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Graziele Gaia – T7C – MED UNINOVE 21/10/21 1 Mulher, 17 anos, refere febre 39ºC há 1 dia, associado a dispnéia, tosse com expectoração esverdeada em moderada quantidade. Nega comorbidades Ao exame: 7 REG, cianose 1+/4+ 7 PA:120 x 80mmHg 7 Fc 110 btm 7 FR 26 mpm (VR: 12 a 20) 7 SpO2a 87% 7 Tórax: Síndrome de condensação em base pulmonar A imagem da pneumonia não cobre a silhueta cardíaca, o que significa que está localizada pos- teriormente ao coração. O lobo que se localiza posteriormente à D é o lobo inferior. 2 Broncograma aéreo geralmente é visto em pneumonia, situação onde os espaços alveolares ao redor dos brônquios são preenchidos por secreção e formam esse contraste entre as densida- des ar e água (seta). O diagnóstico é de pneumonia adquirida na comunidade e insuficiência respiratória aguda. Paciente foi internada, recebeu antibióticos e suplementação de O2: Com 1L/min sua SpO2 era 95% . Após 3 dias, melhora do estado geral e SpO2 a 93%; O2 foi suspenso. Recebeu alta para completar tratamento em casa. Questões 7 Por que a paciente estava hipoxêmica? Descrever o mecanismo da hipoxemia. 7 Por que a suplementação de O2 corrigiu a hipoxemia? Se concentrar mais oxigênio no alvéolo o gás passa com mais facilidade na difusão. 3 7 Nesta condição, o pulmão poderá desenvolver um mecanismo para melhorar a hipo- xemia. Explique este mecanismo. Alvéolos com secreção: ate- lectasia. A área comprometida pelos al- véolos com secreção esta em hipoxia. Para melhorar o qua- dro o pulmão promoção a vaso- constrição como um meca- nismo para melhorar a hipoxe- mia. Sendo assim, ocorre a va- soconstricção do capilar para que o fluxo sanguíneo passe por alvéolos ainda não comprometidos. Fibrose: tecido fibrótico formado adjacente ao alvéolo forma uma barreira proteica entre o alvéolo e o vaso promovendo comprometimento da difusão → HIPOXEMIA. Portanto, a fibrose não é um desequilíbrio V/Q. 7 Perfusão: É a distribuição de sangue pelo pulmão. Passagem do sangue pelo capilar demonstra que o pulmão está sendo perfundido, recebendo de forma correta a oferta de sangue nesse órgão para que ocorra a hematose. 4 7 V/Q: entrada e saída de ar dos pulmões. 7 Índice V/Q: razão que existe entre a ventilação e perfusão que demonstra a qualidade do pulmão. Se for 0,8 a 1 está per- feito, trocas gasosas ocorrendo de forma regular. Quando o índice está elevado (acima de 1) tem-se uma ventilação exces- siva com baixa perfusão, com pouco sangue bombeado. Quando ele está baixo (menor que 0,8), a ventilação está reduzida. Distribuição do sangue do ápice para a base do pulmão Em posição ortostática há uma desigualdade do fluxo sanguíneo. Para isso, existe a divisão do pulmão em zonas de West, se acordo com sua perfusão. Essas diferenças de pressão se dão por conta do efeito gravitacional. J Zona de West 1 → ápice: possui pressão arterial de 15mmHg menor do que a pressão arterial pulmonar no nível do coração. J Zona de West 2 → meio. J Zona de West 3 → Base: pressão arterial na base é 8mmHg maior do que a pressão arterial pulmonar no nível do coração. Pacientes em posição de pronação: altera a pressão do pulmão tendo muito sangue na região posterior. Com isso, pode causar edema por meio de um derrame. Para prevenir o edema deve- se então mudar a posição do paciente fazendo com que o fluxo sanguíneo migre para áreas não tão irrigadas. 5 Zona 1 - não existe em condições fisiológicas normais, só aparece na ventilação mecânica ou em ca- sos de hemorragia. Não tem fluxo sanguíneo significativo pois a pressão alveolar é maior que a pressão da artéria e veia pulmo- nar. J Em condições normais o ápice funciona com fluxo intermitente da mesma forma que ocorre na zona 2. J Alvéolos dilatados. J Oxigenoterapia e hemorragia: quando entra ar artificialmente no pulmão os alvéolos da zona 1 ficam muito ventilados. pressionando os vasos próximos. Com isso, o pulmão é ven- tilado, mas não perfundido. A pressão dos alvéolos é maior que da artéria ou veia, não sendo uma área de boa perfusão. J Em relação ao índice V/Q a zona 1 é bem ventilada, entretanto, se os vasos estão con- traídos a perfusão é baixa. Zona 2 - Fluxo sanguíneo intermitente - du- rante a sístole (contrai ventrículo) o ven- trículo direito ejeta muito sangue na arté- ria pulmonar fazendo com que a pressão do sangue nessa artéria seja maior que a pres- são alveolar. Por conta disso, o sangue flui na zona 2. Já quando o coração está em di- ástole (relaxa o ventrículo) a injeção de sangue diminui, sendo a pressão da artéria pulmonar menor (mínima) que a pressão al- veolar, fecha capilar (constrição), passando menos sangue (sem fluxo) e menor perfusão. Passa sangue quando a pressão é máxima (sístole) e para quando a pressão é mínima (diástole). 6 Zona 3 - Fluxo sanguíneo contínuo - alvéolos na base do pulmão são achatados por conta do peso do órgão, entretanto, mesmo assim, são mais complacentes e possuem melhor perfusão. Como consequência, a zona 3 se torna a melhor região para as trocas gasosas (he- matose). J Durante a sístole e diástole a pressão na artéria pulmonar será sempre maior que a pressão na veia e maior que a pressão no alvéolo, mantendo os vasos distendidos possibilitando a passagem sanguínea de sangue (fluxo constante) tanto na sístole quanto na diástole. *alvéolos mais complacentes = bem ventilados Zona 2 tem perfusão intermitente e zona 3 tem perfusão contínua. Portanto, zona 1 e 2 são iguais em relação a perfusão e a zona 3 diferente. Em condições normais o índice V/Q=0,8 a <1 7 J Mais fluxo sanguíneo na base do que no ápice. J Melhor área de ventilação: base, por conta da complacência dos alvéolos. J Com o índice V/Q de normalidade, conclui-se que a base é a melhor área para as trocas gasosas (hematose). Ela possui a vantagem do fluxo sanguíneo contínuo e alvéolos mais complacentes. SHUNT: alvéolos não ventilam, mas passa sangue próximo a ele. Se uma de- terminada região esta em shunt o pul- mão possui mecanismos para desviar o sangue para áreas ventiladas. Assim, ocorre a vasoconstrição. Quando aumenta o índice V/Q aumenta a ventilação e diminui a perfusão. Exemplo: tromboembolismo → ocluindo o vaso e impedindo que o sangue passe enquanto os alvéolos ainda ventilem. Se oclui muitos vasos chega-se ao extremo, no espaço morto fisiológico (ar que entra e sai sem fazer hematose). O extremo seria uma parada respi- ratória. Mulher, 22 anos, chega ao ambulatório de um hospital com tosse seca e dispneia de início agudo. Está febril. Não faz uso de nenhum medicamento exceto anticoncepcional. Relata ter parentes SHUNT Espaço morto fisiológico 8 com alterações de coagulação. Após a realização de uma tomografia do tó- rax é diagnosticada com tromboembo- lismo pulmonar. O índice- V/Q da paciente aumentou, tendo ventilação, mas não tendo fluxo sanguíneo (perfusão), caracterizando um espaço morto fisiológico.