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Letícia Andréa 105 – 3O Infecção fúngica de tecidos queratinizados – pele, pelo e cabelo. Causado por dermatófitos. Superficiais: Camada “externa” da pele e dos tecidos. Chamada popularmente de tínea ou tinha. Chamado de ringworm – verme circular – pela forma que se espalha. Tipo de infecções comuns. Dermatofítide: alergia. Não é a mesma coisa que dermatomicose São incômodas e recorrentes Fácil transmissão em banheiros, ginásios e artigos compartilhados. Não constituem problemas sérios a saúde. Causada pelos gêneros: Mycrosporum, Trichophyton e Epidermphyton. o OBS: nem todo fungo desses gêneros é dermatófito. Hábito: sapróbio ou parasita. Cosmopolita. Pode ocorrer disseminação intradérmica. Ocorrência: Trichophyton: afetam pelos, pele e unhas; Microsporum: pelos e pele; Epidermophyton: pele e unhas. Ou seja: ✓ Dedos dos pés e pele: E. e T. ✓ Região genital: T. e E. ✓ Escalpo e face: M. e T. Reservatório: Homem, animal e solo. Habitat: Antropofílico, zoofílico e geofílico. Antropofílico: T. rubrum, T. mentagrophytes, T. tonsurans Zoofílico: Animais que apresentam contato mais direto com o solo → M. canis, T. mentagrophytes Geofílico: Capacidade de manter viabilidade em terrenos com resíduos de queratina → M. gypseum Patogenia: • Em pele glabra (sem pelos): o Instalação: Inoculação de artroconídeo ou fragmento de hifa em pele lesionada. o O fungo cresce de maneira centrífuga → lesão macroscópica de aspecto circular. • Os pelos são atacados de maneira secundária à uma lesão na pele. o O dermatófito remove a cutícula do pelo e vai consumindo a queratina do bulbo pilar. o Algumas espécies invadem o pelo e não o quebram (parasitismo fávico), outras invadem o pelo e substituem sua estrutura central por cadeias de artroconídios (parasitismo endotrix), outras formam pequenas cadeias por fora do pelo (parasitismo micróide ectotrix), outros formam essas cadeias externas porem maiores (parasitismo megaespórico ectotrix) ou ainda podem ser externos, grandes e com aspecto de mosaico (parasitismo microspórico). • Comprometimento das unhas: o De origem distal em direção à proximal → diferenciação de infecções por leveduras. Dermatófito Cândida Letícia Andréa 105 – 3O Classificação por Localização • Tinea capitis (cabeça): Placas circulares alopécicas e descamativas, podem estar inflamadas e supuradas. o Pode ser Tonsurante: ▪ Atinge principalmente crianças em idade escolar. ▪ Pode ser microspórica: Com uma ou duas placas aplopécicas, de maior diâmetro e fluorescentes sob à lâmpada de Wood; são mais associadas ao gênero Microsporum. ▪ Ou tricofítica: Lesões menores, múltiplas, não fluorescentes e muito mais descamativas; associadas ao gênero Trichophyton. o Supurativa: ▪ Crianças e adultos. ▪ Aparecimento de uma placa escamosa, porém evolui para apresentação clássica de infecções (sinais cardinais) ▪ Pode ser formado um caminho serpentiginoso com gotas de pus vazando de orifícios pilosos. o Fávica: ▪ Aparecimento no início da infecção de gotas de líquido seroso que ao se misturar com o material córneo forma uma massa(estúcula = conglomerado de hifas) → união delas forma uma crosta amarelada com odor de urina de gato pela. • Tinea manum (mão): Lesões eritematoescamosas. • Tinea unguium (unhas): Causa as onicomicoses, unhas, opacas, quebradiças e espessas e dobras periungeais com material córneo. • Tinea cruris (inguino-crural): Placas eritemato escamosas na região interna da coxa, virilha e períneo. o As lesões podem ser chamadas de eczema marginado de Hebra. • Tinea pedis (pés): Lesões eritematoescamosas em região palmar ou entre os dedos (frieira), costuma ocorrer pruriddo • Tinea corporis (corpo): lesões eritematosas, anulares ou circinadas, com microvesículas e descamação nas bordas Fatores Predisponentes • Condições climáticas • Higiene e vestiário inadequado • Higiene alimentar • Corticoterapias • Fatores climáticos • Doenças autoimunes. Fatores de virulência • Ceratinazes: Degrada a queratina, o que permite penetração, proteção e nutrição. • Elastases. • Proteinases. • OBS: Trichophyton rubrum produz substâncias que suprimem ou diminuem a resposta imunitária do hospedeiro. Prevalência das Espécies • Muito relacionada à mobilidade populacional e região do mundo. • Transmitido por contato direto Manifestações • Lesão vermelha e circular • Bordos regular ou irregular Letícia Andréa 105 – 3O • Descamação e coceira na pele • Crescimento centrífugo • Pruriginosa • Vesícula (bolhas) • Alopecia – queda do cabelo • Destruição ungueal – unha Diagnóstico: • Pode ser feito por meio de exame direto ou culturas. • Deve ocorrer a coleta da amostra → detecção das estruturas fúngicas → identificação de aspectos fisiológicos, macro e microscópicos. • Fases do diagnóstico laboratorial: o Pré analítica (indicação e coleta do material) → analítica (apuração e resultado) → pós analítica (estocagem para estudos futuros). Coleta de amostra clínica: • Escamas epidérmicas, escamas de unhas e coleta de pelos • A coleta é realizada principalmente pela escarificação de escamas epidérmicas. Exame direto: • Coleta de amostras clínicas - Escarificação: Pelo, escamas epidérmicas e unhas • Uso de KOH 20% (clarificado) ou corante azul de metileno (corado). • Uso de lâmina e da lamínula para visualização no microscópio: o Análise de coloração, septação, presença de artroconídeos nas hifas. o Se o material analisado for pelo, deve-se descrever qual o tipo de parasitismo. • O pó de KOH dissolve os tecidos epiteliais, permitindo uma visão mais clara (daí o nome clarificado) das hifas dos fungos. • Detecção da estrutura fúngica → aspecto macroscópico, microscópico e fisiológico. 2: Esporos de fungos localizados no interior do pêlo: Parasitismo tipo endotrix 1: Estruturas fúngicas observadas ao exame direto: filamentos micelianos septados (A), artrosporados (B) e hialinos 3: Esporos de fungos localizados no exterior do pelo: Parasitismo ectotrix. 4: Esporos de fungos localizados no exterior e interior do pelo: parasitismo ecto-endrotrix Letícia Andréa 105 – 3O Identificação em cultura: • Ágar saborout + 50mg/l de clorafenicol • Quase sempre a identificação por cultura é mais eficiente do que pela histopatologia. • Clorafenicol: material que impede o crescimento das bactérias • Purificação para evitar contaminação – garantir que existe apenas o dermatófito desejado. • Semeio pela técnica dos sete pontos – 15 dias - ±28ºC – impede que uma contaminação ocorra em todos os semeios • Macroscópico: cor, espessura, textura, aspecto topográfico. • Microscópico: esporo e micélio • Após crescimento adequado das colônias, deve ser confeccionada uma lâmina, geralmente com o material da parte central, onde as estruturas fúngicas estão mais desenvolvidas. Teste Adicional • Produção de uréase: Muito utilizada na identificação dos dermatófitos, principalmente T. mentagrophytes das demais espécies de Trichophyton. o Baseia-se na capacidade de determinada espécie de dermatófitos produzirem a enzima uréase, que liberaria a amônia e consequentemente alcalinizaria o meio. • Capacidade de perfuração do pelo in vitro: Permite diferenciar o T. mentagrophytes (que possui órgão perfurador) de T. rubrum, que não tem órgão perfurador • Crescimento em grãos de arroz: Útil no diagnóstico dos fungos do gênero Microsporum, pois favorece o aparecimento de macroconídios típicos da espécie. • Crescimento em meios de cultura presuntivos ✓ Dermatophyte test médium – DTM: mostra a reação alcalina que se segue ao crescimento do dermatófito com mudança de cor para o vermelho✓ Mycosel: Favorece o desenvolvimento de dermatófitos e desfavorece de bactérias e fungos saprófitas. ✓ Mycobiotic: Meio bem seletivo para isolamento de fungos, por ser muito seletivo não é indicado para uso sozinho em identificações primárias. ✓ Meios de cultura adicionais de cicloheximida: Cicloheximida= inibidor bacteriano, como o clorafenicol. Tratamento • Antifúngicos tópicos: Iodo em solução aquosa ou azoolica, derivados imidazólicos (terminados em “azol”= clotrimazol, miconazol, cetoconazol...), terbifaina, tolnaftato e ciclopirox. • Em lesões maiores pode-se receitar medicamento oral: Compostos com griseofulvina, e derivados do imidazol (fluconazol, itraconazol...). • Prescrição de corticoesteróides não é sempre indicada pois pode evoluir a dermatofitose para um quadro produndo. • Cremes ou aerossóis líquidos 1: Diferenciação entre M. canis e M. audouinii 2: Diferenciação entre T. mentagrophytes e T. rubrum Letícia Andréa 105 – 3O Microscopia de T. tonsurans evidenciando microaleurias piriformes (verde) e claviformes (vermelho). Macroscopia do verso (A) e reverso (B) da colônia de M. canis. Microscopia de M. canis evidenciando macrocoaleueurias multicelulares, fusiformes com e sem ornamentações. Verso (A) e reverso (B) Microaleurias globosas (seta branca) e hifas em espiral (seta preta) de T. mentagrophytes. Macroscopia do verso (A) e reverso (B) da colônia de T. rubrum. Letícia Andréa 105 – 3O • Microsporum gypseum: Macroscopia do verso da colônia de M. gypseum e macroaleurias de M. gypseum, multicelulares com extremidades arredondadas e paredes finas. • Epidermophyton floccosum • Trichophyton tonsurans • Macroscopia do verso (A) e reverso (B) de colônias de T. tonsurans. Microscopia de T. tonsurans evidenciando microaleurias claviformes (vermelho), globosas (branco), piriforme (verde) e em forma de balão (laranja)
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