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UFBA – Universidade Federal da Bahia IHAC – Instituto de Humanidades, Artes e Ciências HACA77 – Estudo das Subjetividades – 2019.1 SUBJETIVIDADE E GÊNERO Docente: Eunice Borja Discentes: Igor Dourado, João Gabriel Modesto, Luana Rocha, Thaís Fernanda, Thayane Barreto. PESSOAS PLURAIS: A universalidade como forma de negação das subjetividades 1. A DETERMINAÇÃO DA OBJETIVIDADE CISGÊNERA MASCULINA 3 PATRIARCADO 4 “A lógica patriarcalista estabeleceu o poder de uma autoridade masculina sobre seus subordinados. Mas estende-se também a situações em que os homens dominam familiares, empregados ou aspectos políticos de uma organização social e são considerados autoridade moral, com privilégios sociais e controle das propriedades.” (MOORE, Jr. 1983) 5 MATRIARCADO X PATRIARCADO MATRIARCADO 6 Antes do patriarcado chegar ao poder, matriarcado não significava dominância, significava “O início” da vida. Em grego, a palavra arché significa início. O poder materno refere-se àquele fomenta, protege e acompanha a nova vida até que essa nova vida seja capaz de cuidar-se sozinha. - Deturpado com o tempo para o sentido de “mando, dominação”. (Entrevista com Maria Mies, autora de Patriarchy & Accumulation on a World Scale.)(Patriarcado e Acumulação numa escala mundial) A ORIGEM DO PATRIARCADO 7 A ORIGEM DO PATRIARCADO 8 Sistema de caça e coleta - Paleolítico - Nomadismo - Trabalhos separados e contribuições igualmente importantes - Taxas de natalidade baixas (ZERZAN, J. 1990) A ORIGEM DO PATRIARCADO 9 Surgimento da agricultura - Sedentarismo - Fixação na terra - Maior suprimento de alimentos - Taxas de natalidade sobem - Mulheres: maternidade e cuidado da casa homens → plantação (trabalho “mais” importante: mantenedores da casa.) - Divisão sexual do trabalho → Hierarquia de gênero - Estabelecimento da cultura patriarcalista (ZERZAN, J. 1990) COMO E PORQUE SE PERPETUOU 10 - Homens considerados superiores “Comandantes” - Detentores das propriedades e de leis - Portadores de direitos legais - Punição de adultério para mulheres - Preferência de filhos homens (ZERZAN, J. 1990) CONSEQUÊNCIAS PARA OS GÊNEROS 11 Definições de masculinidade afetadas: - Papéis de dominância - Mantenedor da casa - Virilidade - Racionalidade - Severidade Consequências para a mulher: - Intimidadas - Sensação de fragilidade, inferioridade e incapacidade - Baixa autoestima - Objeto sexual - Competição - Parto e maternidade desvalorizados (ZERZAN, J. 1990) SUBJETIVIDADE SOCIAL 12 - O passado está sempre presente em nossa configuração subjetiva da experiência atual. - Definida por configurações subjetivas que emergem no espaço social quer seja macro, ou micro social que se configura e reconfigura de forma permanente e por diferentes vias, sendo uma delas as próprias configurações subjetivas das pessoas que compartilham práticas sociais em seu interior. (GONZALEZ, 2012) DESCONSTRUÇÃO DO GÊNERO COMO BIOLÓGICO 13 2. A SOCIEDADE E OS SEUS MODOS DE SUBJETIVAÇÃO: 14 EM QUEM E COMO INTERFERE - Termo utilizado para se referir ao indivíduo cuja identidade e expressão de gênero corresponde às características biológicas de nascença. - Tem origem no latim do prefixo ´´ cis `` , que significa deste lado ou do mesmo lado. 15 CISGÊNERO CISGÊNERO - Criação de papéis sociais que a mulher performa na feminilidade e do homem que performa na masculinidade. - O sujeito na perspectiva de Deleuze. 16 AGÊNERO - É um termo que se refere ao indivíduo que denota ausência de gênero. - Morte social - Falta de pesquisas acadêmicas - Apagamento político e social 17 - Bandeira 18 AGÊNERO 19 CISGÊNERO AGÊNERO (NÃO BINÁRIO) 20 TRANSGÊNERO - É um termo guarda chuva que se refere ao indivíduo que transiciona o gênero que lhe foi atribuído ao nascer. - Baixa visibilidade politica e social. - TRAVESTI: Designação latinoamericana para pessoas que foram designadas enquanto homem no nascimento, mas que se reconhecem enquanto pertencentes ao gênero feminino, mas que não reivindicam a identidade de 'Mulher'. 21 TRANSGÊNERO - Constituição da subjetividade é moldada por violências internas e externas: - Machismo estrutural - Falta de oportunidades de trabalho - Baixa escolaridade - Falta de apoio familiar - Escasso acesso a profissionais de saúde - Patologização. Deixou de ser considerado um distúrbio pela OMS 22 GÊNERO FLUIDO - Pessoa que transita entre os dois gêneros (performa ambos, simultaneamente ou não) - Baixa pesquisas acadêmicas acerca: Ganhou notoriedade a partir da década de 70, com o fortalecimento do movimento feminista, quando houve uma reinterpretação de gênero e a separação do fator biológico dos estudos. 23 TRANSGÊNERO & GÊNERO FLUIDO 24 - Bandeira: - Rosa - Feminilidade - Branca - Ausência de gênero - Roxa - Combinação de masculinidade e feminilidade - Preta - Todos os gêneros - Azul - Masculinidade 25 GÊNERO FLUIDO 3. MECANISMOS IDEOLÓGICOS DO “CIS”TEMA: 26 COMO ELES PERPETUAM E COMO MODIFICAM ESSA ESTRUTURA “ INICIATIVAS SOCIAIS 27 28 - A ampliação de movimentos sociais para modificação de conjuntura, com enfoque nas Organizações Não-Governamentais (ONGs). INICIATIVAS MIDIÁTICAS 29 A cultura midiática tende a padronizar comportamentos e construir identidades: - Através das novelas; - Através de jornais/revistas; - Através da publicidade; - Através de programas de humor. 30 - A recente quebra dos estereótipos de gênero, da padronização e da depreciação/pejoratividade. - Ainda não se vê a representação de pessoas agênero e gênero fluido, nem pautas a respeito. “VEMOS UM SILENCIAMENTO DE MUITAS IDENTIDADES, ENQUANTO OUTRAS SÃO ESCOLHIDAS PARA SEREM LEGÍTIMAS”. FERNANDA NASCIMENTO, CRIADORA DO GRUPO DE AÇÃO E DEBATE SOBRE GÊNERO, MÍDIA E SEXUALIDADE (GEMIS) 31 A atriz americana Laverne Cox ficou conhecida pelo papel de Sophia Burset na série de TV “Orange Is the New Black”. Cartunista e chargista entre mais famosos do Brasil. Laerte Coutinho assumiu sua transexualidade aos 57 anos e voltou a mídia para a questão da identidade de gênero no país. “ INICIATIVAS ARTÍSTICAS 32 33 MODA - Por muito tempo, os gêneros caminharam em direção a duas qualidades opostas: a força para o homem, a beleza para a mulher. - O “unissex” é diferente de moda agênero. 34 MÚSICA - Maria Chiquinha - Sandy & Júnior - Malandramente – Dennis e Mc’s Nandinho & Nego Bam - "Só Surubinha de Leve" (Mc Diguinho) - Trepadeira - Emicida - Faixa amarela - Zeca Pagodinho - Vai, faz fila - Mc Denny - Ciumento eu - Henrique e Diego - Baile de Favela - MC João - Vidinha de balada - Henrique e Juliano - Mulher Indigesta – Noel Rosa - Mulheres Vulgares – Racionais - Um Tapinha Não Dói – Bonde do Tigrão - Loira Burra – Gabriel, O Pensador - Amiga da minha mulher – Seu Jorge VELHO CENÁRIO? 35 MÚSICA NOVO CENÁRIO! JOGOS Kill the Faggot - Skaldic Games - A heteronormatividade o machismo, a misoginia e homo/transfobia. - A heterossexualidade compulsória como forma de controle. Massive Madness - Ninja Garage 36 CINEMA/TEATRO 37 DANÇA - Representação hegemônica do feminino? - Sensualidade e aperfeiçoamento da beleza física são culturalmente considerados naturais da feminilidade - Para os homens, movimentos, maquiagem, expressões faciais e gestos corporais não são os mesmos que para as mulheres. 38 PINTURA/ESCULTURA - Censura nas artes, liberdade de expressão e informação fora de contexto Queermuseu – Cartografias da Diferença na Arte Brasileira PINTURA Le Sommeil, de Gustave Courbet (1866) Gabrielle d'Estrees et Une de Ses Souers, autor anônimo (1594) Capela Sistina, de Michelangelo (1508-1512)Afresco em Pompeia, na Roma Antiga 40 ESCULTURA Hermafrodito: A Divindade Transexual Pregnant Man Thomas Beatie, 2010. - Marc Quinn 41 “ INICIATIVAS GOVERNAMENTAIS 42LEIS, POLÍTICAS E DECRETOS 43 > Ayres et. al (2003) compreendem a vulnerabilidade como um resultado multidimensional, gradativo e instável. Portanto, as pessoas não ‘são’ vulneráveis, elas ‘estão’ vulneráveis sempre a algo, em grau e forma, tempo e espaço > Políticas de Estado do bem-estar social 44 > Secretaria de Reparação, Salvador, Bahia, Brasil > Lei de Cotas às pessoas trans: autonomia universitária > Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher (PNAISM), 2004 > Lei Maria da Penha: Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 > Nome social às pessoas trans e travestis: DEC 8.727/2016 “Não há cura para o que não é doença e não existe reorientação para o que não é desvio”. 45 > Portaria nº 2.836/2011: PNSI-LGBT > Medicina: uma ciência maligna (JESUS, 2016) > Portaria nº 2.803/2013: Processo transexualizador > CFP 01/2018: Transexualidade “ INICIATIVAS CIENTÍFICAS (POLITIZADAS) 46 Episteme travesti (DUMARESQ, 2016) “ 49 “ Obrigade’s! 50 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: Ayres JRCM, França Júnior I, Calazans GJ, Saletti Filho HC. O conceito de vulnerabilidade e as práticas de saúde: novas perspectivas e desafios. In: Czeresnia D, Freitas CM, organizadores. Promoção da saúde – conceitos, desafios, tendências. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2003. p. 117-38. ENGELS, Friedrich. A Origem da Família, da Propriedade Privada e do Estado. Editora Escala, 3° edição. 1884 GONZÁLEZ REY, Fernando. O social como produção subjetiva: superando a dicotomia individuo-sociedad numa perspectiva cultural-histórica. Estudos Contemporáneos da Subjetividade, v. 2, p. 167-185, 2012 MOORE, Jr. Barrington. As origens sociais da ditadura e da democracia. Editora Martins Fontes : São Paulo, 1983 STEARNS, Peter N. Tradução de Mirna Pinsky. História das relações de gênero. São Paulo: Contexto, 2007. ZERZAN, J. Patriarcado, Civilização e as Origens do Gênero. 1990 52 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BENEVIDES, Bruna. Cartilha de gênero. 2018. 2 páginas. Disponível em: https://antrabrasil.files.wordpress.com/2018/01/gc3aanero.pdf. Acesso em: 31 maio 2019. DE JESUS, J. G.; ALVES, H. Feminismo transgênero e movimentos de mulheres transexuais. Revista Cronos, v. 11, n. 2, 28 nov. 2012.
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