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RESUMO - ALTERAÇÕES IMPORTANTES

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Sintetizamos abaixo as alterações legislativas que, no nosso entendimento, possuem mais 
chances de serem cobradas no próximo Exame da OAB. 
Bons estudos! 
ÉTICA PROFISSIONAL 
Lei nº 14.039/2020 - Acrescentou o art. 3º-A ao 
EAOAB, dispondo que os serviços profissionais de 
advogado são, por natureza, também singulares, o 
que facilita a contratação direta (sem licitação) de 
advogado pela Administração Pública, bastando 
apenas a demonstração da notória especialização do 
profissional. 
Vejamos a nova redação do art. 3-A do EAOAB: 
Art. 3º-A. Os serviços profissionais de advogado são, por 
sua natureza, técnicos e singulares, quando comprovada 
sua notória especialização, nos termos da lei. 
Parágrafo único. Considera-se notória especialização o 
profissional ou a sociedade de advogados cujo conceito 
no campo de sua especialidade, decorrente de 
desempenho anterior, estudos, experiências, 
publicações, organização, aparelhamento, equipe 
técnica ou de outros requisitos relacionados com suas 
atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial 
e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação 
do objeto do contrato. 
Lei nº 13.869/2019 (Nova Lei de Abuso de 
Autoridade): Duas importantes considerações em 
relação à Ética Profissional: 
1) Acrescentou o art. 7º-B ao EAOAB, estabelecendo
que constitui crime a violação a direito ou
prerrogativa prevista nos incisos II, III, IV e V do
caput do art. 7º do Estatuto.
As prerrogativas citadas no tipo penal são as seguintes: 
II. A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho,
bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua
correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática,
desde que relativas ao exercício da advocacia;
III. Comunicar-se com seus clientes, pessoal e
reservadamente, mesmo sem procuração, quando estes se
acharem presos, detidos ou recolhidos em
estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados
incomunicáveis;
IV. Ter a presença de representante da OAB, quando preso
em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia,
para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e,
nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da
OAB;
V. Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada
em julgado, senão em sala de Estado Maior, com
instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas
pela OAB (Vide ADIN 1.127-8) e, na sua falta, em prisão domiciliar.
Com relação ao inciso II, importante lembrar que o 
próprio § 6º do art. 7º do EAOAB estabelece que a 
inviolabilidade não é absoluta, já que “presentes indícios 
de autoria e materialidade da prática de crime por parte 
de advogado, a autoridade judiciária competente 
poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata 
o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada,
expedindo mandado de busca e apreensão, específico e
pormenorizado, a ser cumprido na presença de
representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese,
vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos
objetos pertencentes a clientes do advogado
averiguado, bem como dos demais instrumentos de
trabalho que contenham informações sobre clientes”.
XXXII EXAME DA OAB 
ALTERAÇÕES IMPORTANTES 
2) Estabeleceu que é crime de abuso de autoridade
(art. 32), negar ao interessado, seu defensor ou
advogado acesso aos autos de investigação
preliminar, ao termo circunstanciado, ao inquérito
ou a qualquer outro procedimento investigatório
de infração penal, civil ou administrativa, assim
como impedir a obtenção de cópias, ressalvado o
acesso a peças relativas a diligências em curso, ou
que indiquem a realização de diligências futuras,
cujo sigilo seja imprescindível. Pena - detenção, de
6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa (crime de
menor potencial ofensivo).
De acordo com o EAOAB, o advogado 
tem dire i to a “examinar , em qualquer 
ins t ituição responsável por conduzir 
invest igação, mesmo sem procuração, 
autos de f lagrante e de invest igações de 
qualquer natureza, f indos ou em 
andamento, ainda que conclusos à 
autor idade, podendo copiar peças e 
tomar apontamentos, em meio f ís ico ou 
digi tal” (art . 7, XIV, do EAOAB). 
Desse modo, embora não conste no 
novo art . 7º-B ao EAOAB, a v io lação à 
prerrogat iva prevista no inciso XIV do 
caput do ar t. 7º pode conf igurar crime 
de abuso de autor idade, uma vez que 
protegida no ar t . 32 da Lei nº 
13.869/2019. Nesse caso, deverá ser 
demonstrado o dolo espec íf ico de 
prejudicar outrem ou benef iciar a s i 
mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por 
mero capr icho ou satisfação pessoal . 
Lei nº 13.875/19 – Altera o § 2º do art. 63 do EAOAB, 
reduzindo o prazo de comprovação do exercício 
profissional de 5 anos para 3 anos para candidatura 
dos advogados nas eleições para os cargos de 
Conselheiro Seccional e das Subseções (Esse tema já 
foi cobrado no XXXI Exame, o que diminui a chance 
de ser cobrado novamente). 
DIREITO DO TRABALHO 
Lei n. 14.010/2020 - instituiu o Regime Jurídico 
Emergencial e Transitório das relações jurídicas de 
Direito Privado (RJET) no período da pandemia do 
coronavírus (Covid-19), sendo que, para a prova da 
OAB, consideramos o art. art. 3º o tema mais 
importante para a prova. 
De acordo com o art. 3º da Lei n. 14.010/2020, os 
prazos prescricionais consideram-se impedidos ou 
suspensos, conforme o caso, a partir da entrada em 
vigor da Lei (12 de junho) até 30 de outubro de 2020. 
EXEMPLO: Andrei t rabalhou na empresa 
Chocolate Doce Ltda no período de 3 de 
outubro de 2015 até 5 de setembro de 2018, 
tendo cumpr ido aviso prévio trabalhado. 
Ingressou com rec lamação trabalhis ta no 
dia 10 de outubro de 2020. Nesse caso, 
houve prescrição? 
Resposta: Não. O prazo prescr ic ional para 
ajuizamento da rec lamação trabalhista é de 
2 anos , contado a part ir da extinção do 
contrato de trabalho. Ass im, a pr inc íp io, 
Andrei teria de ingressar com a ação até o 
dia 5 de setembro de 2020. No entanto, 
como houve suspensão do prazo 
prescr ic ional no per íd io de 10 de junho a 
30 de outubro de 2020, não houve o 
transcurso do prazo prescricional. 
Importante frisar que tratamos de um exemplo 
aplicado ao Direito do Trabalho, mas a regra acima 
explicada também se aplica aos outros ramos do 
Direito. 
Lei n. 14.020/2020 – instituiu o Programa 
Emergencial de manutenção e Renda, disciplinando 
algumas regras importantes no contrato de trabalho. 
Vejamos: 
Curso ou Programa de Qualificação Profissional 
O art. 17 da lei n. 14.020/2020 estabelece que o curso 
de qualificação profissional, previsto no art. 476-A da 
CLT, poderá ser oferecido pelo empregador, durante 
o período de pandemia, desde que na modalidade
não presencial. 
ATENÇÃO: O curso ou programa de 
qual if icação profiss ional previs to no ar t. 
476-A da CLT tem duração de 2 a 5 meses .
Já o curso ou programa de qual i f icação 
previs to no art . 17 da n. 14.020/2020 tem 
duração de 1 a 3 meses . 
Estabilidade Provisória 
Fica reconhecida a garantia provisória no emprego 
ao empregado que receber o Benefício Emergencial 
de Preservação do Emprego e da Renda em 
decorrência da redução da jornada de trabalho e do 
salário ou da suspensão temporária do contrato de 
trabalho de que trata esta Lei, nos seguintes termos: 
I - durante o período acordado de redução da jornada 
de trabalho e do salário ou de suspensão temporária 
do contrato de trabalho; 
II - após o restabelecimento da jornada de trabalho e 
do salário ou do encerramento da suspensão 
temporária do contrato de trabalho, por período 
equivalente ao acordado para a redução ou a 
suspensão; 
III - no caso da empregada gestante, por período 
equivalente ao acordado para a redução da jornada de 
trabalho e do salário ou para a suspensão temporária 
do contrato de trabalho, contado a partir do término 
do período da garantia estabelecida na alínea "b" do 
incisoII do caput do art. 10 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias. 
A dispensa sem justa causa que ocorrer durante o 
período de garantia provisória no emprego previsto no 
caput deste artigo sujeitará o empregador ao 
pagamento, além das parcelas rescisórias previstas na 
legislação em vigor, de indenização no valor de: 
I - 50% (cinquenta por cento) do salário a que o 
empregado teria direito no período de garantia 
provisória no emprego, na hipótese de redução de 
jornada de trabalho e de salário igual ou superior a 25% 
(vinte e cinco por cento) e inferior a 50% (cinquenta por 
cento); 
II - 75% (setenta e cinco por cento) do salário a que o 
empregado teria direito no período de garantia 
provisória no emprego, na hipótese de redução de 
jornada de trabalho e de salário igual ou superior a 50% 
(cinquenta por cento) e inferior a 70% (setenta por 
cento); ou 
III - 100% (cem por cento) do salário a que o 
empregado teria direito no período de garantia 
provisória no emprego, nas hipóteses de redução de 
jornada de trabalho e de salário em percentual igual ou 
superior a 70% (setenta por cento) ou de suspensão 
temporária do contrato de trabalho. 
ATENÇÃO: O inc iso V do art . 17 da Lei n. 
14.020/20 passou a estabelecer 
expressamente que é vedada a dispensa 
sem justa causa do empregado pessoa com 
def iciênc ia , durante o per íodo de 
calamidade públ ica. Desse modo, não é 
possível a d ispensa sem justa de 
empregado com def ic iência, mesmo que 
não tenha havido a suspensão ou redução 
da jornada no seu contrato de trabalho. 
Empregados Aposentados 
Para os empregados que se encontrem em gozo do 
benefício de aposentadoria, a implementação das 
medidas de redução proporcional de jornada de 
trabalho e de salário ou suspensão temporária do 
contrato de trabalho por acordo individual escrito 
somente será admitida se o empregador pagar o 
benefício emergencial ao empregado (art. 12, § 2º). 
Portanto, se houver suspensão ou redução da 
jornada de trabalhador aposentado por acordo 
individual, será o empregador (e não a União) quem 
deverá arcar com o benefício emergencial. 
Fato do Príncipe 
Conforme previsto expressamente no art. 29 da Lei 
n. 14.011/2020, não se aplica o disposto no art. 486
da CLT (fato do príncipe), na hipótese de paralisação 
ou suspensão de atividades empresariais 
determinada por ato de autoridade municipal, 
estadual ou federal para o enfrentamento do estado 
de calamidade pública reconhecido pelo Decreto 
Legislativo nº 6, de 20 de março de 2020, e da 
emergência de saúde pública de importância 
internacional decorrente do coronavírus, de que 
trata a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020. 
A Lei nº 13.874/2019 (“Declaração de Direitos de 
Liberdade Econômica”) - promoveu alterações 
importante na CLT sobre a CTPS e jornada de 
Trabalho. 
CTPS 
Antes da Lei nº 
13.874/19 
Depois da Lei nº 
13.874/19 
A Carteira de Trabalho e 
Previdência Social era 
emitida apenas pelas 
Delegacias Regionais do 
Trabalho ou, mediante 
convênio, pelos órgãos 
A CTPS será emitida pelo 
Ministério da Economia 
preferencialmente em 
meio eletrônico. 
federais, estaduais e 
municipais da 
administração direta ou 
indireta (art. 14 da CLT) 
De acordo com o art. 29 
da CLT, a CTPS era 
obrigatoriamente 
apresentada, contra 
recibo, pelo trabalhador 
ao empregador, que tinha 
o PRAZO DE 48 HORAS
(QUARENTA E OITO
HORAS) para nela anotar,
especificamente, a data
de admissão, a
remuneração e as
condições especiais, se
houver, sendo facultada a
adoção de sistema
manual, mecânico ou
eletrônico, conforme
instruções do Ministério
do Trabalho (art. 29,
caput, da CLT).
O empregador terá o 
PRAZO DE 5 (CINCO) 
DIAS úteis para anotar na 
CTPS, em relação aos 
trabalhadores que admitir, 
a data de admissão, a 
remuneração e as 
condições especiais, se 
houver, facultada a 
adoção de sistema 
manual, mecânico ou 
eletrônico, conforme 
instruções a serem 
expedidas pelo Ministério 
da Economia. 
• A comunicação pelo
trabalhador do número de
inscrição no CPF ao
empregador equivale à
apresentação da CTPS em
meio digital, dispensado o
empregador da emissão
de recibo.
• Os registros eletrônicos
gerados pelo empregador
nos sistemas
informatizados da CTPS
em meio digital equivalem
às anotações a que se
refere esta Lei.
• O trabalhador deverá ter
acesso às informações da
sua CTPS no prazo de até
48 (quarenta e oito) horas
a partir de sua anotação.
Jornada de Trabalho 
Antes da Lei nº 13.874/19 Depois da Lei nº 13.874/19 
O registro dos horários de entrada e saída (cartão de 
ponto) era obrigatório para empresas com mais de 
10 empregados (art. 74, §2º, da CLT). 
Apenas os estabelecimentos com mais de 20 
empregados são obrigados a registrar o horário de 
entrada e saída de seus empregados (art. 74, §2º, CLT). 
Não havia previsão do registro de ponto por 
exceção. 
Fica permitida a utilização de registro de ponto por 
exceção à jornada regular de trabalho, mediante 
acordo individual escrito, convenção coletiva ou 
acordo coletivo de trabalho. Em outras palavras, se 
houver acordo com o empregado, é possível registrar 
apenas as horas extras (art. 70, §4º, da CLT). 
DIREITO PENAL 
Lei nº 13.968/2019 – Altera o art. 122 do CP, passando 
a prever a figura da automutilação no crime de 
induzimento, instigação e auxílio ao suicídio. 
Além disso, outras três inovações são importantes: 
a) o crime do art. 122 passou a ser crime formal, ou
seja, independentemente do resultado, a mera 
instigação, induzimento ou auxílio ao suicídio ou 
automutilação será considerada conduta típica; 
b) Se houver lesões graves à vítima na tentativa do
suicídio ou da automutilação, a pena será de 1 a 3 
anos, e se resultar morte, a pena será de 2 a 6 anos; 
c) acrescentou os parágrafos 6º e 7º ao art. 122,
estabelecendo que, se o crime for praticado contra 
menor de 14 anos ou contra quem, por enfermidade 
ou deficiência mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou que, por 
qualquer outra causa, não pode oferecer resistência, 
responde o agente pelo crime de homicídio (art. 121), 
se resultar morte ou lesão corporal (art. 129 do CP). 
Lei nº 13.964/19 - Denominada de Pacote Anticrime, 
introduziu diversas alterações no Código de 
Processo Penal, no Código Penal e em leis 
extravagantes. 
Vejamos as principais modificações: 
Inseriu o art. 91-A ao CP, que passou a prever um 
novo efeito extrapenal para os crimes com pena 
máxima superior a 6 anos, como forma de tentar 
combater a corrupção. O efeito extrapenal previsto é 
a perda dos bens do condenado incompatíveis com 
os valores de seus rendimentos, mesmo que esses 
bens não estejam diretamente relacionados com a 
prática do crime. 
Modificou o art. 116 do CP, acrescentado mais duas 
hipóteses de causas impeditivas da prescrição: III - na 
pendência de embargos de declaração ou de 
recursos aos Tribunais Superiores, quando 
inadmissíveis; e IV - enquanto não cumprido ou não 
rescindido o acordo de não persecução penal. 
Acrescentou o inciso VII ao § 2º do art. 157 do CP, 
deixando expresso que no crime de roubo praticado 
com o emprego de arma branca, a pena será 
aumentada de 1/3 até metade. Além disso 
acrescentou o § 2º-B, prevendo que, havendo 
violência ou grave ameaça com o emprego de arma 
de fogo de uso restrito ou proibido, a pena do crime 
de roubo será dobrada.
Como ficou o crime de roubo? 
Roubo com arma branca – Causa de aumento da pena de 1/3 até a metade. 
Roubo com arma de fogo – Causa de aumento da pena de 2/3 
Roubo com arma de fogo de uso restrito – Pena em dobro. 
Alterou o art. 171 do CP, passando a estabelecer que 
o estelionato (art. 171 do CP) será, como regra geral,
crime de ação penal condicionada à representação, 
salvo quando a vítima for: 
I - a Administração Pública, direta ou indireta; 
II -criança ou adolescente; 
III - pessoa com deficiência mental; ou 
 IV - maior de 70 (setenta) anos de idade ou incapaz. 
Alterou diversos dispositivos e acrescentou novas 
disposições ao art. 112 da LEP, que trata da 
Progressão de Regime, conforme esquematizado no 
quadro abaixo: 
Antes da Lei nº 13.964/19 Depois da Lei nº 13.964/19 
O requisito objetivo para a progressão da pena 
era estabelecido em fração, nos seguintes 
termos: 
• Infrações comuns: 1/6 da pena
• Primário que praticou crime hediondo ou
equiparado: 2/5 da pena
• Reincidente (específico ou não) que
praticou crime hediondo ou equiparado:
3/5 da pena.
O requisito objetivo passou a ser estabelecido 
em percentual, da seguinte forma: 
Primário que praticou infração comum sem 
violência ou grave ameaça: 16% da pena. 
Primário que praticou infração comum com 
violência ou grave ameaça: 20% da pena. 
Reincidente que praticou infração comum sem 
violência ou grave ameaça: 25 % da pena. 
Reincidente que praticou infração comum com 
violência ou grave ameaça: 30% da pena. 
Primário que praticou crime hediondo sem 
resultado morte: 40% da pena. 
Primário que praticou crime hediondo com 
resultado morte: 50% da pena, sendo vedado 
livramento condicional. 
Reincidente específico que praticou crime 
hediondo ou equiparado sem resultado morte: 
60% da pena. 
Reincidente específico que praticou crime 
hediondo ou equiparado com resultado morte: 
70% da pena. 
Primário ou reincidente que praticou crime de 
organização criminosa destinada a prática de 
crimes hediondos ou equiparado: 50% da pena 
vedado o livramento condicional. 
Primário ou reincidente que praticou o crime de 
milícia privada (art. 288-A do CP): 50% da pena. 
Acrescentou o § 5º, dispondo que não se 
considera hediondo ou equiparado, para os fins 
deste artigo, o crime de tráfico de drogas 
previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/2006, 
o que já era posicionamento majoritário do STF
e do STJ.
Acrescentou o parágrafo § 6º, que passou a 
estabelecer que “o cometimento de falta grave 
durante a execução da pena privativa de 
liberdade interrompe o prazo para a obtenção 
da progressão no regime de cumprimento da 
pena, caso em que o reinício da contagem do 
requisito objetivo terá como base a pena 
remanescente”. 
Promoveu alterações importantes no art. 1º da Lei nº 8.072/90 a respeito dos crimes considerados hediondos: 
Antes da Lei nº 13.964/19 Depois da Lei nº 13.964/19 
O inciso II previa apenas o latrocínio (resultado 
morte) como crime hediondo. 
Passou a prever as seguintes modalidades de 
roubo como crimes hediondos: 
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da
vítima (art. 157, § 2º, V);
b) circunstanciado pelo emprego de arma de
fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou pelo emprego
de arma de fogo de uso proibido ou restrito;
ATENÇÃO: roubo com arma branca não 
é hediondo. 
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave
ou morte (art. 157, § 3º);
O inciso III previa apenas a extorsão com 
resultado morte como crime hediondo (art. 158, 
§ 2º, do CP)
Passou a prever que é considerado crime 
hediondo a extorsão qualificada pela restrição da 
liberdade da vítima, ocorrência de lesão corporal 
ou morte (art. 158, § 3º). 
Portanto, com a nova redação, o sequestro 
relâmpago passou a ser considerado crime 
hediondo. 
Nenhuma espécie de furto era considerada 
crime hediondo. 
Acrescentou o inciso IX ao art. 1º da Lei nº 
8.072/90, dispondo que o furto qualificado pelo 
emprego de explosivo ou de artefato análogo 
que cause perigo comum (art. 155, § 4º-A) é 
crime hediondo. 
Alterou o § 1º do art. 17 da Lei nº 8.429/92, que 
passou a autorizar a celebração de acordo de não 
persecução cível nas ações de improbidade 
administrativa, o que já encontrava amparo na 
jurisprudência do STJ. 
Acrescentou o § 6º ao art. 1º da Lei nº 9.613/98, que 
passou a permitir a utilização da ação controlada e 
da infiltração de agentes para os crimes de "lavagem" 
ou ocultação de bens, direitos e valores. 
Ação controlada Infiltração de agentes 
Ação controlada: Trata-se exemplo de flagrante 
retardado e ocorre quando há o retardamento 
da intervenção da autoridade policial ou 
administrativa para que a prisão seja realizada 
posteriormente, no momento mais eficaz à 
formação de provas e obtenção de informações. 
É importante destacar que a ação controlada 
será previamente comunicada ao juiz 
competente que, se for o caso, estabelecerá os 
seus limites e comunicará ao Ministério Público. 
Infiltração de agentes: Prevista inicialmente no 
art. 10 e seguintes da lei n. 12.850/2013 
(organizações criminosas), significa a inserção 
proposital e dissimulada de agente policial com 
o fim de obter provas eficazes para combater o
crime.
Lei nº 13.894/2019 - Promoveu três alterações 
importantes na Lei Maria da Penha: 
a) Acrescentou o inciso III ao § 2º do art. 9º,
estabelecendo que, entre as medidas que o juiz 
deve assegurar à mulher em situação de violência 
doméstica e familiar, está também o 
encaminhamento à assistência judiciária, inclusive 
para eventual ajuizamento da ação de separação 
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou 
de dissolução de união estável perante o juízo 
competente (obs.: A assistência jurídica será 
prestada pela Defensoria Pública) 
b) Alterou o art. 11, estabelecendo que a
autoridade policial também deve, no atendimento 
à mulher em situação de violência doméstica, 
informar à ofendida os direitos a ela conferidos e 
os serviços disponíveis, o que inclui o direito de 
assistência judiciária para o eventual ajuizamento 
perante o juízo competente da ação de separação 
judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou 
de dissolução de união estável. 
c) Modificou o inciso II do art. 18 para deixar claro
que, se o juiz receber o pedido de medida protetiva 
poderá, entre as medidas protetivas, determinar o 
encaminhamento da ofendida à assistência 
judiciária, o que abrange o direito de ajuizar ações 
de separação judicial, de divórcio, de anulação de 
casamento ou de dissolução de união estável. 
Lei nº 13.869/2019 (Lei de Abuso de Autoridade) - 
Revogou a Lei nº 4.898/65, passando a disciplinar os 
crimes de abuso de autoridade. Vejamos os 
principais pontos da Nova Lei. 
Sujeito Ativo: agentes públicos em sentido amplo, ou 
seja, aos servidores dos três Poderes, incluindo a 
Administração Pública Direta, Indireta e Fundacional, 
mesmo que em exercício transitório ou sem 
remuneração, sob qualquer forma de investidura ou 
vínculo. 
Dolo Específico: Todos os tipos penais previstos na 
lei de abuso de autoridade exigem dolo específico 
do agente, ou seja, que ele tenha uma das seguintes 
finalidades: a) prejudicar outrem ou beneficiar a si 
mesmo ou a terceiro, b) por mero capricho ou 
satisfação pessoal. 
Atenção: o § 2º do art. 1º da Lei nº 13.869/2019 é 
expresso no sentido de que a divergência na 
interpretação de lei ou na avaliação de fatos e provas 
não configura abuso de autoridade. 
Ação Penal: todos os crimes previstos na Lei nº 
13.869/2019 são crimes de ação penal pública 
incondicionada. 
Efeitos da condenação: a condenação terá efeitos 
automáticos e não automáticos. 
Efeitos automáticos Efeitos não automáticos 
I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano 
causado pelo crime 
II - inabilitação para o exercício de cargo, 
mandato ou função pública, pelo período de 1 
(um) a 5 (cinco) anos; 
III - perda do cargo, do mandato ou da função 
pública. 
Obs.: Esses efeitos devem ser motivados na 
sentença e são aplicados apenas aos reincidentes 
em crime de abuso de autoridade. 
Crimes mais importantes: 
Art. 21. Manter presos de ambos os sexos na mesma 
cela ou espaço de confinamento: Pena - detenção, de 
1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem 
mantém, na mesma cela, criança ou adolescente na 
companhia de maiorde idade ou em ambiente 
inadequado, observado o disposto na Lei nº 8.069, de 
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do 
Adolescente) 
Art. 27. Requisitar instauração ou instaurar 
procedimento investigatório de infração penal ou 
administrativa, em desfavor de alguém, à falta de 
qualquer indício da prática de crime, de ilícito 
funcional ou de infração administrativa. Pena - 
detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa 
(crime de menor potencial ofensivo). 
Parágrafo único. Não há crime quando se tratar de 
sindicância ou investigação preliminar sumária, 
devidamente justificada. 
Art. 28. Divulgar gravação ou trecho de gravação sem 
relação com a prova que se pretenda produzir, 
expondo a intimidade ou a vida privada ou ferindo a 
honra ou a imagem do investigado ou acusado: Pena 
- detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 33. Exigir informação ou cumprimento de 
obrigação, inclusive o dever de fazer ou de não fazer, 
sem expresso amparo legal: Pena - detenção, de 6 
(seis) meses a 2 (dois) anos, e multa (crime de menor 
potencial ofensivo). 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem se 
utiliza de cargo ou função pública ou invoca a 
condição de agente público para se eximir de 
obrigação legal ou para obter vantagem ou privilégio 
indevido (exemplo: “carteirada” para entrar em show). 
Art. 36. Decretar, em processo judicial, a 
indisponibilidade de ativos financeiros em quantia que 
extrapole exacerbadamente o valor estimado para a 
satisfação da dívida da parte e, ante a demonstração, 
pela parte, da excessividade da medida, deixar de 
corrigi-la: Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) 
anos, e multa. 
Art. 38. Antecipar o responsável pelas investigações, 
por meio de comunicação, inclusive rede social, 
atribuição de culpa, antes de concluídas as apurações 
e formalizada a acusação: Pena - detenção, de 6 (seis) 
meses a 2 (dois) anos, e multa. 
PROCESSO PENAL 
Lei nº 13.869/2019 (abuso de autoridade) - Alterou o 
art. 2º da Lei nº 7.960/1989 (prisão temporária), 
passando-se a exigir que mandado de prisão 
contenha o período de duração da prisão 
temporária, indicando o dia em que o preso será 
solto. 
Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a 
autoridade responsável pela custódia deverá, 
independentemente de nova ordem da autoridade 
judicial, por imediatamente o preso em liberdade, 
salvo se já tiver sido comunicada da prorrogação da 
prisão temporária ou da decretação da prisão 
preventiva. 
Lei nº 13.964/19 (Pacote Anticrime) – Introduziu 
diversas alterações no Código de Processo Penal. 
Vejamos as principais: 
Inseriu o art. 14-A no CPP - De acordo com o novo 
artigo, havendo investigação criminal por uso de 
força letal, consumada ou tentada, mesmo em 
hipótese de excludente de ilicitude (legítima defesa, 
estado de necessidade, estrito cumprimento de 
dever legal e exercício regular de direito) o 
investigado deverá ser citado da instauração do 
procedimento investigatório, podendo constituir 
defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas 
a contar do recebimento da citação. 
Acrescenta o art. 28-A ao CPP, prevendo 
expressamente o acordo de não persecução penal.
ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL 
Os requisitos para o acordo de não persecução penal são os seguintes: 
a) Não deve ser caso de arquivamento (MP entende que é caso de denúncia)
b) Confissão formal e circunstancialmente (o investigado precisa trazer elementos que convençam o MP)
c) Infração penal sem violência ou grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 anos
Hipóteses em que o acordo de não persecução penal não pode ser aplicado: 
I - se for cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos termos da lei; 
II - se o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios que indiquem conduta criminal habitual, 
reiterada ou profissional, exceto se insignificantes as infrações penais pretéritas; 
III - ter sido o agente beneficiado nos 5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não 
persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; e 
IV - nos crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados contra a mulher por razões 
da condição de sexo feminino, em favor do agressor. 
O acordo de não persecução deve prever as seguintes condições, ajustadas cumulativa e alternativamente: 
I - reparar o dano ou restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo; 
II - renunciar voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como instrumentos, produto ou 
proveito do crime; 
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada 
ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da execução, na forma do art. 46 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal); 
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos termos do art. 45 do Decreto Lei nº 2.848, de 7 de dezembro 
de 1940 (Código Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da execução, que 
tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados 
pelo delito; ou 
V - cumprir, por prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que proporcional e 
compatível com a infração penal imputada. 
De acordo com o § 3º, o acordo de não persecução penal será formalizado por escrito e será firmado pelo 
membro do Ministério Público, pelo investigado e por seu defensor. 
Já o § 4º dispõe que, para a homologação do acordo de não persecução penal, será realizada audiência na qual 
o juiz deverá verificar a sua voluntariedade, por meio da oitiva do investigado na presença do seu defensor, e sua
legalidade.
De acordo com o § 12, a celebração e o cumprimento do acordo de não persecução penal não constarão de 
certidão de antecedentes criminais, exceto para os fins previstos no inciso III do § 2º deste artigo. Ou seja, não 
caracteriza reincidência, mas deve constar em registro para fins de observância do prazo de 5 anos, tempo 
necessário para concessão de um novo acordo de não persecução penal. 
Registra-se, por fim, que, se o membro do MP não concordar com o acordo de não persecução penal, embora 
presentes os requisitos para tanto, permite-se o encaminhamento para o órgão de revisão do MP, com a 
aplicação das mesmas regras do art. 28 do CPP. 
Altera da redação do art. 283 do CPP, para deixar 
claro, com base na última decisão do STF no final de 
2019, de que não é possível a prisão antes do trânsito 
em julgado da decisão, salvo no caso de prisão em 
flagrante e também de prisão cautelar. 
Altera o art. 311 do CPP, para deixar claro que não é 
possível a aplicação da prisão preventiva de ofício 
pelo magistrado. 
Desse modo, o juiz, seja na fase executiva ou na fase 
judicial, somente pode determinar a prisão 
preventiva a requerimento das autoridades 
competentes (Ministério Público, querelante, 
assistente ou por representação da autoridade 
policial). 
Altera do § 2º do art. 313 do CPP, deixando expresso 
o posicionamento da jurisprudência majoritária, de
que não será admitida a decretação da prisão 
preventiva com a finalidade de antecipação de 
cumprimento de pena ou como decorrência 
imediata de investigação criminal ou da 
apresentação ou recebimento de denúncia. 
Modifica a redação do art. 316 do CPP, dispondo que 
a revogação da prisão preventiva poderá ser feita de 
ofício pelo juiz, além do que acrescenta o parágrafo 
único ao artigo 316 pra dispor que, decretada a 
prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão 
revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 
(noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de 
ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal. 
DIREITO CIVIL 
Lei nº 13.874/19 (Declaração de Direitos de Liberdade Econômica) –Introduziu modificações no art. 50 do 50 CC 
(desconsideração da personalidade jurídica) e no art. 113 do CC (interpretação do negócio jurídico). 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
ANTES DA LEI N º 13.874/19 DEPOIS DA LEI N º 13.874/19 
O art. 50 do CC não trazia o conceito de desvio 
de finalidade ou confusão patrimonial, para fins 
de desconsideração da personalidade jurídica. 
O art. 50 do CC passou a definir o que é desvio 
de finalidade e confusão patrimonial. 
• Desvio de finalidade: é a utilização dolosa (não
pode por “culpa”) da pessoa jurídica com o
propósito de lesar credores e para a prática de
atos ilícitos de qualquer natureza.
• Confusão patrimonial: ausência de separação
de fato entre os patrimônios, caracterizada por: I
- cumprimento repetitivo pela sociedade de
obrigações do sócio ou do administrador ou
vice-versa; II - transferência de ativos ou de
passivos sem efetivas contraprestações, exceto o
de valor proporcionalmente insignificante; e III -
outros atos de descumprimento da autonomia
patrimonial.
Não havia previsão expressa no código civil 
sobre a desconsideração inversa da 
personalidade jurídica. 
O §3º do art. 50 do CC, ao dispor que o disposto 
no caput e nos § 1º e § 2º também se aplica à 
extensão das obrigações de sócios ou de 
administradores à pessoa jurídica, passou a 
prever a desconsideração inversa de 
personalidade jurídica. 
INTERPRETAÇÃO DO NEGÓCIO JURÍDICO 
ANTES DA LEI N º 13.874/19 DEPOIS DA LEI N º 13.874/19 
O art. 113 do CC estabelecia que os negócios 
jurídicos devem ser interpretados conforme a 
boa-fé e os usos do lugar de sua celebração. 
Foram acrescentados 2 parágrafos ao art. 113 do 
CC, estabelecendo que: 
§ 1º A interpretação do negócio jurídico deve lhe
atribuir o sentido que:
I - for confirmado pelo comportamento das partes 
posterior à celebração do negócio; 
II - corresponder aos usos, costumes e práticas do 
mercado relativas ao tipo de negócio; 
III - corresponder à boa-fé; 
IV - for mais benéfico à parte que não redigiu o 
dispositivo, se identificável; e 
V - corresponder a qual seria a razoável negociação 
das partes sobre a questão discutida, inferida das 
demais disposições do negócio e da racionalidade 
econômica das partes, consideradas as informações 
disponíveis no momento de sua celebração. 
§ 2º As partes poderão livremente pactuar regras
de interpretação, de preenchimento de lacunas e
de integração dos negócios jurídicos diversas
daquelas previstas em lei.
Lei nº 13.811/2019 (Direito Civil) – Altera o art. 1.520 do Código Civil vedando, em qualquer hipótese, o casamento 
de pessoa menor de 16 anos de idade 
Antes da Lei nº 13.811/2019 Depois da Lei nº 13.811/2019 
Era possível o casamento de pessoa menor de 
16 anos de idade, em caso de gravidez. 
Não é mais possível o casamento de pessoa 
menor de 16 anos de idade 
DIREITO EMPRESARIAL 
Lei nº 13.966/2019 – Dispõe sobre o sistema de 
franquia empresarial, revogando a Lei nº 8.955/94. 
Abaixo, sintetizamos as alterações mais importantes 
sobre a nova Lei de Franquias: 
Além de não caracterizar relação de emprego, deixa 
expresso que a franquia não caracteriza relação de 
consumo (art. 1º, caput, da Lei nº 13.966/19); 
Prevê expressamente que a franquia pode ser 
adotada por empresa privada, empresa estatal ou 
entidade sem fins lucrativos, independentemente do 
segmento em que desenvolva as atividades (art. 1º, § 
1º, da Lei nº 13.966/19); 
Estabelece, no art. 2º, novos requisitos mínimos para 
a Circular de Oferta e Franquia. Vejamos os 
principais: 
(...) 
IX - informações claras quanto a taxas periódicas e 
outros valores a serem pagos pelo franqueado ao 
franqueador ou a terceiros por este indicados, 
detalhando as respectivas bases de cálculo e o que elas 
remuneram ou o fim a que se destinam, indicando, 
especificamente, o seguinte: 
a) remuneração periódica pelo uso do sistema, da
marca, de outros objetos de propriedade intelectual do 
franqueador ou sobre os quais este detém direitos ou, 
ainda, pelos serviços prestados pelo franqueador ao 
franqueado; 
b) aluguel de equipamentos ou ponto comercial;
c) taxa de publicidade ou semelhante;
d) seguro mínimo;
XVII - indicação da existência ou não de regras de 
transferência ou sucessão e, caso positivo, quais são elas; 
XVIII - indicação das situações em que são aplicadas 
penalidades, multas ou indenizações e dos respectivos 
valores, estabelecidos no contrato de franquia; 
XIX - informações sobre a existência de cotas mínimas 
de compra pelo franqueado junto ao franqueador, ou a 
terceiros por este designados, e sobre a possibilidade e 
as condições para a recusa dos produtos ou serviços 
exigidos pelo franqueador; 
XX - indicação de existência de conselho ou associação 
de franqueados, com as atribuições, os poderes e os 
mecanismos de representação perante o franqueador, e 
detalhamento das competências para gestão e 
fiscalização da aplicação dos recursos de fundos 
existentes; 
XXI - indicação das regras de limitação à concorrência 
entre o franqueador e os franqueados, e entre os 
franqueados, durante a vigência do contrato de 
franquia, e detalhamento da abrangência territorial, do 
prazo de vigência da restrição e das penalidades em 
caso de descumprimento; 
XXII - especificação precisa do prazo contratual e das 
condições de renovação, se houver; 
XXIII - local, dia e hora para recebimento da 
documentação proposta, bem como para início da 
abertura dos envelopes, quando se tratar de órgão ou 
entidade pública. 
Lei nº 13.874/2019 (“Declaração de Direitos de 
Liberdade Econômica”) – Passou a prever a 
possibilidade da Sociedade Unipessoal Limitada (art. 
1.052, parágrafo único, do CC). 
ANTES DA LEI N º 13.874/19 DEPOIS DA LEI N º 13.874/19 
Apenas exista a possibilidade de empresa 
unipessoal no caso da EIRELI (Requisitos: pessoa 
natural pode constituir uma única EIRELI e o 
capital deve ser superior a 100 vezes o salário-
mínimo). 
Passou-se a permitir a Sociedade Unipessoal 
Limitada (art. 1.052, parágrafo único, do CC) 
PROCESSO CIVIL 
Lei nº 13.894/19 - Altera o Código de Processo Civil 
estabelecendo regras importantes no caso de vítimas 
de violência doméstica. 
Acrescentou a alínea “d” ao inciso I do art. 53, criando 
uma nova regra de competência para a ação de 
divórcio, separação, anulação de casamento e 
reconhecimento ou dissolução de união estável, 
dispondo que também é competente “o domicílio da 
vítima de violência doméstica e familiar, nos termos 
da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha)”. 
Entendemos, inclusive, que, apesar da posição 
topográfica inferior, essa regra deve prevalecer sobre 
as demais alíneas do inciso I. 
Acrescentou o parágrafo único ao art. 698, dispondo 
que o Ministério Público intervirá, quando não for 
parte, nas ações de família em que figure como parte 
vítima de violência doméstica e familiar, nos termos 
da Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). 
Acrescentou o inciso III ao art. 1.048, inserindo mais 
uma hipótese de tramitação preferencial do 
processo, qual seja, quando se tratar de processo 
que trata de violência doméstica. 
ECA 
Lei nº 13.824/2019 (ECA) – Alterou o art.132 do ECA para dispor que os conselheiros tutelares poderão ser 
reconduzidos ao cargo de forma ilimitada. 
Antes da Lei nº 13.824/2019 Depois da Lei nº 13.824/2019 
Era possível a recondução dos conselheiros 
tutelares ao cargo apenas uma vez. 
A recondução pode ser feita de forma ilimitada. 
Lei nº 13.812/2019 (ECA) – Realizou uma pequena modificação no Estatuto da Criança e do Adolescente, alterando 
o art. 83 do ECA, para estender a aplicação da norma também para os adolescentes menores de 16 anos.
Antes da Lei nº 13.812/2019 Depois da Lei nº 13.812/2019 
 O art. 83 do ECA estabelecia que nenhuma 
criança poderia viajar para fora da comarca onde 
reside, desacompanhada dos pais ou 
responsável, salvonas seguintes situações: a) 
quando se de comarca contígua à da residência 
da criança, se na mesma unidade da Federação, 
ou incluída na mesma região metropolitana e b) 
a criança estivesse acompanhada de ascendente 
ou colateral maior, até o terceiro grau (irmãos, 
tios e sobrinhos), comprovado 
documentalmente o parentesco; de pessoa 
maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe 
ou responsável. 
A Lei nº 13.812/2019 alterou o art. 83 do ECA 
apenas para estender a aplicação da norma 
também para os adolescentes menores de 16 
anos. 
Desse modo, antes da Lei nº 13.812/2019, o art. 83 do ECA era aplicado apenas às crianças. Após a Lei, o artigo 
passou a ser aplicado também aos adolescentes menores de 16 anos. 
Para não deixar nenhuma dúvida, vamos resumir como ficou: 
Viagem nacional no ECA. 
> Adolescentes maiores de 16 anos: Podem Viajar desacompanhados.
> Crianças e Adolescentes menores de 16 anos: Não podem viajar desacompanhados de ao menos um dos
pais ou responsável, salvo: a) quando se tratar de comarca contígua à da residência da criança, se na mesma
unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana e b) a criança ou adolescente estiver
acompanhada de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau (irmãos, tios e sobrinhos), comprovado
documentalmente o parentesco; de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável.
LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS (LGPD) 
A LGPD foi citada expressamente no edital do XXXII 
Exame nas matérias de Administrativo, de Trabalho e 
Processo do Trabalho, mas ela pode ser cobrada 
também em Direito Civil e Eca, por isso resolvemos 
trazer os principais pontos da lei em um item isolado. 
Objeto de Proteção da Lei: a LGPD se preocupa com 
a proteção do “tratamento dos dados” pessoais, 
considerados todos os dados capazes de identificar 
uma pessoa, tanto na forma direta quanto na forma 
indireta. 
Tratamento de dados: “toda operação realizada com 
dados pessoais, como as que se referem a coleta, 
produção, recepção, classificação, utilização, acesso, 
reprodução, transmissão, distribuição, 
processamento, arquivamento, armazenamento, 
eliminação, avaliação ou controle da informação, 
modificação, comunicação, transferência, difusão ou 
extração”. 
Titular do direito: a lei protege apenas as pessoas 
físicas. Dados fornecidos pelas empresas não são 
protegidos pela lei! 
Exemplo: A empresa XYZ Ltda procura uma 
agência de marketing e fornece diversos dados 
empresariais na contratação dos serviços. Nesse 
caso, os dados fornecidos pela XYZ Ltda não são 
protegidos pela LGPD. 
Quem pode ser responsabilizado pela LGPD: 
pessoas jurídicas de direito público ou privado e as 
pessoas físicas, com finalidade econômica, que 
fizerem tratamento dos dados pessoais (coleta, 
armazenamento, utilização, etc.). Preste atenção: 
pessoa física, sem finalidade econômica, não pode 
ser responsabilizada pela LGPD! 
Exemplo: João pretende fazer um evento, sem fins 
econômicos, para divulgar o trabalho da sua 
entidade beneficente. Para tanto, coleta dados 
pessoais de dezenas de pessoas, para informa-las 
sobre a realização e data do evento. Nesse caso, 
por coletar dados pessoais, João NÃO poderá ser 
responsabilizado pela LGPD, caso esses dados não 
sejam devidamente protegidos. 
Situações em que não se aplica a LGPD: 
Quando o tratamento de dados for: 
I. realizado por pessoa natural para fins exclusivamente
particulares e não econômicos; 
II. realizado para fins exclusivamente: a) jornalístico e
artísticos; ou b) acadêmicos, aplicando-se a esta 
hipótese os arts. 7º e 11 da Lei (deve-se garantir, sempre 
que possível, a anonimização dos dados pessoais 
sensíveis); 
Exemplo: Emissora de televisão que coletou dados 
pessoais para fazer uma reportagem ou para a 
realização de um programa artístico. 
III - realizado para fins exclusivos de: a) segurança 
pública; b) defesa nacional; c) segurança do Estado; ou 
d) atividades de investigação e repressão de infrações
penais; ou 
Exemplo: dados pessoais coletados para subsidiar 
uma investigação sobre tráfico de drogas. 
IV - provenientes de fora do território nacional e que 
não sejam objeto de comunicação, uso compartilhado 
de dados com agentes de tratamento brasileiros ou 
objeto de transferência internacional de dados com 
outro país que não o de proveniência, desde que o país 
de proveniência proporcione grau de proteção de 
dados pessoais adequado ao previsto nesta Lei. 
Exemplo: Empresa estrangeira que coletou dados 
pessoais no seu site, mas não realizou 
compartilhamento dos dados com agentes de 
tratamento no Brasil. 
Principais responsáveis pelos dados pessoais: 
a) Controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito
público ou privado, a quem competem as
decisões referentes ao tratamento de dados
pessoais.
Exemplo: empresa que coleta diretamente dados 
dos seus clientes por meio de formulários 
eletrônicos ou em papel. 
b) Operador: pessoa natural ou jurídica, de direito
público ou privado, que realiza o tratamento de
dados pessoais em nome do controlador.
Exemplo: Empresa de marketing contratada para 
fazer propaganda na internet para os clientes da 
empresa controladora. 
Dados sensíveis: são dados que exigem uma 
proteção especial, porque, se utilizados 
indevidamente, podem levar o titular dos dados 
sofrer discriminação. De acordo com a lei, dado 
sensível é informação pessoal “sobre origem racial ou 
étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a 
sindicato ou a organização de caráter religioso, 
filosófico ou político, dado referente à saúde ou à 
vida sexual, dado genético ou biométrico, quando 
vinculado a uma pessoa natural”. 
Dados anonimizados (art. 12): os dados 
anonimizados não serão considerados dados 
pessoais, salvo quando o processo de anonimização 
ao qual foram submetidos for revertido, utilizando 
exclusivamente meios próprios, ou quando, com 
esforços razoáveis, puder ser revertido. 
A determinação do que seja razoável deve levar em 
consideração fatores objetivos, tais como custo e 
tempo necessários para reverter o processo de 
anonimização, de acordo com as tecnologias 
disponíveis, e a utilização exclusiva de meios 
próprios. 
Exemplificando: Os dados criptografados pelo 
WhatsApp, por exemplo, são resguardados com 
tecnologia de ponta, por isso não são 
considerados dados pessoais para a LGPD. 
Entretanto, se os dados criptografados puderem 
ser revertidos sem muito esforço, aí serão 
considerados dados pessoais. 
Estudos em saúde pública (Art. 13): Na realização de 
estudos em saúde pública, os órgãos de pesquisa 
poderão ter acesso a bases de dados pessoais, que 
serão tratados exclusivamente dentro do órgão e 
estritamente para a finalidade de realização de 
estudos e pesquisas e mantidos em ambiente 
controlado e seguro, incluindo, sempre que possível, 
a anonimização ou pseudonimização dos dados, 
bem como considerem os devidos padrões éticos 
relacionados a estudos e pesquisas. 
A divulgação dos resultados ou de qualquer excerto 
do estudo ou da pesquisa em nenhuma hipótese 
poderá revelar dados pessoais. Além disso, não é 
permitida, em circunstância alguma, a transferência 
dos dados a terceiro. 
Exemplo: Imagine um órgão de pesquisa que está 
realizando estudo e testes de vacina contra a 
COVID na população brasileira. O órgão poderá 
armazenar os dados pessoais das pessoas 
testadas, devendo, sempre que possível, utilizar a 
anonimização ou pseudonimização dos dados. 
Em nenhuma hipótese o órgão poderá revelar 
dados pessoais das pessoas que se submeteram 
aos testes, nem divulgar os dados a terceiros. 
Dados pessoais de criança e adolescente (art. 14): o 
tratamento de dados de criança e adolescente 
precisa do consentimento de um dos pais ou do 
responsável legal, salvo para contatar os pais ou o 
responsável legal, utilizados uma única vez e sem 
armazenamento,ou para sua proteção, e em 
nenhum caso poderão ser repassados a terceiro sem 
o consentimento por um dos pais ou responsável
legal. 
Exemplo: Ana, com 10 anos de idade, se perde em 
um parque de diversão. Nesse caso, o parque 
poderá pegar os dados da criança para entrar em 
contato com o responsável legal, mas os dados 
fornecidos pela criança poderão ser utilizados 
apenas para essa finalidade e não poderão ser 
armazenados pela empresa. 
Requisitos para tratamento de dados pessoais: 
necessidade de concordância da pessoa titular dos 
dados, devendo a finalidade de coleta de dados ser 
expressa. O consentimento deve ser dado por escrito 
ou por outro meio que demonstre a manifestação de 
vontade do titular. 
Exceções: Principais situações que dispensam o 
consentimento: 
a) Para o cumprimento de obrigação legal ou
regulatória pelo controlador; 
b) Pela administração pública, para o tratamento e uso
compartilhado de dados necessários à execução de 
políticas públicas previstas em leis; 
c) Para a realização de estudos por órgão de pesquisa;
d) Quando necessário para a execução de contrato ou
de procedimentos preliminares relacionados a contrato 
do qual seja parte o titular, a pedido do titular dos 
dados; 
e) Para o exercício regular de direitos em processo
judicial, administrativo ou arbitral 
f) Para a proteção da vida ou da incolumidade física do
titular ou de terceiro 
g) Para a tutela da saúde, exclusivamente, em
procedimento realizado por profissionais de saúde, 
serviços de saúde ou autoridade sanitária. 
h) Para a proteção do crédito.
Direitos do Titular (art. 18): quem forneceu os dados 
pessoais tem o direito de ter confirmação da 
existência do tratamento, acesso, correção, 
portabilidade, eliminação dos dados utilizados sem 
consentimento, além da revogação do 
consentimento. O titular tem o direito de saber qual 
a finalidade específica do tratamento, a forma e 
duração, o contato do controlador, se há uso 
compartilhado e quais as responsabilidades dos 
agentes que realizam o tratamento. 
Revogação do consentimento (art. 8º § 5º): o 
consentimento pode ser revogado a qualquer 
momento mediante manifestação expressa do titular, 
por procedimento gratuito e facilitado, ratificados os 
tratamentos realizados sob amparo do consentimento 
anteriormente manifestado enquanto não houver 
requerimento de eliminação. 
Transferência internacional de dados (art. 33): a 
transferência somente pode ocorrer para países que 
proporcionem proteção dos dados conforme 
previsto na LGPD ou em nas situações específicas 
previstas no próprio artigo. 
Tratamento de dados pessoais pelo Poder Público 
(art. 23): O tratamento de dados pessoais pelas 
pessoas jurídicas de direito público deverá ser realizado 
para atendimento de sua finalidade pública, devendo 
fornecer informações claras e atualizadas sobre a 
previsão legal, a finalidade, os procedimentos e as 
práticas utilizadas para a execução do tratamento de 
dados, em veículos de fácil acesso, preferencialmente 
em seus sítios eletrônicos. 
Regras importantes: 
a) Os serviços notariais e de registro exercidos em
caráter privado, por delegação do Poder Público, 
terão o mesmo tratamento dispensado às pessoas 
jurídicas de Direito Público, devendo fornecer acesso 
aos dados por meio eletrônico para a administração 
pública, na persecução do interesse público. 
b) Empresas públicas e sociedades de economia
mista que atuam em regime de concorrência 
(atividade econômica), terão o mesmo tratamento 
dispensado às pessoas jurídicas de direito privado 
particulares, nos termos desta Lei. 
c) As empresas públicas e as sociedades de economia
mista, quando estiverem operacionalizando políticas 
públicas e no âmbito da execução delas, terão o 
mesmo tratamento dispensado aos órgãos e às 
entidades do Poder Público. 
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