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Exame físico geral

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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Exame Físico Geral 
 
 
 
 
 
 
 
 
O exame físico geral constitui um passo decisivo para a realização do exame físico específico, já que, sendo gene-
ralista, dá ao clínico, em um só momento e de uma só vez, uma visão de conjunto (da grande maioria dos sistemas orgâ-
nicos e do corpo como um todo). 
A adoção de uma mesma sequência de exame, se repetida várias vezes, torna-se um hábito, sendo o melhor modo 
de reduzir a possibilidade de erros diagnósticos, junto à realização de um exame físico geral. 
A observação do animal pode fornecer inúmeras informações úteis para o diagnóstico, tais como: 
 
Nível de consciência: Alerta (normal), diminuído (deprimido, apático), aumentado (excitado). 
Postura e locomoção: Normal ou anormal (sugerindo dor localizada, fratura, luxação ou doenças neurológicas); 
observe o animal em repouso e, em seguida, em movimento. 
Condição física ou corporal: Obeso, gordo, normal, magro, caquético. 
Pelame: Pelos limpos, brilhantes ou eriçados, presença de ectoparasitas (carrapatos, piolhos, pulgas, etc.). 
Forma abdominal: Normal, anormal (timpanismo, ascite, etc.). 
Características respiratórias: Eupnéia ou dispneia, tipo respiratório, secreção nasal, etc. 
Outros, como Apetite, sede, defecação, vômito, secreções (vaginal, nasal, ocular) micção, etc 
 
 
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA 
 
O comportamento ou o nível de consciência do animal deve ser avaliado pela inspeção, considerando, ainda, a sua 
reação a estímulos, como palmas ou estalos de dedos. Deve-se considerar a excitabilidade do animal como "diminuída" 
(apático), "ausente" (coma), "normal" e "aumentada" (excitado). Há, porém, animais sadios que reagem prontamente aos 
estímulos, enquanto outros o fazem lentamente. Por isso, em algumas ocasiões, este se torna um parâmetro subjetivo. 
Cabe, por fim, lembrar que o temperamento típico de cada espécie deve ser considerado. 
 
POSTURA 
 
É o posicionamento que o animal adota quando em posição quadrupedal, quando em decúbito e durante a loco-
moção. É necessário avaliar se o animal assume algum padrão de postura pouco usual, indicativo, muitas vezes, de anor-
malidades. Para isso, é necessário o conhecimento do comportamento da espécie envolvida. 
 
 
 
 
 
 
2 
Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Afastamento dos membros anteriores 
 
 
 
 Por exemplo, o cavalo passa a maior parte do dia em posição 
quadrupedal e, quando se deita, geralmente posiciona-se em decúbito 
lateral. 
 
 
 
 
 
 
O bovino permanece muito mais tempo em decúbito que o cavalo, só que 
em posicionamento esternal ou lateral incompleto. Em geral, permanece em de-
cúbito esternal, mantendo a cabeça levantada e a expressão alerta, durante a 
ruminação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O cão adota o decúbito para descansar ou dormir 
e o faz em diferentes posições, inclusive em decúbito 
dorsal. Não é infrequente o cão flexionar os membros an-
teriores e posteriores, apoiando o esterno sobre o piso; 
essa é uma das formas de perder calor. 
 
 
 
 
 
As atitudes anormais do corpo ocorrem, quase sempre, como indicação de enfermidade. 
 
Os animais pecuários, quando doentes, ficam com a cabeça baixa, se afastam do rebanho ou se levantam com 
dificuldade (grandes animais) e adotam posições características como, por exemplo, a postura ortopnéica que acompanha 
principalmente as enfermidades do sistema respiratório, caracterizada por distensão do pescoço, protrusão da língua e 
abdução dos membros anteriores; a curvatura da coluna vertebral (cifose) em casos de processos dolorosos em cavidade 
abdominal, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distensão do pescoço 
Cifose 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Os pequenos animais, geralmente, escondem-se, ficam indiferentes ou apáticos, gemem e, às vezes, irritam-se fa-
cilmente. Nenhum animal adotará uma postura anormal, seja em posição quadrupedal, em decúbito ou em locomoção, 
sem que haja algum fator determinante. As posturas anormais sugerem, na grande maioria dos casos, dor localizada e/ou 
comprometimento do sistema nervoso. 
Algumas atitudes são conhecidas e descritas amplamente na literatura com nomes que se as semelham à postura 
adotada pelo animal. Alguns exemplos são: 
 
 
 
 
 
Postura de cachorro sentado: observada, por exemplo, nos casos de paralisia espá-
stica dos membros posteriores; 
 
 
 
 
 
 
 Postura de foca: comumente vista nas paralisias flácidas dos 
membros posteriores; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Postura de cavalete: observa-se rigidez e abdução dos quatro 
membros, sendo vista, mais frequentemente, nos casos de tétano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
ESTADO NUTRICIONAL 
 
 
Ao examinar o estado nutricional do animal deve-se levar em conta sua espécie, raça e utilidade ou aptidão. Deve-
se descrever a condição corporal ou física do animal de forma objetiva tal como "caquético, magro, normal, gordo e 
obeso". 
Em animais normais, todas as partes proeminentes do esqueleto estão cobertas por músculos ou gordura, dando 
ao corpo um aspecto arredondado. 
Nos animais magros, várias partes do esqueleto são prontamente identificáveis (costelas, pelve). 
Em animais de pelos curtos, esse exame pode ser realizado pela inspeção, enquanto, em animais peludos ou lana-
dos (como observado em algumas raças de ovinos, de cães e gatos), deve-se fazê-lo pela palpação da região sacra, avali-
ando-se o preenchimento da musculatura nessa região. 
A caquexia é o grau extremo da perda de peso. Os animais apresentam-se, ainda, com pêlo sem brilho, pele seca e 
pobre performance. Deve-se lembrar que o animal pode estar magro por não receber alimentação adequada, ou por 
doença, mesmo recebendo boa alimentação. 
A obesidade geralmente é identificada pela inspeção do animal. Os animais, de maneira geral, devem possuir as 
costelas facilmente palpáveis e a forma de ampulheta quando vistos de cima. Incapacidade de palpar as costelas, falta de 
recorte caudal à última costela, abdome penduloso, abdome protruso depois da última costela e depósito de gordura 
facilmente palpáveis em ambos os lados do início da cauda sobre os quadris ou na área inguinal sugerem obesidade. 
A obesidade é vista com certa frequência, podendo ter, de forma simplista, as seguintes causas: 
• Endógena: distúrbio endócrino. Por exemplo,hipotireoidismo. 
• Exógena: superalimentação ou alimentação mal- orientada. Quando a alimentação é rica em carboidratos e gor-
dura a tendência do animal é engordar, principalmente animais idosos ou sedentários. 
• Mista: manejo alimentar erróneo associado a distúrbios endócrinos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
 
 
AVALIAÇÃO GERAL DA PELE 
 
 
Tanto fisiológica como anatomicamente, a pele é um órgão complexo. Há um ditado que se ajusta perfeitamente à 
sua importância para o exame clínico: "a pele é o espelho da saúde". Nos animais, o estado do manto piloso é também 
um bom indicador da saúde física, tanto em relação ao estado nutricional, à constituição física do indivíduo, quanto ao 
manejo a que esse animal é submetido. Um animal com pelos sujos, despenteados, eriçados, com ectoparasitas e sem 
brilho, poderá revelar um proprietário pouco cuidadoso ou que não mantém um vínculo estreito com o animal. 
As alterações de pele podem ser localizadas ou generalizadas, únicas ou múltiplas, simétricas ou assimétricas, etc. 
Durante essa fase de exame, podemos avaliar a pele em virtude da sua grande importância para se determinar o 
estado de hidratação do paciente. 
 
O grau de desidratação dos animais é frequentemente estimado, mas dificilmente quantificado. O primeiro e mais 
importante sinal de desidratação é o ressecamento e o enrugamento da pele. Uma pele normal é elástica quando pinçada 
com os dedos, voltando rapidamente à posição normal quando solta (dois segundos, em média). Em animais desidratados, 
quanto maior for ograu de desidratação, maior será o tempo (em segundos) que a pele permanecerá deformada. A 
desidratação discreta (até 5%) não promove alterações clínicas marcantes. No entanto, os animais com desidratação mo-
derada a grave apresentarão várias alterações importantes, incluindo o aprofundamento ou a retração do globo ocular 
na órbita, em virtude da perda de fluido em região periorbital e ocular. 
 
Em grandes animais, a pele da pálpebra superior e a da região cervical (tábua do pescoço) fornecem bons indícios 
do grau de desidratação que, em termos clínicos, é avaliado como uma porcentagem do peso corporal. 
Deve-se ter cuidado na estimativa da desidratação em raças que apresentam pele em excesso (sharpei, por exem-
plo) e em animais idosos, cuja elasticidade de pele se encontra fisiologica mente diminuída. Da mesma forma, deve-se 
levar em consideração o estado nutricional do animal para a estimativa da desidratação pela elasticidade da pele, já que 
animais gordos ou obesos podem ter seu grau de desidratação subestimado (em virtude do acúmulo de tecido adiposo 
em região subcutânea) ou superestimado em animais magros (pela ausência de gordura). 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Existem duas causas principais de desidratação: ingestão inadequada de água (devido à privação ou à diminuição 
na ingestão de água em decorrência de algumas enfermidades ou por impedimento à ingestão por paralisia faríngea ou 
obstrução esofágica, por exemplo). No entanto, a perda excessiva de líquido promovida pela ocorrência de diarreia e/ou 
vómito é a principal causa de desidratação observada. 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS VITAIS 
 
 
O conhecimento dos parâmetros vitais (frequências cardíaca, respiratória, do rúmen e do ceco, além da tempera-
tura corporal) é de fundamental importância na fase que antecede o exame físico específico, pois pode sugerir o compro-
metimento de outro sistema que não tenha sido abordado ou mencionado pelo proprietário, como também ajuda a de-
terminar, de forma generalista, a situação orgânica do paciente naquele momento. Os parâmetros devem ser aferidos e 
monitorados rotineiramente, se possível, duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra ao final da tarde. Nessa fase do 
exame, é importante observar se está havendo ou não alguma alteração nos valores indicativo de normalidade e a evolu-
ção correspondente (para melhor ou pior) daqueles já existentes. A alteração deve, então, ser adequadamente descrita 
(taquipnéia, taquicardia, febre) e os valores anotados. Após o exame físico geral, realiza-se uma avaliação do(s) sistema(s) 
que apresentou(aram) alteração no exame físico geral preliminar. 
 
 
EXAME DAS MUCOSAS 
 
 
Inicialmente deve-se proceder ao exame das mucosas aparentes, que é de real importância em semiologia, pois as 
mucosas, em virtude da delgada espessura da pele e grande vascularização, podem, muitas vezes, indicar o estado de 
saúde atual do animal. Esse simples exame revela a presença de enfermidades próprias (inflamação, tumores, edema), 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
como também auxilia a inferir conclusões acerca da possibilidade de alterações que reflitam comprometimento do sis-
tema circulatório ou a existência de doenças em outras partes do corpo (icterícia em virtude de dano hepático ou da 
ocorrência de hemólise). 
O exame das mucosas deve ser realizado sempre em locais bem iluminados, de preferência sob a luz do sol. Caso 
isso não seja possível, utiliza-se luz artificial de coloração branca. 
As mucosas visíveis que costuma-se examinar são as oculopalpebrais (conjuntiva palpebral superior, conjuntiva 
palpebral inferior, 3ª pálpebra ou membrana nictitante e conjuntiva bulbar ou esclerótica), mucosas nasal, bucal, vulvar, 
prepudal e, raramente, anal. Deve-se dar especial atenção às alterações de coloração, como também à presença de ulce-
rações, hemorragias e secreções durante o exame visual. 
 
As mucosas oculopalpebrais possuem a membrana nictitante ou terceira pálpebra, que é uma prega da conjuntiva 
que apresenta, em sua porção interna, uma glândula denominada glândula da terceira pálpebra ou de Harder, (exceto 
nos equinos). Ela se torna evidente no tétano e em algumas intoxicações (nicotina e estricnina). Nos bovinos, os vasos 
episclerais apresentam-se bem delineados e, nos equinos, a coloração da esclerótica apresenta-se castanho-amarelada, 
em virtude de maior pigmentação. Nos gatos, a esclerótica é completamente branca e relativamente avascular. 
 
 
 
 
 
A mucosa nasal, por ser pigmentada, na maioria das espécies é de importância para a observação de possíveis 
corrimentos e lesões próprias, mas insatisfatória para verificar alterações de coloração. Uma inspeção adequada da mu-
cosa nasal é facilmente realizada nos equídeos, pois suas narinas são amplas e flexíveis. Nesses animais, os ductos naso-
lacrimais, um de cada lado, bastante amplos e visíveis, estão situados na transição entre a pele e a mucosa. 
3ª pálpebra em evidência – cavalo com tétano 
Vasos episclerais 
Técnica de exame das mucosas oculopalpebrais 
Ducto nasolacrimal 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
 
Deve-se lembrar que, além da coloração, a mucosa bucal fornece infor-
mações sobre o tempo de preenchimento capilar (TPC). É interessante, princi-
palmente nos casos de desidratação, já que, muitas vezes, o animal apresenta a 
elasticidade de pele normal e um tempo de refluxo capilar aumentado, demons-
trando, na verdade, que o animal está desidratado. Isso pode ser visto em casos 
de hidratação subcutânea, quando o líquido se acumula no tecido subcutâneo, 
não atingindo, ainda, a circulação sistémica. 
 
 
 
 
Além de apresentar alterações da coloração, devemos observar nas cadelas a presença de formações vegetantes e 
hemorrágicas (aspecto de couve-flor) na mucosa vulvar e na vagina, características do tumor venéreo transmissível, que 
é transmitido, principalmente, pelo coito. 
 
 
 
Avaliação da Coloração 
 
 
A coloração das mucosas depende de vários fatores, dentre os quais: quantidade e qualidade do sangue circulante, 
sua qualidade, das trocas gasosas, da presença ou não de hemoparasitos, da fun-
ção hepática adequada, da medula óssea e outros. 
As mucosas normalmente se apresentam úmidas e brilhantes. A tonalidade, 
de maneira geral, é rósea clara com ligeiras variações de matiz, vendo-se pequenos 
vasos com suas ramificações. As mucosas do animal recém-nascido apresentam 
coloração rósea menos intensa. Em fêmeas no cio, a mucosa vulvar pode se encon-
trar avermelhada. 
Não é tão preciso o limite entre a coloração normal e a patológica, e o seu 
adequado reconhecimento requer experiência profissional e acurado exame do 
animal. Quando uma coloração anormal for vista em uma determinada mucosa, as 
demais também devem ser observadas para ver se tal alteração está, também, presente. Se uma única mucosa estiver 
alterada, pode ser um problema localizado ou uma peculiaridade particular do animal, enquanto o envolvimento de vá 
rias mucosas pode ser um indício de comprometimento sistémico. Existem várias tonalidades ou gradações de uma 
mesma cor que, na maioria das vezes, refletem, proporcionalmente, a intensidade do processo mórbido em evolução. 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
Por exemplo, a palidez pode variar desde branco-rósea até branco-porcelana ou perlácea considerada o grau máximo de 
palidez; a congestão varia desde um vermelho discreto (irritação) até vermelho-tijolo (endotoxemia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando se avalia um paciente com palidez de mucosa, deve ficar estabelecido se a mudança de coloração é causada 
por hipoperfusão ou por anemia. A abordagem mais simples para resolver esse problema é avaliar o volume globular ou 
hematócrito e o tempo de preenchimento capilar (TPC), já que a palidez de mucosa pode resultar de anemia ou de vaso-
constrição periférica. 
 
OTPC pode ser difícil de avaliar em cães e gatos em virtude da falta de contraste (resultante da palidez). Basica-
mente, o TPC reflete o estado circulatório do animal (volemia) e é medido junto à mucosa bucal, próximo aos dentes 
incisivos. Para avaliar o TPC é necessário apertar a gengiva do animal com o dedo polegar, observando-se, após a retirada 
do dedo, o tempo que leva para que ocorra novamente o preenchimento dos capilares, ou seja, para que a palidez pro-
vocada pela impressão digital seja substituída, novamente, pela cor observada antes da compressão ter sido realizada. A 
coloração normal deve voltar dentro de dois segundos. Um maior tempo para que ocorra o preenchimento desses pe-
quenos vasos indica, na maioria das vezes, desidratação ou vasoconstrição periférica, associada a baixo débito cardíaco. 
Um tempo maior que dez segundos significa, geralmente, uma falha circulatória potencialmente fatal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mucosa congesta 
Mucosa cianótica
 
Mucosa pálida 
Mucosa cianótica 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
 
A palidez de mucosa pode ser observada, também, em animais com dor ab-
dominal grave, em virtude do estímulo do sistema nervoso simpático e, consequen-
temente, de alfa-receptores, que induzem a uma diminuição da luz vascular. O 
tempo de preenchimento é normal em animais com anemia, a menos que esteja 
havendo hipoperfusão. Um tempo maior que seis segundos indica um comprome-
timento circulatório grave, levando, pelas alterações isquêmicas, a um comprome-
timento renal e hepático grave e, muitas vezes, irreversível. 
 
 
 
 
A congestão de mucosas ocorre devido a um ingurgitamento de vasos sanguí-
neos, por processo infeccioso ou inflamatório, local ou sistémico (congestão pulmo-
nar, conjuntivite, estomatite). É de grande valia como indicador do estado circulató-
rio do animal. A hiperemia pode ser, ainda, difusa ou ramiforme. É difusa quando a 
tonalidade avermelhada é uniforme (intoxicação) e ramiforme quando se nota os 
vasos mais salientes, com maior volume sanguíneo (dispnéias). 
 
 
 
 
A cianose é uma coloração azulada da pele e das mucosas, causada pelo aumento da quantidade absoluta de he-
moglobina reduzida no sangue. A coloração azulada das mucosas, portanto, indica 
um distúrbio da hematose (troca gasosa que ocorre nos alvéolos) e que depende 
mais dos pulmões que do coração, porém, este órgão poderá levar à cianose caso 
não consiga proporcionar ao organismo circulação sanguínea adequada, quer seja 
por problemas cardíacos ou vasculares. Mas não se deve esquecer de averiguar se o 
animal apresenta ou não anemia, a qual tornará as trocas gasosas e o transporte de 
oxigénio deficiente, tornando-o hipercapnéico (com excesso de dióxido de carbono) 
ou, ainda, de se avaliar se o animal está desidratado ou em choque, o que levará a 
uma menor pressão sanguínea, acarretando uma diminuição da perfusão tecidual e 
acúmulo de dióxido de carbono nos tecidos periféricos, dentre os quais, os das mu-
cosas passíveis de serem inspecionadas clinicamente. Ou seja, muitas são as causas 
de cianose, algumas de origem circulatória, outras por processos respiratórios ou sis-
témicos. Por isso, deve-se sempre realizar um completo exame clínico, não apenas 
examinar os sistemas que, a princípio, julga-se estarem primariamente envolvidos 
no processo patológico em questão. 
 
 
A icterícia é a pigmentação amarela na pele e mucosas, causada por níveis elevados de bilirrubina no sangue. É 
sabido que outras substâncias podem de terminar coloração amarelada seme-
lhante, como o fornecimento de uma alimentação rica em caroteno. Entretanto, 
nesse caso, não cora a mucosa e a determinação da bilirrubina sérica esclarece o 
diagnóstico. 
A icterícia pode ser causada por: 
• Doenças hemolíticas (aumento da produção por hemólise): quando o fí-
gado não tem condições de excretar e/ou conjugar toda a bilirrubina formada (ba-
besiose). 
• Lesões hepáticas (infecções bacterianas: leptospirose; substâncias hepa-
totóxicas: afla toxina, fenol "creolina"). 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
• Obstrução dos duetos biliares, quando a bilirrubina, ao invés de ser excretada pela bile, atinge a circulação sisté-
mica. 
 
Deve-se evitar a utilização dos termos "hipocorada" e "hipercorada" pois se trata de denominações imprecisas, e 
utilizar os termos pálida, cianótica, ictérica e congesta ou hiperêmica. 
É interessante que se observe, além da coloração, a presença de petéquias e de hemorragias equimóticas na esclera 
ou nas mucosas oral, nasal ou vaginal, indicativas de anormalidades na hemostasia. 
 
 
PRESENÇA DE CORRIMENTOS 
 
 
Quando presentes nas mucosas, deve inicialmente, verificar se são uni ou bilaterais, sua quantidade e aspecto. 
Os corrimentos, segundo as características macroscópicas, são classificados em: 
 
Fluido: Líquido, aquoso, pouco viscoso e transparente (corrimento nasal normal em bovinos). 
Seroso: Mais denso que o fluido, mas ainda transparente (processos virais, alérgicos e precede a secreção de infec-
ções ou inflamações). 
Catarral: Mais viscoso, mais pegajoso, esbranquiçado. 
Purulento: Mais denso e com coloração variável (amarelo-esbranquiçado, amarelo-esverdeado). Sendo na verdade, 
um produto de necrose em um exsudato rico em neutrófílos, indicando, por exemplo, a ocorrência de processos infecci-
osos, corpos estranhos). 
Sanguinolento: Vermelho-vivo ou enegrecido. Podendo ocorrer por causa de traumas, distúrbios hemorrágicos sis-
témicos, processos patológicos agressivos, etc. 
 
 
AVALIAÇÃO DOS LINFONODOS 
 
 
Os linfonodos são pequenos órgãos distribuídos por todo o sistema linfático, que percorre o organismo. São conec-
tados pelos vasos linfáticos, sendo parte essencial desse sistema de proteção. O sistema linfático constitui uma via aces-
sória pela qual os líquidos podem fluir dos espaços intersticiais para o sangue, podendo também transportar para fora 
dos espaços teciduais proteínas e grandes materiais particulados. 
Com exceção de alguns tecidos (partes superficiais da pele, sistema nervoso central, partes mais profundas dos 
nervos periféricos e ossos), quase todos os tecidos corporais possuem canais linfáticos que drenam o excesso de líquido 
diretamente dos espaços intersticiais. 
A maior parte do líquido filtrado dos capilares arteriais flui por entre as células e é finalmente reabsorvida pelas 
extremidades venosas dos capilares sanguíneos. No entanto, cerca de um décimo do líquido passa, em vez disso, para os 
capilares linfáticos, retornando ao sangue pelo sistema linfático, e não pelos capilares venosos. 
A maior parte da linfa coletada pelos capilares linfáticos, antes de ser devolvida à corrente sanguínea, passa através 
de pequenas estruturas ovóides, chamadas linfonodos. Os linfonodos ou gânglios linfáticos são órgãos encapsulados cons-
tituídos por tecido linfóide e que aparecem espalhados pelo corpo, sempre no trajeto de vasos linfáticos. Os linfonodos, 
em geral, têm a forma de rim e apresentam um lado convexo e outro com reentrância, o hilo, pelo qual penetram as 
artérias nutritivas e saem as veias. A linfa que atravessa os linfonodos penetra pelos vasos linfáticos que desembocam na 
borda convexa do órgão (vasos aferentes) e sai pelos linfáticos do hilo (vasos eferentes). 
O exame do sistema linfático (vasos linfáticos e linfonodos) é importante por várias razões, dentre as quais se des-
tacam: 
 
• Por participar dos processos patológicos que ocorrem nas áreas ou regiões por eles drenadas, as alterações que 
ocorrem nos linfonodos podem identificar o órgão ou a região que está acometida. 
 
 
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Aline Cristina | Medicina veterinária - UFERSA 
• Os linfonodos, como os vasos linfáticos, apresentam alterações características em várias doenças infecciosas 
como a leucose bovina, a linfadenite caseosa dos caprinos e ovinos, a leishmaniose visceral canina, sendo um 
fator fundamental para o estabelecimento do diagnóstico. 
• A dilataçãoou hipertrofia anormal dos linfonodos, que ocorre na maioria dos processos infecciosos e inflama-
tórios, pode comprometer a função de alguns órgãos vizinhos, agravando ainda mais o quadro geral do animal, 
como: 
Dispneia —> linfonodos retrofaríngeos (compressão faríngea); 
Tosse —> linfonodos mediastínicos (compressão de traquéia e árvore brônquica) 
 
 
O exame do sistema linfático baseia-se em inspeção, palpação e, caso necessário, realização de biópsia dos linfo-
nodos. Se a pelagem é longa e a pele muito pigmentada, a inspeção torna-se impossível. A palpação é de melhor valia 
para se detectar alterações significativas que envolvam direta ou indiretamente o sistema linfático. Deve-se avaliar o 
tamanho, consistência, sensibilidade, mobilidade e a temperatura de todos os linfonodos examináveis e sempre bilate-
ralmente, para que se possa determinar se o processo é localizado (uni ou bilateral) ou generalizado. 
 
 
Localização dos Linfonodos 
 
 
Os linfonodos são estruturas muitas vezes palpáveis, de modo que fornecem uma boa orientação sobre o local 
onde está ocorrendo um determinado processo infeccioso ou inflamatório. 
Os linfonodos possíveis de serem examinados na rotina prática são: mandibulares; os retrofaríngeos; os pré-esca-
pulares; os pré-femorais; os poplíteos; os mamários e os inguinais superficiais ou escrotais. 
Os linfonodos mandibulares, na maioria das espécies, são em número de dois e estão localizados superficialmente 
entre a veia facial. Nos equinos estão situados mais profundamente e ventralmente à língua. Podem ser examinados em 
cães, gatos, equídeos e ruminantes. Muitas vezes, eles não podem ser sentidos em bovinos adultos e sadios, pois são 
relativamente pequenos e recobertos por tecido adiposo. 
Os linfonodos retrofaríngeos laterais e mediais localizam-se na região cervical, entre o atlas e a parede da faringe. 
Normalmente não são palpados, mas podem ser examinados em equinos, cães, gatos e em ruminantes quando aumen-
tados de volume (reativos). 
Os linfonodos cervicais (pré-escapulares) superficiais são palpáveis na face lateral da porção distal do pescoço e 
ficam em uma fossa formada pelos músculos trapézio, braquiocefálico e omotransverso. Essa fossa se encontra imedia-
tamente adiante da escápula, um pouco acima da articulação escapuloumeral. Nos animais de grande porte, a sua palpa-
ção é facilitada passando-se as pontas dos dedos sobre os mesmos. Já, nos animais de companhia, os linfonodos devem 
ser seguros com as pontas dos dedos, mantidos em forma de pinça. 
Os linfonodos pré-femorais podem ser palpados no terço inferior do abdome, a meia distância da prega do flanco 
e da tuberosidade ilíaca. Recebe linfa da região posterior do corpo e do segmento craniolateral da coxa. São mais facil-
mente examinados em animais ruminantes, mas podem ser palpados em equinos magros e/ou enfermos. Não existem 
nos animais de companhia. 
Os linfonodos mamários são representados, na maioria das vezes, por dois nódulos de cada lado, entre o assoalho 
ósseo da pelve e a parte caudal do úbere. São palpados nas fêmeas de ruminantes domésticos. Em uma vaca saudável, 
o linfonodo mamário não é evidente. No entanto, em casos de infecções mamarias, como as mastites ele pode aumentar 
de tamanho e, às vezes, chega a furar e a vazar pus. 
Os linfonodos inguinais superficiais ou escrotais apresentam-se medial e lateral ao corpo do pênis. É normalmente 
palpados em cães. 
Os linfonodos poplíteos superficiais, ausentes nos equinos, estão localizados entre os músculos bíceps femoral e 
semitendíneo, posteriormente a articulação fêmoro-tíbio-patelar. É palpável em cães e gatos. 
Muitos linfonodos, tais como parotídeos, retrofaríngeos e axilares, são palpados somente quando estão hipertrofi-
ados, ou seja, quando estão reativos a algum processo inflamatório, infeccioso ou neoplásico nas respectivas regiões de 
drenagem. 
 
 
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Linfonodos a serem examinados: 
 
Linfonodos Cães Gatos Equídeos Ruminantes 
Mandibulares 
Parotídeo 
Retrofaríngeos 
Pré-escapulares 
Axilares 
Pré-femorais 
Poplíteos 
Mamários 
Mandibular 
Retrofaríngeo 
Pré-escapular 
 
 
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Inguinais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Características Examináveis dos Linfonodos 
 
Tamanho 
 
O tamanho dos linfonodos varia enormemente, mesmo quando palpados em animais saudáveis e de uma mesma 
espécie. Normalmente, os gânglios linfáticos apresentam forma de grão de feijão e são relativamente maiores em animais 
jovens, já que são expostos a uma grande variedade de estímulos antigênicos, tais como vacinação. Além da idade, o 
tamanho do linfonodo depende, também, em um mesmo animal, da sua localização e do seu estado nutricional. Animais 
caquéticos podem induzir a uma falsa impressão de adenopatia. Em outras situações, o emagrecimento pode tornar pos-
sível a palpação de linfonodos que não são normalmente palpados em animais sadios, como é o caso dos linfonodos pré-
crurais em equinos magros. 
O aumento do tamanho dos linfonodos deve ser descrito usando-se termos comparativos tirados da vida diária, 
tais como: "caroço de azeitona", "azeitona pequena ou grande", "limão", "ovo de galinha", "laranja", entre outros. 
 
Sensibilidade 
 
Sempre que possível (quando a hipertrofia do linfonodo é visível), deve-se palpar primeiro as áreas menos doloro-
sas para, em seguida, atingir a área mais sensível ao toque, na tentativa de se obter melhor cooperação do paciente. Nos 
processos inflamatórios e/ou infecciosos agudos os linfonodos tornam-se sensíveis. A pesquisa de sensibilidade pode ser 
útil para diferenciar linfoadenopatia reativa de outra neoplásica, já que, na primeira, a dor à palpação é um achado fre-
quente. 
 
Consistência 
 
A consistência dos linfonodos nem sempre é fácil de ser descrita. Normalmente, apresentam uma consistência 
firme, ou seja, são moderadamente compressíveis, cedendo à pressão, e voltando à forma inicial uma vez cessada a pres-
são. Nos processos inflamatórios e infecciosos agudos a consistência não se altera, mas podemos denotar o aumento de 
volume e de sensibilidade. Nos processos inflamatórios e infecciosos crônicos e neoplásicos, os linfonodos ficam duros. 
 
 
 
 
 Palpação relativamente fácil; 
 Não tão fácil; 
 Difícil palpação; 
 Não existe; 
 Linfonodo presente 
 
 
 
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Mobilidade 
 
Os linfonodos normalmente apresentam boa mobilidade; eles são móveis tanto em relação à pele quanto às estru-
turas vizinhas quando palpados. A perda ou a ausência de mobilidade é um achado comum nos processos inflamatórios 
bacterianos agudos, devido ao desenvolvimento de celulite localizada, que os fixa nos tecidos vizinhos. 
 
Temperatura 
 
Os linfonodos normalmente apresentam uma temperatura igual à da pele que os recobre. A elevação da tempera-
tura é acompanhada, na grande maioria das vezes, de dor à palpação. Deve-se determinar se o comprometimento dos 
gânglios é localizado, isto é, apenas um determinado conjunto de linfonodos apresenta sinais de anormalidade ou se ele 
é generalizado. Um aumento unilateral indica que há um comprometimento unilateral da área de drenagem de determi-
nado linfonodo. O aumento generalizado dos linfonodos é associado a doenças sistêmicas agudas ou a determinadas 
condições neoplásicas. 
 
 
Procedimentos Complementares 
 
 
 
Biópsia dos Linfonodos 
 
Nos linfonodos, pode-se utilizar a biópsia por excisão ou por aspiração. 
Na biópsia por excisão, faz-se a remoção cirúrgica de uma parte ou de todo o linfonodo para futuro exame histo-
patológico. 
Na biópsia por aspiração, faz-se punção com uma agulha apropriada e, após ser acoplada em uma seringa, aspira-
se o material proveniente do linfonodo, ejetando-o sobre uma lâmina de vidro para posterior exame. A biópsia é empre-gada nas linfoadenopatias localizadas e generalizadas, de etiologia desconhecida, e em suspeitas de metástases tumorais. 
 
 
AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL 
 
 
O estudo da variação térmica (termometria) é de fundamental importância para se avaliar o estado geral do paci-
ente e nunca deve ser desprezado pelo veterinário, pois apresenta algumas características desejáveis, como: Ser pouco 
invasivo, baixo risco de dano à saúde do animal, rápida obtenção do resultado e ser de baixíssimo custo financeiro. 
A temperatura corporal dos animais é determinada pelo balanço entre o ganho de calor e sua respectiva perda, 
pelo equilíbrio entre dois mecanismos distintos chamados de termogênese (mecanismo químico que aumenta a produção 
de calor) e termólise (mecanismo físico que incrementa a perda de calor). A principal fonte de calor é derivada de proces-
sos metabólicos oxidativos, ou seja, por meio de reações nas quais o oxigénio, utilizando como substrato os carboidratos, 
lipídios e os aminoácidos, determina a queima destes, com consequente produção de calor. 
A manutenção da temperatura corporal normal depende do centro termorregulador, que alguns denominam de 
"termostato", localizado no hipotálamo, o qual é sensível tanto às variações da temperatura corporal interna como da 
superfície cutânea. Existem receptores térmicos, nas vísceras e na pele, que informam ao centro termorregulador hipo-
talâmico as respectivas variações existentes. 
O termostato atua tanto na produção de calor quanto na perda do mesmo. Assim, quando a temperatura ambiente 
diminui há, além de um incremento do metabolismo para a produção de calor, vasoconstricção periférica e piloereção, 
para evitar a perda de calor nos membros periféricos, bem como diminuição da frequência respiratória. Em situação in-
versa, quando a temperatura ambiente se eleva, observa-se vasodilatação periférica e aumento relativo da frequência 
respiratória, propiciando maior dissipação de calor. 
 
 
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O exame de um paciente febril deve ser completo, com especial atenção para os órgãos que indicam a localização 
da doença. Deve-se, para esse fim, levar em consideração, principalmente, a idade e a espécie animal. O exame físico 
deve ser minucioso, principalmente naqueles pacientes que apresentam sintomas inespecíficos (per da parcial de apetite, 
apatia) e/ou com episódios febris prolongados. 
É importante, no momento da obtenção da anamnese, estar atento à duração e periodicidade do processo febril, 
quando começou e, caso possível, as variações observadas; a hora do dia em que aparece; se houve contato com animais 
doentes; se fez uso de vacinas ou outros produtos medicamentosos, entre outros. 
 
 
TÉCNICAS DE AFERIÇÃO DA TEMPERATURA 
 
 
A temperatura dos animais domésticos pode ser obtida tanto por palpação externa como, também, pela utilização 
dos termômetros. 
O exame manual da temperatura externa deve ser executado aplicando-se o dorso das mãos sobre diferentes áreas 
da superfície corporal do animal, dando especial atenção à região abdominal e às extremidades. O dorso da mão é mais 
sensível a variações térmicas que a palma da mão. Através desse procedimento, pode-se ter ideia da temperatura cutânea 
do animal e uma estimativa de sua temperatura interna. A palpação da região abdominal é importante para a constatação 
de hipertermia, enquanto a palpação das extremidades do animal é mais adequada para a constatação de hipotermia. 
Não é um método muito confiável pois vários fatores podem prejudicar a correta aferição da temperatura do animal, 
como: 
Temperatura da mão do examinador, que em dias muito frios, a mão do examinador poderá, também, estar muito 
fria e, assim, o animal parecerá estar mais quente que a realidade. 
A temperatura da pele do animal, já que a temperatura cutânea, ao contrário da temperatura central, aumenta e 
diminui, de acordo com a temperatura ambiente. Assim, se o animal em exame está ou ficou muito tempo sob a ação dos 
raios solares, em horários quentes, sua pele estará com a temperatura mais alta que a real. 
A técnica mais indicada e precisa para medir a temperatura corpórea dos animais domésticos é via retal. E para 
isso, deve-se realizar a contenção adequada do animal, se possível lubrificar a extremidade com vaselina ou similar (óleo 
mineral, pomadas hidratantes), principalmente em pequenos animais, introduzir a extremidade do termômetro no reto, 
deslocando-o depois, lateralmente, para que o mesmo se mantenha em contato com a mucosa retal, caso contrário, o 
termómetro ficará contido dentro da massa fecal, o que elevará a temperatura devido à intensa atividade bacteriana.

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