Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL OSTEOPOROSE SANARFLIX 1 1. Definição Diminuição da resistência óssea Compreende-se resistência óssea a interação entre quantidade e qualidade Predisposição a fraturas (de fragilidade) → trauma insuficiente para fraturar um osso supostamente normal 2. Epidemiologia Uma em cada três mulheres e um a cada cinco homens → fratura Impacto na qualidade de vida Morbimortalidade Se fratura → aumento de 7-10x de uma nova fratura 3. Fatores de risco Idade avançada Sexo feminino Etnia caucasiana e oriental História pessoal História familiar Baixa ingestão dietética de cálcio Baixa DMO no colo do fêmur Baixo IMC Uso de glicocorticoides Alcoolismo Sedentarismo 4. Classificação Primária: ❖ Senil ❖ Pós-menopausa Secundária: ❖ Doença que contribui para a osteoporose (ex. hemocromatose que fez um hipogonadismo) 5. Fisiopatologia Resistência óssea → quantidade + qualidade Quantidade → densidade mineral óssea (DMO)* *A DMO é realizada através da densitometria óssea Qualidade → microarquitetura, remodelamento e mineralização Desequilíbrio entre a formação e a reabsorção óssea: ❖ Deficiência de esteroides sexuais *Deficiência de estrogênio aumentando a reabsorção óssea ❖ Fatores genéticos ❖ Fatores bioquímicos *Deficiência em vitamina D Intervenção do crescimento e desenvolvimento no pico de massa óssea (auge aos 30 anos): ❖ Uso de corticoesteroides Perda de osso trabecular (vertebral): Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL OSTEOPOROSE SANARFLIX 2 ❖ A partir dos 30 anos ❖ Acelera na menopausa → aumento da reabsorção óssea 6. Quadro clínico Assintomático Desfecho clínico da doença é a fratura Fratura vertebral: ❖ Maioria assintomática (2/3) ❖ Sem trauma ❖ Atenção para hipercifose e perda de altura ❖ Rastreio anual através de radiografia torácica e lombar ❖ Fratura por compressão ❖ Acompanhamento da altura e a relação com a hipercifose Fratura de quadril: ❖ Fêmur proximal: Colo Intertrocantérica ❖ Trauma de baixo impacto ❖ Sintomática ❖ Maior morbimortalidade ❖ Intervenção cirúrgica de alto risco e após a cirurgia Fratura de rádio distal: ❖ Pós-menopausa ❖ Sintomática ❖ Trauma de baixo impacto 7. Diagnóstico Densitometria óssea + fratura de fragilidade Rastreio através da densitometria óssea (quantidade): ❖ T-score menor ou igual -2,5 DP ❖ Normal maior ou igual 1,0 DP ❖ Osteopenia -1,1 a -2,4 DP Fratura de fragilidade: ❖ Vertebral ❖ Úmero proximal ❖ Fêmur proximal ❖ Rádio distal Exames complementares 8. Diagnóstico diferencial (causas secundárias) Doença celíaca Osteomalácia por deficiência de vitamina D Hiperparatireoidismo primário Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL OSTEOPOROSE SANARFLIX 3 Artrite reumatoide Níveis elevados de prolactina e glicemia Doença de Cushing Medicações (ex. glicocorticoides) Hipogonadismo Neoplasias: ❖ Mieloma múltiplo ❖ Metástases Homem com osteoporose → rastreio de causa secundária por ser incomum 9. Exames complementares DXA Raio X de coluna lombar e torácica Hemograma completo Dosagem de cálcio e fósforo FA TSH e T4 livre PTH Calciúria de 24 horas Creatinina 25-OH vitamina D Marcadores ósseos: ❖ CTX → reabsorção ❖ P1NP → produção ❖ Importante no acompanhamento e checagem da aderência a terapêutica De modo geral o exame é normal, podendo ter apenas alteração na vitamina D e PTH. 10. Tratamento não medicamentoso Dieta rica em cálcio entorno de 1200mg/dia Exposição solar Prevenção de quedas: ❖ Atividade física de propriocepção e de carga ❖ Higiene ambiental Evitar flexão de troco, movimentos de torção, carga abrupta e explosiva 11. Tratamento medicamentoso Calcio → ingesta diária de 1200mg Vitamina D →manter acima de 30 Tratamento específico para pacientes com fratura de fragilidade ou T-score menor ou igual a -2,5 DP (coluna, fêmur total ou colo, rádio 33) ou FRAX de alto risco Terapia antirreabsortiva: ❖ Bisfosfonato → alendronato (VO); risedronato (VO); ácido zoledrônico (EV) Primeira linha de tratamento Inibe a enzima FPPS que causa a apoptose de osteoclastos Após cinco anos VO ou três anos EV → avaliar risco e benefício no tratamento Podem causar após uso prolongado osteonecrose de mandíbula e fratura atípica Não deve ser usado em gestantes, pacientes com clearence de creatinina inferior a 30, fratura atípica* ou osteonecrose de mandíbula e se intolerância oral/esofagite ou má absorção (considerar EV) Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL OSTEOPOROSE SANARFLIX 4 *Dor inespecífica do fêmur; fratura incompleta; subtrocantérica/diafisária; uso prolongado de bisfosfonatos; sua conduta é solicitar uma radiografia contralateral, carga zero (para não completar a fratura), encaminha ao PS (haste intramedular) e suspender o bisfosfonato ❖ Moluladores seletivos do receptor de estrógenos → raloxifeno (indicado para mulheres com osteoporose e histórico de CA de mama) ❖ Biológicos → denosumabe (anti RANKL) Terapia anabólica: ❖ PTH → teriparatide *PTH em pulsos causa estimulo na formação óssea Terapia com dupla ação ❖ Ranelato de estrôncio 12. Densitometria óssea (DXA) Indicação e rastreio: ❖ Mulheres com 65 anos ou mais ❖ Homens com 70 anos ao mais ❖ Adultos com fraturas de fragilidade ❖ Adultos com doença ou condição associada à perda de massa óssea ❖ Mulher na pós-menopausa menor que 65 anos e homens entre 50 a 70 anos com fatores de risco ❖ Pacientes onde a terapia farmacológica esteja sendo considerada ❖ Pacientes em tratamento, a fim de monitorar a eficácia terapêutica Deve ser solicitado a avaliação em dois sítios → fêmur (ou rádio distal) e coluna ❖ Rádio distal (33) → mais indicado em pacientes com hiperparatireoidismo primário ou próteses ❖ Corpo inteiro → crianças Cuidado com artefatos (ex. próteses) Verificação da técnica na coluna vertebral: ❖ Coluna centrada e retificada ❖ Visível a última costela ❖ Visível T12 parcialmente ❖ Contornos e artefatos ❖ Encontre L1-L3 → aspecto de U ❖ Encontre L4 → aspecto de X ❖ Encontre L5 → aspecto de lacinho Verificação da técnica no quadril: ❖ Eixo alinhado ❖ Trocânter menor escondido ou levemente visível Cheque a técnica utilizada Marina Ribeiro Portugal MARINA RIBEIRO PORTUGAL OSTEOPOROSE SANARFLIX 5 Coluna L1-L4 com o T-score Fêmur → total e colo Tenha a radiografia de coluna para comparar T-score e Z-score: ❖ T (tia) → mulher pós-menopausa e homem com mais de 50 anos ❖ Z → resto ❖ T-score → DP em relação à média adulto jovem ❖ Z-score → DP na mesma idade ❖ Desconfie se discrepância vertebral Utilizado para o acompanhamento: ❖ Esquece o Score e forcar na BMD ❖ BMD → checar a menor variação significativa do aparelho ❖ Fêmur total e coluna L1-L4 Sempre fazer na mesma máquina Realizar anualmente ou a cada dois anos 13. Ferramenta FRAX Estima o risco de fratura de quadril ou maior (fratura vertebral, rádio distal, fêmur proximal e úmero proximal) em 10 anos Alto risco: ❖ 3% fratura de quadril ❖ 20% fratura maior Decisão de terapia específica na osteopenia Deve ser feito especificamente com a população que o indivíduo avaliado pertence 14. Mapamental
Compartilhar