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1 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA 1M3 – Diabetes Em Gestantes DIABETES GESTACIONAL: o É qualquer intolerância a glicose, de magnitude variável, com início ou diagnóstico durante a gestação. o Pode ou não persistir após o parto. o Os hormônios placentários criam uma resistência à insulina, que se torna mais pronunciada no último trimestre. o Não exclui a possibilidade de a condição existir antes da gravidez. o Ocorrem em 1%-14% de todas as gestações sendo associado a aumento de morbidade e mortalidade perinatal. o Paciente com DM gestacional devem ser reavaliadas quatro a seis semanas após o parto e reclassificadas. o Existe risco de 17%-63%de desenvolvimento de DM2 dentro de 5-16 anos após o parto. TRATAMENTO DIABETES GESTACIONAL: Dieta (inicial) – após duas semanas de dieta o Glicemia de jejum ≥ 95mg/dL o 1h pós-prandial ≥ 140 mg/dl o Ou 2 h pós-prandiais ≥120mg/dl ✓ Dose inicial de insulina deve ser em torno de 0,5 U/kg com ajustes individualizados para cada caso. ✓ Associam-se insulinas humanas de ações intermediária e rápida. ✓ Aspart e lispro (insulinas ultrarrápidas – usadas antes ou imediatamente após as refeições) têm vantagens sobre a insulina regular – melhor controle pós-prandiais com menor ocorrência de hipoglicemias. CLASSIF ICAÇÃO DE R ISCO NA GESTAÇÃO: A – Estudos controlados em mulheres grávidas: não demonstrou risco para o feto. B – Estudos em animais não demonstraram risco fetal, mas também não há estudos controlados em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram riscos, mas que não foram confirmados em estudos controlados em mulheres grávidas. C – Não foram realizados estudos em animais e nem em mulheres grávidas; ou então, os estudos em animais revelaram risco, mas não existem estudos disponíveis realizados em mulheres grávidas. D – Evidências positivas de risco fetal humano, no entanto os benefícios potenciais para a mulher podem, eventualmente, justificar o risco. X – Em animais e mulheres gravidas, o fármaco provocou anomalias fetais, havendo clara evidência de risco para o feto que é maior do que qualquer benefício possível para a paciente. Insulina é autacoide – medicamento, mas também é produzido pelo próprio corpo. INSULINA: Células beta que secretam insulina (hormônio peptídico): 51 aminoácidos 2 cadeias peptídicas A: 21 aminoácidos B: 30 aminoácidos Pontes dissulfeto Produção de insulina: o Retículo endoplasmático rugoso – pré-pró- insulina o Complexo de Golgi (clivagem) – pró-insulina o Grânulos secretórios – endopeptidases dependentes de Ca+ - PC2 e PC3 o Insulina – liberada por exocitose. Perfis de ação das insulinas: Iniciar a insulinoterapia 2 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA NPH – é a mais usada, boa, barata e não falta no SUS. Insulinograma – Se mostrar que só há liberação de insulina após 1h30min: glibenclamida/sulfanoreias. Se libera insulina no prazo: metformina Estímulos para secreção de insulina o Glicose, aminoácidos, ácidos graxos o Estimulação nervosa parassimpática o Hormônios do TGI (incretinas) Inibição na secreção de insulina o Sistema nervoso simpático (alfa 2) o Insulina o Glucagon AÇÕES DA INSULINA: TRANSPORTADORES DA GLICOSE EM HUMANOS: GLUT-1 – Todos os tecidos; captação basal de glicose GLUT-2 – Fígado e células pancreáticas tipo beta; captação de glicose na hiperglicemia. GLUT-3 – Todos os tecidos; captação basal de glicose. GLUT-4 – Músculo esquelético e tecido adiposo. Captação de glicose dependente de insulina. GLUT-5 – Intestino delgado e espermatozóides. Transportador de frutose. LIBERAÇÃO DE INSULINA DO PÂNCREAS: A secreção de insulina é estimulada por substratos energéticos metabolizáveis pela célula B pancreática, sendo a glicose o secretagogo mais importante. A glicose é transportada para o interior da célula B por uma proteína integral de membrana, denominada Glut2. Esta proteína possui um elevado Km (entre 15 e 20mmol/L, portanto não saturável em concentrações fisiológicas de glicose) e um Vmax muito elevado, permitindo que o transporte de glicose aumente rapidamente quando a glicemia se eleva. Liberação de insulina • Glicose entra na célula B do pâncreas pelo transportador Glut 2 • METABOLISMO INTRACELULAR DE GLICOSE ATP fecha canais de K+ ATP dependentes despolariza a membrana • Abertura de canais de Ca2+ voltagem dependentes influxo de Ca2+ secreção de insulina MECANISMO: A estimulação das células B pela glicose leva à ativação de isoformas da fosfolipase C (PLC), promovendo a hidrólise de fosfolípides de membrana e gerando inositol 1-4-5-trifosfato (IP3) e diacilglicerol (DAG). O IP3 ativa os canais de cálcio localizados na membrana do retículo endoplasmático com a saída de cálcio da organela e aumento da concentração desse íon no citossol. O DAG, por sua vez, também produz o mesmo efeito sobre a concentração de cálcio intracelular, ao ativar os canais de cálcio sensíveis à voltagem da membrana plasmática, permitindo a passagem do cátion do meio extracelular para o intracelular (5,6). O DAG também ativa a proteína quinase C (PKC) (7), que ativa proteínas dos grânulos secretórios de insulina que, juntamente com o Ca2+, promoverão a ativação do sistema de microtúbulos e microfilamentos, responsável pela translocação desses grânulos para as proximidades da membrana plasmática e conseqüente exocitose. Outra função proposta para a PKC é de ativação da adenilato ciclase (que também ocorre por outros mecanismos, durante a glicólise) com o conseqüente aumento do conteúdo intracelular de AMPc. 3 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA LIBERAÇÃO DE INSULINA PÓS PRANDIAL: INSULINA ESTIMULADA PELA GLICOSE – PADRÃO BIFÁSICO: O pâncreas secreta a insulina de duas maneiras: basal e bolus. Como basal entende-se uma secreção constante de insulina que permanece em níveis baixos no sangue, mantendo a liberação de glicose para as células do organismo; enquanto o termo bolus, se refere a quantidades maiores de insulina que são liberadas na circulação sanguínea em momentos de maior necessidade. Na primeira fase (min.) são liberados vesículas que já estão prontas para exocitose (próximos à membrana). Na segunda fase (horas), há mobilização de vesículas e ou síntese de novas moléculas de insulina. RECEPTOR DE INSULINA: A insulina liga-se a um receptor específico presente na superfície das células-alvo Receptores do tipo tirosina-quinase Subunidade alfa – extracelular – ligação com a insulina Subunidade beta – intracelular – atividade de tirosina-quinase Mecanismo complexo de transdução do sinal Porção beta fosforilada fica ativa para fosforilar outras proteínas intracelulares que são substratos intracelulares da insulina responsáveis pela transmissão do sinal Vários efeitos importantes recrutamento de transportadores sensíveis à insulina: Glut-4 (células musculares e adipócitos) A ação da insulina na célula inicia-se pela sua ligação ao receptor de membrana plasmática. Este receptor está presente em praticamente todos os tecidos dos mamíferos, mas suas concentrações variam desde 40 receptores nos eritrócitos circulantes até mais de 200.000 nas células adiposas e hepáticas. O receptor de insulina é uma glicoproteína heterotetramérica constituída por 2 sub-unidades a e duas subunidades b, unidas por ligações dissulfeto (9). A sub-unidade a é inteiramente extracelular e contém o sítio de ligação da insulina. A sub-unidade b é uma proteína transmembrana responsável pela transmissão do sinal e possui atividade tirosina quinase (10). O ATP age como doador de fosfatos e a fosforilação ocorre em resíduos tirosina. O mecanismo molecular exato da ação da insulina é desconhecido, mas parece depender da remoção do efeito inibitório da sub-unidade a sobre a atividade da sub-unidade b doseu receptor. A insulina induz a autofosforilação do receptor, aumentando a sua capacidade de fosforilar um ou mais substratos protéicos intracelulares. A fosforilação de seus substratos dá início a uma série de eventos incluindo a cascata de reações de fosforilação e defosforilação que regula os seus efeitos metabólicos e de crescimento 4 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA A insulina eleva a captação, utilização e armazenamento de glicose, ácidos graxos e aminoácidos e, portanto diminuição de seus níveis plasmáticos. AÇÕES DA INSULINA SOBRE O METABOLISMO: Glicose: • Transporte de glicose para o tecido adiposo e músculo esquelético. • GLUT 4: músculo esquelético e tecido adiposo, sequestrado IC, translocação para a membrana estimulada por insulina • Glicólise (uso da glicose como fonte de energia) e glicogênese (armazenamento de glicose na forma de glicogênio) • Inibição da glicogenólise e gliconeogênese Metabolismo dos lipídios: • Armazenamento de triglicerídeos • Inibição da lipólise Metabolismo das proteínas: • Transporte de aminoácidos para o fígado, músculo esquelético e outras células. • Síntese proteica – inibição do catabolismo proteico FATORES DE RISCO DM: o Obesidade o Uso de medicamentos hiperglicemiantes (corticóides, tiazídicos, B-bloqueadores) o Diabetes gestacional prévio PREVENÇÃO DM: o DM1 – não há evidência científica de prevenção possível o DM2 – a maioria dos indivíduos também apresenta obesidade, hipertensão arterial e dislipidemia. o Uma redução do peso em torno de 3 a 4kg em quatro anos reduziu a incidência do DM em 58% EFEITOS ADVERSOS – INSULINA: o Hipoglicemia o Resistência a insulina o Agravamento da obesidade o Produção de anticorpos contra insulina – administrar insulina humana Lipodistrofia: TRATAMENTO DA HIPOGLICEMIA: o Soluções simples de 10-20 g de carboidrato de absorção rápida o suco de frutas (1/2 a 1 copo) o leite (1 a 2 copos) 5 Laís Flauzino | FARMACOLOGIA | 4°P MEDICINA o ↓ nível de consciência: açúcar ou mel na boca glucagon (1mg – IM ou SC) o glicose IV OUTROS T IPOS ESPECÍFICOS: Pertencem a essa classificação formas menos comuns de DM cujos defeitos ou processos causadores podem ser identificados. A apresentação clínica desse grupo é bastante variada e depende da alteração de base. Estão incluídos nessa categoria defeitos genéticos na função das células beta, defeitos genéticos na ação da insulina, doenças do pâncreas exócrino e outras.
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