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Cariologia - Aula III

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Interpretação radiográfica de cáries 
A cárie dental é uma das doenças crônicas mais prevalentes no mundo. Os indivíduos são suscetíveis à cárie por toda a vida. É um processo mais especifico na infância, principalmente se o indivíduo não possui os hábitos mais saudáveis. É necessário que se estimule a saúde oral em crianças, de modo que se diminua a prevalência de cárie.
Atualmente a prevalência de cárie tem caído e as novas gerações apresentam menos restaurações. Apesar disso, o cuidado deve ser constante.
O diagnóstico da doença é feito por exame clinico (anamnese + exame físico) e exames radiográficos.
Os raios X são radiações eletromagneticas com capacidade de penetração e ionizar partículas.
É importante estar consciente da portaria 453 MS SVS de 1998 que estabelece as normas de radioproteção no BR. É necessário ter equipamentos e utilizar técnicas que permitam a obtenção de imagens de boa qualidade, utilizando o mínimo de radiação.
A radiografia pode ser prescrita para gestantes baseada nos critérios da FDA. As lesões dentarias não tratadas durante a gravidez podem resultar em problemas de saúde para a mae e para o feto e a radiografia é necessária para o diagnóstico e tratamento adequado.
Se já temos um diagnóstico, não será necessário fazer uma tomada radiográfica.
Para o diagnostico e interpretação de imagem de lesões cariosas, é recomendável o uso da técnica Interproximal, com o auxilio do Bite-wing para posicionar o filme corretamente. É necessário o uso de equipamento de proteção individual de modo a proteger a tireoide, o tronco e as gônadas dos pacientes durante as exposições. Os aventais plumbiferos devem ser acondicionados de forma a preservar sua integridade, sobre superfície horizontal e suporte apropriado.
No diagnóstico de cárie, para radiografias convencionais, temos fatores que influenciam na imagem. São eles:
- KV do aparelho
-Tempo de exposição 
-Processamento radiográfico
-angulação dos feixes de raio-x 
-acuidade visual e experiência do observador
O colo de Burn-out é uma leve radiolucidez cervical causada por um tecido mais delgado. Muitas vezes confundido com caries.
Caracteristicas do aparelho de Raio X 
A KV é responsável pelo contraste da imagem- quanto maior o kV, menor o contraste. O kV deve ser médio para alcançar um contraste aceitável. kV>70 – lesões mais observável. kV < 70 – alto contraste atrapalha o diagnostico.
Na técnica Interproximal, a haste horizontal do posicionador servirá de guia. O ângulo vertical é 0° e o horizontal também, de modo que os raios atinjam perpendicularmente o filme no posicionador.
É fundamental ter um ambiente favorável para interpretação, em penumbra e com um negatoscopio, sendo interpretada por um radiologista.
Como já estudado, temos estruturas mais radiolúcidas e mais radiopacas. Estruturas radiolucidas são porções mais escuras na radiografia, representando estruturas menos densas que permitem a passagem do feixe de raios x com pouca resistência. Estruturas radiopacas são poeçoes mais claras, representando estruturas mais densas capazes de reabsorver ou resistir à passagem dos raios-X.
Aspectos radiográficos da carie dentaria 
Quando uma lesao de carie é detectada em uma imagem radiográfica convencional e é comparada com a imagem observada em um corte histológico, a imagem radiográfica revela uma extensão menor, ou seja, há uma subestimação da lesão, uma vez que a radiografia convencional nos apresenta uma imagem bidimensional.
As caries, de acordo com a imagem radiográfica, pode ser classificada conforme a localização da lesão, podendo ser proximal, oclusal, vestibular, lingual, radicular.
Caries interproximais ocorrem ou no contato entre os dentes ou logo abaixo. É uma lesao que progride em esmalte, de forma triangular, com o ápice voltado para dentina.
Caries oclusais ocorre na superfície dos posteriores. O exame clinico do dente é a melhor escolha, pois existe grande sobreposição das cúspides vestibulares e linguais. A lesão só é identificada na radiografia quando alcança a junção esmalte-dentina. Pode ser incipiente, moderada ou severa. Quando muita avançada a lesão, é recomendado fazer uma periapical para verificar se não houve comprometimento apical naquele dente.
Caries vestibulares e linguais – por causa da superposição das estruturas normais, são difíceis de serem visualizadas nas radiografias. Normalmente é vista como imagem radiolúcida circular. É necessária uma melhor confirmação clínica para auxiliar na radiografia.
Carie radicular afeta cemento e dentina localizadas logo abaixo da região cervical. Normalmente ocorre em razão de perda óssea e recessão gengival. Afetam pré-molares e molares inferiores. Demonstram imagem radiolúcida em formato de concha ou cratera, logo abaixo da junção cemento-esmalte.
Caries recorrentes ocorre normalmente sobre restaurações. É considerada como secundaria, ocorrendo em razão de erros ao aplicar material forrador ou adesivo resinoso. Ocorre próximo à restaurações em cavidades mal preparadas ou por remoção ineficiente de caries. É vista como imagens radiolucidas próximas às restaurações, sendo bem comum em margens interproximais (excesso de material restaurador provoca impacção alimentar).
Lesões cariosas mais extensas podem ser vistas a olho nu, sendo necessário realizar a técnica periapical para investigar a progressão da lesão sobre e polpa e uma possível lesão apical e perda óssea próxima ao ápice e em cristas alveolares.
O uso da radiografia digital permite uma melhor facilidade na obtenção e interpretação de imagem, uma vez que não emite resíduos poluentes e não é necessário fazer o processamento. Ainda, é possível a edição da imagem em questão de contraste e tamanho de imagem. No digital, o contraste é bem mais favorável do que o filme analógico. 
A dentina terciaria demonstra uma porção um pouco mais radiopaca.
O diagnostico diferencial 
Velamento cervical (cevical burn-out)
Área radiolúcida de artefato, mal definida, na região cervical entre parte da raiz coberta por osso alveolar e esmalte da coroa. Interproximais ocorrem na área de contato ou logo abaixo e carie de raiz tem que ter perda óssea. O burn-out pode parecer carie, mas não é.
Dentes com boa altura óssea tem mais chances de apresentar o velamento cervical. Lesões cariosas nessa região dependem de perda óssea.
O fenômeno de Mach/ de contraste é como uma ilusão de óptica, como faixas claras ou escuras que próximas a duas regiões que apresentam diferentes gradientes de luz (mesmo que o brilho seja o mesmo nos dois lados da faixa). Algumas cores aparecem mais escuras quando envoltas de áreas mais claras e mais claras em áreas mais escuras, mesmo que representem a mesma cor. Muitas vezes, para enxergar as cáries, devemos cobrir as partes mais claras.
A carie oculta é uma lesao visualizada em dentina em radiografias interproximais, onde clinicamente o esmalte oclusal apresenta-se saudável ou minimamente lesionado. Progride em profundidade, da base de um sulco o u fissura. Tem poucas evidencia clinica. No esmalte, observa-se um leve escurecimento, que pode revelar uma grande cavidade em dentina quando submetido à radiografia. Em fases iniciais podemos ver reabsorção de cicatrícula e inicio de lesao de dentina.
Caries por radiação ocorrem em tratamento de câncer de cabeça e pescoço. A radiação das radioterapias atingem os dentes e as Gl. Salivares maiores e a radiação secundaria também é capaz de ionizar. É uma complicação tardia pós-terapia, com lesões extensas cervicais. A preservação desse paciente deve ser constante.

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