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Menopausa: Definição e Fisiologia

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1 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 
Menopausa 
Introdução: 
→ A palavra menopausa vem do grego e 
desmembrada significa a parada do sangue; 
→ Sempre fazer uma boa anamnese porque é um 
diagnostico predominantemente clinico; 
→ Os ovários param de produzir hormônios; 
Definição: evento fisiológico que representa a 
interrupção definitiva da ovulação, resultante da perda 
da função folicular ovariana em decorrência do 
envelhecimento. Menopausa é uma fase da vida que 
tem a interrupção natural da menstruação, pois 
hormônios femininos (estrogênio e progesterona) já 
não são mais produzidos. Ocorre em média entre os 48 
e 51 anos. 
→ É reconhecido após 12 meses de amenorreia. 
Diagnostico retroativo. 
Climatério: transição, antecede a menopausa. Pode ter 
irregularidade menstrual. Modificações endócrinas, 
biológicas e clínicas. 
→ Atualmente a media de idade em estudos 
populacionais é de 51 anos, isso mostra um 
aumento nessa idade, o que também está 
atrelado ao aumento na idade da necessidade 
de prevenção anticoncepcional; 
→ Menopausa precoce é antes dos 40 anos e 
tardia após 55 anos. 
Fisiologia: 
 
A transição menopausal é caracterizada pela 
irregularidade do ciclo menstrual, devido a 
variabilidade hormonal e ovulação inconstante. As 
dosagens hormonais nesse período não têm valor na 
avaliação e no diagnóstico das pacientes. 
Diminuição do número de folículos ovarianos, 
resulta na queda gradual da inibina B, que por sua vez 
desativa o feedback negativo sobre a hipófise, 
liberando a secreção de FSH e aumentando o 
recrutamento folicular. Os níveis elevados de FSH 
resultam em aceleração da depleção folicular, e 
encurta a primeira fase do ciclo menstrual. A contínua 
perda da reserva folicular diminui os níveis de 
estradiol, que não são mais suficientes para estimular 
o pico de LH, encerrando assim os ciclos ovulatórios. 
Sem ovulação não há produção de corpo lúteo 
e, consequentemente, de progesterona. 
Na pós menopausa a hipófise é ativada por 
picos de GnRH e secreta grandes quantidades de 
gonadotrofinas, levando as mulheres a um estado de 
hipogonadismo hipergonadotrófico (ovário não 
responde mais). 
Os níveis de FSH e LH são marcadamente altos 
nos primeiros anos pós menopausa e decrescente com 
o envelhecimento. 
Não há mais produção de progesterona, os 
estrogênios continuam sendo produzidos, mas em 
menor quantidade, no ovário a produção de estradiol 
é quase nula e a estrona, produzida pela aromatização 
periférica da androstenediona, mesmo em pequenas 
quantidades, passa a ser o principal estrogênio 
circulante na pós menopausa. 
Os ovários continuam produzindo esteroides 
androgênicos (androstenediona e testosterona) 
(muitas vezes as mulheres apresentam queixas como a 
presente de bigode devido a esses fatores). A 
androstenediona é o principal hormônio, e eles servem 
como substrato para a aromatização periférica e 
formação de estrona. 
Receptores estrogênicos existem em vários 
locais, como pele, osso, vasos, coração, diversas 
regiões do cérebro, mama, útero, vagina, uretra e 
bexiga. 
A menopausa causa efeitos diferentes em cada 
mulher em decorrência da carência estrogênica. 
Quadro clínico: 
 
Alterações precoces: 
 Alteração no ciclo menstrual: queixa mais 
frequente na transição menopausal; 
 Sintomas vasomotores: também conhecido 
como fogacho. É o sintoma mais comum da 
transição e pós menopausa inicial. Duram em 
média 7,4 anos; 
 Distúrbios do sono: com menor duração, 
despertar noturno, menor eficácia do sono. É 
pior na transição menopausal; 
 
2 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 
 Alterações do humor: depressão (mais 
comum), síndrome do ninho vazio, divórcio, 
morte dos pais, morte do marido. 
Alterações a longo prazo: 
 Alterações atróficas: o tecido epitelial e 
vulvovaginal possuem receptores de 
estrogênio em grande concentração - ocorre 
atrofia. Pode levar a perda de urina também. 
 
OBS: tem cirurgia para a “descida da bexiga” e 
consequentemente perda de urina, mas de nada 
adianta se não melhorar o trofismo do períneo (se não 
melhorar vai regredir depois da cirurgia), então é um 
trabalho conjunto com fisioterapeuta. 
 
 Sexuais: falta de estrogênio diminui a 
vascularização vaginal, com consequente 
dificuldade de lubrificação - dispareunia. 
 Cognitivas: esquecimento, principalmente na 
perimenopausa inicial. 
 Doença cardiovascular: principal causa de 
morte entre as mulheres, e o estrogênio é um 
fator protetor para eventos endoteliais. 
 
OBS: na reposição hormonal o estrogênio não é 
considerado mais fator protetor, só é protetor quando 
produzido pelo próprio corpo. A reposição hormonal 
ainda traz consigo pontos de alerta em relação aos 
riscos cardiovasculares. 
 
 Osteoporose: é a redução da massa com 
alteração da microestrutura, levando ao 
aumento da sua fragilidade e das fraturas por 
um traumatismo pouco intenso. Orientar a 
dieta precocemente com alimentos ricos em 
cálcio e atividade física. Fazer densitometria 
óssea. 
 
OBS: secura vaginal e dispareunia, juntamente com 
atrofia vaginal é o segundo sintoma mais frequente nas 
mulheres com menopausa, ficando atrás somente para 
os fogachos, mas diferentemente desse, tende a piorar 
com o passar dos anos e não regride. 
 
 
Avaliação da mulher climatérica: 
 
→ História medica; 
→ Exames físicos completos; 
→ Consultas anuais (CP de colo, IMC); 
→ TSH; 
→ Mamografía anual; 
→ Perfil lipídico e glicêmico; 
→ Rastreio de Ca colorretal com início aos anos, 
avaliar endométrio (ECO TV) se houver 
presença de sangramento uterino anormal, 
densitometria óssea. 
Recomendações gerais: 
 
Consultas regulares, exercício físico regular, dieta com 
adequado aporte nutricional, cessar tabagismo, 
manter peso corporal, controle das comorbidades 
associadas. 
Tratamento: 
 
TRH: 
Estrogênio é a primeira linha de tratamento nos 
sintomas vasomotores, iniciado para mulheres 
sintomáticas com menos de 60 anos ou com menos de 
10 anos de menopausa e sem contraindicações 
formais. 
A mulher com útero sempre usa algum progestogênio 
de forma cíclica ou contínua junto. Isso ajuda também 
na atrofia urogenital e na prevenção e tratamento da 
osteoporose. 
 
OBS: a progesterona até ajuda de forma sozinha, mas 
não é tão eficiente, então priorizar pelo estrogênio 
isolado ou em conjunto com a progesterona. 
 
Tratamento deve ser visto junto com a paciente. Pode 
ser usado via oral, transdérmica (obesas e hipertensas) 
e a via vaginal é a primeira opção para síndrome 
genitourinária da menopausa (tratamento tópico – 
mais aceito atualmente é a tibolona) 
O tempo de tratamento é controverso. Risco são 
doenças cardiovasculares, eventos tromboembólicos e 
aumento do risco de câncer de mama. 
 
3 Luiza D. V. Torriani ATM 2024/2 
OBS: a terapia de reposição hormonal deve ser parada 
o quanto antes, no máximo em torno de 10 anos, mas 
quanto menos melhor. 
 
Tratamento com terapias não hormonais: 
 Medidas comportamentais. 
 Inibidores da recaptação da serotonina e os 
inibidores seletivos da recaptação da 
serotonina e da noradrenalina são as primeiras 
opções (paroxetina, venlafaxina, 
desvenlafaxina, sertralina, escitalopram e 
citalopram) e a Gabapentina.

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