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Cocos Gram-positivos e Cocos Gram-negativos

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MICROBIOLOGIA 
COCOS GRAM-POSITIVOS 
 Os gêneros Staphylococcus, Streptococcus e Enterococcus, 
os quais compartilham das mesmas características 
morfotintoriais. 
Staphylococcus 
 Esse gênero compreende mais de 30 espécies, sendo 
que elas participam como integrantes da microbiota normal 
da pele, mucosas, TGI, cavidade bucal, além de estarem 
presentes em diversas superfícies, no ar e em alimentos. 
 Dentre todas as espécies, as três que estão mais 
envolvidas em infecções humanas são: 
 Staphylococcus aureus; 
 Staphylococcus epidermidis; 
 Staphylococcus saprophyticus. 
Staphylococcus aureus 
 Essa espécie está presente na microbiota da pele e 
mucosa de algumas pessoas. Ela é responsável desde 
infecções superficiais até infecções sistêmicas/profundas 
graves. 
 S. aureus é responsável por muitas doenças 
infecciosas, desde doenças superficiais até profundas; doenças 
provocadas pela produção de toxinas. 
 Essa bactéria causa tipos tão diversos de doenças 
devido aos inúmeros fatores de virulência. Todas as 
espécies do gênero Staphylococcus produzem a enzima 
catalase, a qual transforma o peróxido de hidrogênio em água 
e oxigênio gasoso, e com isso impede a capacidade dos 
neutrófilos de matar as bactérias. 
 Além da catalase, outra enzima produzida (apenas 
pelo S. aureus) é a coagulase. Essa enzima converte o 
fibrinogênio em fibrina e, com isso, a bactéria fica protegida 
da ação dos leucócitos dentro desse coagulo de fibrina, pois 
eles não conseguem adentrar o coágulo para atingir a 
bactéria. No entanto, para sair desse coágulo, a bactéria 
produz outra enzima, denominada de fibrinolisina ou 
estáfiloquinase, que possui a finalidade de dissolver o 
coagulo, para que ela continue o processo de invasão. 
 Outra enzima é a hialuronidase, a qual hidrolisa o 
ácido hialurônico presente no tecido conjuntivo, 
contribuindo também com o processo de invasão bacteriana 
através dos tecidos. 
 Os Staphylococcus aureus produz uma série de toxinas 
que culminam em algumas síndromes toxigênicas. 
 Essa bactéria apresenta cápsula, o que dificulta a 
fagocitose, sendo, por isso, um mecanismo de escape das 
defesas imunológicas da bactéria. 
 Possui como componente de sua parede celular 
peptídeoglicano e ácidos teicoicos, que colaboram com o 
processo de adesão (primeiro passo para a colonização dos 
tecidos). Staphylococcus aureus também apresenta uma 
proteína de superfície – proteína A – a qual se liga à fração 
FC do anticorpo (se liga a fração FC da IgG) e, com isso, 
impede a função desse anticorpo, pois a porção ativa – FAB – 
fica distante da superfície dos microrganismos. 
 Além disso, Staphylococcus aureus produz a β-
lactamase. 
Doenças causadas por Staphylococcus aureus 
Superficiais e profundas 
 Furúnculos, carbúnculos – infecções típicas 
causadas pela bactéria; ambos são abcessos, porém 
o furúnculo apresenta apenas um ponto de 
drenagem, enquanto os carbúnculos podem ter 
vários pontos. Ambas são infecções que envolvem 
os folículos pilosos. 
 Celulite; Impetigo – A celulite é uma inflamação 
da derme (tecido subcutâneo ou submucoso), que 
é difusa. O impetigo é uma infecção superficial da 
derme. 
 Bacteremia (presença de bactérias na corrente 
sanguínea); Endocardite – A partir do momento 
em que a bactéria está na corrente sanguínea, ela 
pode migrar para sítios anatômicos e, dessa forma, 
ser a agente causadora de endocardite, meningite, 
pneumonia, infecções nas articulações e nos ossos, 
ITU, abscesso renal. 
 Meningite; Pneumonia 
 Artrite; Osteomielite 
 ITU; Abscesso renal 
Síndromes toxigênicas 
A bactéria pode produzir toxinas com ação 
sistêmica. E essas síndromes são desencadeadas por 
toxinas que apresentam atividade de superantígeno, 
que leva a uma produção exacerbada de citocinas, 
com consequente alteração fisiológica do 
hospedeiro. Dentre essas síndromes estão: 
 Síndrome do choque tóxico, a qual é provocada 
pela toxina da síndrome do choque tóxico. É uma 
síndrome severa, na qual o paciente apresenta 
febre, hipotensão, erupção cutânea, além do 
acometimento de vários sistemas orgânicos, como 
o TGI, o sistema renal, o sistema hepático, sistema 
nervoso central e sistema sanguíneo. É uma 
síndrome grave. Descrita a primeira vez em 
mulheres que utilizavam absorvente interno. 
 Síndrome da pele escaldada: doença 
potencialmente fatal, que afeta principalmente 
crianças e é causada por uma toxina denomina de 
esfoliatina. Essa toxina age na desmogleina presente 
nos desmossomos (uma das mais importantes 
junções celulares) e a pessoa fica com um aspecto 
de pele escaldada (pele solta, enrugada). Esse 
paciente fica sujeito a infecções secundárias 
diversas. 
 Intoxicação alimentar: causada por um grupo de 
enterotoxinas termoestáveis. Ao ingerir alimentos 
contaminados com as toxinas pré-formadas, essa 
enterotoxinas causam um intenso peristaltismo 
intestinal, atual diretamente no centro de controle 
do vômito no cérebro. 
Staphylococcus epidemidis 
 Essa bactéria faz parte da microbiota indígena 
(encontrada em grandes concentrações) da pele e da mucosa. 
É a principal constituinte da microbiota da pele. 
 Essa bactéria, embora não tenha tantos fatores de 
virulência, como os descritos na S. aureus, está envolvida em 
infecções, principalmente de origem hospitalar, da corrente 
sanguínea – relacionada ao uso de cateteres, dispositivos 
intravasculares. Esses dispositivos funcionam como porta de 
entrada, levando bactérias da pele para a corrente sanguínea. 
Sendo assim, o principal fator de virulência dessa bactéria é a 
capacidade de crescimento em biofilme – o S. epidermidis tem 
a propriedade de aderir com sucesso superfícies plásticas de 
cateteres. Ao atingirem a corrente sanguínea, essas bactérias 
causam a bacteremia. 
 Esse tipo de infecção é frequente nos serviços de 
oncologia e de neonatologia, mas também em UTI’s, onde as 
pessoas estão sob o uso de dispositivos intravasculares. 
Staphylococcus saprophyticus 
 Também faz parte da microbiota normal da pele e é 
encontrado na região periuretral. Devido a sua localização, 
quando é associado a doenças, essas são de infecção do trato 
urinário (ITU) – infecções comunitárias principalmente em 
mulheres. 
 Os fatores de virulência dessa bactéria são as 
adesinas – componentes da parede celular bacteriana, que 
favorecem a sua adesão à mucosa do trato urinário – e 
também a produção de urease – que degrada a ureia 
presente na urina, a qual fica com o pH elevado, permitindo 
a instalação e multiplicação dessa bactéria, causando a 
infecção urinária. 
Tratamento das infecções estafilocócicas 
 Se o tratamento for realizado com penicilina, deve-
se utilizar as que são resistentes às penicilinases, ex. 
meticilina, oxacilina, nafcilina e cloxacilina. 
 No entanto, há Staphylococcus resistentes a 
meticilina, dessa forma, nessa situação, alguns 
antimicrobianos são preconizados, como os glicopeptídeos 
(vancomicina), a estreptogramina, a oxazolidinona e os 
lipopeptídeos. 
Streptococcus 
 São cocos Gram-positivos dispostos em cadeias 
longas ou mais curtas (enfileirados). Obs: exceção – o 
Streptococcus pneumoniae é frequentemente observado na 
forma de diplococo (aos pares) Gram-positivo, possuem o 
formato de chama de vela. 
 Streptococcus pyogenes (grupo A) 
 Streptococcus agalactiae (grupo B) 
 Streptococcus bovis (grupo D) 
 Streptococcus pneumoniae 
 Streptococcus do grupo viridans 
 Muitos dos Streptococcus são encontrados na nossa 
microbiota normal – no trato respiratório superior 
(orofaringe, nasofaringe), no TGI. A principal porta de 
entrada e de saída do nosso corpo dessas bactérias é através 
da nasofaringe e da orofaringe. Essas bactérias podem se 
disseminar através da corrente sanguínea, causando infecções 
sistêmicas importantes – como meningites, otites, sinusites, 
faringites, amigdalites, pneumonias, endocardite, impetigo 
(infecção depele) e erisipela (infecção de pele). 
Doenças causadas por Streptococcus 
- Streptococcus pyogenes 
 Faringite – faringite strepcócica, essa bactéria é a 
principal causa da faringite bacteriana. 
 Escarlatina – faringite associada a erupções 
cutâneas eritematosas, quando a faringite é causada 
por uma cepa de Streptococcus pyogenes produtora de 
uma exotoxina. Além das erupções cutâneas, esse 
paciente apresenta a língua com aspecto de 
framboesa (com vermelha intensa). 
 Impetigo – infecção superficial da derme. 
 Sequelas não-supurativas – ou sequelas 
imunológicas. Aparecem após uma infecção por 
Streptococcus pyogenes, como a febre reumática e a 
glomérulo nefrite aguda. 
- Streptococcus agalactiae 
Faz parte da microbiota intestinal, mas é causa de 
infecções neonatais. Está relacionada à septicemia, 
à meningite e à pneumonia em neonatais, além de 
infecções urinárias e endometrites. Essa bactéria 
pode colonizar a mucosa vaginal de uma gestante e, 
ou por movimento ascendente pode provocar 
endometrite, como também, no momento do 
parto, a criança, ao passar pelo canal vaginal 
infectado pode se contaminar e desenvolver 
infecções importantes. 
- Streptococcus viridans 
Nesse grupo, participam diversas espécies 
bacterianas. A principal espécie destacada é a 
Streptococcus mutans. Essa bactéria faz parte da 
microbiota suplementar da cavidade bucal, ou seja, 
é encontrada em pequena quantidade nesse local. 
No entanto, quando ocorre o desequilíbrio dessa 
microbiota e o Streptococcus mutans atinge 
concentrações muito elevadas, associadas a 
péssimas condições de higiene e a uma dieta 
inadequada (rica em açucares), essa bactéria 
relaciona-se a doença cárie. Além disso, a 
Streptococcus mutans pode cair na corrente sanguínea 
e levar a um quadro de endocardite bacteriana. 
- Streptococcus pneumoniae 
Correspondem a principal causa de pneumonia 
adquirida na comunidade, também apresenta uma 
importante causa de meningite bacteriana aguda e é 
um agente etiológico importante de sinusite e de 
otite média. 
- Streptococcus do grupo D 
Dentre os Streptococcus do grupo D, merece 
destaque o Streptococcus bovis, que é uma bactéria da 
microbiota intestinal e que está associada como 
causa de bacteremia em pacientes que apresentam 
tumores no cólon. 
- Enterococcus 
Correspondem a um gênero bacteriano distinto. É 
uma bactéria encontrada na microbiota intestinal e 
está relacionada a infecções hospitalares (em 
ulceras de decúbito, feridas cirúrgicas, infecções 
intrabdominais, ITU), como endocardite em 
pessoas idosas e em viciados em drogas. 
Streptococcus pyogenes 
 É uma bactéria Gram-positiva, que apresenta os 
integrantes da parede celular participando no processo de 
colonização. Apresenta cápsula, proteína M (importante no 
processo de adesão), produz streptoquinase – enzima que 
dissolve o coágulo –, produz também hialuronidase – que 
degrada ácido hialurônico do tecido conjuntivo –, produz 
exotoxina pirogênica – responsável pela escarlatina. Ou seja, 
uma bactéria dotada de muitos fatores de virulência. 
Streptococcus agalactiae 
 Fazem parte da microbiota intestinal, mas estão 
relacionadas a infecções neonatais, ITU em gestantes, 
endometrite. Dessa forma, essa bactéria é pesquisada no 
conteúdo vaginal de gestantes por volta de 37° semana de 
gestação, pois se constatada a presença dela no local, a 
gestante precisará ser tratada e no momento do parto um 
protocolo será seguido para evitar a contaminação do RN. 
Streptococcus pneumoniae 
 Sua morfologia frequente é de diplococo Gram-
positivo – cocos Gram-positivos aos pares. Possui como 
principal fator de virulência a cápsula. É a principal causa de 
pneumonia adquirida na comunidade, bem como meningite 
bacteriana aguda, otite média e sinusite. 
Streptococcus do grupo viridans 
 O mesmo do que está escrito no quadro. 
Gênero Enterococcus 
 Existem duas espécies importantes: E. faecalis e E. 
faecium. Os Enterococcus fazem parte da microbiota intestinal, 
mas são patógenos oportunistas, causando infecções em 
pessoas hospitalizadas, que estão usando cateteres ou sondas 
vesicais de demora. Os E. faecalis são os mais envolvidos nas 
infecções hospitalares. Já o E. faecium são os menos 
frequentes. Embora as duas espécies sejam resistentes a 
maioria dos antibióticos, o E, faecium é mais resistente do que 
o E. faecalis. 
 Como fatores de virulência, apresentam citolisina, 
adesinas e cápsula. 
Tratamento das infecções por 
Streptococcus 
 As penicilinas são muito utilizadas, pois esse gênero 
permanece sensível a elas. Ex: penicilina benzatina (dose 
única), penicilina via oral. 
 No caso de pacientes com alergia a penicilina ou se a 
bactéria for resistente à penicilina, uma opção de substituição 
são os antibióticos macrolídeos. 
Tratamento das infecções por Enterococcus 
 Os Enterococus apresentam resistência intrínseca a 
vários antibióticos, portanto, é frequente a associação de 
anmicrobianos, ex. penicilina + aminoglicosídeo ou 
vancomicina + aminoglicosídeo, para se obter o sinergismo 
antibiótico, onde a penicilina ou a vancomicina vão estar 
agindo a nível de parede celular bacteriana e os 
aminoglicosídeos agirão inibindo a síntese proteica, agindo a 
nível de ribossomos. O tratamento de antimicrobianos 
isolados nessas bactérias não é muito eficaz. 
COCOS GRAM-NEGATIVOS 
 Dentre os cocos Gram-negativos há um gênero que 
frequentemente causa doença – o Neisseria. 
 O gênero Neisseria compreende duas espécies 
importantes patogênicas: 
 Neisseria gonorrhoeae – gonococo. 
 Neisseria meningitidis – meningococo. 
 Outras espécies – oportunistas. 
 A Neisseria apresenta característica morfotintorial de 
cocos Gram-negativos. Frequentemente, esses cocos estão 
dispostos aos pares, por isso dá-se a denominação de 
diplococos Gram-negativos. Essas bactérias são imóveis. 
 Seus fatores de virulência se dão pela presença de 
pili (ou fímbria tipo 4) – principal fator de virulência devido 
ao sucesso no fator de aderência nas células da mucosa do 
hospedeiro –, apresenta também lipooligossacarídeo (LOS – 
corresponde ao LPS das outras bactérias Gram-negativas), 
apresentando atividade de endotoxina bacteriana. 
 Além disso, apresenta proteínas como: 
 Por – proteína que forma poros, tanto na 
membrana externa bacteriana, permitindo 
a passagem de nutrientes e de produtos 
metabólicos através da membrana. Além 
disso, realiza poros na célula do 
hospedeiro, permitindo a sua entrada. 
 Opa – relacionada à adesão. 
 Rmp – aparece sempre complexada com a 
proteína Por. 
 App – relacionada à adesão e à 
disseminação. 
 Protease de IgA – enzima que degrada o 
anticorpo IgA presente na secreção ou na 
mucosa. 
 Betalactamase – inativa o anel β-lactâmico 
das penicilinas. 
Neisseria gonorrhoeae 
 É o agente etiológico da gonorreia – IST. Essa 
bactéria fixa-se ao epitélio da mucosa uretral (homem) ou ao 
epitélio do colo do útero, provocando uma resposta 
inflamatória acentuada. 
 Nas mulheres, essa infecção pode sofrer uma 
ascensão para o trato reprodutor superior feminino, levando 
a uma infecção e inflamação do útero e das tubas uterinas, 
podendo culminar com a doença inflamatória pélvica. Pode 
provocar fibrose do trato reprodutor superior e dos órgãos 
adjacentes e uma dor pélvica crônica. Se tiver fibrose nas 
tubas uterinas, fibrose tubária a paciente pode sofrer uma 
gravidez ectópica ou infertilidade. 
 Já no homem, essa ascensão para o trato reprodutor 
superior masculino é menos comum. Sendo neles a infecção 
mais comum a uretrite gonocócica, mas algumas vezes pode 
ocorrer epididimite em decorrência da ascensão da infecção 
para o epidídimo. 
 Essa bactéria também pode ser agente causador de 
faringite gonocócica, como também ela pode estar 
relacionada aos casos de oftalmia, como a oftalmia 
gonocócica e a oftalmia neonatal – usa-se colírio no RN 
como protocolo para se evitarisso. 
 Geralmente, a uretrite gonocócica nos homens é 
sintomática. No entanto, a infecção gonocócica nas 
mulheres, muitas vezes ou na maioria das vezes, ela é 
assintomática, pois ela geralmente acomete o colo do útero 
e, se a mulher for assintomática, ela não sabe que está 
infectada e, dessa forma, não irá tratar, assim, ela corre o 
risco de desenvolver infecções mais sérias envolvendo o trato 
reprodutor superior feminino. Além disso, sem tratamento, 
continua propagando e disseminando a infecção para os seus 
parceiros sexuais, representando um importante problema de 
saúde pública. 
 Não há vacina para prevenção, pois essa bactéria 
sofre variação antigênica. Dessa forma, mesmo que em uma 
infecção por Neisseria gonorrhoeae o sistema imunológica 
elabore uma resposta contra ela, o paciente pode contrair 
outra cepa da bactéria, pois essa bactéria vai sofrendo 
variação antigênica e tornando a resposta imunológica 
obsoleta. 
 Essa bactéria é resistente às penicilinas, sendo o 
tratamento de escolha, nesse caso, a ceftriaxona – 
cefalosporina de 3ª geração. 
 Existe a ocorrência de infecções mistas entre 
Neisseria gonorrhoeae associada, por exemplo, a clamídia 
(bactéria intracelular que não apresenta em sua parede um 
peptídeoglicano). 1/3 das infecções gonocócicas estão 
associadas a infecções por clamídia, devendo ser tratadas com 
associações de antimicrobianos, ex. ceftriaxona + doxiciclina 
ou azitromicina (inibe síntese proteica). 
 Para diagnóstico da gonorreia pode-se utilizar 
diversos tipos de amostra – secreção uretral, secreção do 
colo do útero, anorretal, secreção conjuntival, secreção de 
orofaringe. Também pode-se pesquisar essa bactéria a partir 
de líquido sinovial e hemocultura, pois a N. gonorrhoeae pode 
causar infecção disseminada, que são infecções causadas por 
cepas soro resistentes, ou seja, algumas cepas dessa bactéria 
adicionam uma molécula de ácido ciálico (componente da 
superfície dos eritrócitos) na parede de lipooligossacarídeo, 
com isso, a cepa consegue circular de maneira camuflada, 
causando infecções sistêmicas, ex. artrite infecciosa. 
 No esfregaço, observa-se grande quantidade de 
leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos) e diplococos 
Gram-negativos. 
 A forma de se evitar essa IST é utilizando 
preservativos sexuais – camisinha. Além disso, deve-se fazer 
a detecção e o tratamento dos parceiros sexuais. 
 Somente é feita a quimioprofilaxia para N. 
gonorrhoeae para prevenir a oftalmia neonatal. 
Neisseria meningitidis 
 É um diplococo Gram-negativo. Essa bactéria 
realiza, inicialmente, a colonização da nasofaringe. Uma 
pequena porcentagem da população é colonizada por essa 
bactéria sem manifestar nenhum sintoma ou doença. 
 A transmissão dessa bactéria ocorre através do 
contato direto de pessoa a pessoa, por meio de gotículas 
respiratórias. 
 As manifestações clínicas são: meningite e 
meningococcemia. Hoje, utiliza-se o termo doença 
meningocócica, pois ela engloba meningite e 
meningocóccemia. A pessoa pode apenas apresentar 
comprometimento das meninges, como também pode apenas 
apresentar a presença do meningococos na corrente 
sanguínea, como também pode ter as duas manifestações 
clínicas ao mesmo tempo. Principal causa de meningite 
bacteriana no Brasil. 
 Como fatores de virulência, essa bactéria apresenta 
uma grande cápsula polissacarídica (principal fator de 
virulência), apresenta Pili (responsável pela aderência à 
mucosa da nasofaringe), LOS (endotoxina bacteriana), 
protease de IgA (degrada a imunoglobulina A presente nas 
mucosas e em secreções), apresenta vários sorogrupos 
relacionados à doenças invasivas A, B, C, X, Y e W – sendo 
que os sorogrupos A e C são os mais comuns no nosso país. 
 A bactéria pode ser pesquisada em hemocultura – 
sangue –, no líquido cefalorraquidiano (meningite) e com o 
Swab na narina para pesquisar se o paciente é portador 
assintomático da bactéria. 
 Essa bactéria continua sensível a penicilina, ao 
contrário da Neisseria gonorrhoeae, exemplo de terapias: 
 Em crianças pode ser feito com penicilina, 
ampicilina ou certriaxona. 
 Em adultos frequentemente se utiliza a 
ceftriaxona. 
 A quimioprofilaxia é feita nos casos de contato 
próximo com o doente com doença meningocócica, 
recebendo nas primeiras 48 horas rifampicina, ciprofloxacina 
ou ceftriaxona, com a intenção de remover a bactéria que 
pode estar presente na nasofaringe dessa pessoa. A prevenção 
para grandes populações é feita através de vacinação.

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