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15
A PANDEMIA E A TRANSFORMAÇÃO DA COMUNIDADE ESCOLAR
 
MARTINS, Jucilene da S. Ferreira[footnoteRef:1] [1: Acadêmica do Centro Universitário Internacional UNINTER. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. ] 
RU1829856
MALINOSKI, Maria B. Fernandes[footnoteRef:2] [2: Professor Orientador no Centro Universitário Internacional UNINTER ] 
RESUMO
A pandemia do novo corona vírus está sendo o período da história pelo qual ninguém estava preparado. Momentos de incertezas e de constante preocupação atingiram todas as pessoas do mundo. Foram afetados todos os segmentos da sociedade. A educação foi um dos setores que sofreu grandes impactos. Este artigo busca uma reflexão acerca da importância do espaço físico escolar para os alunos, o papel dos professores e da família na vida dos estudantes, quais as consequências que o isolamento social trouxe para todos os membros da comunidade escolar e qual as expectativas diante do novo contexto educacional implantado no país. O presente trabalho foi realizado através de pesquisas bibliográficas que demonstram o caos que se instalou no mundo, inclusive na área da educação, as mudanças tanto as mais superficiais quanto as mais profundas que todos vivenciaram no último ano, a quantidade de informações e desinformações e as previsões sobre o cenário atual. Na pesquisa ficou claro o grande papel do professor na sociedade, o grande mediador ente a escola e a família e a importância de família e escola andarem de mãos dadas para um objetivo comum: o desenvolvimento integral do aluno.
Palavras-chave: Pandemia. Família. Escola. 
1. INTRODUÇÃO 
 A pandemia começou na China na cidade de Wuhan com os primeiros sintomas do que viria se tornar uma grande pandemia mundial que mudou a ordem social vigente. Toda população enfrenta sensação de fragilidade e impotência diante de uma situação, provocada por um ser invisível, capaz de mudar a ordem de todas as coisas.
 O mundo teve que ser reinventado em rapidez imaginável o que acarretou novos modelos de lutas para a população. A incerteza passou a habitar os lares das pessoas, inclusive no Brasil, a sensação de insegurança assola a todos, ninguém se sente protegido nem mesmo em casa. Estão sendo dias obscuros, sem direção, onde a preocupação e o medo são os únicos companheiros dos indivíduos.
 Na educação não foi diferente, do dia para noite chegou a notícia que o ensino presencial deveria ser paralisado, de repente docentes e discentes não estavam mais seguros na escola, local onde era para ser um segundo lar, seguro e acolhedor, passou a ser perigoso. 
 As transformações ocorridas afetam diretamente e intensamente alunos e professores, causando problemas psicológicos e esgotamento metal. Professores são obrigados a cumprir suas obrigações sem o devido apoio das autoridades, onde se exige muito sem fornecer devidas ferramentas para a realização de um bom trabalho. Alunos perderam convívio social e interação entre colegas, além de não ter uma qualidade de ensino digna. A família nem sempre tem recursos, como tempo e dinheiro, para auxiliar os filhos no novo modelo de ensino. 
 A pandemia trouxe mudanças de vários paradigmas educacionais, sendo levados a prova, questionados e revistos. As transformações darão oportunidades para um crescimento no sistema de ensino através da nova realidade vivenciada, tornando-se assim todos os membros da comunidade escolar mais fortalecidos e prontos para um futuro incerto e em contínua transformação.
 Para cumprir o objetivo delineado, este artigo destaca inicialmente o apoio familiar tanto para os alunos quanto para professores, a necessidade de união entre família e escola para um aproveitamento satisfatório do aluno e demostra a relevância de estudantes poderem estar dentro de uma sala de aula. Na sequência é descrito o novo método de ensino que teve que ser adotado no Brasil e como ele acentuou as desigualdades sociais, onde famílias carentes tiveram menos ainda boas condições de aprendizagem. Em um próximo momento destacou-se os efeitos que o isolamento e o distanciamento social causou aos alunos e professores e por fim foi exposto como a nova realidade do sistema de ensino e quais os caminhos devem ser seguidos daqui para frente.
2. EFEITOS DA PANDEMIA NA EDUCAÇÃO
2.1 IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA E DO ESPAÇO FÍSICO ESCOLAR PARA OS ALUNOS
O primeiro contato do ser humano com o meio social é por meio da família, permitindo-lhe fazer uso de linguagem, simbolização e de modos de agir que passam de geração em geração. Desde o nascimento já observa-se interação entre a mãe e o bebê. Até um simples toque ou o cheiro das mães já são capazes de estimular as crianças. No núcleo familiar, a partir de inúmeros estímulos que a personalidade do indivíduo começa a ser construída, através das trocas sociais com os demais integrantes da família. Sendo assim a criança, em casa, começa adquirir valores éticos e morais e futuramente cabe a escola dar continuidade a evolução do aluno como ser social. Fraiman e Gonçalo (2020) afirmam que: 
[...] adultos que estão na dianteira da formação das futuras gerações têm uma missão significativa, que inclui apresentar maneiras de lidar com a complexidade do mundo atual, com as incertezas colocadas pela vida, como fazer melhores escolhas e tomar decisões mais assertivas. A aliança entre escola e família não é uma alternativa, mas uma necessidade que impera para que se possa nortear, não determinar, o desenvolvimento e o futuro de crianças e jovens. (...) (FRAIMAM, GONÇALO, 2020, p. 11).
Ao atingir a idade escolar, as crianças ampliam os convívios sociais com a oportunidade de estar dentro da escola, surgem a chance de estabelecer novos vínculos afetivos com os professores e os colegas de classe. Frequentar um espaço escolar é fundamental para o desenvolvimento integral do estudante, para que possam desenvolver suas habilidades e aprender novas potencialidades, sejam elas cognitivas, motoros ou afetivas.
Em vários lugares, escolas são núcleos comunitários onde uma comunidade realiza diversas atividades, programas sociais e de bem estar. O espaço físico escolar deve ser acolhedor e transmitir sensação de abrigo e aconchego, trazendo para o aluno auto confiança para seu crescimento intelectual e emocional. Sendo assim, escola está muito além de paredes e muros, ela é o coração da comunidade.
A escola tem um papel integral na vida das pessoas pois forma cidadãos, profissionais e indivíduos. Além disso, é um dos lugares mais importantes da vida de crianças e jovens, onde passam boa parte do tempo, ampliando seus relacionamentos interpessoais e entrando em contato com uma série de conhecimentos e vivências. Durante o período escolar pode-se estabelecer laços que perduram por longos anos e até por toda a vida. O aluno precisa estar dentro da escola para estabelecer vínculos afetivos com professores e colegas. A escola é um ambiente que facilita o desenvolvimento social e onde se dão os primeiros passos para a construção de um futuro melhor. Onde se ensina e aprende preservação e valorização dos princípios humanos. 
Poder confiar numa boa escola é o que muitos pais desejam, e frequentemente esquecem seu papel na educação dos filhos, deixando esse papel exclusivamente nas mãos da escola, por isso Fraiman e Gonçalo (2020) destacam:
[...] a escola não tem como promover a excelência no andamento ou no rendimento escolar e, portanto, a entidade escola precisa andar de mãos dadas com a entidade família, em um continuum de processos e responsabilidades que ora se adicionam, ora conflitam. (...) (FRAIMAN, GONÇALO, 2020, p. 48).
 Escola e família são os principais pilares para a formação de cada indivíduo e para obter sucesso nessa jornada é necessário que ambos caminhem lado a lado e falem a mesma língua. O diálogo é um dos caminhos mais seguros para essa parceria ser lucrativa e mais aproveitada em prol do aluno. O sucesso da comunidade escolar depende de boas relações humanas entreseus membros. Essas boas relações promovem um satisfatório rendimento escolar, pois tanto a família quanto a escola são responsáveis por educar os jovens e contribuírem para seu crescimento intelectual e para a formação da personalidade do mesmos. O vínculo entre família e escola deve ser sólido, para se manter sempre sustentável torna-se necessário praticar atitudes que fortaleçam essa união. Atualmente, com o impacto ocasionado pela pandemia, isso se torna cada vez mais necessário. Somente com companheirismo e cooperação de todos os membros da comunidade escolar serão ultrapassado esses momentos de tantas incertezas.
 
2.2 IMPLANTAÇÃO DO ENSINO REMOTO
 A educação a distância é uma modalidade de ensino que possibilita ao aluno ter aulas sem precisar comparecer em instituições, podendo acessar as aulas por computadores, tabletes, celulares, etc., onde estiver e quando quiser. Essa 
modalidade surgiu para favorecer quem não pode frequentar cursos presenciais e tem por características principais a comodidade, flexibilidade e a economia, visto que cursos a distância tem valores bem mais acessíveis.
 Até o século XXI no Brasil ainda havia muita resistência para esse método de ensino, receios e desconfiança de uma grande parcela da população, quanto ao funcionamento e à viabilidade da EAD (Educação a Distância) para o ensino, a aprendizagem, a formação acadêmica, a concessão de certificados e diplomas com autorização e registro junto ao Ministério da Educação, e também o aperfeiçoamento profissional.
 A partir do ano 2000 até atualmente essa modalidade vem crescendo mediada de novas tecnologias digitais surgindo a cada ciclo, novidades e inovações que proporcionam a professores e alunos se ajustarem, redimensionarem e redefinirem os seus modos de ensinar e aprender.
 Em março de 2020, a paralização das atividades escolares provocadas pelo surgimento do novo corona vírus abriu caminho para a implantação do ensino remoto no ensino básico, onde as atividades presenciais passaram a ser virtuais. Assim foi possível manter a distância física entre professores e alunos, necessária para evitar o contágio do vírus e através do uso de diferentes tecnologias foi possível a distância manter a transmissão e a troca de conhecimentos, o que elimina as barreiras dando mais autonomia principalmente aos estudantes. Como Aguiar, (2020), descreve:
[...]Deste modo, o chamado “ensino remoto emergencial” surgiu a partir do fechamento de escolas e universidades por todo o mundo, forçando a uma mudança na educação da sala de aula para as casas das pessoas, já que esses ambientes são vistos de forma temerária pelo risco de transmissão e pelas formas de interações que são observadas: jovens (muitas vezes fora dos grupos de risco) e adultos dos mais diversos grupos (professores, funcionários, familiares, dentre outros), transformando essas pessoas em vetores potenciais de transmissão do vírus SARS-CoV-2. (...) (AGUIAR, 2020, p. 19).
 Por isso as novas tecnologias digitais causam uma revolução na educação escolar e no meio social. Tornando-se necessária para viabilizar a continuidade das atividades educacionais didático-pedagógicas e metodológicas até então totalmente paralisados devido a pandemia do novo corona vírus, através de multiplataformas digitais e uma metodologia ativa de ensino e aprendizagem denominada de “sala de aula invertida” em que os estudantes já chegam em sala de aula após ter estudado o conteúdo em casa. Na realidade atual, o aluno realiza o estudo dos conceitos essenciais dos conteúdos, e depois junto com a turma e o professor, em alguma plataforma digital discutem os conhecimentos adquiridos e podendo tirar possíveis dúvidas que venham ocorrem com orientação e ajuda do docente. Os alunos que manifestarem interesse e tiverem oportunidades vão em busca do conhecimento e se tornam agentes ativos e comprometidos com seu próprio aprendizado, conseguem assimilar facilmente os conteúdos propostos e mais, os estudantes têm mais liberdade, podendo seguir seu ritmo e escolher o formato, (aulas on-line, grupos de estudo nas plataformas digitais, vídeo aulas, entre outros) que vai lhe propiciar mais resultados positivos. No entanto muitos alunos não tem essa mesma preocupação, aproveitam em não estar na presença do professor e movidos por diversas distrações deixam de participar devidamente das atividades didáticas oferecidas a eles. Nas salas de aulas tradicionais os docentes tinham controle do espaço, já no remoto não, os alunos ficam suscetíveis a diversas fatores que podem tirar seu foco, somente aqueles mais interessados e focados conseguiram atingir o objetivo pretendido.
 Diante da pandemia ficou claro que quanto mais baixa for a classe social do aluno menos acesso ele teve ao uso de tecnologias. Segundo Aguiar, (2020), com o ensino remoto é ainda mais evidente a discrepância das condições entre o ensino privado e o ensino público, principalmente na educação básica e nas diferenças socioeconômicas entre as famílias dos estudantes. 
 Já era perceptível grande déficit de aprendizagem entre alunos da rede pública em relação aos alunos da rede particular. A realidade é que muitos estudantes sempre enfrentaram grandes desafios para poder frequentar uma escola, além de passarem por escassez de material e livros didáticos, estarem em salas lotadas convivem com a estrutura física da escola inadequada, ou seja não recebem um atendimento digno e adequado para a aprendizagem e que incentivem o gosto pelo estudo.
 Com o novo modelo de ensino instituições públicas não tem condições de fornecer aos seus alunos recursos e estratégias diversificadas para uma aula interessante e que promova uma aprendizagem satisfatória.
 Professores e todos os profissionais de ensino demonstram muitos esforços para oferecer aos alunos um ensino apropriado ao momento atual tanto em instituições privadas quanto públicas para dar umas alunos aulas dignas. Porém, a qualidade dos serviços prestados pelas escolas públicas está muito abaixo das escolas privadas, por não terem recursos disponíveis para investir na maneira de ensinar.
 Além disso, o Ministério da Educação ficou um longo período sem um ministro definido, portanto sem nenhuma deliberação sobre quais medidas deveriam ser realizadas para a aplicação do ensino remoto emergencial. Nas instituições particulares ouve grande abandono de estudantes da educação infantil, o que não aconteceu na mesma quantidade no Ensino Médio e Fundamental. Isso revalida o pouco valor que familiares dão ao Ensino Infantil, seja por falta de tempo ou condições econômicas; muitas pessoas tiveram suas fontes de renda drasticamente reduzidas portanto optaram por cortar gastos e sendo a educação infantil vista por muitos ainda como desnecessárias foi um dos primeiros gastos a serem tirados das prioridades das famílias, mesmo as escolas privadas terem agidos nos primeiros dias do distanciamento social. 
 Para Pereira et al., (2020) a total falta de protocolos quanto a inexistência de uma adequada metodologia de ensino está diretamente ligada a conjuntura de oferta e acesso ao ensino remoto à população brasileira, em especial as comunidades formadas por pessoas de baixa renda acentuando ainda mais o cenário de disparidade e desigualdades já existentes na educação oferecida em nosso país. Grande parte da população não tem computador em casa e menos ainda acesso à internet por isso as aulas on-line não chegaram em todos os lares de estudantes brasileiros. Vários alunos não tiveram sequer acesso ao material impresso desenvolvido e distribuídos pelas instituições públicas para complementar o ensino. A situação de algumas famílias é tão crítica que nem um ambiente adequado os alunos tem para estudar. Isso foi ressaltado por Guedes e Rangel, (2021):
[...]Com os estudantes em isolamento social, começam a surgir outros problemas, todos relacionados com a questão da desigualdade socioeconômica, que refletediretamente na qualidade de vida do indivíduo, muitos estudantes têm então direitos básicos cerceados, direitos como a alimentação adequada, energia elétrica e até mesmo ao saneamento básico. Outro fator de grande relevância é o chamado “clima doméstico”, caracterizado muitas das vezes pela violência, ausência de rotina capaz de viabilizar um momento adequado de estudo/aprendizagem e ausência até mesmo de um espaço adequado para os estudos. A situação é tão crítica que o apoio dos pais aos estudantes, não ocorre por condições materiais/financeiras, mas existe uma barreira imposta pela “condição existencial” dos mesmos (...) (GUEDES E RANGEL, 2021, p. 109).
 Acesso a educação como meio constitucionalmente garantido é direito de todos cidadãos. O estado tem importante papel na construção de uma sociedade justa, porém, no Brasil ensino de qualidade não chega a todos, firmando o abismo de desigualdades no acesso à educação. Os poderes públicos simplesmente fecham os olhos para questões sociais inclusive na área educacional. É triste poder confirmar que a educação, onde estão todas expectativas do futuro não tem seu devido valor. Martini et al., (2020), entendem:
 
[...]Compreende-se que cabe ao Poder Público traçar estratégias para que aos poucos o acesso as tecnologias e internet sejam estendidas a toda população, para então ser viável cogitarmos um novo sistema de ensino, que não seja presencial(...) (MARTINI et al., 2020, p. 267).
 Para uma sociedade justa é preciso dar acesso e condições a todos cidadãos. Sendo então necessário entender a importância do direito a acesso à educação de qualidade para toda população o que já é constitucionalmente garantido e é o que irá promover o crescimento nacional.
2.3 IMPACTOS DA PANDEMIA NO COTIDIANO DOS ALUNOS E PROFESSORES
 
 Relacionar-se com outros seres humanos é uma necessidade constante de todas as pessoas. A vida em sociedade e o contato físico permitem o crescimento dos indivíduos, revelam novas oportunidades e confortam em momentos difíceis. Viver em sociedade não é uma escolha, mas sim algo necessário e inevitável.
 Dutra et al., 2020) ressaltam que os seres humanos são seres sociais e precisam um do outro para se estabelecer como tal, com a pandemia foi-se necessário manter um afastamento físico. Para adultos é mais fácil de encontrar maneiras de driblar o distanciamento, como por exemplo trabalho e conversas em redes sociais.
 Já as crianças sem as escolas não podem brincar com colegas, sentem falta de estudar e realizar atividades físicas. Portanto as crianças não estão passando pela pandemia de forma tranquila, como os adultos que tiveram relações e atividades interrompidas, os estudantes tiveram suas rotinas alteradas e suas relações escolares paralisadas.
 O núcleo familiar tem grande papel na estabilidade da saúde mental das crianças. É importante que a família converse, oriente e informe sobre a situação atual e principalmente as tranquilize para manter a saúde mental das mesmas estáveis. Aconselhável os familiares orientarem e auxiliarem os alunos para compreenderem e enfrentarem este momento da melhor maneira possível.
 Fraiman, (2020), considera que “se pais, mães e familiares dos alunos sofreram impactos ocasionado pela pandemia, seria uma atitude sábia, nobre e humanizada compreender que professores e professoras foram expostos às mesmas dificuldades que eles.” Nessa situação o vínculo saudável entre família e escola se torna ainda mais essencial. Porém como Wielwicki et al., (2020) estabelecem que:
[...]É um momento complexo e delicado que exige uma resposta firme, ponderada e oportuna da sociedade como um todo. Muitas vezes, porém, quando há implicações para a educação, a responsabilidade é transferida para escolas e educadores, não raramente sem o adequado provimento de recursos, como boa vontade, por si só, fosse capaz de produzir soluções (...) (WIELWICKI et al., 2020, p. 137).
 Faz se necessário que cada família reconheça o valor dos docentes e todo seu empenho em continuar levando ensino de qualidade para todos alunos, muitas vezes sem o apoio adequado das instituições. A profissão do professor é a mais importante que existe, pois ele tem a função de transferir conhecimentos além de ser o mediador entre a escola e a família. Então deveriam ser mais valorizados, é muito injusto a profissão que permite as outras existir ser tão desvalorizada. Muitas vezes docentes lecionam em condições precárias exercendo funções com excesso de tarefas ocasionando um esgotamento físico e intelectual. A pandemia só fez piorar o que já não era adequado. Resende et al., (2021) explicam:
[...] na prática o que vem ocorrendo é que o professor substituiu o quadro negro por produções em plataformas digitais que demandam muito mais tempo que seria em sala, causando o desgaste mental e psicológico desses profissionais ao longo do processo (...) (RESENDE et al., 2021, p. 31).
 A situação dos professores vem se agravando pelos dias obscuros que a sociedade e a comunidade escolar estão atravessando. Profissionais da educação que antes já desenvolviam várias tarefas, atualmente tiveram suas obrigações aumentadas, fizeram da casa o ambiente de trabalho, consequentemente ficam ligados ao trabalho vinte e quatro horas no dia e os sete dias da semana o que ocasiona a um esgotamento mental por tantas exigências profissionais exigidas diante deste contexto. Pontes, (2020), considera:
[...]Em um instante, cada professor se viu diante de um grande desafio: reinventar-se para ressignificar o espaço escolar, que agora não estaria mais restrito às paredes da sala de aula, ambiente até então essencial na experiência de aprendizagem(...) (PONTES, 2020, p. 216).
 A pandemia trouxe consigo para os docentes longas jornadas de trabalho sempre sobre grande pressão que ocasionam sobrecarga mental e alto nível de estresse. O professor se sente desvalorizado, muito cobrado e totalmente sem suporte, onde exigem deles qualidade, porém os mesmos não recebem auxílio nenhum, tiveram que adquirir equipamentos e ferramentas com seus próprios recursos, para se adequar ao novo contexto, mesmo diante de projetos de leis que pedem redução de salários dos educadores.
 Vale ressaltar que o devido cuidado com a saúde mental dos educadores deve ser levados a sério, precisam ser analisados como elementos decisivos na criação de medidas para atuais condições do ensino remoto e para planos de ações e estratégias futuras para o retorno das aulas presenciais.
 
2.4 QUAIS AS PESPECTIVAS DA EDUCAÇÃO DIANTE DA NOVA REALIDADE 
 Ainda muitas escolas não estão preparadas para reagir ao impacto do covid-19, prover recursos pra cumprir seu papel efetivo no aprendizado do ensino a distância e levar conteúdos a todos os aluno. Na verdade o ensino remoto é algo ainda em construção e mais uma vez se faz necessário a união de toda comunidade escolar para que de fato seja consolidado o ensino a distância. Pontes, (2020), garante que:
[...]reinventar tem sido a palavra de ordem para inúmeros setores e, em especial para a Educação. As instituições de ensino foram levados a buscar formas de ensino e aprendizagem em um curto espaço de tempo devido à pandemia do covid-19 (...) (PONTES, 2020, p. 216).
 Nem uma visão mais pessimista não se podia prever o caos que se instalou no mundo e tão alarmantes seria as consequências na educação. Ninguém estava preparado para ver salas de aulas tão transformadas. A pandemia impôs nas escolas grandes desafios, tais como manter o foco do aluno provavelmente por meses ainda, pois os presságios em relação ao vírus ainda não são otimistas.
 Não há como negar que o impacto sobre a educação será alarmante. Ainda mais que muitas escolas públicas que já sofriam com grandes limitações agora somando ao colapso que todo sistema educacional vem passando, será mais difícil ainda para se recuperaro prejuízo. Arcas et al., (2020), descrevem:
[...] Vários motivos poderão serem apontados no futuro como fatores que contribuíram para resultados pessimistas; falhas na conexão durante as aulas, despreparo para o uso de ferramentas adequadas, estresse gerado no momento (tanto para professores como para alunos), alunos descompromissados com aulas (fingindo presença no decorrer das aulas), alunos não conseguem se conectar por falta de equipamentos ou internet, ausência de adultos que conseguiam dar suporte em casa quando necessário, evasão escolar. Todos estes problemas também poderão serem encontrados em instituições privadas, porém, com maior frequência em instituições públicas(...) (ARCAS et al., 2020, p. 23).
 Toda comunidade escolar será desafiada diariamente. A tendência é a adoção do modelo de ensino híbrido, o qual é um método alternativo que tem a junção de aulas presenciais e on-line, onde será aplicado rodízio de alunos para diminuir a quantidade de alunos dentro de um mesmo ambiente, em outras palavras é que, enquanto um grupo de alunos está em sala de aula na presença do professor, outro grupo está em casa participando de atividades didáticas dentro plataformas digitais mediados pelo professor.
 Serão muitos desafios tecnológicos, por isso é indispensável o apoio da família. O professor será guia que dará suporte para os alunos e seus responsáveis. Será necessário boas plataformas de ensino a distância para dar bom suporte a todos. 
 Depois que passar a pandemia nenhum professor será o mesmo. Certamente, ao voltarem ao ambiente escolar estarão preocupados com o que seria ser professor, mas ao mesmo tempo podem se sentir mais esperançosos pois aliados ao uso de recentes metodologias de ensino e aprendizagem estarão mais confiantes, usando o empenho e a inovação como estratégias para mudar o planejamento e a sistematização dos processos de aprendizagem, o que deixará as aulas mais dinâmicas e assim vão estimular mais o interesse dos alunos, o que certamente irá favorecer a aprendizagem. Aguiar, (2020):
 [...]A todos nós, docentes, cabe mais um desafio, que foge um pouco dos desafios técnicos e tecnológicos que nos foram apresentados tão repentinamente: o de manter uma formação com valores éticos e humanistas, pensando sempre na construção de uma sociedade mais justa, igualitária, equânime e democrática para todos (...) (AGUIAR, 2020, p. 26).
 
 Apesar dos professores estarem sofrendo com duras críticas sobre a implantação do ensino remoto e por mais que tenham alunos sem acesso digital, a educação não pode parar. Do mesmo modo que haja busca de novas estratégias pedagógicas, também é preciso que o poder público se impulsione e procure soluções para aqueles que estão mais vulneráveis e que não tem condições aos recursos tecnológicos necessários para acompanharem as atividades remotas emergenciais, pois sem educação digna jamais teremos um grande país, o futuro de uma nação depende do valor que ele dá ao processo de educar.
3. METODOLOGIA 
 
 A metodologia utilizada neste estudo é de caráter bibliográfico, qualitativa com o tema “A pandemia e a transformação da comunidade escolar”.
 O tema foi optado devido a realidade atual, diante dos momentos de incerteza e insegurança que todos estão passando, não só na área da educação, mais em todos os campos da vida dos seres humanos.
 A pesquisa do tema começou através da leituras de e-books produzidos por pesquisadores da comunidade científica que contribuíram nas amplas áreas do conhecimento, dois deles organizados por Elói Martins Senhoras, (2020), outro organizado por Thiago Eurico de Lacerda e Anderson Luiz Tedesco, (2020) e outro ainda também organizado por Elói Martins Senhoras e Ana Célia de Oliveira Paes, (2021) também o livro da FTD educação, “o efeito covid-19 e a transformação escolar” (2020), além de alguns artigos e reportagens que falam sobre o tema, buscando identificar, descrever e analisar a situação que a comunidade escolar esta vivenciando e quais as perspectivas para o futuro. A partir da seleção de e-books, livro, artigos e reportagens foi iniciado o desenvolvimento deste trabalho.
 O método de pesquisa qualitativa tem embasamento em estudos bibliográficos e textos eletrônicos, observações e vivências com pessoas envolvidas direta ou indiretamente no assunto.
 O objetivo desta pesquisa foi buscar informações sobre como foi afetada a qualidade da educação e de todos os membros da comunidade escolar, além de avaliar os rumos que está tomando a educação no Brasil.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 Ao final desse estudo realizado pode-se concluir, a partir de pesquisas bibliográficas para a realização deste artigo, que com a pandemia vários paradigmas da educação foram quebrados e o formato sala de aula foi repensado, o que levou o olhar ao professor em outro patamar. Foram rompidas barreiras de informações e conhecimentos. O docente não é mais apenas um transmissor de conteúdos programáticos, ele passa a ser o canal que leva comunicação, ensinamentos e engajamento entre família e escola.
 A educação se reinventou, atualizou-se e conectou-se intelectualmente. Instituições tiveram oportunidades de dar uma grande passo para a era digital. E depois desse caos, com certeza, a comunidade escolar sairá mais fortalecida e ainda mais preparada para as incertezas do futuro.
 Até o presente momento não se foi encontrada a cura para o covid-19, mas já se tem várias vacinas e muitas pessoas ao redor do mundo já foram e estão sendo vacinadas diariamente. Em breve, depois desse imenso desafio a população poderá ser totalmente imunizada e o covid-19 será apenas mais um vírus e todos que até aqui lutaram serão sobreviventes e o motivo de orgulho de futuras gerações por terem superado o corona vírus.
REFERÊNCIAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6023. Informação e documentação – Referências – Elaboração. Rio de Janeiro, 2002. 
ARRUDA, Eucidio Pimenta. EDUCAÇÃO REMOTA EMERGENCIAL: elementos para políticas públicas na educação brasileira em tempos de Covid-19. Disponível em EDUCAÇÃO REMOTA EMERGENCIAL: elementos para políticas públicas na educação brasileira em tempos de Covid-19 | EmRede - Revista de Educação a Distância (aunirede.org.br) acesso em 28/01/2021.
 
FRAIMAN, Leo, et al. O EFEITO COVID-19 E A TRANSFORMAÇÃO DA COMUNIDADE ESOLAR. 1° edição. Guarulhos, SP. FTD educação, autêntica. 2020.
LACERDA, Tiago Eurico de; TEDESCO, Anderson Luiz. Educação em tempos de COVID-19 – volume 2. Curitiba, Bangai. 2020. Disponível em https://books.google.com.br/books?id=l_gPEAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false acesso em 01/02/2021.
MANITTO, Alicia Matijaevich. Et al. Repercussões da Pandemia de COVID-19 no desenvolvimento infantil. Comitê científico ciência pela infância. Edição especial. 2020.
MONTEIRO, Sandrelena da Silva. (RE)INVENTAR EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL EM TEMPOS DA COVID-19. Disponível em (RE)INVENTAR EDUCAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL EM TEMPOS DA COVID-19 | Revista Augustus (unisuam.edu.br) acesso em 28/01/2021.
PEREIRA, Alexandre de Jesus. Et al. BIOPOLÍTICA E EDUCAÇÃO: os impactos da pandemia do covid-19 nas escolas públicas. Disponível em https://sagaweb.unisuam.edu.br/index.php/revistaaugustus/article/view/554 acesso em 01/02/2021.
SENHORAS, Elói Martins. COVID-19: Educação e a Ótica Docente. Boa vista, RR. 2020. Disponível em https://books.google.com.br/books?id=iM0DEAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false acesso em 01/02/2021.
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SENHORAS, Elói Martins; PAZ, Ana Célia de Oliveira. Ensaios sobre a educação em temposde COVID-19. Boa Vista, RR. 2021. Disponível em https://books.google.com.br/books?id=-zcWEAAAQBAJ&printsec=frontcover&hl=pt-BR&source=gbs_ge_summary_r&cad=0#v=onepage&q&f=false acesso em 01/02/2021.

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