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Instituto Pedagógico de Minas Gerais – IPEMIG MARIA CRISTINA DA SILVA FERREIRA A PANDEMIA E OS IMPACTOS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA Cotia 2020 MARIA CRISTINA DA SILVA FERREIRA A PANDEMIA E OS IMPACTOS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA Cotia 2020 MARIA CRISTINA DA SILVA FERREIRA A PANDEMIA E OS IMPACTOS NA EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA Projeto de Pesquisa do Trabalho de Conclusão do Curso e apresentado no Programa de Pós Graduação em Tutoria em EAD – Instituto Pedagógico de Minas Gerais– IPEMIG. Cotia 2020 RESUMO Estamos vivenciando tempos difíceis e confusos na educação brasileira devido a pandemia, saídas de ministros e consequente ausência de propostas para melhoria dos processos educacionais, no âmbito federal. No entanto, é necessário respirarmos fundo e seguirmos em frente, pensando em nossos estudantes, que mais do que nunca precisam de nós. Muito se fala sobre o retorno das aulas presenciais de maneira híbrida, em que será necessário replanejar as aulas para atender a demanda presencial e aulas mediadas por tecnologia. Desta maneira, reunimos algumas sugestões para que você possa replanejar suas aulas neste período emergencial e também em um possível retorno. Com ações simples, é possível descobrir e reconduzir caminhos no processo de aprendizagem, permitindo a participação ativa dos estudantes no planejar e replanejar das aulas. Palavras Chave: Pandemia, Aulas Presenciais,Tecnologia, Processo Aprendizagem ABSTRACT We are experiencing difficult and confusing times in Brazilian education due to the pandemic, the departure of ministers and the consequent absence of proposals to improve educational processes at the federal level. However, it is necessary to take a deep breath and move on, thinking of our students, who need us more than ever. Much is said about the return of face-to-face classes in a hybrid way, in which it will be necessary to redesign the classes to meet the face-to-face demand and technology-mediated classes. In this way, we have put together some suggestions so that you can replan your classes in this emergency period and also in a possible return. With simple actions, it is possible to discover and redirect paths in the learning process, allowing the active participation of students in the planning and replanning of classes. Keywords: Pandemic, Classroom, Technology, Learning Process SUMÁRIO Introdução..........................................................................................................07 Objetivos............................................................................................................09 Objetivos Gerais................................................................................................................09 Objetivos Específicos.........................................................................................................09 Delimitação........................................................................................................10 Desenvolvimento...............................................................................................11 Considerações Finais........................................................................................31 Referências Bibliográficas.................................................................................33 7 1. Introdução Segundo estudos realizado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), mais de 1,5 bilhões de estudantes foram afetados pela paralisação das aulas e fechamento temporário de escolas em 191 países e regiões. Isso significa que uma nova realidade foi imposta a todas as pessoas de alguma forma envolvidas com a educação. Professores que tinham pouco ou nenhum contato com tecnologia precisaram começar a planejar aulas mediadas por telas junto a seus coordenadores pedagógicos, ao mesmo tempo em que descobrem sobre o funcionamento de ferramentas tecnológicas. Com aulas online, surgiram novos desafios que não eram comuns nos encontros presenciais como problemas de conexão e engajamento dos alunos à distância. A insegurança gerada entre o corpo docente pode ser dividida em fases: inquietação dos professores com questões mais técnicas, como, por exemplo, dar aula online, gravar vídeos e como os alunos irão acessar o material em casos em que não contam tecnologia em casa, soma-se a uma preocupação com a participação dos estudantes. “O segundo desafio é o do engajamento, do contato com os alunos, de entender se as aulas estão fazendo sentido, de saber se os alunos de fato estão aprendendo, se interessando pelas aulas, se estão conseguindo administrar as tarefas em casa. Esse segundo nível diz respeito à qualidade das atividades”, afirma Tatiana (Tatiana Klix, diretora do Porvir, portal especializado em inovações em educação). Portões fechados e alunos distantes das salas de aulas. Esse cenário com milhares de escolas fechadas em diversos países não se repetia desde a Segunda Guerra Mundial, evidenciando novamente todo o zelo que devemos ter com o ensino, que desta vez foi escancarado pela relação indireta entre Educação e Coronavírus. De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), agência da ONU responsável por acompanhar e apoiar a educação, comunicação e cultura no mundo, a pandemia da COVID-19 já impactou os estudos de mais de 1,5 bilhão de estudantes em 188 países – o que representa cerca de 91% do total de estudantes no planeta. https://en.unesco.org/covid19/educationresponse 8 Em meio a esse panorama assustador e conturbado, não apenas na questão de saúde mas também do aprendizado das crianças e dos jovens, os impactos no ensino são vários. Enquanto alguns escancaram alguns problemas na área da Educação, outros podem ser oportunidades de crescimento e evolução, basta que saibamos trabalhar de maneira coordenada, colaborativa e inovadora. (SAE DIGITAL , 2020) 9 Objetivos Objetivo Geral Descrever quais foram as melhores tomadas de decisões de muitas escolas em relação a grande pandemia do coronavírus no Brasil. Objetivo Específico ➢ Incentivar a criação e o desenvolvimento das escolas de base tecnológica em áreas e setores estratégicos para o desenvolvimento sustentável do País; ➢ Incentivar a ampliação dos dispêndios educacionais em P,D&I por meio do aperfeiçoamento dos instrumentos de política de inovação existentes no País e da criação de novos instrumentos de apoio à inovação; ➢ Contribuir para a disseminação da cultura e da educação inovadora em todo o território nacional; 10 Delimitação A verdade é que, pouquíssimas pessoas imaginavam uma pandemia com as proporções que a COVID-19 tem alcançado nos últimos meses. Como consequência disso, praticamente organização nenhuma estava preparada para lidar com as consequências naturais impostas pelo distanciamento e isolamento social. Inúmeros setores estão sofrendo para se adaptar e encontrar formas de superar essa situação atribulada. A área da Educação não teria como escapar desses enormes desafios, os quais mostram o despreparo de toda a comunidade escolar para um cenário em que a tecnologia pode ser um instrumento facilitador do processo de aprendizagem. A maioria das escolas não conta com o suporte necessário para o oferecimento do ensino remotoou a distância. Apesar de até estarem mais presentes em instituições do Ensino Superior, as plataformas digitais eram aproveitadas pela minoria dos estudantes da Educação Básica. E do dia para a noite as escolas precisaram encontrar maneiras de se adaptar a essas “novas tecnologias” – que não são tão novas assim. Além disso, são poucos os professores que tiveram a formação adequada para lecionar a distância. Preparar uma aula remota é bem diferente da prática presencial de sala de aula – e nós já publicamos um artigo completo explicando como montar planos de aulas remotas –, a dinâmica de interação com os alunos é outra, as formas de comunicação com familiares muda e o conhecimento das tecnologias educacionais é imprescindível. As crianças e os jovens também não estavam acostumados a rotinas mais pesadas de estudos em casa, ambiente no qual normalmente priorizavam atividades de descanso e entretenimento. De maneira geral, os estudantes não possuíam a maturidade para lidar com a autonomia implícita no ensino a distância, em especial os alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. As dificuldades são várias, mas são normais. Não devemos nos assustar, esse cenário de educação e corona vírus é novo para todos. O importante é que saibamos, com humildade, identificar essas falhas e dediquemos esforços para corrigi-las. https://sae.digital/aulas-remotas/ https://sae.digital/plano-de-aulas-remotas/ 11 Desenvolvimento Os efeitos do COVID-19 afeta todas as áreas da sociedade e não apenas os infectados, com isso o impacto ocorreu também para o mercado educacional de vários países, incluindo o Brasil. O impacto do coronavírus na educação foi a nível mundial. Segundo a última atualização da Unesco 87% da população estudantil ao redor do mundo tiveram suas aulas suspensas ou reconfiguradas. A suspensão das aulas presenciais, é uma tentativa de reduzir a disseminação do vírus e o risco de contágio. O afastamento das escolas, levando as crianças e os jovens a estudarem em casa, mostrou em muitos casos o quanto as famílias estavam até então afastadas da escola e do aprendizado de seus filhos. Ao terem que acompanhar mais de perto a rotina de estudos deles, pais e mães perceberam a necessidade de estarem mais próximos e inteirados do material didático, das metodologias adotadas e dos professores. Esse processo tem seus desgastes para ambos os lados. Os familiares e responsáveis se vêem sobrecarregados com essa nova demanda combinada ao trabalho no formato home office e afazeres do lar, mas passam a valorizar mais os professores e a escola. Do outro lado, as instituições de ensino passam a ser mais cobradas por pais e mães agora com melhor entendimento da aprendizagem dos estudantes. Apesar de alguns entraves, o balanço dessa quarentena pode e deve ser positivo. No fim, todos querem e estão buscando o melhor ensino para as crianças e os jovens, portanto precisamos estabelecer relacionamentos respeitosos, transparentes e objetivos. https://en.unesco.org/themes/education-emergencies/coronavirus-school-closures 12 Evolução no processo ensino e aprendizagem da educação superior frente aos desafios da pandemia • Consolidação: a aprendizagem não se efetiva e nem deve se limitar a sala de aula; • Consolidação: os métodos ativos se efetivam por meio de entregas de produção dos discentes, articulando os momentos síncronos e assíncronos; • Consolidação: as tecnologias não são metodologias, mas sim ferramentas; • Perspectiva: a leitura e a escrita devem ser condição constante no processo ensino e aprendizagem na educação superior; • Perspectiva: as atividades que norteiam o processo ensino aprendizagem devem ser pensadas e repensadas à luz de didáticas específicas para cada abordagem; • Novo paradigma a se consolidar: os “modelos” pré- estabelecidos do que se concebe como metodologias ativas não se sustentam, pois cada abordagem tem suas didáticas; • Novo paradigma macro a se pensar como oportunidade na oferta presencial: aspectos que ainda precisam evoluir: a concepção de cursos híbridos na modalidade presencial, que é distinta à modalidade a distância. G20 injetará mais de 4.8 trilhões de dólares na economia global para combater os efeitos da pandemia. Os líderes do G20, após sua reunião por videoconferência nesta quinta- feira (26), emitiram declaração anunciando que o grupo está injetando mais de 4.8 trilhões de dólares na economia global para combater os efeitos da pandemia do corona vírus (Covid-19). "Estamos adotando medidas imediatas e vigorosas para apoiar nossas economias; proteger trabalhadores, empresas - 13 especialmente micro, pequenas e médias empresas - e os setores mais afetados; e amparar os vulneráveis com proteção social adequada”. “Estamos injetando mais de 4.8 trilhões de dólares na economia global, como parte de medidas econômicas e fiscais específicas e de esquemas de garantia para combater os impactos sociais, econômicos e financeiros da pandemia", diz trecho da nota. Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, participou da conversa e ressaltou, em suas redes sociais, que cada país tem suas políticas para conter a propagação do vírus e preservar a saúde dos cidadãos, mas todos concordam que é fundamental evitar um colapso econômico. "O compromisso de manter os fluxos comerciais e as cadeias de suprimento vem simultaneamente com o empenho em encontrar a vacina e a cura do COVID-19”. Ficou claro que a responsabilidade primária neste momento crucial pertence aos governos nacionais, em coordenação entre eles˜, afirmou o ministro. 14 Aprimorando a cooperação global Trabalharemos rápida e decisivamente com organizações internacionais na linha de frente, especialmente a OMS, o FMI, o Banco Mundial e os bancos multilaterais e regionais de desenvolvimento, a fim de adotar um pacote financeiro robusto, coerente, coordenado e rápido e de solucionar quaisquer lacunas em seus instrumentos de políticas. Estamos prontos para fortalecer as redes de segurança financeira global. Conclamamos todas essas organizações a intensificar ainda mais a coordenação de suas ações, inclusive com o setor privado, para apoiar os países emergentes e em desenvolvimento que enfrentem choques decorrentes da COVID-19 nas áreas de saúde, econômica e social. Governos e organizações do mundo inteiro não estão medindo esforços para mobilizar recursos e aplicar soluções inovadoras e adaptadas ao contexto para oferecer aulas remotas e encontrar soluções equitativas para os 1,5 bilhão de alunos que estão em casa. É gratificante ver toda a mobilização global para aportar recursos e conhecimentos especializados em tecnologia, conectividade, inovação e criatividade a favor da educação. A questão é que fomos todos pegos de surpresa. Em maior ou menor grau, a comunidade teve que se adequar. E o ensino nunca mais voltará a ser o que era antes. Libertamos-nos das paredes da sala de aula e descobrimos um mundo de oportunidades nas mãos dos jovens. Os professores vivenciaram novas formas de ensinar, novas ferramentas de avaliação — e os estudantes entenderam que precisam de organização, dedicação e planejamento para aprender no mundo digital. A crise do corona vírus terá efeitos perenes sobre a forma de aprender, o isolamento está criando novos hábitos e comportamentos, tanto nas famílias, quanto nas instituições de ensino, que estão revendo uma série de processos, estruturas e metodologias. Aprendemos que lidar com a imprevisibilidade exige um trabalho em grupo muito mais alinhado e que, mesmo distantes, podemos unir esforços em prol de um bem maior. Um exemplo? Nunca antes tinha visto tantos professores, de uma mesma disciplina e ano escolar,unidos no mundo digital 15 para compartilhar atividades, experiências bem-sucedidas, tirar dúvidas e aprender uns com os outros. Toda crise é uma oportunidade de aprendermos algo novo e a única coisa que eu tenho certeza é que o mundo vai ser diferente depois do coronavírus. As crises ensinam aos que estão abertos ao novo. Espero, sinceramente, que depois dessa pandemia a educação volte melhor e mais forte. E que todos esses efeitos sejam irreversíveis. (Paulo Arns da Cunha é diretor-executivo do Colégio Positivo). Nem todos os municípios possuem estrutura de tecnologia para oferta de ensino remoto e nem todos os professores têm a formação adequada para dar aulas virtuais. Outra realidade que complica a adesão de alunos às aulas on-line são os softwares utilizados para esse fim, que, em sua grande maioria, são desenvolvidos para funcionar em computadores — ambiente acessado atualmente por apenas 57% da população brasileira, segundo o IBGE. Muitas crianças da geração Z nunca ligaram um computador e 97% dos brasileiros acessam a internet pelo celular. Isso dificultou no início e tem dificultado muito ainda nos dias atuais. https://colegiopositivo.com.br/ 16 Inacessibilidade a tecnologias educacionais Outro problema que no fundo todos temos ciência, mas que foi escancarado pela pandemia do Corona vírus na Educação, é a desigualdade social e de acesso a tecnologias, o que na área da Educação causa um abismo entre aqueles que podem dar continuidade ao seu processo de aprendizagem e outros que sequer possuem um dispositivo eletrônico com conexão à internet dentro de casa. As tecnologias educacionais são a principal solução para a situação que vivemos e de maior potencial de inovação na maneira como ensinamos crianças e jovens. Contudo, a realidade brasileira está bem longe de ser igualitária, infelizmente. Segundo pesquisa do IBGE, apenas 57% da população do nosso país possui um computador em condições de executar softwares mais recentes. Outro estudo realizado em 2018, a Pesquisa TIC Domicílio, aponta que mais de 30% dos lares no Brasil não possuem acesso à internet, que é praticamente indispensável para o serviço de ensino remoto. O resultado disso é uma inevitável acentuação da desigualdade de acesso não só ao ensino de qualidade, mas do ensino básico, causando um déficit de aprendizagem ainda maior do que já temos entre alunos do sistema público e da rede particular. Pensando em amenizar essa discrepância, desde o início da quarentena, o SAE Digital está disponibilizando gratuitamente conteúdos digitais e vídeo aulas para que professores e estudantes de escolas públicas e privadas do Brasil inteiro possam se beneficiar durante esse período. Entre eles temos: ➢ Videoaulas para o Ensino Fundamental ao Médio ➢ Videoaulas de Alfabetização ➢ Videoaulas com atividades socioemocionais ➢ Uso do app Google Classroom ➢ Roteiros de estudos para Educação Infantil ➢ Aulas no CMSP (Centro de Mídias São Paulo) para o ENEM com professores convidados. https://sae.digital/tecnologia-educacional-sae/ https://sae.digital/como-o-sae-digital-pode-ajudar-sua-escola-com-o-ensino-a-distancia/ https://sae.digital/como-o-sae-digital-pode-ajudar-sua-escola-com-o-ensino-a-distancia/ https://www.youtube.com/saedigital https://www.youtube.com/watch?v=iiyfHPepM9U&list=PLFmbGf8wQPa7pVj9Op-fQmoB8TA9ESOMo https://www.youtube.com/playlist?list=PLFmbGf8wQPa71K_33A8r6mNMOLbKVgkgt https://www.youtube.com/playlist?list=PLFmbGf8wQPa743BtqqwEhBfU_EzWGHeXH https://sae.digital/educacao-infantil-orientacoes-coronavirus/ https://www.youtube.com/watch?v=raJExDrVg9s https://www.youtube.com/watch?v=raJExDrVg9s 17 É mais uma forma de consolidarmos o nosso compromisso de revolucionar a educação por meio da tecnologia. Para saber como podemos ajudar a sua escola, clique na imagem abaixo e fale com um dos nossos especialistas! 18 O que as Escolas estão fazendo para encarar o Ensino Online O corona vírus quebrou o modelo tradicional de ensino na educação básica que perdurava há anos, o presencial. As escolas estão sendo forçadas a criarem estratégias para que a aprendizagem continue acontecendo, mesmo que a distância. Educação conversou com diretores de escolas públicas localizadas em São Paulo, capital, municípios, cujas aulas estão sendo online com o secretário municipal educacional Rossieli Soares e com uma mãe que revelam as saídas das instituições escolares diante do isolamento protetivo. Ainda como inspiração. Para as aulas online, os estudantes da EE Padre Romeo Mecca acessam a plataforma Google Classroom, que já era usada antes (por conta desse momento pandêmico, a plataforma está aberta gratuitamente para qualquer escola). “Essa semana foi de adaptação e o retorno está sendo interessante. Estamos até recebendo fotos dos alunos pelo whatsapp ( pois criamos grupos por sala para maior interação) fazendo as atividades”, conta a vice-diretora. Rossieli reforça ainda que as aulas online não podem ser apenas colocar a apostila na plataforma. O aluno precisa de um feedback, o professor por exemplo, deve fazer revisão com a turma para saber se estão aprendendo. “Outro ponto importante é que a junção escola, coordenação, família e aluno precisa acontecer. A comunicação com os pais ocorre pela Classroom APP e a coordenação está online pelas plataformas de comunicação convencionais”, além do Meet para as reuniões tradicionais entre professores e direção para melhor organização e avaliação do processo aprendizagem através de vídeo conferências, acrescenta Rossieli. A grade diária é composta por pelo menos uma aula ao vivo, que também é gravada para aqueles que não conseguem o acesso imediato, e o resto voltado a atividades digitais com horários flexíveis. Os alunos também estão recebendo um tutorial com dicas para se criar uma rotina de trabalho, uma vez que a equipe da escola entende que se para um adulto é difícil ter disciplina dentro de casa imagine para as crianças e adolescentes. https://www.qmagico.com.br/ https://www.classapp.com.br/ 19 A equipe de professores está gravando as aulas para os alunos se sentirem familiarizadas. No fundamental II e Médio, os alunos apresentarão trabalhos ao vivo para os demais colegas e professor, além de trabalhos colaborativos por meio de ferramentas compartilhadas. O material para todos os anos escolares também está digitalizado para as famílias que estão ou ficarão sem acesso à internet. “Começo de abril começarão as provas. Estamos preparados para dar até avaliações online, porque isso pode durar mais tempo. A ideia não é massacrar, mas manter ritmo, manter o contato com o conteúdo e disciplina porque sabemos que é saudável”, relata. Vitória Kaylane está no 1º ano do ensino médio no EE Padre Romeo Mecca, Zona Oeste. As aulas tem previsão para 8 de setembro iniciarem de forma escalonada e optativa e Vitória tem receio de voltar, pois quer se proteger e proteger a avó. Sua mãe, conta que a escola adotou a plataforma Microsoft Teams e durante o período de isolamento, toda a sexta- feira são postadas atividades por turma e por disciplina para a semana seguinte e com data para entrega. Além disso, durante pelo menos uma vez na semana tem um fórum por disciplina e turma para o professor e estudantes juntos solucionarem dúvidas. “Eles sugerem que os alunos façam as atividades nos horários que ocorriam as aulas presenciais. Eu acho que a plataforma vai dar apoio, reconheço o comprometimento da escola em não deixar o aluno parado”, defende a mãe. https://www.moodlelivre.com.br/portal/potal/noticias-ead/plataforma-moodle-entenda-o-que-e-e-como-funciona 20 O Impacto do Coronavírus nas escolas em Março de 2020 1ª Onda:Vão colocar Álcool em gel nos banheiros? Os métodos de prevenção do contágio do vírus COVID-19 logo foram divulgados por todos os meios de comunicação. Sendo um deles lavar as mãos durante 40 segundos com água e sabão ou usar álcool em gel. A primeira crise ocorreu quando os alunos começaram a manifestar que as instituições não disponibilizaram álcool em gel e em alguns casos faltava sabão nos banheiros. 2ª Onda: Caso de corona vírus na minha Escola? A pandemia ocorreu em grande escala no mundo por ser um vírus infeccioso novo, não sabendo quantas pessoas ele é capaz de infectar caso nenhuma medida seja adotada. A contaminação é transmissível de uma pessoa para outra mesmo antes da pessoa infectada ter os primeiros sintomas da doença. Os primeiros casos do vírus no Brasil ocorreram na cidade de São Paulo, logo começaram as especulações de casos dentro das instituições. Alunos começaram a expor as pessoas com possíveis casos de contaminação, passaram a cobrar das instituições a paralisação das atividades presenciais. 3ª Onda: Vão cancelar as aulas? Com o crescente número de casos de contágio o ministério da saúde passou a recomendar evitar aglomerações de pessoas. Os alunos se manifestaram nas mídias sociais os riscos que corriam ao ter que se deslocar para as unidades escolares, durante o percurso realizado por meio de ônibus ou metrô. Logo, começaram a questionar a quantidade de alunos em salas de aulas e nas áreas comuns das instituições. 4ª Onda: Qual o período de paralisação? Após a divulgação do plano de contingência nacional para infecção humana pelo corona vírus divulgado pelo Ministério da saúde, informando as https://coronavirus.saude.gov.br/ https://coronavirus.saude.gov.br/ https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/25/Livreto-Plano-de-Contingencia-5-Corona2020-210x297-16mar.pdf https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/marco/25/Livreto-Plano-de-Contingencia-5-Corona2020-210x297-16mar.pdf 21 medidas a serem tomadas para que a pandemia não tome maiores proporções no país. Uma das medidas indicadas para a prevenção de novos contágios é o isolamento social. Medida essa que informa que não haja aglomerações de pessoas. O MEC autorizou a substituição de aulas presenciais para o modo on- line por 30 dias para ensino superior. As Escolas Básicas também ficam autorizadas a suspender todas as aulas por 30 dias, em vez de fazer a substituição pela modalidade virtual. A substituição temporária das aulas presenciais poderá ser prorrogada conforme a orientação do ministério da saúde. Após a decisão das IES de suspensão ou substituição da modalidade de aula, os alunos passaram a se preocupar e questionar por quanto tempo ocorreria a decisão. Os assuntos mais comentados entre os alunos são como seriam repostas as aulas sem prejudicar o calendário acadêmico. 5ª Onda: Aula on-line? não funciona. A medida de substituição das atividades presenciais por on-line foi adotada por várias IES em todo Brasil e mundo. Assim que os estudantes começaram a migrar para as plataformas das instituições, iniciaram as reclamações sobre os sistemas virtuais. Algumas IES não tinha suporte para que os sistemas tivesse o grande número de acessos simultâneos, com isso gerou sobrecarga, lentidão e crise. As principais reclamações dos alunos sobre o modelo de aula on-line é a própria plataforma disponibilizada, alegando que as plataformas apresentam erros de lentidão e até mesmo que são de difícil acesso. 6ª Onda: Vão reduzir a mensalidade? Um dos maiores impacto do coronavírus na educação ocorreu devido a paralisação das atividades presenciais, e a não aceitação do módulo virtual perante a comunidade dos estudantes, os mesmos passaram a questionar como poderiam ser ressarcidos financeiramente. http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-343-de-17-de-marco-de-2020-248564376 22 Nesta última etapa da crise os alunos de IES, assim como os pais de alunos do ensino básico, começaram a recorrer às mídias sociais para expor seus questionamentos quanto o pagamento das mensalidades. Os estudantes do ensino superior alega que não contrataram o modelo de ensino virtual e que estão pagando para ensino presencial. Devida a não aceitação do módulo virtual, seja por falta de infraestrutura da própria plataforma ou até mesmo a não aderência de uso. Os alunos não querem pagar o período que estão sem atividade presencial. Advogados da OMS – Organização mundial da saúde informa que deve haver um consenso entre empresas de todos os setores e consumidores. O Semesp expôs algumas sugestões para as IES neste momento de crise devido ao corona vírus. Monitoramento para gestão de crise do corona vírus. Monitorar as mídias sociais em período de crise não é apenas fundamental, mas, essencial. Ao realizar o monitoramento das citações das mídias sociais cruzando com as informações dos indicadores de mercado (IDM), traz uma visão ampla de como está a saúde da marca com o capital social. Abaixo mostramos os 6 impactos do corona vírus na educação que ocorreram neste período de epidemia COVID-19 cruzadas com os Indicadores de mercado. Seguimos com alguns exemplos reais de citações de alunos para as UE realizadas nas mídias sociais em cada etapa da crise. Falta de itens de higienização das mãos As citações negativas referente a falta de itens de higienização das mãos, impactam no Indicador de mercado, infraestrutura da UE. O IDM Infraestrutura tende a receber o maior número de citações nas mídias sociais, pois tem relação com o que os alunos lidam no dia a dia: WiFi, portal do aluno, estacionamento, limpeza, manutenção, mantimentos, acesso à UE, etc. Além dos fatores referentes à estrutura física, o IDM Infraestrutura também engloba as citações referentes à equipe administrativa e ao atendimento presencial da UE. Caso de COVID-19 na UE As citações negativas de suspeitas de casos de infecção do COVID-19 impactam no Indicador de mercado, relacionamento da UE. O IDM Relacionamento reúne todas as citações referentes a instituição de ensino, feitas de forma direta ou indireta, que representem uma oportunidade de relacionamento entre UE, candidatos, alunos e comunidade. https://www.paho.org/bra/ https://www.semesp.org.br/noticias/semesp-envia-recomendacoes-as-ies-sobre-o-coronavirus/ https://planetay.com.br/indicadores-mec-organize-seu-monitoramento-para-o-mercado-educacional/ https://planetay.com.br/capital-social-parte-1/ https://planetay.com.br/indicadores-mec-organize-seu-monitoramento-para-o-mercado-educacional/ https://planetay.com.br/indicadores-mec-organize-seu-monitoramento-para-o-mercado-educacional/ 23 Cancelamento das aulas presenciais As citações negativas solicitando a suspensão das aulas presenciais impactam nos indicadores de mercado, Infraestrutura, relacionamento e atuação ética. Os indicadores infraestrutura e relacionamento, vimos nos dois exemplos anteriores. O IDM Atuação Ética está relacionado às ações de responsabilidade sociais promovidas pela escola e às atividades externas desenvolvidas pelos alunos para comunidade. Atuação Ética também está relacionada a fatos que ocorrem no dentro do campus, como os trotes violentos, e como a escola se posiciona a respeito. Assim como no caso de suspensão de aulas por motivo de prevenção da saúde de toda a comunidade acadêmica. Aulas Virtuais As citações negativas de reclamações sobre o módulo de aulas on-line impactam nos indicadores de mercado, infraestrutura e qualidade de ensino. A percepção da qualidade de ensino engloba tudo o que se relaciona com o aprendizado e a satisfação do aluno, como por exemplo, o que eles estão falando sobre os cursos ou palestras ministradas na UE, atividades, eventos acadêmicos e aulas virtuais. O IDM Qualidade de ensino é um dos indicadoresdo mercado educacional mais importante no monitoramento das mídias sociais, pois demonstra qual é real percepção dos alunos e do público externo sobre a qualidade e a imagem da UE. https://planetay.com.br/fale-com-a-gente/ 24 Educação pós COVID-19 Os efeitos do COVID-19 afetaram todos os setores econômicos e produtivos da sociedade, não foi diferente com o mercado educacional. A pandemia forçou instituições educacionais a se adaptarem e mudar a infraestrutura e metodologia de ensino. Nós, já falamos aqui sobre os impactos gerados pela Corona vírus no mercado educacional e como gerenciar a crise do COVID-19 através das redes sociais. Neste texto abordaremos os desafios e legados na educação pós pandemia do novo corona vírus. Após o isolamento social: o que a crise da pandemia do COVID-19 deixará de legado e aprendizado para a educação? Ressignificar o espaço da sala de aula A crise forçou as UES a utilizarem ferramentas e plataformas tecnológicas para aprendizado remoto, criando conteúdos e experiências para alunos fora das salas de aulas. Podemos observar através das crises geradas nas mídias sociais durante esse período, muitas instituições não estavam preparadas para migrar as aulas presenciais para aulas remotas de imediato. Há alguns anos as UES vêm transformando modelos tradicionais de aulas, inovando e adotando novos modelos, como por exemplo o EAD. Porém, o modelo EAD ainda engatinhava e não atingia a maior parcela do mercado educacional. Não somente as instituições não estavam preparadas para a mudança de modelos de aulas, mas também, a comunidade acadêmica, os alunos e os professores. Todos precisaram se adaptar bruscamente. É importante destacar, que as escolas e UES, adotaram o modelo de aulas “ao vivo” por meio da internet, não caracterizando como aulas EAD. https://planetay.com.br/coronavirus-e-o-impacto-na-educacao/ https://planetay.com.br/coronavirus-e-o-impacto-na-educacao/ https://monitoramento.planetay.com.br/manual-gerenciamento-de-crise https://monitoramento.planetay.com.br/manual-gerenciamento-de-crise https://planetay.com.br/coronavirus-e-o-impacto-na-educacao/ https://planetay.com.br/coronavirus-e-o-impacto-na-educacao/ 25 As aulas apresentadas aos alunos da modalidade presencial neste momento de pandemia é uma experiência de aula síncrona, ou seja, aulas ao vivo com a participação do professor e dos estudantes. Já a modalidade de EAD é mais ampla, pois proporciona ao aluno etapas de experiência, o ambiente virtual é a sala de aula desse aluno, onde já estão disponíveis vídeos gravados com conteúdos programados, fóruns, atividades e questionários. Neste período, podemos notar que, o aprendizado pode ocorrer fora dos muros das instituições, e isto é um avanço ao ressignificar a sala de aula. A Educação pós COVID-19, ficará claro que as instituições que não investem em ensino a distância, começaram a olhar a modalidade com novos olhos. Novas possibilidades de ensinar Quando ocorrem mudanças nas estruturas econômicas e sociais, surge com ela uma transição estrutural em diversas áreas e setores, e não será diferente após a pandemia do novo corona vírus. As instituições passavam por dificuldades ao mostrarem para os professores o potencial das metodologias tecnológicas na educação. Havia resistência para o digital. Abruptamente, as instituições tiveram que quebrar essas resistências, pois, não havia outro caminho perante a crise. Professores migraram para o digital para manter o aprendizado e, por fim, estão utilizando recursos que fazem sentido para a prática de ensino. Quanto aos alunos, acreditamos que após pandemia irá mudar a postura daqueles que estudam no modelo presencial quanto os que estudam à distância. Ao monitorarmos as mídias sociais neste período de pandemia, observamos que as citações negativas dos alunos não eram sobre o modelo de aula serem virtual, e sim, porque as UES não tinham uma boa infraestrutura para o modelo de aula online. As UES terão o desafio de não apenas entregarem conteúdos para o modelo remoto, mas, mostrar aos alunos o poder da construção do conhecimento, https://planetay.com.br/coronavirus-e-o-impacto-na-educacao/ 26 colocando o aluno como agente participante, com papel mais ativo na educação. Para o Professor Mozart Neves Ramos em entrevista para o SEMESP, o COVID-19 é o catalisador de transformação para a educação. Tecnologia e novos modelos de trabalho Vimos a importância de ferramentas tecnológicas para gerenciamento de crise. Não somente ferramentas digitais para aulas virtuais, mas, também ferramentas de gestão de mídias sociais. Neste texto mostramos a importância da tecnologia para ressignificar o espaço de aula através do virtual. As instituições que antes não trabalhavam com modelo virtual, passaram a implementar ferramentas para a modalidade EAD, as que já trabalham com EAD aperfeiçoará sua infraestrutura. Com as crises geradas nas mídias sociais as instituições perceberam a importância do monitoramento e gestão das mídias. Passaram a investir em gerenciamento de mídias sociais com ferramentas capazes de entregar relatórios preciosos. Na educação pós COVID-19, o relacionamento com alunos e candidatos será cada vez mais preciso, manter a reputação da marca perante o público para reter e conquistar novos alunos no pós pandemia, exigirá das equipes a busca por ferramentas integradas. Além das ferramentas tecnológicas, será uma transformação no modelo de trabalho. Generalistas pode ser a solução para um futuro incerto. Criatividade, colaboração, comunicação, resolução de problemas complexos e adaptabilidade. A gestão está sendo desafiada, tentando solucionar questões de conectividade, comunicação e atender as demandas dos alunos, e isso deixará um legado importante, que a gestão é fundamental para criar soluções em ambientes não ideais. https://www.semesp.org.br/video-news/?v=ec7cab51d87634df4b07e3ed8fd1f8ab https://planetay.com.br/funcionalidades/ https://planetay.com.br/gestao-das-midias-sociais-importancia-da-mensuracao-dos-resultados/ https://planetay.com.br/gestao-das-midias-sociais-importancia-da-mensuracao-dos-resultados/ https://planetay.com.br/fale-com-a-gente/ 27 A migração abrupta dessas comunidades de aprendizagem para o universo digital trouxe à tona uma série de desafios. Podemos esperar por muitas mudanças, dúvidas e a certeza que a educação não será a mesma após a pandemia. Neste período, temos identificado alguns caminhos que nos ajudarão a seguir no retorno presencial das aulas. O cenário extremo de isolamento social trouxe a necessidade de reinventar possibilidades e solidificar a tecnologia aliado a criatividade, como uma propulsora para que a educação chegasse aos estudantes. E com aulas mediadas pelas tecnologias, abriu-se uma série de discussões acerca de aulas com interatividade, metodologias ativas e atrativas aos estudantes, já que a interação não é presencial e requer muita atratividade para envolver os mesmos. Há limitações graves, especialmente para alunos e professores mais empobrecidos, muitos deles localizados em regiões limítrofes das grandes cidades ou na zona rural. Faltam computadores, aparelhos de telefonia móvel, softwares e Internet de boa qualidade, dentre outros recursos. Pessoas com deficiências físicas não têm conseguido acompanhar as aulas remotas e desenvolver as atividades propostas, que não foram adequadas para permitir o acesso universal. A inédita interdição ao espaço físico de instituições educacionais levou gestores e professores a adotarem soluções digitais e tentarem imitar o que acontece em uma sala de aula presencial. É admirável ver os esforços descomunais de muitos estudantes, famílias, docentes e funcionários que se juntaram para tentardiminuir os impactos negativos do confinamento. Porém, fica claro que a educação a distância (EAD) de boa qualidade não é possível com a simples emulação dos processos praticados no presencial. Há 25 anos de pesquisa e desenvolvimento da EAD on-line que demonstram que a aprendizagem por esses meios requer um trabalho cooperativo, alcançado por equipes que incluem professores, designers instrucionais, desenvolvedores, bibliotecários e, muitas vezes, ex-alunos e stakeholders externos, tais como empregadores. A capacitação prévia do corpo docente é fundamental para atuar competentemente nesse novo mundo. O planejamento das atividades, a concepção de novas formas de avaliação, a produção e disponibilização organizada de objetos de aprendizagem se somam à mediação que privilegie a participação mais colaborativa e menos centrada nas aulas expositivas. Chama a atenção como várias organizações alertam que as aulas remotas hoje praticadas não seriam EAD. Há uma incorreção nessa leitura. O que vivenciamos hoje é EAD, só que praticada de forma emergencial e sem contar com os elementos fundamentais para garantir uma boa qualidade. 28 Primeiramente, a EAD de boa qualidade pede que as trilhas de aprendizagem sejam antecipadamente planejadas, mas abertas o suficiente para permitirem a personalização e os aportes trazidos pelos alunos. As metodologias ativas são priorizadas. Segundo, o foco deve estar nas horas ativas de estudo dos estudantes e não no tempo de contato acadêmico. Por isso, a discussão sobre o cumprimento exato da carga horária prevista nos currículos é anacrônica nesse contexto. Os sistemas educacionais permanecerão expostos e vulneráveis, se pensamos em simplesmente reverter ao que fazíamos antes da crise da escola vazia ou se nos basearmos diretamente no que estamos emergencialmente praticando. A crise de aprendizagem já percebida em todo o mundo é resultado da ineficácia hoje presente no ensino presencial. Os estudantes se formam nas escolas com déficits significativos em relação ao que deveriam ter aprendido. Os impactos de uma Educação Básica problemática são diretos e prejudicialmente sentidos na também Educação Superior, o que faz girar a máquina perversa da reprodução social, que tem como resultado a ampliação da desigualdade. O modelo praticado na educação presencial pela maioria dos sistemas educacionais ainda se baseia nas demandas da Sociedade Industrial. No Século XIX, as aulas passaram a serem padronizadas, unidirecionais, centradas no professor e no silêncio obsequioso dos alunos. A organização do currículo é planejada em séries e disciplinas, o que caracteriza uma fragmentação do saber em unidades especializadas do conhecimento que dialogam pouco ou nada entre si. A estrutura hierárquica cristalizada na escola desestimula a participação de alunos e da comunidade. São muitas as características anteriores à Sociedade da Informação que permanecem em vigor, com pouca ou nenhuma modificação. O problema é quando a EAD tenta replicar o já problemático modelo presencial, o que tende a ampliar os prejuízos na aprendizagem, agora piorados pela desigualdade de acesso às TIC, com fortes impactos negativos junto aos estudantes mais empobrecidos. As maiorias das práticas tradicionais em salas de aula, ora aplicadas no campo digital, baseiam-se em metodologias de behavioristas ensinos, desenvolvidas antes de existir uma Internet. Não incorporam a experiência de aprendizagem cooperativa, quando estudantes são convidados a usarem as redes digitais para criarem seu próprio conteúdo, colaborar entre si e participarem de comunidades virtuais de aprendizagem, no que se torna uma poderosa ferramenta de engajamento e auto-organização. Em outras palavras, o design tradicional das relações de ensino- aprendizagem presenciais e a abordagem desumanizante e tecnicista da maioria dos modelos de EAD hoje praticados não nos serve mais nesta época em que imaginação, cuidado e consciência são necessárias para resolver os grandes problemas do mundo. Não há melhor momento de mudar isso do que na resposta ainda emergente à pandemia atual. 29 Duas características se destacam nesta categoria de empresa: 1) O uso de alguma forma da tecnologia, que significa a aplicação sistemática de conhecimento científico para tarefas práticas. 2) A tecnologia como facilitadora de processos de aprendizagem e aprimoramento dos sistemas educacionais, gerando efetividade e eficácia.” (ABSTARTUPS e CIEB, 2020). A tela entre todos nós, obrigatoriamente adotada enquanto trabalhamos remotamente, educamos nossos filhos nas salas de estar e tentamos ensinar os alunos que costumávamos antes encontrar pessoal e diariamente, não precisa ser uma barreira que desperte desconfiança. A tela entre nós pode ser uma janela ou uma porta, pela qual podemos nos encontrar para manter contato, preservar nossa humanidade tanto apesar do digital quanto potencializada por meio dele. Será preciso transformar essa tela em um espaço imaginativo, no qual podem ser projetados imagens e textos que realmente não estavam lá antes, que ocorreram em um momento diferente, mas que possam ser vistas e lidas para despertar emoções e experiências significativas. Para transformar em prol do bem comum. A relação entre a escola e a família Muitos especialistas e profissionais da educação afirmam que a escola não será mais a mesma após a pandemia, principalmente no quesito de conceber aprendizagem. As alterações se darão no acompanhamento das famílias, que neste momento estão mais próximas dos estudantes e das escolas, interagindo por grupos de Whatsapp e estabelecendo uma comunicação mais direta com a unidade escolar. Uma parceria que é necessária que permaneça e solidifique em prol dos estudantes. Mudanças do Papel do Professor Diante deste cenário, o professor teve de se reinventar de maneira muito rápida. Muitos se inspiraram em youtuber para conduzir as aulas e se aproximar dos estudantes e até aqueles que eram muito resistentes a interação com tecnologia tiveram de aprender para conduzir as aulas e apoiar os alunos 30 diante deste novo cenário. Uso das Tecnologias A tendência é a tecnologia também está incorporada às rotinas escolares de diversas formas, como uma aliada ao processo cognitivo, sendo necessário trabalhá-la não como um fim, mas como um processo, que permite interatividade, dinamismo e novas maneiras de conceber a aprendizagem. Os professores têm experimentado junto aos estudantes novas frentes, como ferramentas de colaboração e realizado experiências entre murais como o padlet e ainda promovendo encontros virtuais com estudantes e também com os familiares, usando o celular (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), mostra que 94% dos lares possuem smartphone) como principal ferramenta de comunicação e de apoio ao processo pedagógico. Uso das Aprendizagens Ativas As metodologias ativas também estão presentes nas aulas, sejam mesclando o aprendizado em online e off-line, promovendo sala de aula invertida, com o envio de conteúdo antecipado para discussão nos ambientes virtuais de aprendizado e ainda aguçando os estudantes a resolverem problemas, praticar a empatia a colaboração e exercitar as competências soco emocionais, como autocuidado, autogestão e criatividade, algo que precisará ser intensificado com as voltas aulas presencial. No retorno também será essencial pensar no reforço escolar para equalizar a aprendizagem e garantir oportunidades iguais com qualidade e equidade aos estudantes e também um replanejamento para retomadas das aulas, permitindo o sequenciamento de propostas realizadas no isolamento social. As pessoas sempre serão o centro da aprendizagem, será essencial, ter o acolhimento e a educação pautada em princípios integraispara que possamos dar novos horizontes a educação. 31 Considerações Finais A educação no Brasil é organizada tradicionalmente no âmbito presencial, com aulas dentro do espaço da instituição escola, onde os alunos e professores se encontram durante 200 dias letivos. “Neste momento, nós temos uma alteração dessa rotina educacional, que tem um tempo e espaço escolar determinado. Também ocorreu uma aproximação e a adoção de recursos tecnológicos para suprir essa relação que era presencial, com aulas dialogadas entre professores e alunos”, pontua. O contato que durante anos foi presencial entre professor e aluno agora é intermediado pela tecnologia e as chances dessa nova concepção permanecer por alguns meses se torna cada vez mais plausível. Mesmo com a antecipação do recesso escolar do mês de julho adotada por alguns estados, inclusive Mato Grosso do Sul, os números de contaminados pela nova corona vírus ainda não recuaram, o que indica uma possível permanência das crianças em casa. Na lista de desafios apontados pela professora estão o difícil acesso a internet no Brasil por grande parte da população, além da falta de um ambiente adequado para o estudo dentro de casa e a orientação que o aluno necessita para cumprir as tarefas, principalmente estudantes da educação básica. “Nós temos no Brasil uma realidade muito dispare em relação às condições de vida de uma parte da população, que não tem acesso às tecnologias, como celulares mais modernos, tablets, e também o acesso a internet por meio desses. “Toda a crise traz oportunidades”. Bem, talvez a crise que vivemos esteja oferecendo a chance de experimentar novas maneiras de fazer as coisas – e questionar velhos hábitos. É hora de “aproveitar a oportunidade” para sairmos melhor deste pesadelo. Neste cenário, a educação precisa encontrar um caminho. Para Andreia, a escola presencial é insubstituível, por ser o lugar onde as relações humanas acontecem de forma democrática e dialógica. Porém, esse status não diminui também a importância da Educação a Distância. “Ela tem uma importância principalmente em algumas regiões do Brasil, que é difícil a chegada do da escola presencial. O que podemos pensar é usar a EAD de forma complementar e não substitutiva da educação presencial”, pontua os professores. Alternativas Os professores defendem que uma alternativa é estender o ano letivo de 2020 para 2021, mantendo o conteúdo escolar programado para as turmas. “De acordo com a LDB de 1996, nós temos que cumprir os 200 anos letivos, com as 800 horas. Mas, a gente pode em situações de calamidades, sobretudo climáticas e econômicas ou quaisquer questões locais, a gente pode reorganizar esse calendário escolar, a ideia é de fazer isso de forma presencial, não substituindo com atividades a distância. Se usar esse recurso vai aumentar as desigualdades sociais”, acredita. 32 Para os professores, alternativa viável é aumentar as horas de aula quando o ensino presencial retornar. “E usar como complemento deste ensino, as atividades em plataformas a distância”, frisa. O uso da tecnologia educacional já é praticamente compulsório. E os Cursos EAD, que tanto preconceito sofreu pouco tempo atrás, devem finalmente ser consagrados como modalidade valiosa, eficaz e interessante. Os gestores e alunos mais resistentes vão perceber isso: que podem oferecer educação remota ou hibrida com qualidade e eficiência. 33 Referências Bibliográficas CUNHA, Paulo Arns. A pandemia e os impactos irreversíveis na educação. Revista Educação, 15 de abril de 2020. DIGITAL, Sae. Educação e Coronavírus, 2020 MESQUITA, Naiane. Projeto Mídia Ciência de Jornalismo Científico – Quando a ciência fala, a gente escuta! DRT 806/MS - SED – 11 de maio de 2020. RANGEL, Pedro. Educação a distância - EAD, em 30 de março de 2020 Mercado Educacional SATHLER, Luciano. Educação pós-pandemia e a urgência da transformação digital, abril de 2020. UNESCO, Organização das Nações Unidas para a Educação – Covid 19 Impacto nos Estudos - 24/03/2020. https://planetay.com.br/category/educacao-a-distancia https://planetay.com.br/category/mercado-educacional
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