesoteliais *predomínio no transudato *se há >5% de células mesoteliais no líquido pleural -> baixa probabilidade da tuberculose -Pesquisa de células oncóticas/neoplásicas ↳Adenocarcinoma (CA que mais causa derrame pleural) • CAUSAS DE DERRAME PLEURAL →DERRAME PARAPNEUMÔNICO -Líquido no espaço pleural devido a uma pneumonia adjacente -Pode ser do tipo: ↳Derrame parapneumônimo não complicado (simples) *líquido estéril -> sem bactérias ↳Derrame parapneumônimo complicado *líquido infectado -> bactérias ↳Empiema = encontrar pus no espaço pleural ↳Derrame complexo = várias loculações ↳Uniloculado -Mecanismos fisiopatológicos do derrame parapneumônico ↳Deslocação de microorganismos do alvéolo para o espaço pleural *pneumonia nos alvéolos -> atinge espaço pleural -> derrame Camila Shelly de V. Ramos ↳Disseminação hematogênica (Ex:Infecção urinária -> sepse -> bactérias circularam -> espaço pleural) ↳Inoculação direta (Ex:Trauma) ↳Translocação diafragmática *inflamação na barriga (apendicite) -> inflamação de todo o líquido peritoneal -> inflamação líquido pleural ↳Mediastinite *infecção do mediastino -> inflamação do líquido pleural ↳Tuberculose *foco latente da tuberculose na pleura -> reativação -> infecção do líquido pleural -Manejo do derrame parapneumônico varia de acordo com o estágio em que o paciente se encontra: (FASE 1) Estágio não complicado = geralmente não precisa de dreno de tórax ↳Característica exsudativa + LDH <1000 + sem bactéria ↳Tratamento = antibiótico (FASE 2) Estágio complicado/fibropurulento = ideal para drenagem (dreno de tórax) ↳Exsudato + LDH >1000 + PH <7,2 (ácido) + glicose <40 + bactérias presentes na cultura do líquido (FASE 3) Estágio muito complicado -> espessamento do fluído -> difícil drenagem ↳Exsudato OBS:QUAIS OS CRITÉRIOS PARA DRENAGEM DO DERRAME PARAPNEUMÔNICO? -Principal causa de derrame parapneumônico ↳Streptococcus pneumoniae #principal ↳Sthaphylococcus aureus ↳Bacilos gram (-) = Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa #tratamento = antibiótico empírico (na maioria das vezes há achado da bactéria responsável) OBS:DERRAME PARAPNEUMÔNICO NO RAIO X Opacidade pulmonar + derrame pleural loculado OBS:SINTOMAS DERRAME PARAPNEUMÔNICO -Dor pleurítica (ventilatório dependente) -Dispneia Camila Shelly de V. Ramos →TUBERCULOSE PLEURAL -Clínica semelhante a pulmonar ↳Tosse seca + dor pleurítica -TC de tórax mostra acometimento pulmonar em 80% dos casos ↳Geralmente é pleuro + pulmonar -Quando suspeitar? ↳Depende da epidemiologia do paciente -Diagnóstico ↳BAAR no líquido pleural e/ou biópsia pleural ↳Biópsia pleural com granuloma (necrose caseosa) *podendo vir positiva ou negativa -> nem sempre o local da biópsia será exatamente o local acometido pela bactéria ↳Taxa de linfócito/neutrófilo > 0,75 ↳ADA >40 -Tratamento ↳Igual ao da tuberculose pulmonar OBS:TUBERCULOSE PLEURAL + DERRAME →DERRAME PLEURAL NEOPLÁSICO -Neoplasia -> metástase -> atinge pleura -> derrame neoplásico -Quais os tumores mais frequentemente envolvidos? ↳Câncer de pulmão *adenocarcinoma ↳Mesotelioma maligno (tumor primário da pleura) *raro, agressivo, praticamente exclusivo de trabalhadores com exposição ao asbesto ↳Linfoma -Nem todo derrame pleural em pessoas com câncer, é proveniente do câncer ↳Pode ser proveniente de embolia pulmonar, atelectasia, pneumonia pós obstrutiva -Prognóstico desfavorável OBS:RAIO X TÍPICO DE DERRAME NEOPLÁSICO -Derrame atingindo todo o hemitórax e puxando estruturas (atelectasia) →PNEUMOTÓRAX -Definição = ar no espaço pleural -Pode ser: ↳Primário -> associado ao paciente sem doença pulmonar *rompimento de bolhas pleurais -> pneumotórax -> dor torácica pleurítica + dispneia *tratamento conservador = remédio para dor, oxigênio ↳Secundário -> associado a paciente com doença pulmonar (DPOC, asma, mal formações pulmonares, doença intersticial pulmonar, tumores) *tratamento provavelmente necessitará de cirurgia (intervenção precoce -> pleurodese) OBS:PLEURODESE -Colagem das pleuras ↳Química ↳Irritativa Camila Shelly de V. Ramos ↳Abrasiva -Sintomas ↳Dor pleurítica súbita + dispneia súbita -Exame físico ↳Diminuição do murmúrio vesicular ↳Diminuição do frêmito tóraco-vocal ↳Percussão com timpanismo (ar no local) ↳Raramente enfisema subcutâneo -Diagnóstico clínico + radiológico ↳Radiografia de tórax ↳TC de tórax #hidropneumotórax = interface ar-líquido -> líquido retificado -Agravamento do pneumotórax pode causar instabilidade hemodinâmica ↳Desvio da traqueia contralateral na linha média *compressão de estruturas contralaterais -> choque cardiogênico ↳Abaulamento de bulhas na ausculta cardíaca ↳Hipotensão ↳Taquicardia ↳Descompressão imediata
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