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Resumo Estrutura e Função dos Lipídeos

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1 
Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos com 
cadeias hidrocarbonadas de comprimento 
variado com 4 a 36 carbonos. Também podem ser 
denominados acil. 
São classificados em ácidos graxos de: 
− Cadeia curta: de 4 a 6 carbonos; 
− Cadeia média: de 10 a 12 carbonos; 
− Cadeia longa: de 12 a 20 carbonos; 
− Cadeia muito longa: mais que 20 carbonos. 
A cadeia dos ácidos graxos pode ser saturada, 
contendo apenas ligações simples, ou insaturada, 
contendo uma ou mais ligações duplas. 
 
Na maioria dos ácidos graxos insaturados naturais, 
as ligações duplas encontram-se em 
configuração cis. 
Ácidos graxos saturados possuem um arranjo 
espacial mais conciso e, portanto, maior ponto de 
fusão, sendo sólidos à temperatura ambiente 
(gordura). Já ácidos graxos insaturados possuem 
arranjo mais espaçoso, portanto, e menor ponto 
de fusão, encontrando-se líquidos (óleos). 
Os ácidos graxos são substâncias anfifílicas ou 
anfipáticas, com um grupo funcional hidrofílico e 
uma cadeia hidrocarbonada hidrofóbica. Quanto 
maior a cadeia hidrocarbonadas apolar e menos 
ligações duplas contidas nela, mais baixa será a 
solubilidade do ácido graxo em água. 
Há duas convenções para a nomenclatura de 
ácidos graxos. Por exemplo: 
Um ácido com 20 carbonos que possui cinco 
ramificações, sendo elas nos carbonos 5, 8, 11, 14 
e 17 (o carbono 1 é o carbono pertencente ao 
grupo funcional), é nomeado: 
• 20:5(5, 8, 11, 14, 17) ou; 
• 20:5(∆5, 8, 11, 14, 17). 
 
Outra nomenclatura comum é atribuir alfa ao 
carbono 1, beta ao carbono 2, ..., e ômega ao 
último carbono da cadeia. Sendo assim, os ácidos 
graxos poli-insaturados com a primeira ligação 
dupla em C3 a partir do carbono ômega são os 
ácidos graxos ômega-3 e aqueles com a primeira 
ligação dupla em C6 a partir do carbônio ômega 
são os ácidos graxos ômega-6. 
O ácido a-linolênico é da família ômega-3, 
enquanto o ácido linoleico é da família ômega-6, 
sendo ambos ácidos graxos essenciais para o ser 
humano. 
− A partir do ácido linolênico (ômega 3), os seres 
humanos são capazes de sintetizar EPA (ácido 
eicosapentaenoico) e DHA (ácido 
docosaexaenoico). 
− Já a partir do ácido linoleico (ômega 6), os 
seres humanos sintetizam ácido araquidônico. 
 
O ácido a-linolênico e o ácido linoleico são ditos 
ácidos graxos essências porque são fundamentais 
para a síntese de produtos como o EPA, DHA e 
 
 
 
2 
ácido araquidônico, uma vez que as enzimas 
humanas desaturases não conseguem saturar 
além do carbono 9 da cadeia hidrocarbonada. 
As enzimas elongases adicionam carbonos no 
início da cadeia para modificar a posição das 
insaturações. 
Prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos e 
leucotrienos são hormônios eicosanoides 
(sinalizadores celulares) derivados do EPA e do 
ácido araquidônico. Os hormônios eicosanoides 
são hormônios parácrinos, atuando somente em 
células próximas ao ponto de síntese dos 
hormônios. 
• Prostaglandinas: agente inflamatório, 
responsável pela contração da musculatura 
lisa do útero. 
• Prostaciclinas: vasoconstritor e inibidor da 
agregação plaquetária. 
• Tromboxanos: agente de coagulação 
sanguínea. 
• Leucotrienos: responsável pela resposta 
alérgica. A produção excessiva de 
leucotrienos acarreta a crise asmática. 
O EPA, derivado do ácido linolênico (ômega-3), é 
precursor de anti prostaglandinas, anti 
prostaciclinas e anti tromboxanos, atuando como 
agente anti-inflamatório. 
O ácido araquidônico, derivado do ácido 
linoleico (ômega 6), é precursor de pró 
prostaglandinas, pró prostaciclinas e pró 
tromboxanos, atuando como agente inflamatório. 
Essas duas séries, denominadas vias cíclicas, são 
mediadas por enzimas COX (enzima ciclo-
oxigenase). A síntese dos hormônios eicosanoides 
(prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanos)é 
catalisada pela COX-1, a qual é uma enzima 
fisiologicamente constitutiva, e a COX-2, a qual é 
uma enzima induzida após certos estímulos. 
Ambas COX-1 e COX-2 mediam as duas vias, mas 
em cenários diferentes. 
A formação de leucotrienos, a partir do ácido 
araquidônico (ômega-6) é denominada via linear 
e catalisada por enzimas LOX (lipoxigenases). 
O ácido araquidônico é armazenado nas 
membranas como constituinte de um 
glicerofosfolipídeo, sendo que a ação da enzima 
fosfolipase A2 libera o ácido araquidônico do 
segundo carbono de um glicerofosfolipídeo. 
O equilibro ideal entre o consumo de AGPI 
ômega-6 para AGPI ômega-3 é cerca de 4:1 ou 
5:1, uma vez que as enzimas COX possuem Km 
mais alto (ou seja, menor afinidade) pelo ácido 
araquidônico, sendo necessária ingesta de maior 
quantidade de ômega-6 para equilibrar os níveis 
de anti e pró-hormônios eicosanoides. 
A desproporcionalidade na ingesta de omêga-6 e 
ômega-3 acarreta uma maior síntese de 
hormônios eicosanoides pró-inflamatórios, 
influenciando a ocorrência e agravando a 
evolução de doenças autoimunes, reumáticas, 
cardiovasculares e alérgicas. 
Quando alimentos ricos em lipídeos são expostos 
ao ar, ocorre clivagem oxidativa de suas ligações 
duplas em ácidos graxos insaturados, produzindo 
aldeídos e ácidos carboxílicos de menor 
comprimento de cadeia e, portanto, volatilidade, 
o que torna o gosto e o cheiro do produto 
rançoso. 
Para aumentar a durabilidade e a estabilidade 
desses produtos, há hidrogenação parcial dos 
óleos vegetais, processo que converte os ácidos 
graxos insaturados em ácidos graxos saturados. 
Contudo, um dos efeitos indesejados é que os 
ácidos graxos insaturados cis são convertidos em 
ácidos graxos trans, os quais trazem prejuízos à 
saúde. Esse malefício também pode ocorrer 
quando há o aquecimento de ácidos graxos 
insaturados. 
Ácidos graxos trans aumentam os níveis de 
triacilgliceróis e colesterol LDL no sangue, além de 
diminuírem o nível de colesterol HDL. 
É um produto de reação que acontece entre 
álcool graxo e um ácido graxo, formando um 
éster. Ou seja, as ceras biológicas são ésteres de 
ácidos graxos com álcoois graxos. 
Suas funções incluem proteção, 
impermeabilização e lubrificação. A cera abaixo 
é o triacontanoillpalmitato, principal componente 
da cera de abelha. 
 
 
 
 
3 
Também denominados triglicerídeos, são 
compostos por três ácidos graxos em ligação éster 
com uma molécula de glicerol (álcool orgânico). 
São moléculas apolares, hidrofóbicas e insolúveis 
em água. Podem ser simples (os três ácidos graxos 
componentes são idênticos) ou mistos (com dois 
ou três ácidos graxos distintos). 
 
Os adipócitos armazenam grandes quantidades 
de triacilgliceróis em gotículas de gordura 
citoplasmáticas como reserva energética. As 
lipases catalisam a hidrólise dos triacilgliceróis 
armazenados, liberando os ácidos graxos. 
Os lipídeos de membrana são moléculas anfifílicas 
ou anfipáticas, com uma extremidade hidrofílica e 
a outra hidrofóbica. 
Podem ser classificados em glicerofosfolipídeos e 
esfingolipídios. 
Os glicerofosfolipídeos são lipídeos de membrana 
nos quais dois ácidos graxos estão unidos por 
ligação éster ao primeiro e ao segundo carbono 
do glicerol, sendo que um grupamento polar está 
unido por ligação fosfodiéster ao terceiro 
carbono. 
Os 
glicerofosfolipídeos 
são denominados de 
acordo com o 
grupamento polar, 
por exemplo: 
fosfatidilcolina (+), 
fosfatidiletanolamina 
(+), fosfatidilserina (0), 
fosfatidilinositol (-). 
Os glicerofosfolipídeos possuem como precursor o 
ácido fosfatídico (-H). 
Alguns glicerofosfolipídeos têm ácidos graxos em 
ligação éter em vez de éster. Nesses casos, a 
cadeia pode ser saturada, como nos lipídeos éter 
de alquila, ou conter uma ligação dupla em C1, 
como nos plasmalogênios. O fator ativador de 
plaquetas é um lipídeo éter de alquila sinalizador 
molecular, enquanto metade dos fosfolipídeos 
cardíacos é plasmalogênios. 
Os esfingolipídios não 
possuem glicerol, mas 
sim esfingosina, um 
aminoálcool, ligada 
a um ácidograxo de 
cadeia longa e um 
grupamento unido 
por ligação 
glicosídica ou 
fosfodiéster. 
Quando o ligante X 
for um hidrogênio, 
haverá a formação 
de ceramida, o precursor estrutural de todos os 
esfingolipídios. 
Os esfingolipídios podem ser categorizados em: 
• Esfingomielinas: grupo fosfocolina ou 
fosfoetanolamina. São constituintes da bainha 
de mielina no sistema nervoso. 
• Glicoesfingolipídeos: grupo com um ou mais 
açúcares conectados diretamente. 
Dentro dos glicoesfingolipídeos, há 
glicoesfingolipídeos neutros, como os 
cerebrosídeos e os globosídeos, e os 
glicoesfingolipídeos polarizados negativamente 
ou gangliosídeos. 
Os Cerebrosídeos são 
glicoesfingolipídeos com 
um único açúcar ligado à 
ceramida, ou seja, seu 
grupo é um 
monossacarídeo 
substituído, como a 
galactose na membrana 
plasmática de tecidos 
neurais e a glicose na membrana plasmática de 
tecidos não neurais. 
Os Globosídeos são glicoesfingolipídeos com dois 
ou mais açúcares ligados à ceramida, ou seja, seu 
grupo é um oligossacarídeo substituído. 
 
 
 
4 
Os glicoesfingolipídeos nas superfícies celulares 
são sítios de reconhecimento bioquímico, como o 
sistema de antígenos sanguíneos A, B e O, os quais 
são determinados em parte pelos grupos de 
oligossacarídeo desses globosídeos. 
 
Os Gangliosídeos são 
glicoesfingolipídeos 
complexos com um 
oligossacarídeo contendo 
um resíduo do ácido N-
acetilneuramínico 
(Neu5Ac ou ácido siálico) 
na sua terminação. O 
ácido siálico o confere 
carga negativa. 
Os glicoesfingolipídeos são importantes 
constituintes da membrana plasmática e do 
glicocálice, além de atuarem na sinalização 
celular. 
Turnover lipídio refere-se à constante renovação 
metabólica dos lipídeos das membranas. 
Normalmente, a síntese de lipídeos é 
contrabalanceada pela sua taxa de 
degradação, a qual é promovida por enzimas 
hidrolíticas nos lisossomos. Quando essa 
degradação é prejudicada por um defeito em 
uma dessas enzimas, os produtos da degradação 
parcial se acumulam nos tecidos, causando 
doenças consideradas graves. 
 
São transportadores de lipídeos, apolipoproteínas 
e vitaminas lipofílicas (A, D, E, K) na circulação 
sanguínea e linfática. 
As lipoproteínas estão presentes nos sistemas 
sanguíneo e linfático. 
São divididas em transportadoras de triacilgliceróis 
ou TAG (quilomícrons e VLDL) e de colesterol (LDL 
e HDL). 
Os esteroides são lipídeos estruturais, com quatro 
anéis de carbono fusionados (três com seis 
carbonos e um com cinco carbonos) e de 
estrutura rígida, além de serem precursores de 
produtos como os hormônios esteroides e os 
ácidos biliares. 
O colesterol é 
seu principal 
representante, 
sendo uma 
molécula 
exclusivamente animal. É anfifílico ou anfipático, 
sendo um grupo polar (hidroxila no carbono C3) e 
um corpo hidrocarbonado apolar. 
O fitoesterol é um esterol sintetizado por plantas e 
o ergosterol é um esterol produzido por fungos. 
Os hormônios esteroides são derivados oxidados 
dos esteróis, como os hormônios sexuais 
masculinos e femininos, o cortisol e a aldosterona. 
A prednisona e a prednisolona são fármacos 
esteroides com atividades anti-inflamatórias, visto 
que inibem a liberação de ácido araquidônico 
pela fosfolipase A2. 
 
 
 
5 
LEHNINGER, T. M., NELSON, D. L. & COX, 
M. M. Princípios de Bioquímica. 7ª Edição, 
2018. Ed. Artmed.

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