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Semiologia Veterinária - Completo

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Aula 1 - Introdução a Semiologia (prova dia 23 e 24). 
 
0 - Introdução: 
 Conceitos: 
 Semiologia: é a parte da medicina que estuda os métodos de exame clínico, pesquisa os sintomas e os interpreta - visa reconhecer uma 
dada enfermidade por suas manifestações clínicas, bem como prever a sua evolução e prognóstico. 
 
 Síndrome: conjunto de sinais clínicos por múltiplas causas e que afetam diversos sistemas - quando adequadamente reconhecidos e 
considerados em conjunto caracterizam uma determinada enfermidade ou lesão. 
 Exp - Síndrome da cólica. 
 Exp - Febre: em decorrência dela ocorre ressecamento da boca, aumento da frequência respiratória e cardíaca, perda parcial do 
apetite, oligúria... 
 
 Sintoma: todo fenômeno anormal, orgânico ou funcional pelo qual as doenças se relevam no animal - dispnéia, tosse, diarreia, 
claudicação... 
 PS: na medicina humana representa alterações que são reportadas pelo paciente. 
 
 Sinal: não se limita à observação da manifestação anormal apresentada pelo animal, mas principalmente a avaliação e interpretação 
que o clínico retira dos sintomas observados ou do método físico de exame. 
 Exp - Edema: identificado através sintoma de aumento de volume. 
 Exp - Balotamento positivo: ao palpar o abdômen do animal e no mesmo momento formar “ondas” que indicará a presença de 
conteúdo livre no abdome. 
 
 Tipos de sinais: 
 Sinais locais: manifestações patológicas aparecem claramente circunscritas e em estreita relação com o órgão envolvido - uma 
hiperemia da conjuntiva palpebral por irritação por exemplo. 
 Sinais gerais: manifestações patológicas resultantes do comprometimento orgânico como um todo (exp - endotoxemia) // ou por 
envolvimento de um órgão ou um determinado sistema levando a prejuízos de outras funções do organismo (exp - neoplasia mamária com 
metástase pulmonar). 
 
 Classificação de sinais: 
 Principais: fornecem subsídios sobre o provável sistema orgânico envolvido (dispnéia nas afecções pulmonares por exemplo). 
 Patognomônico: pertencem ou só representam uma determinada enfermidade. 
 Exp1: protrusão da terceira pálpebra em equinos por tétano. 
 Exp2: opacidade de córnea na FCM. 
 
 Evolução dos sinais: 
 Iniciais: primeiros observados ou reveladores da doença. 
 Tardios: quando aparecem no período de plena estabilização ou declínio da enfermidade. 
 Residuais: quando se verifica uma aparente recuperação do animal. 
 Exp: mioclonias que ocorrem em alguns casos de cinomose. 
 
 Classificação de sinais (mecanismo): 
 Anatômicos: dizem respeito à alteração da forma de um órgão ou tecido (exp - esplenomegalia e hepatomegalia). 
 Funcionais: estão relacionados com a alteração na função dos órgãos (exp - claudicação). 
 Reflexos: originados longe da área em que o principal sintoma aparece (exp - sudorese em casos de cólicas). 
 
 Diagnostico: 
 A - Diagnóstico clínico: reconhecimento de uma doença baseado na anamnese, exame clínico e complementares - anamnese (50%); 
exame físico (35%); complementar (15%). 
 B - Diagnóstico terapêutico: baseado na resposta favorável da terapia. 
 C - Diagnóstico presuntivo: pela observação diária da progressão da doença exclui-se ou insere-se alguns diagnósticos (preestabelecidos). 
 
 D - Diagnóstico etiológico: quando se refere a doença e ao agente causador - tétano (Clostridium tetani). 
 E - Diagnóstico anatômico: especifica o local e o tipo de lesão - fratura cominutiva no fêmur por exemplo. 
 
 F - Diagnóstico histopatológico: determinado pelo estudo microscópico dos tecidos. 
 G - Diagnóstico anatomopatológico: exame macro e/ou microscópico de peças cirúrgicas, biópsias ou exame post mortem. 
 
 
 
 Resultam no prognóstico: consiste em prever a evolução da doença - suas prováveis consequências, recuperação do animal e capacidade 
corporal. 
 Favorável: quando se espera uma evolução satisfatória. 
 Desfavorável: quando se prevê o término fatal ou a possibilidade de óbito. 
 Reservado: duvidoso ou incerto - nos casos de curso imprevisível. 
 
 Que determina o tratamento: meio utilizado para combater a doença - podendo ser dietético, medicamentoso, cirúrgico ou terapêutico: 
quanto ao tipo de ação os tratamentos são divididos em: 
 Causal: combate a causa da doença. 
 Sintomático: combate os sintomas ou abranda o sofrimento do animal. 
 Patogênico: modifica o mecanismo de desenvolvimento da doença no organismo (ex. soro antitetânico). 
 Vital: evita o aparecimento de complicações que tragam risco ao animal (ex. transfusão sanguínea). 
 
 Causas de erro no diagnostico: 
 I - Anamnese incompleta ou errônea. 
 II - Exame físico superficial ou feito às pressas. 
 III - Avaliação precipitada ou falsa dos achados clínicos. 
 IV - Conhecimento ou domínio insuficiente dos métodos dos exames físicos disponíveis. 
 V - Impulso precipitados em tratar o paciente antes mesmo de se estabelecer o diagnóstico. 
 
 Princípios de Hutchinson: 
 I - Não seja demasiadamente sagaz. 
 II - Não tenha pressa. 
 III - Não diagnostique raridades, pense nas hipóteses mais simples inicialmente. 
 IV - Não seja demasiado seguro de si. 
 V - Não hesite em rever seu diagnóstico. 
 
1 - Identificação do animal: em alguns casos já direciona para suspeitas (raças sendo mais propensas para algumas doenças por exemplo). 
 
 
2 - Anamnese: trazer de volta à mente todos os fatos relacionados à doença e ao paciente - representa (se bem conduzida) o principal 
recurso que o clínico dispõe para fechar o diagnóstico (até 50% do diagnóstico). 
 PS: varia de acordo com o tipo de informante - proprietário, tratador ou veterinário. 
 
 Importância: determina informações quanto a: 
 Queixa principal 
 História médica recente 
 Comportamento dos órgãos 
 História médica pregressa 
 História ambiental e de manejo 
 História familiar ou de rebanho 
 
3 - Exame clinico (exame físico): seu sucesso depende de organização, paciência, sensatez, raciocínio e conhecimento - é dividido ainda em 
geral e especifico. 
 
 Material básico: 
 Papel e caneta. 
 Luvas. 
 Material para contenção. 
 Frascos para amostras. 
 Lanterna. 
 Estetoscópio. 
 Martelo e plexímetro. 
 Termômetro, otoscópio e oftalmoscópio. 
 Espéculo. 
 
 Métodos de exploração clínica (5): se baseia nas técnicas de - inspeção, palpação, auscultação, percussão e olfação. 
 
 A - Inspeção: investigação da superfície corporal e as partes mais acessíveis em contato com o exterior. 
 
 Exemplos: estado mental, postura e marcha, estado nutricional, condição da pele e pêlos... 
 Pode ser feita de forma: 
 Panorâmica: avalia condição corporal geral (ou no sentido de avaliar um grupo de animais). 
 Localizada: de determinada região do corpo. 
 
 Ou ainda: 
 Direta: vista com o olho nu - pêlos, mucosas, movimentos respiratórios por exemplo. 
 Indireta: com o uso de equipamento especifico - oftalmoscópio, microscópio, raio X, ultrassonografia, eletrocardiograma. 
 PS: algumas das técnicas de inspeção indireta podem ser consideradas como exame complementares (os últimos 4 citados pe.). 
 
 B - Palpação: utilização do sentidotáctil ou da força muscular para melhor determinar as características de um sistema orgânico ou de 
uma área explorada. 
 
 Pode ser feita de forma: 
 Direta: usando somente mãos e dedos. 
 Indireta: com aparelhos ou instrumentos - cateteres, pinças, agulhas, sondas. 
 PS: algumas das técnicas de palpação indireta podem ser consideradas como exame complementares (as sondas por exemplo). 
 
 Tipos de consistências encontradas: 
 I - Mole: estrutura não resiste a pressão e reassume a sua forma após cessar a aplicação desta (tecido adiposo). 
 II - Firme: estrutura resistente a pressão, mas cede e volta ao normal com o seu fim (músculos, fígado). 
 III - Dura: não cede por mais forte que seja a pressão (ossos). 
 IV - Pastosa: estrutura cede facilmente a pressão e não reassume a sua forma normal (edema). 
 V - Flutuante: ocorre pelo acúmulo de líquidos (sangue, pus, urina). 
 VI - Crepitante: pelo acúmulo de gás (enfisema subcutâneo). 
 
 C - Auscultação: avaliação dos ruídos que os diferentes órgãos produzem espontaneamente - pode ser feita com auxílio de equipamento 
especifico (estetoscópios e fonendoscópio). 
 
 Exemplos de ruídos: respiratórios, bulhas cardíacas, ruídos ruminais e/ou intestinais... 
 
 Tipos de ruídos: 
 I - Aéreos: pela movimentação de massas gasosas (passagem do ar pelas vias aéreas na inspiração e expiração por exemplo). 
 II - Hidroaéreos: pela movimentação de massas gasosas em um meio líquido (borburigmo intestinal p.e). 
 III - Líquidos: movimentação de massas líquidas em uma estrutura (sopro anêmico). 
 IV - Sólidos: pelo atrito de duas estruturas sólidas rugosas (roce pericárdico). 
 
 D - Percussão: método físico de exame em que através de pequenos golpes ou batidas aplicadas a determinadas partes do corpo torna-
se possível obter informações sobre a condição dos tecidos adjacentes e/ou sua delimitação topográfica. 
 PS1: a percussão acústica permite a avaliação de tecidos localizados a aproximadamente 7 cm de profundidade e pode detectar 
lesões iguais ou superiores a 7 cm de distância. 
 PS2 analise depende do conhecimento do som fisiologicamente normal da região! 
 PS3: pode ser feita a partir da técnica dígito-digital ou martelo-pleximétrica. 
 
 Tipos de sons: 
 I - Claro: do ar se movimentando (pulmão por exemplo). 
 A.5 - Subtimpanico. 
 B - Timpânico: de maior intensidade e ressonância (abdômen) - ocorre pela presença de ar/gases. 
 B.5 - Submaciço. 
 C - Maciço: ocorre em regiões compactas e desprovidas de ar (coração, fígado e baço). 
 
 Sons especiais: 
 A - Metálico: semelhante ao ruído de uma placa metálica vibrante - ocorre no timpanismo com grandes distensões. 
 B - Panela rachada: pela saída do ar de uma determinada cavidade sob pressão - ocorre em casos de estenose (deslocamento de 
abomaso e estenose de piloro como exemplos). 
 
 
 
 E - Olfação: aplicado em transpirações cutâneas, ar expirado e secreções (fezes, vomito, urina) por exemplo. 
 Tipos de odor: cetónico (de acetona), urêmico, halitoses, pútrido. 
 
4 - Exames complementares: procedem o exame físico em situações em que determinada suspeita deve ser provada. 
 Exemplos: 
 (a) Hematológico. 
 (b) Bioquímico. 
 (c) Urinálise. 
 (d) Bacteriológico/virológico/parasitológico. 
 (e) Biópsia (aspirativa, imprinting e excisional). 
 (f) Inoculações experimentais. 
 (g) Teste de reações alérgicas. 
 
 Razões para solicitação de exames complementares: 
 I. Confirmar a presença ou causa da doença. 
 II. Avaliar a severidade da lesão ou doença. 
 III. Avaliar a evolução de uma doença. 
 IV. Avaliar a eficácia do tratamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 2 (Contenção) 
 
 
0 - Introdução e conceitos: corresponde a imobilização parcial temporária e restrição da movimentação, com o intuito de impedir 
determinadas atitudes físicas indesejáveis - depende do conhecimento sobre a índole do animal e espécie, controle do ambiente e 
comportamento apropriado do profissional. 
 
 Objetivos: 
 I - Oferecer proteção ao veterinário, auxiliar e animal. 
 II - Facilitar o exame clinico e permitir procedimentos/testes complementares: injeções, curativos, cauterizações, US, punção venosa... 
 III - Evitar fugas e acidentes. 
 
 Recomendações: 
 Evitar movimentos bruscos e precipitados. 
 Seja tranquilo, firme e confiante. 
 Tentar ganhar a confiança do animal: conversar, acariciar, brincar e ofereça petiscos. 
 Iniciar com a contenção mais simples (cabresto, mordaça) e prosseguir com métodos mais enérgicos de acordo com a demanda (troncos, 
formiga, cachimbo, focinheiras). 
 
 A - Em cães (5): conheça o animal e ganhe sua confiança // realizar aproximação lenta e conversando - de o dorso da mão para que ele 
cheira, afague e mostre suas intenções // sempre que possível o proprietário ou um assistente deve auxiliar. 
 I - Mordaça: feita no momento (com corda, cadarços, laços, etc). 
 II - Cambão (pau de couro). 
 III - Focinheira. 
 
 IV - Contenção de pé: coloque o braço sob o pescoço, prendendo-o moderadamente com o antebraço - passe o outro braço sob o abdome 
do animal, segurando o membro pélvico que se encontra do mesmo lado de quem executa a contenção. 
 V - Derrubamento e contenção sobre a mesa. 
 
 B - Em gatos (2): 
 Observações: 
 Defende-se com unhas e dentes (cuidado). 
 Manter dentro da caixa de transporte até avaliação física. 
 Manter próximo aos proprietários. 
 Fechar janelas e portas. 
 Examinar sobre a mesa. 
 Cuidado com mudanças de comportamento. 
 
 I - Cobrimento de unhas: feito com fita adesiva. 
 II - Com toalha. 
 
 C - Em equinos (8): (caiu na prova - métodos de contenção em equinos) 
 Observações: 
 Isolar o animal que se queira examinar. 
 Toque-o antes da contenção. 
 Posicionamento lateral à esquerda (evite que o animal use as pernas). 
 Cuidar com coice e manotaço (não fique atrás ou na frente do animal) - manotaço sendo um golpe ou pancada que o equino realiza 
com as patas da frente. 
 
 I - Cabresto: jogado por traz das orelhas inicialmente. 
 II - Buçal: uma peça colocada no cabresto para condução do animal. 
 III - Rosário: evita a lambedura de soluções de continuidade ou suturas. 
 IV - Mão de amigo // Pé de amigo. 
 V - Prega no pescoço. 
 VI - Cachimbo (pito): utilizado nos lábios superiores. 
 VI - Tronco (brete). 
 VIII - Derrubamento: com o uso de caneleiras e cordas. 
 
 
 
 
 D - Ovinos e Caprinos (7): 
 I - Segurar prega inguinal e pescoço: ver abaixo. 
 
 II - Montar sobre o animal 
 III - Cajado. 
 IV - Derrubar e prender entre os joelhos ou joelhos sobre pescoço. 
 
 
 V - Pegar por chifre, barba ou orelha: pouco recomendado - irrita o animal. 
 VI - Tronco de contenção. 
 VII - Mesa de contenção. 
 
 E - Bovinos (9): aproximação pelo lado direito - cuidado com cabeçadas e movimentos laterais dos membros torácicos (mãos) // não ficar 
de costas para o animal. 
 
 I - Peia: pode ser feita com corda ou correntes (a segunda gera mais desconforto).II - Tombamento - Método Italiano: para reprodutores e vacas com gestação em estágio avançado - como desvantagem possui risco de 
enforcamento. 
 III - Tombamento - Método Rueff: não indicado em animais em gestação (pode causar lesões no úbere e pênis). 
 IV - Torção da cauda. 
 V - Argola (formiga). 
 VI - Canzil. 
 VII - Curral de espera (mangueira). 
 VIII - Tronco. 
 IX - Maca suspensória. 
 
 
(método italiano // rueff) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 AULA 3 (Exame físico geral - avaliação física) 
 
0 - Introdução e conceitos: avaliação rotineira do paciente, a qual indica saúde geral do paciente e/ou provável local da doença - geralmente 
antecede o exame físico específico, porem em alguns casos é necessário alterar o cronograma: 
 I - Casos de risco a vida do animal. 
 II - Animais agressivos e/ou selvagens. 
 III - Grandes rebanhos. 
 
 PS1: a análise geral dos sistemas é importante, já que a queixa principal do proprietário nem sempre representa o real sistema acometido. 
 PS2: as características e a intensidade dos sinais clínicos apresentam uma variação muito ampla (até mesmo em uma mesma 
enfermidade), de modo que a sua multiplicidade dificulta a obtenção do diagnóstico. 
 PS3: a adoção de uma mesma sequência de exames, se repetida várias vezes torna-se um hábito - este sendo o melhor modo de reduzir a 
possibilidade de erros diagnósticos na realização do exame físico geral. 
 
 Etapas: inspeção geral, parâmetros vitais, mucosas, linfonodos, palpação (pele e abdomem*), precursão e auscultação* 
 
 A - Inspeção (7): avaliado quanto ao nível de consciência, postura e locomoção, condição corporal, pelame, forma abdominal, 
características respiratórias e outros parâmetros (avaliação de defecação, vômito, secreções, micção, etc). 
 A.1 - Nível de consciência (5): realizado através de estímulos (palmas, estalos de dedos), sendo então classificado em 
 Ausente: coma. 
 Estupor: responde à estímulo de dor profunda. 
 Diminuído: apático. 
 Normal. 
 Aumentado: excitado. 
 
 A.2 - Postura e locomoção: sempre considerar comportamento típico da espécie - atitudes anormais indicam enfermidade (geralmente 
relacionadas a dor e alterações do sistema nervoso). 
 PS1: animal sempre em decúbito pode ser indicativo de alteração patológica. 
 PS2: cabeça baixa também é indicativo de doenças. 
 PS3: se afastam do rebanho ou se levantam com dificuldade. 
 PS4: adotam posições características. 
 
 A.3 - Condição corporal: levar em conta sempre - espécie, raça, utilidade ou aptidão. 
 Classificado em 5 níveis: caquético - magro - normal - gordo - obeso. 
 
 A.4 - Pelame: geralmente limpos e/ou brilhantes - podem estar eriçados, com presença de ectoparasitos, lesões (únicas ou múltiplas / 
simétricas ou assimétricas). 
 PS: pele também pode ser utilizada como indicativo do nível de desidratação. 
 
 A.5 - Forma abdominal: normal ou alterada (no timpanismo e ascite por exemplo). 
 A.6 - Características respiratórias: eupneía, dispneia e secreções. 
 A.7 - Dentre outros: características de defecação, vômito, secreções, micção... 
 
 B - Avaliação dos Parâmetros Vitais: (caiu na prova - parâmetros vitais em cada espécie) 
 B.1 - Frequência cardíaca (FC): 
 
(bovinos - 60 a 80* // 90 a 120 em caprinos e ovinos) 
 
 
 
 
 B.2 - Frequência respiratória (FR): 
 
 
 B.3 - Temperatura retal (TR): 
 
 
 
 Técnica: 
 1ª - Conter o animal. 
 2ª - Verificar a coluna de mercúrio. 
 3ª - Lubrificar o local. 
 4ª - Introduzir 1/3 do termômetro, assegurado o com o contato do bulbo com a mucosa retal (de 1 a 2 min). 
 PS1: se recomenda realizar 2 aferições caso possível. 
 PS2: podem ser feitas por via retal ou na vulva/prepúcio. 
 5ª - Realizar assepsia do termômetro após o processo. 
 
 Glossário termométrico: 
 I - Hipotermia: abaixo do normal. 
 II - Normotermia. 
 III - Hipertermia: levemente aumentado. 
 IV - Febre. 
 
 
 
 
 Principais causas de erro (6) 
 Defecação e enema previas a medição. 
 Presença de ar no reto. 
 Pouca introdução do termômetro. 
 Pouco contato do bulbo. 
 Processo inflamatório retal. 
 Tempo de permanência inadequado. 
 
 Fases da febre: 
 I - Ascensão ou aparecimento (stadium incrementi): aumento progressivo da temperatura pela ativação do centro 
termorregulador. 
 II - Fastígio (acme): temperatura atinge o máximo (seguida de estabilização térmica). 
 III - Desfervencência (stadium decrementi): ocorre declínio da temperatura. 
 
 C - Avaliação das mucosas (5): avaliar quanto a coloração, lesões, TPC, corrimentos e hidratação. 
 Possíveis mucosas aparentes ou visíveis (6): 
 I - Oculopalpebrais: podendo ser - conjuntivas palpebrais superior e inferior, terceira pálpebra, conjuntiva bulbar ou esclerótica. 
 II - Nasal. 
 III - Bucal. 
 IV - Vulvar. 
 V - Prepucial. 
 VI - Anal. 
 
 Observar: 
 C.1 - Coloração (5): 
 Pálida: indicativo de ocorrência de anemia - possíveis causas sendo ecto/endoparasitoses, hemorragia, choque hipovolêmico, 
aplasia medular e falência circulatória periférica. 
 Congesta (hiperêmica): possíveis causas sendo inflamação (infecção local), septicemia/bacteremia, febre, congestão pulmonar, 
endocardite e pericardite traumática. 
 Congesta com halo toxêmico: em endotoxemia. 
 Cianótica (azulada): indica falta de oxigenação adequada por motivos diversos - obstrução das vias aéreas, edema pulmonar, ICC, 
pneumopatias, exposição ao frio. 
 Ictérica (amarelada): indica hiperbilirrubinemia por causas diversas - estase biliar (obstrução), doenças hemolíticas (babesiose por 
exemplo), lesões hepáticas (infecções, substâncias hepatotóxicas). 
 
 C.2 - Presença de Lesões. 
 
 C.3 - Tempo de preenchimento capilar (TPC): avaliado pela compressão da mucosa por 3 segundos - o tempo até que o sangue retorne 
normalmente é de 1 a 2 segundos (indica a perfusão sanguínea adequada e hidratação). 
 PS - Desidratado: 2 a 4 segundos. 
 PS - Gravemente desidratado: 5 segundos ou mais. 
 
 C.4 - Corrimentos (5): pode ser dividido quanto ao tipo em 
 Fluido: líquido, aquoso, pouco viscoso e transparente. 
 Seroso: mais denso que o fluido, mas ainda transparente - precede processos infecciosos/inflamatórios. 
 Catarral: mais viscoso, pegajoso, esbranquiçado. 
 Purulento: mais denso e coloração variável - indica processos infecciosos e presença de corpo estranho. 
 Sanguinolento: vermelho-vivo ou enegrecido - indica traumas, distúrbios hemorrágicos e processo agressivos. 
 
 C.5 - Grau de hidratação: avaliado (além do TPC) pela elasticidade da pele e mucosas. 
 
 D - Avaliação dos linfonodos (5): no exame clinico geral envolve inspeção e palpação (biopsia pode ser enviada para complementar) - se 
deve avaliar tamanho, consistência, sensibilidade, mobilidade e temperatura. 
 PS: caso ocorra alteração verificar se é localizada (uni ou bilateral) ou generalizado. 
 
 D.1 - Tamanho: descrição feita a partir da comparação do padrão da espécie - indica reação inflamatória, podendo ainda levar a 
compressãode estruturas vizinhas quando muito aumentado. 
 PS1: em animais jovens são maiores fisiologicamente. 
 PS2: dependendo do estado nutricional pode parecer maior (em animais desnutridos). 
 PS3: quando não palpável é considerado como ponto positivo. 
 
 D.2 - Consistência: firme sendo o normal. 
 Em inflamação e infecção agudas continua firme. 
 Em processos crônicos e neoplásicos adquire consistência dura. 
 Apresenta flutuação na presença de abscessos e metástases. 
 
 D.3 - Sensibilidade: normalmente sem dor -- em inflamação e infecção apresenta aumento da sensibilidade // em processos crônicos tem 
discreto aumento de sensibilidade. 
 PS: sempre começar pelas áreas menos dolorosas. 
 
 D.4 - Mobilidade: deve apresentar boa mobilidade - perda ou a ausência de mobilidade é um achado comum nos processos inflamatórios 
bacterianos agudos (ocorre desenvolvimento de celulite localizada, que os fixa nos tecidos vizinhos). 
 D.5 -Temperatura: deve ser igual à da pele - aumento indica inflamação. 
 
 Locais para avaliação: variam entre espécies. 
 Equino (4): mandibular, retrofaríngeo, pré-escapular e pré-crural. 
 Bovinos (6): mandibular, retrofaríngeo, parotídeo (entre RF e orelha), pré-escapular, pré-crural e mamário. 
 Cão (4): mandibular, pré-escapular, poplíteo e inguinal superficial (cão macho). 
 
 
 
 
 
 
 Principais linfonodos (7) 
 Linfonodos mandibulares: drenam região da cavidade nasal, língua, lábios e glândulas salivares - avaliação é possível em cães, gatos, 
equinos, ruminantes (porem em bovinos adultos é difícil a palpação). 
 Linfonodos parotídeos: drenam região superior da cabeça (próximo da parótida) - palpáveis apenas quando hipertrofiados. 
 Linfonodos retrofaríngeos: drenam as partes internas da cabeça, esôfago proximal, palato e faringe - podem ser palpados quando 
reativos (cães, gatos, equinos, ruminantes). 
 
 Linfonodos pré-escapulares (cervicais): drenam pavilhão auricular, pescoço, ombro, membros torácicos e 1/3 proximal do tórax - 
palpáveis em ruminantes (com pontas dos dedos) e cães (em forma de pinça). 
 
 Linfonodos pré-crurais (pré-femorais): drenam parte posterior do corpo e segmento crânio-lateral da coxa - palpável em ruminantes 
e equinos magros/enfermos (não existe em animais de companhia). 
 
 Linfonodos mamários: drenam o úbere e partes posteriores da coxa - palpável em vacas em lactação. 
 Linfonodos poplíteos: drenam pele, músculos, tendões e articulações membros posteriores - palpável em cães e gatos. 
 
 
 Biópsia dos linfonodos: podem ser utilizadas em exames complementares - coletadas por excisão ou aspiração: utilizadas para 
diagnostico de doenças de etiologia desconhecida ou nos casos de suspeita de metástases. 
 
 E - Palpação de outras estruturas: avalia - volume, consistência, temperatura, distenção, tensão e movimento. 
 E.1 - Pele e anexos. 
 E.2 - Abdômen: pré-estômagos, estômago, intestinos, fígado, baço, rins e vesícula urinária, útero // tórax (útil somente em alterações 
superficiais - sem acesso aos órgãos através de palpação devido as costelas). 
 
 F - Percussão: através da reverberação do som reflete indícios sobre conteúdo (ar, líquido, massa), alteração teciduais e delimitação de 
estruturas - utilizado para identificar as situações que há alteração de aumento de volume ou para a delimitação topográfica no geral. 
 PS1: realizar ao longo das 3 linhas verticais ou em locais com alteração anatômica. 
 PS2: em ruminante pode ser feito para avaliar o conteúdo ruminal e a sensibilidade dos órgãos na cavidade. 
 
 Métodos: dígito-digital ou martelo/plexímetro. 
 
 Tipos de sons (5): 
 Timpânico (graves): região dorsal do rumem por exemplo - de maior intensidade e ressonância. 
 Hipersonoro (subtimpanico?): aumento no volume do som. 
 Claro (intermediário): nos pulmões por exemplo. 
 Submaciço (submate): no estomago e intestinos. 
 Maciços (agudos): em áreas parenquimatosas - músculos, fígado e coração. 
 
 
 
 
 G - Auscultação: deve ser feita em local silencioso e nunca em animais que estejam se alimentando. 
 PS1: com exceção aos ruídos produzidos pelo coração, todos os ruídos produzidos pelos animais são muito baixos e passam facilmente 
despercebidos pelos iniciantes. 
 PS2: animais muito pequenos normalmente possuem uma auscultação mais difícil, já que os seus ruídos se propagam por todo o corpo. 
 PS3: nos ovinos a lã pode representar algum obstáculo ao clínico iniciante - porem quando afastada ela não chega a comprometer a 
qualidade deste exame. 
 
 PS - Auscultação indireta com percussão (percussão auscultatória): consiste em se posicionar o estetoscópio em uma determinada 
região e percutir simultaneamente - útil na identificação de som metálico por dilatações abdominais gasosas (ping): ocorre no deslocamento 
do abomaso em bovinos (liquido cai como uma goteira no órgão, produzindo som metálico). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 4 (Exame físico S.D - pequenos animais) 
 
0 - Introdução e conceitos iniciais: junto a dermatologia representa uma área de grande interesse na veterinária de pequenos - boa parte dos 
casos clínicos envolvem o sistema digestório. 
 PS: nem toda alteração no digestório tem origem primaria - podem ser decorrentes de distúrbios endócrinos, neoplasias, alterações em 
outros sistemas (uremia causando vômitos e febre causando perda de apetite como exemplos). 
 
1 - Identificação: importante pois em alguns casos já direciona para um conjunto de patologias típicas de espécies, raça, sexo, ambiente... 
 (a) Animais mais ativos tem maior chance de ingerirem corpos estranhos - filhotes no geral tem maior chance de ingestão de corpos 
estranhos (por curiosidade). 
 
 (b) Cães no geral tem maior chance de comer algo fora da dieta (indiscrição alimentar) - isto pode levar a desequilíbrio da microbiota 
normal do S.D, com consequente vômito e diarreias. 
 (c) Cães de grande porte tem maior chance de apresentarem torção gástrica. 
 
 (d) Animais jovens e em locais com alta densidade populacional tem maior chance de adquirir doenças infecciosas 
 Parvovirose e giardíase em cães. 
 Panleucopenia felina (parvovírus felino) e FILV em gatos. 
 Vermes no geral. 
 
 (e) Gatos tem maior chance de ingerir corpos estranhos do tipo linear (barbante por exemplo) - além disto possuem padrão mais crônico 
nos casos de diarreias e vômitos no geral. 
 
2 - Anamnese: representa a maior parte do diagnostico (até 50%). 
 
 2.1 - Queixas principais (anamnese espontânea): informações típicas de serem informadas pelo proprietário no início da consulta - animal 
apresenta vomito, diarreia, constipação, anorexia, apatia... 
 
 2.2 - Anamnese direcionada (ou inquisitiva): 
 A - Dieta: 
 I - Animal tem habito de comer algo estranho? 
 
 II - Animal teve troca na dieta recente ou consumiu algum alimento diferente? 
 PS1: cães são ainda mais susceptíveis a trocas de ração - leva ao crescimento de bactérias produtoras de toxinas devido ao 
desbalanço de flora. 
 PS2: animais que a dieta é diversificada (comem de tudo) são naturalmente mais resistentes a alterações na dieta. 
 
 B - Ambiente: 
 I - Animal vive em casa ou tem acesso a rua? animais na rua tem maior chance de ingerir algo que interfira no sistema digestório. 
 II - Histórico de envenenamento na região? foram encontradas iscas no local? 
 III - Produtos tóxicos de fácil acesso na região? estão ocorrendo obras na casa ou local?IV - Animais com a mesma sintomatologia na área ou na casa? 
 V - Existem muitos animais no local? aglomeração facilita ocorrência de algumas doenças infecciosas (coccídeos, giardíase...) 
 
 C - Vacinação e vermifugação: quanto a parvovirose, panleucopenia felina (parvovírus), coronavirus (cães). 
 
 D - Apetite do animal: alteração pode ser decorrente de patologias ou comportamental - é classificado em 
 I - Normal: quando associado a perda de peso pode ser indicativo de verminoses, insuficiências hepáticas ou distúrbios endócrinos. 
 II - Anorexia (inapetência): ausência de alimentação. 
 III - Hiporexia: diminuição. 
 IV - Polifagia: apetite aumentado - pode ser decorrente da utilização de corticoides (gera poliúria e polidipsia também). 
 
 V - Alotriofagia (pica): habito de se alimentar de objetos ou substancias fora do comum: 
 Fezes (coprófagia): algumas raças de cães são predispostas // pode ser indicativo de baixa digestão do alimento e verminoses 
(animal ainda vê as fezes como algo de valor nutritivo) // pode também ocorrer por alteração comportamental. 
 Plantas e ossos: pode indicar insuficiência mineral. 
 Outros: tinta, casca de parede, plástico, etc. 
 
 
 
 
 
 E - Quanto ao vomito (4): avaliar quanto a frequência e quantidade, ejeção, coloração e diferenciar de regurgitação. 
 
 Frequência e quantidade de conteúdo: em cães pode não ter significância patológica (sempre vomita alguma vez na vida) e em gatos 
pode ser decorrente da limpeza de pelos (o que pode ser diminuída com alimentação e medidas ambientais especificas). 
 
 Método de ejeção: quando profuso (em jatos) pode ser indicativo de obstruções graves no TGI (intuscepções, CEs e tumores). 
 
 Coloração: normalmente amarelado esverdeado. 
 Marrom (bilioso): pode ser indicativo de jejum prolongado ou síndrome do vomito bilioso no caso da raça lhasa apso - no segundo 
caso é decorrente do refluxo da bile para o estomago, causando náusea e consequente vomito. 
 
 Vermelho: indica hemorragias no T.G.I - pode apresentar em vermelho vivo ou digerido pelas enzimas gástricas (no último caso 
chamado de sangue oculto ou sangue digerido - possui aspecto de pontos milimétricos espalhados no liquido, semelhante a uma borra de 
café). 
 
 Regurgitação vs Vomito: devem ser diferenciadas pelo veterinário - a primeira é causada por obstruções no esôfago, que impedem o 
alimento de seguir para o estomago (possui causas diversas, sendo estas diferentes das da ocorrência de vomito). 
 PS1: animal não apresenta a mimica do vomito na regurgitação (contrações abdominais para expulsão do conteúdo gástrico). 
 PS2: regurgitação ocorre principalmente por obstruções // vômitos são causados por irritações gástricas e enjoos em especial. 
 PS3: conteúdo da regurgitação se apresenta pouco digerido - já que geralmente ocorre pouco tempo após a alimentação. 
 PS4: regurgitação geralmente apresenta menos muco ou sangue. 
 PS5: megaesôfago é uma causa de importância em regurgitação. 
 
 F - Fezes e/ou alteração na defecação (6): avaliar quanto ao odor, consistência, presença de sangue, presença de muco, ocorrência de 
disquezia e diferenciar as diarreias do ID das do IG. 
 
 Tipo de odor: pútrido é indicativo de parvovirose em cães. 
 Consistência: aquosa, pastosa ou seca - última sendo indicativa de constipação (muito comum em felinos velhos e obesos). 
 
 Presença de sangue: pode ser sangue vivo ou digerido (oculto) - o sangue oculto quando nas fezes é denominado melena: é indicativo 
de hemorragia no I.D (local que produz enzimas que possam fazer a digestão do sangue). 
 
 Presença de muco: típico de giardíase. 
 Ocorrência de disquezia: dificuldade em defecar - tem como causa estenose retal, dieta, hiperplasia prostática benigna (especialmente 
em não castrados com até 6 anos de idade), hérnia perirretal, dentre outras. 
 PS: pode ou não estar acompanhada de tenesmo e diarreia. 
 
 Diferenciação - Diarreia do I.D ou I.G: (caiu na prova - características diferentes entre cada uma). 
 De intestino delgado (6): consistência pastosa ou aquosa (liquida), volume de defecação maior e de frequência ligeiramente 
aumentada, sangue quando presente ocorre como melena, animal apresenta perda de apetite e de peso e vomita frequentemente - 
geralmente associada a peristaltismo aumentado. 
 De intestino grosso (4): possuem maior quantidade de muco, mais pastosas, sangue (quando presente) ocorre como estrias de 
sangue vivo, animal quando com constipação assume posição defecação frequentemente sem a saída das fezes (tenesmo). 
 
3 - Exame Físico Especifico: feita com os 5 métodos de avaliação (inspeção, palpação, precursão, auscultação e olfação). 
 3.1 - Inspeção (4): avaliar cavidade oral, escore corporal, pelame e dilatações do abdomem. 
 A - Cavidade oral: 
 (a) Condições dos dentes - pode afetar o apetite por dificultar a mastigação. 
 (b) Presença de ulceras na língua - idem. 
 (c) Ocorrência de sialorreia - pode causar enjoos. 
 (d) Presença de corpos estranhos. 
 
 B - Escore da condição corporal: quando muito baixo indica disfunção no I.D ou doenças crônicas. 
 
 C - Pelame: condição indica absorção de nutrientes - quando ruim se apresenta opaco e ressecado. 
 PS1: também serve como indicador de disfunções endócrinas. 
 PS2: quando muito sujo pode ser indicativo de animal enfermo no geral. 
 
 D - Dilatações do abdômen: distensões de órgãos ou segmentos podem ocorrer por causas diversas - torções, intussuscepções, acumulo 
de gás e alimentos, corpos estranhos, etc. 
 
 3.2 - Palpação (2): método mais importante do S.D - indica tamanho dos órgãos (dilatações por obstruções no geral); consistência rígida 
de corpos estranhos; presença ou ausência de matéria fecal e consistência desta (liquida, pastosa, maleável). 
 
 A - Abdominal: pode ser feita na região cranial (verifica estomago, fígado e duodeno), mesogástrica (verifica o I.D) ou hipogástrica 
(intestino grosso). 
 B - Toque retal: indica consistência e presença de fezes, sensibilidade da região, tamanho da próstata (em machos) e resistência a 
passagem (aumentada na estenose por exemplo). 
 
 3.3 - Percussão: pouco útil em pequenos - indica detenção por gases (som timpânico) e localização/tamanho de órgãos (som submaciço ou 
maciço). 
 PS: balotamento pode ser utilizado também - indica presença de líquidos (ascite). 
 
 3.4 - Auscultação: indica o peristaltismo 
 Normal: 2 a 5 movimentos por minuto no gato ou cão. 
 Diminuído (atonia): 1 ou 0. 
 Aumentado: acima de 5 - indica enterites, diarreias, vômitos e obstruções recentes. 
 PS1: na obstrução inicialmente o peristaltismo aumenta, porém com o tempo tende a evoluir a atonia. 
 PS2: atonias geralmente são acompanhadas de dor - gera desbalanço intestinal e consequente infecção/inflamação. 
 
 3.5 - Olfação: pode indicar halitoses - urêmico, cetónico (por diabetes por exemplo), doença periodontal e placas, odor de fezes 
 PS: odor de fezes quando na cavidade oral indica uma obstrução grave - que leve as fezes a ir do intestino até a boca ou estomago. 
 
4 - Exames Complementares: são uteis já que várias das doenças que afetam o SGI são sistêmicas. 
 
 A - Hemograma: constata 
 Anemias: animais podem perder sangue no TGI. 
 Leucopenias: por doenças intestinais virais. 
 Leucocitoses: em infecções bacterianas - proporção das célulasde defesa indica a etiologia da inflamação. 
 
 B - Ureia e creatinina: ótimo para o diagnóstico de uremia - afeta o TGI causando ulceras. 
 C - Enzimas hepáticas: constata função hepática - lembrando que o fígado não funcionando poderia levar a má absorção e perda de peso, 
vômitos, ascite, coprófagia, etc... 
 D - Proteínas totais e albumina: estão diminuídas em parasitoses e doenças com vômitos/diarreia crônicas. 
 E - Coagulograma: deve ser pedido em casos de hemorragia. 
 F - Exame de fezes: indica presença de formas parasitarias nas fezes. 
 G - Testes sorológicos específicos: uteis para cinomose, parvo, leucemia felina... 
 H - Glicemia: reflete a absorção intestinal, ocorrência de diabetes e estado da alimentação. 
 I - Radiografia: exame de triagem no S. digestório (junto ao ultrassom) - visualiza corpos estranhos, distensões por gás e obstruções. 
 PS: quando feito seriada e com contraste ela indica exatamente o local de obstrução (local onde o contraste fica acumulado já que não 
é eliminado). 
 J - Ultrassom: complementar a radiografia - ótima para verificação de órgãos parenquimatosos (fígado, pâncreas), peristaltismo (já que é 
em tempo real) e estado das paredes do intestino e estomago. 
 K - Endoscopia: boa visualização das paredes e mucosas do TGI - ulceras, tumores e corpos estranhos. 
 PS1: pode ser feito via esôfago (esofagogastroduodenoscopia) e retal (colonoscopia). 
 PS2: equipamento possui ainda pinças que podem coletar material para biopsia. 
AULA 5 (Exame físico S.D - ruminantes) 
 
0 - Introdução e conceitos iniciais: 
 
 Funcionamento normal do rumem: a presença de alimento fibroso no rumem favorece a ruminação, e consequentemente a produção de 
saliva (a qual contem ureia e bicarbonato) - sendo assim o funcionamento do rumem depende de fibras em quantidade e qualidade 
adequadas (preferencialmente de boa digestibilidade e longas). 
 PS1: notar que a produção de saliva e funcionalidade da mastigação são indiretamente importantes parâmetros para avaliação do 
funcionamento do rumem. 
 PS2: alimentos concentrados em excesso levam a desequilíbrio da flora ruminal pelo aumento de MOs aminoliticos - animal apresenta 
quadro de timpanismo, acidoses e diarreias (relacionadas principalmente a queda do PH). 
 
 Movimentos ruminais: separado em movimentos primários e secundário - frequência destes deve ser adequada em um animal saudável. 
 Primário: iniciado pelo reticulo - direciona o conteúdo para os sacos dorsais e ventrais do rumem em um movimento circular. 
 Secundário: expulsão dos gases, principalmente pela contração dos sacos cego dorsal e ventral - o gás é direcionado para a cárdia para 
ser eliminado na eructação e o conteúdo para o orifício retículo-omasal. 
 PS: na avaliação da frequência dos movimentos ruminais um ciclo é definido pela audição dos 2 movimentos (que ocorrem em tempos 
similares) - com experiência é possível diferenciar um do outro. 
 
1 - Identificação: tipo de animal (corte ou leite) possuem metabolismo e manejo diferentes. 
 (a) Animais de produção de leite tem maior chance de desenvolver hipocalcemia e cetose. 
 (b) Reticulo pericardite traumática também e mais comum nos animais de produção de leite. 
 (c) Animais a pasto tem maior chance de se intoxicarem. 
 
2 - Exame Físico Especifico: 
 2.1 - Cavidade oral (3): 
 (a) Avaliar dentição, mastigação e deglutição: são indiretamente importantes para o funcionamento do rumem. 
 PS1: na espécie bovina a mastigação é lateralizada. 
 PS2: pode ser acessado entre os dentes pré-molares e incisivos (existe espaço em que passa a mão - diastema). 
 
 (b) Também avaliar o torno lingual: mobilidade da língua - participa na captura do alimento junto aos incisivos inferiores. 
 (c) Avaliar pela olfação presença de halitoses e odor cetónico. 
 
 PS: etapas levam indiretamente a avaliação dos nervos cranianos - hipoglosso (língua) e glossofaríngeo (deglutição). 
 
 2.2 - Esôfago: estrutura importante para a passagem do alimento e ruminação - a região cervical pode ser avaliada por palpação e ou 
indiretamente por sonda oro-gastrica: alterações nesta estrutura podem levar a timpanismo gasoso. 
 
 2.3 - Rumem: localizado entre 8ª espaço intercostal até cavidade pélvica - realizado por inspeção, palpação, percussão e auscultação. 
 Divisão da cavidade: deve levar em conta a distribuição das estruturas nas cavidades torácicas e abdominais - desta forma a avaliação 
das estruturas na região pode ser facilitada pela divisão do abdomem em quadrantes superiores e inferiores direito e esquerdo (inspeção 
destas estruturas e quadrantes é a principal ferramenta para avaliação de ruminantes). 
 
 A - Inspeção (rumem e outros componentes do TGI): 
 Dilatação esquerda superior: indicativo de timpanismo gasoso. 
 Dilatação esquerda superior e inferior: indica timpanismo do tipo espumoso, acidose ruminal e indigestão vagal. 
 Dilatação esquerda inferior: ocorre em indigestão vagal ou estenose. 
 Dilatação direita superior: relacionada com alteração do ceco e colón (timpanismo de colón). 
 Dilatação direita inferior: relacionada com alteração do I.D e compactação do abomaso. 
 Dilatação inferior esquerda e direita: pode ser causada por ascites. 
 Dilatação superior direita e esquerda: relacionada a pneumoperitonio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 B - Auscultação (3): determina a frequência e intensidade de movimentos ruminais além de outros ruídos ruminais. 
 B.1 - Frequência: 
 Frequência normal: murmúrio periódico, o qual se exacerba e depois decresce - são ouvidos dois ruídos, um aéreo e outro sólido, 
que ocorrem quase concomitantemente e correspondem às contrações primária (ciclo de mistura) e secundária (ciclo da eructação) do 
rúmen: o numero de ciclos por minuto varia entre as espécies 
 Bovinos: de 7 a 12 MR a cada 5 min (2 a 3 MR/2min). 
 Caprinos: 6 a 12 MR a cada 5 min. 
 Ovinos: 7 a 14 MR a cada 5 min. 
 
 PS1: o número de contrações depende do tipo de alimento ingerido e do intervalo decorrido entre a última refeição e o exame. 
 PS2: região dorsal pode apresentar ruído semelhante ao de estouro de bolhas (crepitação). 
 
 Alterações de frequência: 
 Hipermotilidade: frequência de MR aumentada - ocorre (geralmente) nas fases iniciais das lesões do nervo vago e dos processos 
fermentativos (timpanismo espumoso e acidose). 
 PS: em alguns casos o rumem realiza mais movimentos porem de forma incompleta (frequência aumentada é compensatória a 
não funcionalidade do movimento) - nestas situações apesar do número maior de movimentos o diagnóstico e feito como hipomotilidade. 
 
 Hipomotilidade: MR diminuídos - geralmente por uma ou mais das seguintes causas: depressão do centro gástrico, 
falha das vias dos reflexos excitatórios, aumento do estímulo dos reflexos inibitórios e bloqueio das vias motoras (por hipocalcemia e lesões 
do nervo vago) // também ser decorrente de baixa fibra na dieta. 
 Atonia: ausência de movimentos. 
 
 B.2 - Intensidade dos MRs: 
 I - Ausente (-). 
 II - Diminuída (+). 
 III - Normal (++). 
 IV - Aumentada (+++). 
 
 B.3 - Ruídos ruminais: 
 Crepitação: relacionado ao gás e a eructação - nos casos de aumento da crepitação com ausência das exacerbações, pode ser 
indicativo de início de meteorismo. 
 Rolamento/deslizamento: choque entre material sólidoe parede ruminal - a ausência do rolamento indica atonia. 
 
 C - Palpação: indica sensibilidade, tipo de conteúdo estomacal (consistência deste) e intensidade/frequência de MRs. 
 Tipos de palpação (3): a palpação pode ser superficial, profunda e retal - a palpação da parede abdominal esquerda deve ser realizada 
da fossa paralombar dorsal esquerda em sentido à prega lateral (prega do flanco). 
 I - Palpação superficial: é realizada com a palma da mão ou as pontas dos dedos - usada para avaliar a intensidade e a frequência 
das contrações ruminais (quando ocorrem empurram o punho para fora do flanco). 
 II - Profunda: realizada com a mão fechada - de grande auxílio na avaliação do tipo de conteúdo ruminal baseando-se na 
resistência que este gera (pastosa sendo o normal). 
 PS1: também útil na constatação de aumento de sensibilidade (ruminite). 
 PS2: a região abdominal correspondente à porção ventral do rúmen apresenta maior resistência à pressão manual em 
virtude da grande quantidade de material sólido presente (já a dorsal possui menor resistência pela camada de gás presente). 
 
 III - Retal: fornece resultados melhores que a palpação pelo flanco, pois todo o saco dorsal é acessível - ao se elevar o assoalho 
abdominal também é possível sentir parte do saco ventral. 
 
 Consistência do conteúdo ruminal: podendo ser 
 I - Mole (pastosa): em dietas ricas em forragem e grãos. 
 II - Flutuante: ingestão de líquido excessiva. 
 III - Dura: presença de areia, sobrecarga ou compactação. 
 IV - Firme: pode ocorrer por desidratação. 
 
 Baloteamento: pelo movimento nas cavidades a partir de um estimulo físico (empurro) - determina presença de líquidos no rumem, 
ascites e gestação. 
 
 D - Percussão: indica o tipo de conteúdo no rumem - gás (timpânico), digesta (sub maciço) e liquido (quase maciço). 
 Tipos de sons: 
 Timpânico: normal do saco dorsal do rúmen - principalmente devido a presença de certa quantidade de gás. 
 PS: no timpanismo o som da percussão lembra o ressoar de um tambor. 
 
 Submaciço: a intensidade do som submaciço aumenta à medida que a percussão se dirige às porções mais ventrais da parede 
abdominal devido à natureza pastosa da ingesta (presença de material fibroso e líquido). 
 Maciço: região ventral do rumem - quando na dorsal pode ser indicativo de sobrecarga. 
 
 PS - Percussão auscultatória: técnica indicada para o diagnóstico de acúmulo excessivo de gás dentro do compartimento ruminal - é 
realizada colocando-se o fonendoscópio sobre a região de interesse e percutindo (com o polegar ou o cabo do martelo) a parede abdominal, 
em uma distância aproximada de 10 a 12 cm da cabeça do fonendoscópio - resulta em ressonância aumentada quando o compartimento 
básico contiver uma quantidade de gás significante: a ressonância é menos exacerbada no caso de acúmulo de gás no saco dorsal do rúmen 
em relação aos casos de deslocamento do abomaso (camada de alimentos fibrosos se aloja abaixo da camada de gás, abafando 
consideravelmente a ressonância causada pelo ato percutido). 
 
 
 
(fossa paralombar dorsal esquerda em sentido à prega lateral-prega do flanco // 8º EIC até cavidade pélvica) 
 
 2.4 - Reticulo (2): localizado entre 5ª e 7ª E.I.C, presente sobre a cartilagem tifoide - avaliado por inspeção exames específicos de 
sensibilidade: importantes para determinar a presença de corpos estranhos e ocorrência de pericardite reticulo traumática (sensibilidade). 
 A - Inspeção: não há alteração local, porem o animal pode adotar posturas características quando com dor - membros torácicos mais 
elevados, locomoção vagarosa e dorso arqueado. 
 
 B - Sensibilidade (4): pode ser avaliada por 4 métodos. 
 Percussão dolorosa: feita com mão fechada ou martelo sobre a região xifóide (apoiado no cotovelo) - pode ser feita junto a 
auscultação da traqueia para verificar gemidos de dor e aumento da frequência respiratória. 
 Pinçamento da cernelha. 
 Prova do bastão: utilizado para elevar o abdome do animal - animal apresenta dor em casos de alterações. 
 Planos inclinados: gravidade leva as vísceras a se movimentarem caudalmente, gerando dor ao animal. 
 
 C - Auscultação e Percussão: são de menor importância na espécie - feito no 6º EIC (região ventral), porem na auscultação ocorre 
sobreposição de ruídos ruminais. 
 
 2.5 - Omaso (0): presente entre o 7ª e 9ª E.I.C, na região centralizada do animal (não é possível realizar avaliação semiológica). 
 
 2.6 - Abomaso (4): entre o 7ª e 11ª E.I.C, no antímero direito (repousa entre o rumem e omaso) - avaliado por inspeção, percussão, 
auscultação e palpação. 
 A - Inspeção: na compactação gera distenção do quadrante direto (inferior). 
 
 B - Percussão: 
 Percussão clássica: normalmente gera som submaciço - gás no órgão pode estar sobre maior tensão nos casos de deslocamento de 
abomaso, passando a apresentar som timpânico. 
 Percussão auscultatória: quando dilatado por gás o abomaso se desloca para a esquerda ou direita, podendo neste caso ser percutido 
entre os 8ª e 12ª E.I.C - liquido do órgão goteja, gerando som de chapinhar metálico (pela presença de líquidos e gases) na auscultação com 
balotamento. 
 
 
 
 C - Auscultação: gera sons de burburinhos - a auscultação fica em localização alterada nos casos de deslocamento de abomaso. 
 
 D - Palpação: a por via abdominal não é possível em ruminantes adultos devido a musculatura da região (somente retal) - em pequenos 
ruminantes e bezerros pode ser feita por via abdominal (externa): determina presença de areia e gases e a sensibilidade da região (dor por 
abomasite e ulceras abomasais). 
 
 
 
 2.7 - Alças intestinais: ocupando os 2/3 caudais do antímero direito, com o ceco e colón no quadrante superior e duodeno, jejuno e íleo no 
inferior - avaliado por inspeção, palpação, percussão e auscultação. 
 A - Inspeção (flanco direito): distendido em torção do ceco, vólvulo, íleo paralítico e intussuscepção. 
 
 B - Palpação: 
 Abdominal: verifica aumento de sensibilidade por enterite e oclusões intestinais. 
 Retal (4): útil para avaliar aumento de sensibilidade, alterações na localização anatômica das estruturas e aderência entre 
intestino/rumem - também pode ser utilizada para a retirada de amostra de fezes. 
 
 C - Auscultação: gera sons de borborigmos. 
 Normal: de frequência reduzida, pouca intensidade e duração limitada. 
 Aumentado: em enterites. 
 Diminuídos: em casos de obstruções. 
 
 D - Percussão: 
 Região dorsal (IG): possui som timpânico ou subtimpânico (ocorre geração de gás no local). 
 Região ventral (ID): som submaciço. 
 
 
 2.8 - Fígado (3): localizado ao redor do abomaso, na porção superior do antímero direito entre o 5º e 12º EIC - avaliado por percussão, 
palpação e inspeção. 
 A - Percussão: feita entre os 10ª e 12ª E.I.C em bovinos (região dorsal direita) e entre o 8ª e 12ª nos pequenos ruminantes - gera som 
maciço quando normal (aumento da área de som maciço em alterações patológicas). 
 PS: em sua região proximal dorsal pode ocorrer som submaciço devido a sobreposição pulmonar. 
 
 B - Palpação: feita com a pontas dos dedos (pressão) por trás do arco costal - normalmente não é palpável, porem pode ser identificado 
quando aumentado (bordo caudal pode ser sentido no 13ª E.I.C). 
 PS: coleta para biopsia e feita na mesma região (13ª costela - seguindo a linha do íleo quanto à altura). 
 
 C - Inspeção (3):verificar pelas alterações secundarias a disfunção renal - na anamnese, inspeção de mucosas, pele e exames 
complementares (via função hepática e biopsia) 
 PS: distenção do abdome raramente é perceptível no aumento do fígado - quando ocorre é visível do lado direito posterior da última 
costela (via hepatomegalia). 
 
4 - Exames Complementares: são uteis já que várias das doenças que afetam o SGI são sistêmicas. 
 
 A - Liquido ruminal (6): pode ser coletado por sonda orogastrica ou nasogastrica (ou ainda através de fistulas) - material coletado pode 
ser verificado quanto a: 
 
 A.1 - Estratificação: pode ser avaliada em uma pipeta em repouso (por 4 a 8 minutos) - liquido saudável formaria estratificação. 
 
 A.2 - Consistência: a viscosidade está relacionada com produção de saliva (e consequente com o PH) - normalmente levemente viscoso 
em um animal com PH saudável (entre 6.2 e 7.2). 
 Pouco viscoso: pela inatividade ruminal - ocorre por alteração microbiana ou jejum prolongado. 
 Muito viscoso e com espuma: ocorre no timpanismo espumoso ou contaminação por saliva. 
 PS: na coleta a produção da saliva pode estar aumentada devido a passagem da sonda. 
 
 A.3 - Cor: varia de acordo com situação fisiológica e dieta. 
 Normal: varia com a dieta - verde (pasto), amarronzada (ração), clara (feno), amarelada (silo), esbranquiçada (concentrados). 
 Enegrecida: ocorre em atonias prolongadas - na queda de motilidade ocorre alcalose, com consequente putrefação. 
 Amarelo a acinzentado: nas acidoses. 
 
 A.4 - Cheiro: normalmente aromático - pode estar amoniacal (em alcalose), pútrido ou ácido em alterações. 
 
 A.5 - PH: pode ser medido a partir do liquido com fita de teste de PH - normal sendo de 6,2 a 7,2 (varia de acordo com o tipo de 
alimento e o tempo da última refeição e a obtenção de uma amostra). 
 pH básico (alto - de 8,0 a 10,0): putrefação de proteína, jejum prolongado, ingestão de uréia ou amostra misturada com saliva. 
 PS: quando animal mastiga o alimento por mais tempo (fibras muito secas e de baixo valor nutricional) ocorre maior produção de 
saliva e bicarbonato, com consequente alcalose ruminal. 
 pH ácido (baixo - de 4,0 a 5,5): após consumo de carboidrato, em acidoses ruminais ou refluxo abomasal. 
 
 A.6 - Microbiota: pode ser testada quanto a 
 I - Atividade redutiva bacteriana - tempo até degradação de celulose ligada a azul de metileno (normal sendo de 3 a 6 minutos). 
 II - Quantidade observada de protozoários em microscópio ótico - também pode ser utilizada como indicativo de PH, já que estes 
morrem em ambientes muito ácidos. 
 
 B - Liquido peritoneal: geralmente tem padrão de formação localizado - deve ser coletado de 2 pontos próximos ao local de alteração, com 
3ml de material no mínimo: em seguida é testado quanto a quantidade de células e bioquímica. 
 PS1: o volume de líquido obtido varia de 0 a 5 mℓ em um animal não gestante, podendo-se coletar maiores volumes em vacas (1) no 
final da gestação e pós-parto, onde este se encontra aumentado não patologicamente e (2) na maioria dos processos inflamatórios primários 
ou secundários do peritônio (patológico). 
 PS2: a não coleta de líquido peritoneal não exclui a possibilidade de ocorrência de peritonite, principalmente se o animal estiver 
desidratado. 
 
 Locais de coleta: 
 Quadrantes craniais: 5 cm caudal ao apêndice xifóide e 5 cm a esquerda ou direita. 
 Quadrantes caudais: 5 cm a direita da cicatriz umbilical. 
 
 C - Detector de metais: uteis para identificação de CEs no reticulo (quando metálicos). 
 
 D - Exames de fezes (7): analisado quanto a - presença de formas parasitarias, quantidade de material, coloração, consistência, presença 
de muco, composição (tipo de fibras) e odor. 
 
 E - Hemograma e leucograma: avaliação do estado geral - hidratação e processos infecciosos e inflamatórios. 
 F - Prova de avaliação hepática: GGT (hepática) e AST (hepática e muscular) por exemplo. 
 
 G - Laparotomia exploratória: abertura cirúrgica da cavidade abdominal e/ou do compartimento ruminal - é um recurso de grande valia 
para a elucidação, confirmação e resolução de algumas disfunções digestivas: acidose ruminal, indigestões por corpo estranho, 
deslocamentos abomasais, aderências, intussuscepções, dentre outras. 
 PS1: local de abertura varia de acordo com a suspeita de área afetada. 
 PS2: é possível realizar alguns procedimentos terapêuticos após a exploração do rúmen - retirada e a substituição do conteúdo ruminal 
e a administração de antibióticos e surfactantes como exemplos: desse modo, a laparorruminotomia, além de ser um método semiológico, 
consiste também em um importante recurso terapêutico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 6 (Exame físico Locomotor - ruminantes) 
 
0 - Introdução e conceitos iniciais: 
 Estruturas anatômica: 
 
 
 Observações: 
 (I) A anatomia está relacionada com o desenvolvimento de patologias 
 a - Na região anterior os animais apoiam o peso medialmente, logo esta área está mais susceptível a ocorrer lesão. 
 b - Na parte posterior apoiam os membros lateralmente devido ao peso do úbere. 
 (II) Animal saudável tem postura reta, inclusive enquanto anda - deve se saber o padrão normal da espécie para a avaliação de 
alterações: linha do dorso quando arqueada (parado ou andando) é um bom indicativo de dor. 
 
1 - Identificação: animais em sistema de produção intensivo tem maior chance de sofrerem lesões ou patologias (mesmo vale para 
raças bovinas mais pesadas - tanto pelo peso quanto pelo metabolismo acelerado). 
 
2 - Exame Físico Especifico: 
 A - Grau de claudicação: indica alterações e lesões no sistema locomotor - para tal avaliação e vital que se conheça a forma normal em 
que um animal saudável caminha. 
 PS: na espécie bovina é incomum que uma lesão em tendões ou articulações cause claudicação. 
 
 B - Exame de cascos: 
 1ª - Conter o animal. 
 2ª - Limpar para facilitar visualização. 
 3ª - Utilizar de equipamentos: pinça para testar compressão, estilete ou turquez para cortar. 
 4ª - Avaliar quanto a abcessos, fistulas, dermatites (em cada região). 
 5ª - Testar articulações - flexionar, entender e rotacionar dígitos. 
 
3 - Exames Complementares. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 7 (Exame físico Locomotor - Pequenos animais) 
 
 
0 - Introdução e conceitos iniciais: alterações podem estar relacionadas a tendões, músculos e ligamentos - fraturas e traumas são causas 
comuns de consultas (por atropelamentos e brigas por exemplo) // além de luxações, doenças degenerativas articulares, lesões ligamentares e 
inflamações (sépticas e assépticas). 
 PS1: exame clínico especifico é importante no sistema para determinar o prognostico do animal - se sua locomoção retornara a um nível 
funcional ou não. 
 PS2: exames complementares são particularmente importantes neste sistema - no caso do raio-x é importante um exame clinico 
especifico minucioso, de tal forma a direcionar do local do exame, já que o raio-x tem efeito mutagênico e teratogênico deve ser evitado sua 
utilização exacerbada. 
 PS3: algumas doenças geram inflamação generalizada (sistêmicas) - a leishmania por exemplo pode afetar todas as circulações. 
 
1 - Identificação: 
 1.1 - Idade: 
 (a) Animais obesos e idosos são mais susceptíveis a doenças degenerativas. 
 (b) Animais jovens no geral são mais afetados por anomalias do desenvolvimento - necrose séptica da cabeça do fêmur por exemplo 
(afeta em animais entre 8 a 11 meses, poodles em especial).(c) Adultos são mais comumente acometidos por fraturas. 
 (e) Animais velhos por síndromes degenerativas e neoplasias (osteocondrosarcoma por exemplo - altamente letal, expectativa de vida 
de cerca de 180 dias). 
 
 1.2 - Raças: algumas raças estão mais susceptíveis a algumas doenças. 
 (a) Displasia coxo femoral: alteração degenerativa do quadril - de ocorrência mais comum em pastor alemão (muito comum), labrador 
e chow-chow por exemplo. 
 PS1: sintomas envolvem dificuldade para levantar e deitar e andar bamboleante. 
 PS2: doença também pode ocorrer em algumas raças de gatos de grande porte. 
 
 (b) Osteocondrite dissecante da cabeça do úmero: afeta animais jovens em especial - labrador e golden retriever são mais propensos a 
ocorrência: se caracteriza pelo descolamento e erosão de cartilagem do úmero (na radiografia o osso apresenta contorno mais escuro). 
 (c) Displasia de cotovelo: labrador tem maior predisposição. 
 (d) Luxação de patela: raças toy tem maior chance de ocorrência. 
 
2 - Anamnese: 
 
 2.1 - Espontânea: dono informa - claudicação, dificuldade para se levantar ou deitar, não se apoia em algum membro, presenciou trauma, 
dificuldade de subir escadas, etc. 
 
 2.2 - Inquisitiva: 
 
 A - Ambiente: animal vive em laje? tem escada no local? outros animais (de grande porte)? tipo de piso (muito liso prejudicam animais 
com predisposição a displasia coxo femoral pela instabilidade)? 
 
 B - Tipo de alimentação e peso do animal: animais de grande porte quando superalimentados na infância tendem a desenvolver 
osteodistrofia hipertrófica. 
 
 C - Evolução dos sinais: quando iniciou? está melhorando ou piorando? animal tomou algum medicamento? caso sim, está respondendo 
bem a ele? 
 PS1: em alguns casos o animal pode se curar sem a necessidade de intervenção medica. 
 PS2: importante informar os fármacos já que alguns destes podem ter efeito negativos em doses altas (por exemplo AINEs e sua 
ação na mucosa gástrica de favorecer formação de ulceras) // também ajuda por direcionar para que tipo de patologia afeta o animal (por 
exemplo doenças degenerativas, ruptura de ligamentos e luxação de patela não responderiam a anti-inflamatórios). 
 
3 - Exame Físico Especifico: realizado por inspeção (de marcha e postura) e palpação (exame ortopédico): 
 
 A - Inspeção - marcha e postura: observar se o animal consegue se levantar, o tipo e intensidade de claudicação (quando presente), 
se não se apoia em algum membro, se apresenta posturas anormais (pernas afastadas por exemplo) - em seguida a anormalidade é 
classificada quanto a gravidade. 
 
 Método (4): testar a marcha e postura do animal de várias formas - andando em linha reta e em círculos, tentando sentar ou deitar, 
levantando, subindo escadas... 
 
 Identificar assimetrias: sempre verificar o lado que considera como não sendo afetado primeiro, para então comparar 
 Desvios na postura e ângulos. 
 Volume de ossos (calos ósseos) e músculos (atrofia e hipertrofia). 
 Posição dos membros (desvios ortostáticos). 
 Sensibilidade. 
 Identificando o membro (quando alteração está presente): 
 (a) Geralmente é o que o animal menos se apoia. 
 (b) Quando o membro torácico é afetado a animal tende a levantar a cabeça enquanto anda (tenta distribuir o peso). 
 
 
 Identificar tipo de claudicação (quando presente): pode ser indicativo da patologia que afeta o animal - por exemplo. 
 Bamboleante: é típica de displasia coxo femoral bilateral, sendo causada pela instabilidade da articulação do quadril. 
 Saltitante: animais que em alguns momentos passam a andam “salteando” - pode ser indicativo de luxação medial de patela. 
 
 
 B - Palpação (5): feita no sentido distal para proximal - verificando ossos, articulações, músculos e tendões... 
 PS1: iniciar com o membro supostamente não afetado (testar o temperamento do animal e deixar que ele se acostume a você). 
 PS2: checar tecidos moles também - quanto a queimaduras, lesões, espinhos... 
 
 B.1 - Dor e intensidade da dor. 
 
 B.2 - Tumefações e consistência destas: podendo ser macia, flutuante, firme e rígida (ultima por calos ósseos e neoplasias). 
 PS: edemas podem ser indicativo de fratura na região. 
 
 B.3 - Mobilidade óssea e de articulações (5): verificar se segue a normalidade para o padrão de movimentos permitidos pela 
articulação e se a manipulação causa dor - pode apresentar alterações quanto a mobilidade óssea anormal, crepitação e instabilidade 
articular com limitação de movimento: diversas técnicas podem ser utilizadas para a análise destes parâmetros. 
 
 I - Teste de movimentos da articulação: flexão, extensão, rotação - sempre respeitando as propriedades anatômicas da articulação. 
 
 II - Teste de Ortolani na articulação coxofemoral: um teste de estabilidade articular (é feito pressionando o osso contra a 
articulação) - utilizada para a análise de displasias. 
 1ª - Fêmur é pressionado em direção ao acetábulo - se o animal tem displasia coxo femoral a cabeça deste desloca da articulação. 
 2ª - Quando deslocado, ao fazer o movimento de abdução do membro pélvico a cabeça do fêmur volta a posição normal, gerando 
estalo característico que pode ser sentido na região do acetábulo (som do fêmur colidindo contra o acetábulo ao ser puxado pelos 
ligamentos). 
 
 PS: em animais com grande massa muscular o teste deve ser feito com este sedado (a massa dificulta a execução da técnica) - nos 
casos em que o animal já está sedado para o raio-x pode ser útil realizar também o teste de Ortolani. 
 
 III - Teste de gaveta: utilizado para testar o rompimento de ligamento cruzado cranial - ao deslocar a tíbia para frente e para traz o 
fêmur também se desloca cranialmente (teste positivo). 
 
 PS1: deve ser feito com o animal sedado caso ele tenha muita massa muscular. 
 PS2: pode ser feito com o animal no raio-x, para que a imagem gerada registre o deslocamento do osso e a ruptura do ligamento. 
 
 IV - Teste de compressão tibial: pressionar o metatarso e a pata em direção ao fêmur verificando o deslocamento cranial da crista da 
tíbia - caso ocorra é indicativo de lesão no ligamento cruzado. 
 
 
 PS: pode ser feito com o animal no raio-x - para que a imagem gerada registre o deslocamento do osso. 
 
 
 
 V - Compressão digital (região patelar): para avaliação de luxação medial ou lateral de patela. 
 
 B.4 - Goniômetria: analise e medição dos ângulos das articulações - utilizado por exemplo em fisioterapia (veja que o exame físico 
pode também ser utilizado para o acompanhamento de animais além do diagnostico). 
 
4 - Complementares: 
 
 A - Raio-X: muito útil em pequenos animais - identifica alterações em ossos e articulações (tecidos moles não). 
 PS1: local e posicionamento do animal na foto é direcionado pelo E.C.E. 
 PS2: na radiografia os animais jovens apresentam a placa epifisária não fechada. 
 
 I - Cabeça do fêmur achatada na radiografia é indicativa de displasia coxo femoral - fica instável no acetábulo (que é raso) gerando 
crepitação e dor. 
 II - Ótimo para identificar local de fraturas e deslocamento medial de patela (mais comum medial devido a posição do sulco propear). 
 III - Fraturas em áreas articulares podem evoluir a anquilose (fusão de ossos na articulação), o que pode ser visto no raio-x. 
 
 B - Ultrassom: mais utilizado em equinos (em pequenos o uso ainda é limitado) - útilpara identificar edemas e alterações em ligamentos. 
 C - Aspiração da articulação: a citologia de líquido sinovial (artrocentese) pode ser utilizada (além da citologia) para a análise de 
viscosidade e presença de parasitas. 
 D - Termográfia: gera representação do gradiente de temperatura no corpo - útil para identificar inflamação em áreas de lesão ósseas e 
muscular. 
 E - Artroscopia: pode ser utilizada para investigar uma articulação - pode também retirar material de cartilagem em uma osteocondrite 
dissecante por exemplo. 
 F - Estação de apoio: indica áreas de apoio pela pressão da gravidade que o animal gera sobre a estação - útil para identificar o membro 
que gera a claudicação por exemplo. 
 G - Tomografia e ressonância: uteis em lesões em ligamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AULA 8 (Exame físico pele - Geral) 
 
0 - Introdução: na clínica de pequenos animais representam 30 a 75% de todos os atendimentos (como queixa principal ou secundária) - a 
pele pode ser considerada o "espelho do organismo" - reflete meio interno e também o ambiente ao qual o animal está exposto. 
 PS1: é o mais extenso e visível órgão do corpo - o processo de renovação da pele dura cerca de 45 dias. 
 PS2: a pele e os pelos variam quantitativa e qualitativamente de acordo com: 
 - Espécies (e entre as raças numa mesma espécie). 
 - Individualmente entre animais de uma mesma raça. 
 - Entre regiões anatómicas. 
 - De acordo com identificação sexual e faixa etária. 
 
 Funções da pele e características (10): 
 I - As glândulas sudoríparas e sebáceas apresentam diferentes funções - manutenção e lubrificação do recobrimento piloso, 
termorregulação, determinação de odores, entre outras. 
 II - Sensitivo: por meio da complexa e especializada rede nervosa cutânea a pele atua como órgão receptor sensitivo do calor, frio, dor e 
tato. 
 III - Importante para a termorregulação: via sustentação do manto piloso, regulação dos vasos sanguíneos e de função glandular. 
 IV - Contribuem para o padrão racial e dimorfismo sexual nas espécies: pelagem e local dos pelos varia entre as espécies (importante 
saber o normal desta para perceber quando há alterações). 
 V - Proteção contra perdas de água, eletrólitos e macromoléculas. 
 VI - Proteção contra injúrias externas - químicas, físicas ou microbiológicas (ultimo via microbiota normal da pele). 
 VII - Reservatório: pode estocar eletrólitos, água, vitaminas, ácidos graxos, carboidratos, proteínas... 
 VIII - Imunorregulação: apresenta imunidade celular e humoral capaz de controlar infecções ou inibir desenvolvimento de neoplasias. 
 IX - Pigmentação: a melanina (processada na pele) determina a coloração dos pelos e da pele, promovendo proteção contra os efeitos 
dos raios solares não só pela absorção, como também pela difusão da radiação ultravioleta. 
 X - Produção de vitamina D: esta importante vitamina necessita de sua ativação cutânea para que possa ser utilizada pelo organismo. 
 
 Anatomia: 
 
 
1 - Identificação: 
 1.1 - Predisposição de espécies e racial: 
 (a) Sarcoide (neoplasia cutânea, fibroblástica e não metastática) é bastante comum em equinos. 
 (b) Complexo granuloma eosinófilo particular aos felinos. 
 (c) Piodermites (infecciosa bacteriana produtora de pus) possuem incidência muito maior entre caninos. 
 (e) Adenite sebácea (doença inflamatória que resulta na destruição da glândula sebácea) - embora possa ocorrer em muitas raças, existe 
uma aparente prevalência em Poodles, Akitas e Samoiedas. 
 
 1.2 - Idade: 
 (a) Demodicidose dos cães é mais frequente em animais jovens (cerca de 70% dos cães com essa enfermidade chegam ao atendimento 
com menos de 12 meses de idade) - relacionado com o frágil estado imunológico dos filhotes. 
 (b) Dermatofitose, papilomatose dos bezerros e o impetigo canino também são exemplos de doenças que acometem animais jovens. 
 (c) Quadros alérgicos e doenças de queratinização atingem animais adultos jovens e a maduros. 
 (d) Quadros hormonais em cães e gatos acometem principalmente animais entre 6 e 10 anos de idade. 
 (e) Neoplasias e doenças autoimunes acometem animais idosos no geral. 
 
 1.3 - Sexo: 
 (a) Fístulas perianais acometem quase exclusivamente os machos caninos (possui influência hormonal). 
 (b) Abscessos em felinos são mais frequentes em machos - possivelmente em brigas por disputa territorial. 
 PS: mesma relação pode ser observada na escabiose dos cães - migram longas distâncias ao encontro de uma fêmea no cio e se 
deparam com outros machos com o mesmo objetivo, formando um ambiente promíscuo que facilita disseminação do Sarcoptes scabiei. 
 
 1.4 - Cor do pelo: 
 (a) Carcinoma espinocelular em felinos brancos. 
 (b) Fotossensibilização em gado de coloração clara ou branca (animais em sistema intensivo também são mais susceptíveis). 
 (c) Maior incidência de melanoma em equinos de coloração tordilha. 
 
2 - Anamnese: as lesões visíveis ao responsável pelo animal oferecem uma oportunidade única de avaliação do histórico e progressão das 
doenças de pele já na anamnese. 
 
 Qual era a idade do paciente quando os primeiros sinais clínicos foram observados? 
 Há quanto tempo o paciente apresenta as lesões e como foi a progressão? 
 Em qual região do corpo as lesões se iniciaram? 
 O paciente apresenta prurido? (escala de prurido) 
 Existem sinais clínicos sistêmicos? 
 
 Animais e pessoas contactantes apresentam lesões de pele? indica doenças infectocontagiosas // além disto se o processo for crônico e afetar 
exclusivamente um animal estas suspeitas podem ser eliminadas. 
 PS: o proprietário deve também ser considerado um contactante - útil no diagnóstico de dermatopatias zoonóticas. 
 
 Tratamento prévio? controle de ectoparasitas? resposta? 
 PS1: corticoides proporcionam a melhora de pacientes com quadros alérgicos e piora em quadros fúngicos e parasitários (sarnas 
sarcóptica e demodécica por exemplo). 
 PS2: parasiticidas somente proporcionarão melhora dos quadros cujos parasitas estão envolvidos na sua etiopatogenia. 
 
 PS3: esses dados importantes podem ser perdidos quando o animal está recebendo vários princípios ativos em um único tratamento 
(perde-se a possibilidade de execução do diagnóstico terapêutico - técnica frequentemente utilizada na dermatologia veterinária). 
 PS4: solicitar ao proprietário que indique o percentual de melhora obtido (exp - proprietário indicou 70% de melhora do quadro). 
 
 Antecedentes? 
 PS1: em ambiente propício à perpetuação de algumas doenças (aglomeração de cães em feiras de animais por exemplo) pode 
facilitar a disseminação de sarnas e dermatofitose. 
 PS2: procedência geográfica do animal - leishmaniose em algumas regiões do brasil por exemplo (mesmo dentro do estado, há cidades 
em que tal enfermidade ocorre e outras que não). 
 PS3: verificar se algum animal geneticamente relacionado com o paciente (pais, irmãos, filhos etc.) apresenta quadro semelhante - 
indica doenças de caráter hereditário (dermatites alérgicas, demodicidose, seborreia, entre outras). 
 
 Tempo de evolução? indica natureza crônica ou aguda. 
 Exp - Agudas: dermatite úmida aguda, de contato e eritema multiforme. 
 Exp - Crônicas: neoplasias, demodicidose e quadros alérgicos - podem acometer animais por até anos (cerca de 80% dos casos de 
escabiose canina apresentam-se para o atendimento com 2 meses de evolução). 
 
 Periodicidade? nas dermatopatias de etiologia alérgica a determinação da sazonalidade pode ajudar a determinar a causa da 
hipersensibilidade.

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