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Anne Heloyse - @anneheloysee Para cárie, tem o diagnóstico da doença e o diagnóstico da lesão. Ele pode estar com a doença, mas não ter lesão. Paciente de risco à cárie: não necessariamente tem lesão instalada, mas tem maior chance de desenvolver. O diagnóstico das doenças biofilme-dependentes deve ser realizado muito precocemente, antes do inícios dos sistemas - intervenção precoce e tratamento menos invasivos. Importância do diagnóstico: definir a melhor opção de tratamento, informação ao paciente (como corresponsável), monitoramento do curso da doença (exame longitudinal), identificação da situação de saúde em nível populacional (importância epidemiológica - identificação de fatores de risco - compreensão da distribuição da doença e seus graus de severidade na população). 1° passo é fazer uma anamnese boa: ➔ Coletar informações do paciente: dieta, hábitos de higiene, comportamento e educação, classe social e renda, exposição ao flúor (tem pessoas que usam só produtos naturais, não querem se expor ao flúor, por exemplo), história médica. Método diagnóstico ideal: não-invasivo, proporcionar informações confiáveis, fornecer medidas precisas do tamanho e da atividade da lesão, ser bem aceito pelo paciente e pelo profissional, estar disponível no mercado. Critérios diagnósticos táteis-visuais: 1. Objetivos do diagnóstico tátil-visual: identificar a presença ou não da lesão, presença da cavidade, estimativa de profundidade, atividade das lesões e risco à cárie. 2. Para fazer esse diagnóstico de forma adequada devemos criar uma condição clínica que favoreça: abordagem clínica: ➔ Isolamento relativo (criar uma área seca, sem saliva e sangue), ➔ Boa iluminação e dentes limpos (preciso fazer uma profilaxia antes do exame - sempre fazemos a profilaxia da arcada completa, preferencialmente antes do preenchimento do odontograma), ➔ Dentes secos com seringa tríplice (cuidado: dente seco não significa dente desidratado - pode ficar com um aspecto esbranquiçado e dificultar o diagnóstico, não posso fazer uma secagem vigorosa, faz de 5 segundos no máximo em cima de uma região), ➔ Uso do espelho (luz refletida pode ser usada para buscar sombras escuras, sugestivo de lesão de cárie dentária). Anne Heloyse - @anneheloysee 3. Nesse momento, podemos usar a sonda exploradora? Não, devemos preferir sempre a inspeção visual. Devemos usar a sonda da OMS-IPC, porque o uso da sonda exploradora pode favorecer a cavitação da lesão, ela é muito pontiaguda. MUITO CUIDADO. ➔ Uso adequado da sonda: para remover biofilme quando necessário, verificar sinais de desmineralização e sinais de rompimento da superfície, sentir a textura superficial da lesão (podendo diferenciar a lesão ativa e inativa de cárie). 4. Precisamos estar atentos às diferenças entre as superfícies - na superfície oclusal ou proximal - sentido de propagação da lesão. 5. Estar atento aos sítios de predileção da cárie: se desenvolve mais nas áreas de estagnação do biofilme, nas áreas que ele fica acumulado. Ao longo da margem gengival, das fissuras oclusais e margens gengivais de restaurações. ➔ Esses sítios podem variar de acordo com a idade do paciente (em crianças pré-escolares tem que estar atento à distal do 1° molar decíduo e a mesial do 2° molar decíduo - na dentição decídua tem os diastemas então pouco vamos ter acúmulo de biofilme na superfície proximal, diferentemente do 1° e 2° molar decíduos que fazem contato) (crianças com molares em erupção - superfície oclusal - fica muito tempo fora de contato, além de que não está na linha de escovação - favorável ao acúmulo de biofilme) (adolescentes: distal do 2° PM e mesial do 2° molar) (idosos: raiz exposta por recessão gengival - maior propensão de cárie radicular). 6. Depois vamos verificar a atividade da lesão: avaliação da atividade em esmalte: na lesão ativa (a superfície é opaca, esbranquiçada/amarelada, com perda de brilho, exibindo aparência em forma de giz), já na inativa (é brilhante e suave ao deslizamento, com cor que varia de esbranquiçado ao castanho ou preto). Cuidado que o aspecto (brilhoso, opaco) é muito mais importante do que a cor. Sobre a avaliação da atividade em dentina, a ativa tem aspecto úmido e macio, e na inativa aspecto brilhante e rígido. Já na superfície radicular, as lesões ativas têm sítios de retenção do biofilme, próximos à margem gengival ou ao longo da JCE, e nas lesões inativas são mais distantes da margem gengival, rígidas e brilhantes. 7. Diagnóstico diferencial: NEM TUDO QUE VEJO ESBRANQUIÇADO É LESÃO DE CÁRIE, pode ser fluorose (sempre acomete os dentes que estavam em processo de formação no momento em que o paciente foi exposto ao flúor, sempre acomete grupos), hipoplasia (de forma mais isolada, mas recentemente estamos observando em vários elementos dentários, tem o comprometimento de apenas uma região dentária). Nesse momento é importante diferenciar os locais da lesão - uma lesão de cárie dificilmente vai tipo acometendo na região incisal. Outro diagnóstico diferencial é a HMI (se apresenta dessa forma nos molares, pode ter perda de integridade, nos incisivos é mais branda, esse aspecto acastanhado e perda da integridade só nos molares é muito comum para identificar HMI). Pode ser que não tenhamos certeza no diagnóstico clinicamente, então vamos para os métodos auxiliares: 1. Separação dentária: auxilia no diagnóstico de lesões proximais, ajuda para ver a existência de cavidade na proximal. Anne Heloyse - @anneheloysee 2. Exame radiográfico: as radiografias interproximais oferecem melhor relação entre a lesão de cárie e a câmara pulpar. Só nos dentes anteriores que usamos a periapical, porque não tem como fazer a interproximal. Mas, as radiografias têm baixa especificidade o que pode levar a um número maior de falsos positivos - artefatos radiográficos - pelas bandas de Mach (efeito Mach Band) e efeito Burn-out (ilusão de óptica que pode provocar uma radiolucidez que não existe). Uma vantagem do exame radiográfico é que permite que a imagem seja reexaminada sem a necessidade da presença física do paciente e pode fornecer informações adicionais. Mas as limitações deste método é que o diagnóstico de lesões oclusais incipientes não são visualizados porque temos com sobreposição das cúspides, e a exposição a radiação. Outros exemplos, mas que são usados mais para pesquisas: 3. Transiluminação por fibra óptica (FOTI): a luz visível é transmitida pelo dente a partir de uma fonte luminosa intensa é medida por uma sonda fina com diâmetro de saída de 0,3 a 0,5 mm, fazendo com que enxerguemos colorações diferentes no dente caso tenha a lesão de cárie. As lesões de cárie confinadas ao esmalte aparecem com coloração acinzentada e opaca, enquanto as lesões confinadas em dentina aparecem como a sombra localizada profundamente no interior do dente de coloração laranja acastanhada ou azulada. ➔ Esse método é usado para levantamento epidemiológico é de baixo custo não é emitir radiação ionizante facilidade de transporte e instalação, utilização em todas as superfícies. Sobre as suas desvantagens é porque suas pontas são não autoclaváveis necessita de treinamento e dificuldade detecção em cárie secundária. 4. Fluorescência a laser (DIAGNOdent): luz monocromática de 655nm é emitida por uma ponta/sensor óptico, capaz de detectar também a quantidade de fluorescência dispensada. A luz é metida é absorvida pelos componentes orgânicos e inorgânicos sendo que parte da luz é reemitida como fluorescência. Vantagens: fluorescência convertida em valor numérico de 00 a 99, ponteiras esterilizáveis em autoclave, fácil manuseio e portabilidade. Desvantagens: não diferenciação entre lesões ativas e paralisadas, não diferenciação entre lesões cariosas e outros tipos de perda mineral, não detecção de cáries secundárias e elevado custo.
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