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Os trabalhos de Mendel: Monoibridismo Johann Mendel Pai da Genética ● Nasceu em 1822 na região da Morávia, atual República Tcheca (na época, fazia parte do império Austro-Húngaro); ● Aos 21 anos entrou para um mosteiro católico; ● Aos 25 anos foi ordenado padre e ganhou o nome de Gregor (Gregor Johann Mendel); ● Foi professor em escola secundária local e entre 1851 a 1853 estudou na Universidade de Viena. De volta ao mosteiro, iniciou seus experimentos realizando cruzamentos com algumas espécies, obtendo sucesso com as ervilhas. Pesquisa Mendel queria entender o comportamento das características ao longo das gerações. Ao analisar algumas espécies vegetais, elegeu a planta da ervilha para fazer os seus estudos. Ele fez cruzamentos controlados com ervilhas durante oito anos no jardim do mosteiro onde vivia. ● 1864: concluiu seus estudos; ● 1865: apresentou seus resultados em um congresso para a Sociedade dos Naturalistas; ● 1866: publicou seus estudos na forma de trabalho cientí�co. Entretanto, faleceu aos 62 anos (1884) sem saber que seria chamado de “pai da genética”. Em 1900, três cientistas independentes chegaram às mesmas conclusões de Mendel e ao fazerem a redução de literatura reconheceram que antes ele já teria chegado ao mesmo raciocínio. Após este período as conclusões de Mendel passaram a ser conhecidas como leis mendelianas. Nota: Para compreender a importância dos trabalhos de Mendel é interessante falar um pouco sobre a compreensão que se tinha na época. No período em que Mendel realizou seus estudos a citologia estava nos seus primórdios, apenas um ano depois da sua morte foi lançada uma hipótese para explicar a constância do número de cromossomos de uma geração para outra e apenas em 1902 foi lançada a Teoria Cromossômica da Herança (Boveri e Sutton). Então, quando Mendel apresentou seus resultados, a ideia sobre herança das características era entendida mais como uma “mistura” de material dos pais e também não era muito claro que material seria este. ↪ Hipótese cientí�ca predominante na época: um certo material dos pais era “misturado” quando um descendente era gerado. Nota: Mendel que lançou os fundamentos modernos da existência de unidades hereditárias. O Modelo experimental A ervilha (pisum sativum) reúne algumas características muito importantes que devem ser consideradas ao se eleger um organismo para um experimento de genética, apresentando: ● porte pequeno e é de fácil cultivo; ● ciclo de vida curto; ● produção de muitas sementes por planta e é possível fazer um controle da reprodução; ● características com contrastes - contrastantes: variação de cor das �ores, cor da semente, tamanho da planta. Importante, pois com relação ao tamanho da planta, por exemplo, não teremos nada a aprender sobre a herança do tamanho se todas elas apresentarem o mesmo tamanho. O sucesso de mendel Mas o que se deve ao sucesso Mendel? Muitos cientistas falharam nessa parte, pois queriam entender a herança de muitas características ao mesmo tempo, ao contrário dos outros, Mendel focava em apenas uma característica por vez. Fez cruzamentos controlados e manteve cuidadosos registros qualitativos e quantitativos dos resultados, além disso, ele trabalhou com linhagens que ele chamou de puras, pois eram plantas que geração após geração não alteravam suas características e só depois de entender bem o comportamento de todas as características individualmente, passou a analisar o comportamento de duas ao mesmo tempo. Autofecundação A �or é a estrutura responsável pela reprodução das plantas angiospermas (presença de �ores e frutos). A �or da ervilha possui tanto a parte feminina quanto a parte masculina e suas �ores são chamadas de gineceu e androceu, respectivamente, ou seja, ela é hermafrodita ou monóica. Assim, a ervilha se reproduz por autopolinização ou autofecundação. Na imagem observa- se as anteras da parte masculina e o estigma da parte feminina. Polinização cruzada arti�cial Como a ervilha se reproduz por autofecundação, Mendel precisou realizar manualmente a polinização cruzada. Ele removeu as anteras de todas as �ores daquela planta que iria usar como planta materna e transferiu para ela os grãos de pólen daquela planta que utilizou com planta paterna. Formato da semente Uma das características analisadas por Mendel foi o formato das sementes. Mendel percebeu que algumas plantas produziam sementes lisas e outras sementes de aspecto rugoso. Ele queria entender como o formato da semente era herdado, assim, realizou a fecundação cruzada entre uma planta pura de linhagem lisa com outra planta pura de linhagem rugosa e chamou de geração parental ou simples P. Como resultado desta fecundação cruzada observou apenas sementes lisas e chamou de geração �lial 1 ou simplesmente F1. Essas sementes foram plantadas e cresceram as plantas �lhas. As plantas resultantes ele deixou que se reproduzissem por autofecundação, não realizando desta vez a polinização cruzada. As sementes produzidas desta maneira comporiam a geração �lial 2 ou simplesmente F2. Nota: Em animais seria cruzamento entre indivíduos da F1, ou seja, seria um cruzamento entre irmãos (F1 com F1). Em pisum sativum a textura da semente é determinada pela sua própria composição genética, assim as ervilhas resultante de um cruzamento são efetivamente a prole, e podem ser classi�cadas pela sua aparência sem a necessidade de cultivá-las novamente. Mendel observou que as sementes lisas eram maioria e ao dividir o valor maior pelo menor, encontrou uma relação de 2,96 que arredondando vai para 3, ou seja, para cada 3 sementes lisas havia 1 semente rugosa ou ainda 75% das sementes eram lisas e 25% eram sementes rugosas. Ele percebeu que embora uma das plantas avós tivesse vindo de linhagem pura de semente rugosa, esta característica não apareceu na época, aparecendo apenas na F2 e em menor proporção. Então, Mendel chamou a característica lisa de dominante e a característica rugosa de recessiva. Como era um excelente matemático, o biólogo, fez uma interpretação bastante interessante desses valores e concluiu que para obter esta proporção da F2 de três para um só seria possível se a característica textura da semente fosse condicionada por dois fatores e deu letras para este fatores: R representaria o fator dominante e o r representaria o fator recessivo. Assim, as plantas da geração P teriam dois fatores iguais, pois elas eram puras, RR e rr. Ele não sabia exatamente o que seriam esses fatores, mas sua interpretação estava correta. Para que a geração seguinte à F1 continuasse apresentando apenas dois fatores para a característica textura ou formato da semente, as plantas parentais passariam apenas um de seus fatores para a próxima geração, logo, todas as sementes da F1 teriam dois fatores, ou seja, elas seriam híbridas ou heterozigotas. Na F híbrida o R veio de uma planta e o r veio de outra planta. O fato da planta F1 ter dois fatores diferentes gera uma possibilidade maior de combinação destes fatores na hora da reprodução, assim, na geração F2, as sementes lisas poderiam ter qualquer uma destas duas combinações de fatores RR ou Rr, já para as sementes rugosas apenas uma combinação seria possível, rr. Quadrado de Punnett ↪ Tabela de encontros gaméticos O quadrado de Punnett está representando todas as possibilidades de encontros dos gametas das plantas F1. Na primeira linha da tabela temos os gametas produzidos pela parte feminina da �or e na primeira coluna temos todos os gametas produzidos pela parte masculina da mesma �or e como Mendel disse os fatores se separam na formação com igual probabilidade. O quadrado de Punnett mostra justamente isso, cada fator, tanto R quanto r, têm 50% de chance de ocorrer ou . A mesma coisa acontece com os 12 gametas femininos, eles têm a mesma chance de ocorrer tanto gameta R quanto gameta r. Na autofecundação da F1 nós observamos que os encontros gaméticos têm a mesma probabilidade de ocorrer todos têm probabilidade de correr14 simplesmente pela multiplicação das probabilidades isoladasde cada gameta: . Mas ao fazer um resumo12 × 1 2 = 1 4 da tabela podemos perceber que o heterozigoto foi formado duas vezes, por exemplo, um R veio da parte feminina da �or e o outro R veio da parte masculina da mesma �or, mas o resultado �nal será o mesmo: ambas as sementes serão lisos. No resultado fazendo resumo numérico percebemos que a proporção genotípica será de 1:2:1 (RR: Rr: rr), ou seja, o heterozigoto (Rr) ocorreu duas vezes a mais, logo, 50% dos gametas será do tipo heterozigoto. Ao analisar a aparência das ervilhas ou fenótipo, é evidente a proporção de 3:1 (lisa: rugosa). Se com apenas um fator R a ervilha apresentara textura Lisa, então das quatro possibilidades de encontros gaméticos, apenas em uma delas não terá a presença do fator R grande, neste caso a ervilha será rugosa. Recapitulando ↪ Cada organismo possui um par de fatores responsável pelo aparecimento de determinada característica; ↪ Esses fatores são recebidos do pai e da mãe. Cada genitor contribui com apenas um fator de cada par; ↪ Nos híbridos, somente o fator dominante se manifesta, enquanto o fator recessivo permanece "encoberto"; ↪ Os indivíduos puros têm os fatores iguais, são homozigotos (RR ou rr); ↪ Os indivíduos híbridos, apresentam fatores diferentes, são heterozigotos (Rr); ↪ Os fatores se separam durante a reprodução. Indivíduos puros apenas têm um tipo de gameta e os híbridos, dois tipos, em igual proporção. A separação dos cromossomos homólogos Qual é a conexão da Meiose com as interpretações de Mendel? Quando Mendel disse que os fatores se separam na formação dos gametas, sem saber ele estava descrevendo o que acontece na primeira divisão da Meiose (reducional), quando os cromossomos homólogos se separam em células-�lhas. O fator R está localizado em um dos cromossomos e o fator r está em outro cromossomo, na verdade, R e r são formas alternativas do mesmo gene, em outras palavras, são alelos do mesmo gene. Na segunda divisão da Meiose (equacional) apenas as cromátides-irmãs se separam e elas têm o mesmo fator, portanto, as quatro células formadas no �nal da meiose, metade delas vão carregar o alelo R e a outra metade o alelo r. A Primeira Lei de Mendel A “Primeira lei de Mendel” é conhecida como Lei da Segregação dos Fatores e a gente pode anunciá-la da seguinte maneira: “Todas as características de um indivíduo são determinadas por dois ‘fatores’ que se segregam, durante a formação dos gametas, sendo que, cada genitor transmite apenas um ‘fator’ para os seus descendentes”. Observações Obs. 1: O que Mendel chamou de “fator”, hoje nós chamamos de gene; Obs. 2: A segregação apontada por Mendel, na verdade, refere-se a primeira divisão da meiose, onde os cromossomos homólogos se separam, reduzindo o número de cromossomos nas células �lhas; Obs. 3:Como a meiose reduz pela metade o número de cromossomos, a união de dois gametas restabelece o número correto de alelos de cada “fator”, o qual deve estar representado duas vezes (RR, Rr ou rr); Obs. 4: Nem todas as características são determinadas por um gene apenas e nem todos os genes apresentam apenas dois alelos; Obs. 5: O processo de cruzamento para textura da semente (semente lisa e rugosa), anteriormente citado, foi realizado por Mendel para outras seis características, totalizando sete características trabalhadas. Então, além da textura da semente, ele trabalhou a cor da semente- ele fez cruzamentos com plantas que tinham a cor da semente de maneira contrastante (amarelo ou verde)-, a cor da casca da semente (rosa ou branca), a forma da vagem (in�ada ou comprimida), a cor da vagem (verde ou amarela), a posição das �ores na planta, posição axilar ou terminal, a planta podia também ser alta ou baixa. Nota: Acesse a tabela de caracteres estudados por Mendel para melhor visualização. Na parte superior da tabela observa-se as características dominantes e na parte inferior da tabela as características recessivas, onde foi veri�cada a mesma proporção 3: 1 em todos os cruzamentos que ele realizou com essas sete características durante oito anos de cruzamento entre ervilhas. https://www.educabras.com/media/emtudo_img/upload/_img/20141215_075038.gif https://www.educabras.com/media/emtudo_img/upload/_img/20141215_075038.gif
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